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Ludwig Eduard Boltzmann (Viena, — Duino-Aurisina, ) foi um físico austríaco, conhecido pelo seu trabalho no campo da termodinâmica estatística. É considerado junto com Josiah Willard Gibbs e James Clerk Maxwell como o fundador da mecânica estatística. Foi defensor da teoria atómica, numa época em que esta ainda era bem controversa. Biografia Ascendência O avô do físico Ludwig Eduard Boltzmann, Gottfried Ludwig Boltzmann, nasceu em 1770, em Berlim, e se estabeleceu em Viena, onde fundou uma fábrica de caixas de música. Seu filho e pai do físico, Ludwig Georg Boltzmann (1802 - 22 de Junho de 1859) estudou direito e assumiu a posição de oficial da receita. Em 1837 em Maria Plain, se casou com Maria Katharina Pauernfeind, membro de uma família de negociantes salzburguenses prósperos e renomados - o bisavô dela, Johann Christian Pauernfeind, foi burgomestre de Salzburgo. Ludwig Georg e Maria Katharina Boltzmann tiveram três filhos, Ludwig Eduard, seu irmão menor Albert (22 de Abril de 1846 - 14 de fevereiro de 1863) e sua irmã Hedwig (12 de maio de 1848 - 1890). Albert Boltzmann era muito talentoso e tornou-se o segundo melhor estudante no liceu académico de Linz, depois do seu irmão Ludwig Eduard. Todavia ele morreu por causa de uma doença pulmonar, possivelmente de tuberculose, aos 16 anos de idade. Hedwig nunca se casou e morreu em estado de alienação mental. Infância e educação O pai de Boltzmann, na sua função de administrador imperial, foi transferido várias vezes, e sua família o seguiu. Mudaram-se de Salzburgo para Viena, onde nasceu Boltzmann, depois para Wels e finalmente para Linz, Alta Áustria. Ele recebeu sua educação primária na casa de seus pais a partir de um tutor privado. Em 1855 ingressou no liceu académico de Linz. A maior parte dos professores era de clérigos; além disto, 22 entre os 29 colegas de classe intentaram estudar teologia. A educação recebida dos seus pais foi marcada pelo ideal humanista. A música tinha uma grande importância na vida familiar dos Boltzmann. Entre os seus professores de música estava Anton Bruckner, que mais tarde se tornou um compositor conhecido. Quando Boltzmann tinha 15 anos seu pai morreu, e quatro anos depois morreu seu irmão menor. Apesar destas cargas emocionais, passou nos exames finais do liceu com distinção no verão de 1863. Pouco depois, a família se mudou para Viena, de modo que Boltzmann pudesse começar seus estudos universitários. Sua mãe teve os recursos necessários para financiar os seus custos de fazer faculdade. Atualmente em homenagem ao seu nome foi fundado o Ludwig Boltzmann Gesellschaft (LBG), que é uma rede austríaca de institutos de pesquisa especializados. Fundado em 1961, é composto por 131 institutos no campo da medicina, ciências sociais e humanas. Estudos e professor associado em Viena (1863–1869) Em 1863, Boltzmann começou a fazer faculdade de matemática e física. O instituto de física da Universidade de Viena foi fundado só no ano 1849 por Christian Doppler. Ficou na rua Erdbergstraße 15 no distrito de Landstraße e na época foi presidido por Andreas von Ettingshausen, sucessor de Doppler. Entre os professores de Boltzmann estavam, além de Ettinghausen, cientistas como Josef Stefan, Josef Petzval e August Kunzek. Boltzmann começou seus estudos como "rebento extraordinário" e tornou-se "rebento ordinário" a partir do semestre de verão de 1865. Um ano depois, Josef Stefan tornou-se sucessor de Ettingshausen na posição de presidente do instituto, e em outubro de 1866, Boltzmann tornou-se assistente de Stefan. Até antes de graduar-se, Boltzmann publicou duas investigações científicas. Ele terminou seus estudos de doutoramento passando nos três exames obrigatórios. No dia 19 de dezembro de 1866 recebeu o grau de doutor de filosofia. Na época não era necessário de escrever uma dissertação de doutoramento. No mesmo ano, Josef Loschmidt ingressou no instituto de física. Ele e Stefan, que era só cinco anos mais velho que Boltzmann, tornaram-se não só os professores mais importantes dele, mas também amigos. Boltzmann passou nos exames de docência para matemática e física em escolas secundárias, e em 1867-68 passou o ano de teste obrigatório no liceu acadêmico. No dia 21 de dezembro de 1867 colocou seu pedido de autorização de ensino, que foi autorizado no dia 19 de março de 1868. Ensinou como docente titular até dia 31 de Julho de 1869 e deu palestras intituladas "Sobre os princípios fundamentais da termodinâmica mecânica". Primeiro professorado em Graz (1869–1873) Depois da transferência do professor Ernst Mach à Universidade de Praga em 1867, a cátedra para física matemática da Universidade de Graz ficou vaga. O professor August Toepler, que foi chamado para a cátedra de física geral e experimental pouco antes, se empenhou por uma substituição. Boltzmann candidatou-se e recebeu o apoio de Stefan. No dia 17 de Julho de 1869, o imperador Francisco José I nomeou Boltzmann professor regular de física matemática na Universidade de Graz. Boltzmann trabalhou em Graz com muito sucesso, mas lamentou a falta de contato com a comunidade científica internacional. Ele até criticou seus professores prezados de Viena, Stefan e Loschmidt por estar isolado. Escreveu que tanto quanto seja do meu conhecimento, Stefan e Loschmidt nunca fizeram uma viagem fora da pátria austríaca. Nunca participaram de congresso de naturalistas, e nunca estabeleceram ligações pessoais com eruditos estrangeiros. Não posso aprovar isto. Penso que se eles fossem menos isolados, teriam realizado mais. Pelo menos teriam dado a conhecer suas realizações mais rápido, e, deste jeito, mais frutífero. Em março de 1870, Boltzmann apresentou uma solicitação de férias. Em abril e maio de 1870 empreendeu a primeira de suas numerosas viagens: visitou Robert Bunsen, Gustav Kirchhoff e Leo Königsberger em Heidelberg. No semestre de inverno de 1871/72, visitou Hermann von Helmholtz na Universidade de Berlim. Publicou, em 1872, uma das suas investigações mais importantes sobre a mecânica estatística intitulada Estudos aprofundados sobre o equilíbrio termodinâmico entre moléculas de gás. Professor de matemática na universidade de Viena (1873–1876) Em 1873, Boltzmann candidatou-se à cátedra de matemática da Universidade de Viena, que ficou vaga depois da retirada de Franz Moth. Dia 30 de Agosto de 1873, ele foi nomeado professor regular de matemática. Nesta função ele também abordou profundamente a física, deu palestras sobre a termodinâmica e realizou trabalhos experimentais nas universidades de Viena e Graz. Em 1875 recebeu uma oferta da Escola Politécnica Federal de Zurique de uma professora a título definitivo. Boltzmann recusou, mas esta oferta suíça o ajudou negociar com o ministério austríaco um aumento do seu salário e a melhoria das suas condições de trabalho. Ele também recusou uma oferta da Universidade de Friburgo. Segundo professorado em Graz (1876–1890) e convite a Berlim fracassado Em 1875, o professor de física experimental August Toepler foi convidado para o Politécnico Real de Dresden. Boltzmann foi nomeado seu sucessor nas funções de professor e presidente do instituto de física da Universidade de Graz. Além disso, no ano letivo de 1878/79, Boltzmann foi decano da faculdade de filosofia, e no ano letivo de 1887/88 foi reitor. O tempo que Boltzmann passou em Graz se encontra entre os anos mais felizes e produtivos na vida dele. Aqui nasceram quatro dos seus filhos. Morava num imóvel situado sobre um pequeno planalto na região vizinha de Graz (hoje no distrito de Mariatrost), onde se sentia muito confortável. Apesar de tudo passou por problemas psicológicos e de saúde. Depois da morte da sua mãe dia 23 de janeiro de 1885, Boltzmann atravessou uma grave crise. Quando seu primeiro filho morreu em 1889 por consequência de apendicite diagnosticada tarde demais, ele se autoflagelou. No início de 1888 Boltzmann recebeu uma oferta para ser professor de física teórica na Universidade de Berlim. A cátedra ficou vaga por causa da morte de Gustav Kirchhoff em outubro de 1887. Boltzmann consentiu e dia 19 de março foi nomeado professor regular de física teórica. Dia 24 de junho de 1888, surpreendentemente, ele revogou seu cargo, citando como razões deficiências visuais confirmadas por pareceres médicos. Dia 27 de Junho enviou um telegrama para anular sua revogação. Seu pedido de anulação não foi aceito apesar de intervenções mais largas, porque entretanto a cátedra tinha sido atribuída a Max Planck. Professorado em Munique (1890–1894) Depois da candidatura em Berlim fracassada, Boltzmann quis deixar a cidade de Graz. Decidiu enfim de aceitar um convite para ser professor na Universidade de Munique, onde começou sua missão de docência no semestre de inverno de 1890/91. Ele desfrutava das possibilidades amplas para intercâmbio científico e discussão com numerosos eruditos. Na época se prepararam os primeiros conflitos com Wilhelm Ostwald e os seguidores da sua teoria da energética. Em 1892, ele tomou parte nas celebrações do tricentenário do Trinity College em Dublin, e em 1894 visitou a Universidade de Oxford. No ano letivo de 1892/93, Boltzmann foi convidado a retornar para a Universidade de Viena, mas recusou. Em 1893 morreu Josef Stefan, deixando sua cátedra vaga. Subsequentemente e apesar da sua atividade científica frutífera em Munique, Boltzmann decidiu retornar a Viena. Professorado de física teórica em Viena (1894–1900) Boltzmann começou a desempenhar suas tarefas na Universidade de Viena dia 1o de setembro de 1894. O professorado em Viena levou a um aumento significativo dos seus rendimentos. Além disto, a pensão acordada e a segurança oferecida à sua família em caso da sua morte contaram entre as motivações de Boltzmann a retornar a Viena. Em 1895, Boltzmann tomou parte na reunião de naturalistas em Lübeck, onde houve uma escalada da disputa com os seguidores da teoria da energética, Ostwald e Helm. Mais tarde, Arnold Sommerfeld comparou a disputa com uma tourada, onde Boltzmann teve o papel do touro, e na qual o touro derrotou o toureiro. Um convite da Clark University em Worcester, Massachusetts foi, em 1899, a ocasião para a primeira das suas três viagens aos Estados Unidos. A viagem de ida a bordo do navio Kaiser Wilhelm der Große passou de Bremerhaven por Cherbourg e Southampton a New York. Daí Boltzmann continuou por Boston a Worcester e visitou Montreal, as Cataratas do Niágara, Buffalo, Pittsburgh, Washington, Baltimore e Filadélfia. Depois de uma estadia de quatro semanas, Boltzmann retornou dia 25 de Julho de 1899, a bordo do navio Trave da companhia Norddeutscher Lloyd. Depois da euforia inicial, Boltzmann se sentiu desconfortável em Viena. Por isso aceitou uma oferta da Universidade de Leipzig. Apesar de todos os desacordos científicos, Ostwald havia apoiado intensamente a candidatura de Boltzmann. Ele deixou Viena surpreendentemente, e sem se despedir dos seus colegas. Professorado em Leipzig (1900–1902) Boltzmann começou seu trabalho em Leipzig no dia 1º de setembro de 1900. Desde o início ele se sentia desconfortável nesta função. Estava com medo que poderia perder a memória no meio de uma palestra e por isto até cancelou aulas. No verão de 1901 empreendeu, com seu filho Arthur, uma extensa viagem que estendeu-se de Hamburgo a Gibraltar e depois pelo Mar Mediterrâneo. Boltzmann sofreu muito com o calor, mas o estado da sua saúde não melhorou como se esperava. Além disso, a disputa científica com Ostwald teve efeitos negativos na sua saúde, embora as relações privadas entre as famílias Boltzmann e Ostwald fossem amistosas. Em ocasiões de noites musicais, Boltzmann até tocou o piano na casa dos Ostwald. Quando a doença nervosa tornou-se mais grave e os pensamentos suicidas mais frequentes, Boltzmann consultou o psiquiatra Paul Flechsig. Enfim Boltzmann aproveitou-se de uma ocasião para retornar a Viena. Segundo professorado de física teórica em Viena (1902–1906) Boltzmann foi nomeado professor regular de física teórica da Universidade de Viena com efeito a partir do dia 1º de Outubro de 1902. Na época, desfrutando da mais alta reputação, foi recebido pelo imperador Franz Joseph e nomeado Hofrat (conselheiro da corte). Tomou posse de um novo alojamento na rua Haizingergasse no distrito de Währing. Para melhorar o estado da sua saúde passou os retiros de verão perto do mar em 1902 e 1903. Trabalhou com muito entusiasmo. Havia começado a escrever o volume dois das suas "preleções sobre os princípios da mecânica". Visitou as cidades de Göttingen e Kassel onde teve uma discussão muito intensa com David Hilbert. Na Universidade de Viena, Ernst Mach ocupou a cátedra de filosofia, mas, em 1901, sofreu um acidente vascular cerebral e por consequência não podia mais respeitar as suas obrigações de ensino. No semestre de inverno de 1903/04, Boltzmann assumiu a sua palestra sobre filosofia natural. Ele se preparou minuciosamente e até entrou em correspondência com o filósofo Franz Brentano, que visitou em Florença, em 1905. Ao lado da sua ocupação intensiva com a filosofia e as suas atividades de formação, seu trabalho científico quase foi interrompido. Depois do ano 1900, Boltzmann só publicou duas investigações científicas. Entre dia 21 de agosto e 8 de outubro de 1904, Boltzmann empreendeu, em companhia do seu filho Arthur Ludwig, sua segunda viagem para os Estados Unidos, para participar do St. Louis Mathematics Congress. Ele sofreu muito com os rigores da viagem. Denotou o navio Belgravia da companhia de transporte marítimo Hamburg-Amerika Linie como inferior e desconfortável. A viagem se estendeu por Filadélfia, Washington, os Grandes Lagos e Detroit, as Cataratas do Niágara, Chicago e St. Louis. A viagem de volta se fez no navio Deutschland. Em junho de 1905 se pôs a caminho da América pela terceira e última vez. O destino desta viagem foi Berkeley. Depois de uma curta estada em Leipzig, embarcou no navio Kronprinz Wilhelm no porto de Bremen. Viajou em um trem expresso de Nova York a São Francisco por quatro dias e quatro noites. O Observatório Lick deixou uma impressão muito profunda em Boltzmann. Por outro lado, as palestras que Boltzmann deu em Berkeley não fizeram um grande sucesso, principalmente por causa do inglês dificilmente compreensível de Boltzmann. A viagem de volta se fez a bordo do navio Kaiser Wilhelm II. Esse viagem tornou-se conhecida pela relato bem-humorado chamado de "Viagem de um professor alemão para o El Dorado". A disposição jovial e descontraída do relato e afetada raramente, o leitor não pressente as dores das quais Boltzmann já sofria na época. Ao retornar, Boltzmann estava de muito bom humor, mas poucos meses mais tarde houve o colapso. Na primavera de 1906, seu estado de saúde agravou-se muito e ficou evidente que não podia mais cumprir suas obrigações de ensino. Morte em Duino O estado de saúde de Boltzmann já estava mal há muito tempo. Várias vezes procurou tratamento psicológico por causa da neurastenia. Sofria de extremas oscilações de humor, fases de grande exaltação alternadas com profundas depressões. Boltzmann mesmo disse que nasceu na noite entre o carnaval e quarta-feira de cinzas, e que este contraste se apresentou durante durante sua vida inteira. Além disto, era extremamente míope e já em 1873 preocupou-se com uma possível cegueira. No ano de 1900 a sua visão tinha piorado de jeito que contratou uma dama que lhe lia sua literatura científica. Ditou as suas próprias obras à sua esposa. Sofreu também de asma, pólipos de nariz, dores de cabeça, males dos rins e bexiga e diversas outras doenças, como é documentado em cartas escritas por sua mulher à sua filha Ida, em Leipzig, nos anos de 1902 e 1903. No dia 5 de maio de 1906, Boltzmann recebeu a concessão de licença por causa da sua grave neurastenia. Stefan Meyer assumiu o cargo de suas aulas. Boltzmann passou o verão de 1906 em Duino, junto com a sua família, na costa do Mar Adriático, na região norte de Trieste. No dia 5 de setembro de 1906, um dia antes do retorno a Viena, Boltzmann enforcou-se no seu quarto de hotel. Já em 7 de setembro de 1906, o jornal Neue Freie Presse relatou que o professor Boltzmann tinha sofrido de neurastenia por muito tempo e tinha ido a Duino, em companhia de uma de suas filhas, para passar o verão. Quando a filha observou que o pai não tinha saído do seu quarto, ela entrou e o achou morto, enforcado em uma barra de ferro da janela. Um dia mais tarde, a Neue Freie Presse imprimiu laudos necroscópicos para Boltzmann, escritos por Ernst Mach e Franz Serafin Exner. Boltzmann foi sepultado no Döblinger Friedhof em Viena. Em 1929 seus restos mortais foram exumados e trasladados para uma sepultura honorária no Cemitério Central de Viena. A um comitê de professores "foi dada a tarefa honrosa de providenciar a construção de um monumento digno", que foi realizado na forma de um busto em mármore de carrara. O busto, obra do escultor Gustinus Ambrosi, com representação marcantemente heroizada, mostra pouca semelhança com Boltzmann. Ao fundo é mostrada a famosa fórmula inscrita no mármore. O monumento foi festivamente descerrado na presença do conselho de cidade Julius Tandler, Wolfgang Pauli, Hans Thirring, da viúva de Boltzmann, do filho Arthur e diversas outras pessoas. Obra científica Boltzmann trabalhou em quase todas as áreas da física do século XIX. Publicou 139 artigos científicos originais, assim como três manuais que resultaram de materiais preparados para suas aulas. Atomística Teoria atômica no século XIX No início do século XIX, a química fez importantes progressos. Joseph Louis Proust elaborou a Lei das proporções definidas. John Dalton derivou desta lei a existência de átomos como elementos básicos estruturais de compostos químicos e determinou as massas atômicas de numerosos elementos químicos. Partindo da observação de que as massas atômicas são aproximadamente múltiplos da massa do átomo de hidrogênio, William Prout formulou a hipótese de que o átomo de hidrogênio é o elemento básico da matéria. Foi só no século XX que se descobriu que existe, além do núcleo do hidrogênio, o protão, um elemento mais que forma o núcleo do átomo - o neutrão. Na química, em meados do século XIX, a existência de átomos foi reconhecida amplamente, e, no ano de 1869, a publicação da tabela periódica por Dmitri Mendeleiev forneceu uma fundamentação sistemática à teoria atômica. Por outro lado, a teoria atômica foi só parcialmente aceita no domínio dos físicos. Para muitas questões físicas investigadas na época, ela não era relevante. Foi só na última década do século XIX que a teoria atômica foi atacada massivamente. Entre os adversários desta teoria encontravam-se não só Ostwald e Helm, os defensores da teoria energética, mas também Ernst Mach, cuja Epistemologia fenomenológica rejeitou a existência de átomos que não fossem acessíveis aos sentidos humanos. Estas tendências eram limitadas geograficamente ao espaço da língua alemã e, parcialmente, na França (Pierre Duhem). Na Inglaterra, estas teorias tiveram poucos partidários. Boltzmann e a atomística Uma das primeiras investigações científicas de Boltzmann, datada no ano de 1867, analisa a quantidade de átomos em moléculas de gázes. Na maioria das suas publicações fala de átomos e moléculas, cuja existência é assumida como natural. Foi só quando começaram as hostilidades de Mach e dos defensores da teoria energética que Boltzmann escreveu vários ensaios (Sobre a indispensabilidade da atomística nas ciências naturais, Mais uma vez sobre a atomística) nas quais discuta os argumentos fenomenológicos: a divisibilidade infinita da matéria não é acessível aos sentidos humanos tanto como a existência dos átomos: os dois são hipóteses não fundamentadas. Mas a hipótese atômica dá explicações mais claras para diversos fenômenos observáveis e por isso é a hipótese preferível:A questão se a matéria é contínua ou composta por átomos se reduz à questão se as propriedades observáveis da matéria são melhor explicadas pelo pressuposto de uma quantidade extraordinariamente larga mas finita de partículas, ou pelo pressuposto do limite de uma quantidade sempre crescente de partículas.Boltzmann não parte da indivisibilidade dos átomos, mas especula sobre a sua estrutura interna.… todos falam de opiniões interessantes sobre o jeito da estrutura dos átomos. A palavra 'átomo' não deve enganar-nos neste contexto porque foi adotado nos tempos mais recuados… Sucesso da teoria atômica depois da morte de Boltzmann Foi só depois da morte de Boltzmann, na primeira década do século XX, que a teoria atômica prevaleceu. Neste processo houve importantes mudanças na física. No ano de 1905, Albert Einstein derivou da teoria cinética do calor que os movimentos de moléculas em líquidos devem resultar em movimentos de partículas suspensas visíveis ao microscópio. Einstein presumiu que estes movimentos são idênticos ao movimento browniano. Um ano mais tarde, Marian Smoluchowski chegou a um resultado semelhante. Pouco depois, Jean Baptiste Perrin confirmou experimentalmente as profecias de Einstein:Assim a teoria molecular do movimento browniano pode ser considerado como confirmada, e será muito difícil contestar a existência objetiva de moléculas.O descobrimento, no ano de 1912, da difração de raios X em cristais por Max von Laue foi uma prova experimental direta do arranjo de átomos em cristais. Os ensinamentos dos defensores da teoria energética foram esquecidos e hoje são consideradas um capricho da história. Mecânica e eletrodinâmica Boltzmann designou a mecânica clássica, que na época, graças às contribuições de Newton, Euler, Lagrange, Hamilton e muitos outros já estava em um nível de desenvolvimento muito alto, como fundamento de todas as ciências naturais. Muitas vezes analisou questões da mecânica clássica e aplicou sua maestria na mecânica a outros patamares da física. Isso é visível particularmente nas suas investigações na eletrodinâmica. A teoria do eletromagnetismo, desenvolvida, nos anos 1860, por James Clerk Maxwell, ofereceu uma base comum às investigações da eletricidade, do magnetismo e da óptica, ramos da física que na época eram considerados independentes um do outro. Boltzmann teve uma participação substancial na propagação das obras de Maxwell na Europa continental. No prefácio do seu manual Aulas sobre as teorias de Maxwell da eletricidade e da luz, Boltzmann se subordina modestamente a Maxwell: Não é surpresa que agora cheguem os trabalhadores para completar o edifício. Quero ser um tal trabalhador que assuma a responsabilidade de nivelar o acesso ao edifício, de limpar a fachada, ou talvez de adicionar uma ou duas pedras às fundações. Tenho orgulho de ser um trabalhador. Que fariam os reis sem trabalhadores? Nessas aulas, Boltzmann frequentemente utiliza analogias com a mecânica. Boltzmann, físico experimental Boltzmann é principalmente conhecido como físico teórico ou matemático, mas ele também contribuiu com realizações importantes na física experimental. Apesar da sua grave deficiência visual, ele foi considerado como um experimentador hábil. No início da sua estância em Graz, Boltzmann trabalhou com August Toepler nos domínios da acústica. Ele alcançou os resultados experimentais mais importantes na determinação das permissividades de diversos materiais, particularmente de gases. As permissividades de gases divergem só um pouco de 1 e por isso são muito difíceis de determinar. Boltzmann teve que inventar métodos especiais para estes fins. As obras de Boltzmann estão em conexão com seus estudos da eletrodinâmica de Maxwell. Ele procurou verificar experimentalmente a ligação entre o índice refrativo, a permissividade e a permeabilidade magnética, descrita nas teorias de Maxwell. Teoria cinética, termodinâmica e mecânica estatística Já em meados do século XIX, Rudolf Clausius havia formulado a Segunda lei da termodinâmica e criado o conceito da entropia. O aumento da entropia em uma transformação termodinâmica é uma medida para a sua reversibilidade: Se a entropia continua constante, a transformação pode ser revertida, mas no caso onde a entropia aumenta, a transformação só pode ser revertida por fornecimento de energia externa, como é o caso quando se mistura água fria com água quente. As leis da mecânica clássica que descrevem o movimento de cada partícula individual, são invariantes no que concerne a simetria temporal. Isso significa que qualquer movimento de uma partícula pode se desfazer. Boltzmann estudou o problema como movimentos reversíveis de partículas (como átomos ou moléculas de um gás) podem resultar em um processo abrangente irreversível. Esta pergunta o ocupou durante toda sua vida, e Boltzmann seguiu várias abordagens para resolvê-la. Estas abordagens apoiaram-se sobre pressupostos mencionados explicitamente ou também implícitas, particularmente sobre propriedades das moléculas, que na época não eram observáveis. Já na sua primeira obra sobre a mecânica estatística no ano 1866, Boltzmann anunciou que forneceria a prova geral e puramente analítica da segunda lei da termodinâmica, e além disso encontraria a lei correspondente da mecânica. Mais tarde, Boltzmann distanciou-se de esta alegação, defendendo a opinião que uma tal prova geral seria impossível. A aplicação de métodos estatísticos por Boltzmann era revolucionária. Por consequência, ele é considerado, junto com James Clerk Maxwell e Josiah Willard Gibbs, como fundador da mecânica estatística. Já no ano de 1860, Maxwell havia determinado a distribuição dos átomos de um gás no equilíbrio térmico. Boltzmann generalizou os resultados do trabalho de Maxwell de jeito que hoje sejam conhecidos por Distribuição de Maxwell-Boltzmann. Mais tarde, Gibbs conseguiu generalizar ainda mais as revelações de Maxwell e Boltzmann que na época eram limitadas a gases, tornando-as mais extensivas e introduzindo o conceito de ensembles estatísticos. Teorema H e Equação de transporte de Boltzmann Boltzmann analisou, numa investigação publicada em 1872, hoje conhecida simplesmente por "Estudos adicionais", um gás que se encontra fora do equilíbrio termodinâmico, e como o desenvolvimento das colisões das moléculas muda a distribuição das vis viva (energias cinéticas). Esta abordagem da quantidade de colisões levou Boltzmann a dois resultados importantes, hoje conhecidos por Teorema H e Equação de transporte de Boltzmann. Boltzmann formulou o teorema H de forma seguinte: Nesta equação, representa a quantidade de partículas com a energia cinética no momento . Boltzmann derivou da sua abordagem da quantidade de colisões que a grandeza nunca pode aumentar. (Em obras posteriores, Boltzmann a designou por , daí o nome do teorema H.) A grandeza é idêntica à entropia salvo um fator constante. Por conseguinte, o teorema H forneceu uma justificativa teórica da Segunda lei da termodinâmica. Boltzmann descreveu a evolução no tempo da função de distribuição por uma equação integro-diferencial, hoje denominada como equação de transporte de Boltzmann. Entropia e probabilidades A publicação conhecida do ano de 1877 com o título "Sobre a relação entre a Segunda lei da termodinâmica e a Teoria das probabilidades, respectivamente as leis sobre o equilíbrio térmico" é um ponto alto na carreira científica de Boltzmann. Nesta investigação, Boltzmann, se baseando sobre argumentos da teoria das probabilidades e da combinatória, chega à conclusão que a transformação ao equilíbrio térmico e o aumento associado da entropia são equivalentes à transformação de um estado mais improvável a um estado mais provável. "O estado inicial será, na maioria dos casos, um estado muito improvável. A partir deste estado inicial o sistema sempre anseia por estados mais prováveis, até que atinge o estado mais provável, ou seja o estado do equilíbrio térmico. Aplicando esta conclusão à segunda lei da termodinâmica, a grandeza que costumamos chamar de entropia pode ser identificada com a probabilidade do estado em questão." Este resultado central na obra de Boltzmann habitualmente é visualizado com a equação . Aqui, representa a entropia, a constante de Boltzmann, a "probabilidade termodinâmica" e o logaritmo natural. A denominação "probabilidade", neste contexto, é enganadora. Ela representa aqui o número de microestados, caraterizados por lugar e impulso de todas as partículas, que correspondem a um estado do sistema abrangente, ou seja, o macroestado, no caso de um gás caraterizado por pressão, volume e temperatura. A equação mesma nunca era escrita deste jeito por Boltzmann. Ela foi criada por Max Planck, mas de forma implícita faz parte dos cálculos muito mais complexos por Boltzmann. Apesar deste fato, ela está gravada no seu túmulo. Leis da radiação Nos seus experimentos de 1879, Josef Stefan chegou à conclusão de que a potência irradiada de um corpo negro (energia emitida por unidade de área e tempo) é proporcional à quarta potência da temperatura absoluta. Apoiando-se nas leis da termodinâmica e da eletrodinâmica de Maxwell, Boltzmann desenvolveu, em 1884, uma fundamentação teórica, designada mais tarde por Hendrik Lorentz como uma verdadeira pérola da física teórica. A equação é conhecida como Lei de Stefan-Boltzmann, e o fator de proporcionalidade é chamado constante de Stefan-Boltzmann. Vida privada Casamento e família No ano 1873, por ocasião da excursão anual à instituição de ensino de professoras, Boltzmann conheceu Henriette von Aigentler, que na época tinha 18 anos. Henriette nasceu dia 16 de novembro de 1854 em Stainz e era membro de uma família austríaca renomada. Seu pai Hugo era jurista e morreu já em 1864, quando Henriette tinha nove anos. Dia 30 de dezembro de 1873 também morreu sua mãe Henrika. Tornando-se orfã, Henriette recebeu subsídio da família do burgomestre de Graz, Wilhelm Kienzl, pai do compositor Wilhelm Kienzl. Henriette frequentou a instituição de ensino de professoras e intentou ser professora de matemática e física, o que tornou necessária a sua participação nas palestras na Universidade de Graz. Contudo, a presença de mulheres não era autorizada na época. Repetidas vezes pediu conselhos e apoio de Boltzmann em assuntos de estudos universitários. Ela conseguiu superar todas as dificuldades e frequentar as aulas de matemática, ciências naturais e filosofia como estudante extraordinária, e como primeira estudante feminina da Universidade de Graz. Dia 27 de setembro de 1875, Boltzmann a enviou uma carta com seu pedido em casamento, o qual ela aceitou imediatamente. O casamento foi celebrado dia 17 de Julho de 1876, na igreja paroquial de Graz. Casada, Henriette terminou seus estudos. Henriette e Ludwig Boltzmann tiveram cinco filhos. Quatro filhos nasceram em Graz, a filha mais jovem nasceu em Munique: Ludwig Hugo Boltzmann (1878-1889), primeiro filho de Boltzmann, morreu em Graz, aos onze anos, por consequência de apendicite; Henriette Boltzmann (1880-1945), professora; Arthur Ludwig Boltzmann (25 de maio de 1881-6 de novembro de 1952) estudou física, engenharia mecânica e eletrotécnica. Depois de primeira guerra mundial, foi nomeado diretor da administração federal de levantamento topográfico, medidas e pesos. Sua mulher Pauline Boltzmann foi filha do médico especialista de laringe, Ottokar von Chiari, que havia tratado Boltzmann. Este casal tinha três filhos, Ludwig (caiu em combate na Segunda Guerra Mundial, em 1943, perto de Smolensk), Ilse Fasol-Boltzmann (casada com Karl Heinz Fasol) e Helga Boltzmann (casada com Hans Rodinger); Ida Boltzmann (1884-1910) estudou matemática e física; Elsa Boltzmann (4 de agosto de 1891-27 de agosto de 1965) recebeu educação de fisioterapeuta na Suécia. Dia 12 de Julho de 1920 ela se casou com o físico Ludwig Flamm, um orientado do seu pai. Recebeu um telegrama de felicitações de Albert Einstein. O casal tinha quatro filhos, Maria, Werner, Eilhard e Dieter. Depois da morte do seu marido, Henriette viveria 32 anos mais e morreu dia 3 de dezembro de 1938, em Viena. Boltzmann no julgamento dos seus contemporâneos e alunos Boltzmann era considerado um orador excelente. Muitos ouvintes das suas aulas elogiaram a clareza, a elegância estranha e a inteligibilidade das suas explicações. Lise Meitner escreveu que: ele foi um conferencista extraordinário, animado e espirituoso, discutindo com vivacidade, … com a capacidade de transferir seu entusiasmo aos ouvintes. Pelo contrário, as suas investigações científicas extensivas e palavrosas foram consideradas como dificilmente compreensíveis, não só por causa das suas fundamentações matemáticas exigentes. O julgamento de Maxwell é muito conhecido: Os estudos de Boltzmann não me permitiram de compreendê-lo. Ele não me compreendeu por causa da minha concisão, enquanto sua exaustividade foi um obstáculo para mim. Einstein forneceu a regra do teórico genial L. Boltzmann, de deixar o assunto da elegância aos costureiros e sapateiros.Existem numerosas anedotas que ilustram a falta de discurso social de Boltzmann. No ano de 1944, Stefan Meyer comentou em uma carta escrita a Hans Benndorf que os convites à casa dos Boltzmann são inesquecíveis por causa da sua ingenuidade e falta de jeito incríveis. Na mesma carta admite que "julgar Boltzmann a título de estas historinhas conduz a uma imagem errada e distorcida do grande e excelente cientista. Ele não foi um erudito importante, mas apesar de toda sua estranheza, ele foi um homem de bom coração, de forte sentimento de solidariedade familiar e de benevolência para os outros". No seu laudo necroscópico, Ostwald escreveu que "Boltzmann era um homem de forte perspicácia matemática que não deixou escapar nem a menor incoerência matemática. O mesmo homem, na vida diária, era de uma ingenuidade e inexperiência de uma criança!. Wilhelm Kienzl escreveu: "Ele teve uma educação muito boa, ao mesmo tempo a ingenuidade do seu caráter era notável e infantil". Gerhard Kowalewski, que conheceu com Boltzmann durante do seu professorado em Leipzig, notou: "A filantropia foi um traço essencial do seu caráter." O comentário de Lise Meitner foi parecido: "Um jeito suave, vulnerável e delicado … cheio de bondade, fé nos ideais e reverência das maravilhas das leis naturais". Trabalhos Ver também Colisão Medalha Boltzmann Leitura adicional Roman Sexl & John Blackmore (eds.), "Ludwig Boltzmann – Ausgewahlte Abhandlungen", (Ludwig Boltzmann Gesamtausgabe, Band 8), Vieweg, Braunschweig, 1982. John Blackmore (ed.), "Ludwig Boltzmann – His Later Life and Philosophy, 1900–1906, Book One: A Documentary History", Kluwer, 1995. ISBN 978-0-7923-3231-2 John Blackmore, "Ludwig Boltzmann – His Later Life and Philosophy, 1900–1906, Book Two: The Philosopher", Kluwer, Dordrecht, Países Baixos, 1995. ISBN 978-0-7923-3464-4 John Blackmore (ed.), "Ludwig Boltzmann – Troubled Genius as Philosopher", in Synthese, Volume 119, Nos. 1 & 2, 1999, pp. 1–232. Brush, Stephen G. (ed. & tr.), Boltzmann, Lectures on Gas Theory, Berkeley, CA: U. of California Press, 1964 Brush, Stephen G. (ed.), Kinetic Theory, Nova Iorque: Pergamon Press, 1965 Ligações externas "As atribulações de Ludwig Boltzmann" - artigo pelo sítio "Seara da Ciência" Membros da Academia de Ciências de Göttingen Membros estrangeiros da Royal Society Membros da Academia Real das Ciências da Suécia Físicos da Áustria Alunos da Universidade de Viena Matemáticos suicidas Cientistas suicidas Suicídios por enforcamento Pessoas com distúrbio bipolar Sepultados no Cemitério Central de Viena Naturais de Viena Suicidas da Áustria Doutores honoris causa da Universidade de Oslo
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A história do cinema do México começa no início do século XX, quando vários entusiastas do novo meio documentaram acontecimentos históricos — em especial a revolução mexicana — e produziram alguns filmes que só recentemente foram redescobertos. Durante os anos 20, foram produzidos muito poucos filmes, em grande parte devido à grande instabilidade do clima político. Nos anos 30, depois de chegar a paz e alguma estabilidade política, a cinematografia mexicana arrancou de vez, e foram feitos vários filmes que ainda experimentavam o novo meio. É importante notar o modo como os primeiros cineastas mexicanos foram influenciados e encorajados pela visita que Serguei M. Eisenstein fez ao país. Durante os anos 40, desenvolveu-se todo o potencial da indústria. Actores, actrizes e realizadores tornaram-se ícones populares e mesmo figuras com influência política em várias esferas da vida mexicana. A indústria mexicana recebeu um empurrão em consequência da reorientação dos esforços de Hollywood para filmes de propaganda, que deixou um espaço aberto para ser ocupado por outras indústrias. O México dominou o mercado cinematográfico da América Latina durante a maior parte dos anos 40, sem a competição da indústria norte-americana. É esta época que recebeu o nome de anos de ouro do cinema mexicano. Actores como Pedro Infante, Jorge Negrete, Cantinflas, os Irmãos Ramón Valdés, Manuel Valdés e Germán Valdés Tin Tán, Joaquín Pardave, María Félix e Dolores del Río ganharam popularidade. Gabriel Figueroa tornou-se um realizador aclamado internacionalmente, e Emilio Fernández e Luis Buñuel realizaram alguns dos filmes mais importantes do México. Os temas dos filmes desses anos, embora na maior parte apresentados no formato de dramas ou comédias convencionais, tocaram todos os aspectos da sociedade mexicana, desde o ditador do século XIX, Porfirio Díaz e a sua corte, até histórias de amor, sempre manchadas pelo drama. Era de ouro A chamada Época de Ouro do Cinema Mexicano, ou Era de Ouro do Cinema Mexicano, é um período na história do cinema mexicano entre 1936 e 1956, quando a indústria cinematográfica do país alcançou elevados níveis de qualidade na produção e sucesso econômico de seus filmes, além de ganhar um grande reconhecimento internacional. Foi neste período que a indústria cinematográfica mexicana tornou-se o centro de produção de filmes em língua espanhola. Nos anos anteriores à "época de ouro", o México produziu pouco mais de 30 filmes ao ano. Já na sua "Era de Ouro", eram produzidos uma média de 80 a 100 filmes por ano. A Época de Ouro do Cinema Mexicano coincidiu com as administrações de Lázaro Cardenas (1934-1940), Manuel Ávila Camacho (1940-1946) e Miguel Alemán Valdés (1946-1952), e estava relacionada a um crescimento econômico e prosperidade sem precedentes no país. Além disso, durante as décadas de 30 e 40, surgiu no país um movimento cultural chamado Muralismo, que promovia o renascimento da arte mexicana pela intervenção social e política através da arte. A época de ouro do cinema mexicano chegou ao seu auge quando Maria Candelária ganhou o Grande Prêmio no Festival de Cannes em 1946. Ver também Cinema Cultura do México México
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O bit (simplificação para dígito binário, em inglês, binary digit) é a menor unidade de informação que pode ser armazenada ou transmitida, usada na Computação e na Teoria da Informação. Um bit pode assumir somente 2 valores: 0 ou 1, corte ou passagem de energia, respectivamente. Embora os computadores tenham instruções (ou comandos) que possam testar e manipular bits, geralmente são idealizados para armazenar instruções em múltiplos de bits, chamados bytes. No princípio, byte tinha tamanho variável, mas, atualmente, o padrão de facto é oito bits, como definido pela ISO/IEC 2382-1:1993. Bytes de oito bits também são chamados de octetos. Existem, também, termos para referir-se à múltiplos de bits usando padrões prefixados, como quilobit (kb), megabit (Mb), gigabit (Gb), terabit (Tb) etc. Vale notar que a notação para bit utiliza um "b" minúsculo, em oposição à notação para byte, que utiliza um "B" maiúsculo (kB, MB, GB, TB). Fisicamente, o valor de um bit é, de maneira geral, armazenado como uma carga elétrica acima ou abaixo de um nível padrão em um único capacitor dentro de um dispositivo de memória, embora os bits possam ser representados, fisicamente, por vários outros meios. Uso Os meios e técnicas comumente usados são: Pela eletricidade, como já citado, por via da luz (em fibras ópticas, ou em leitores e gravadores de discos ópticos por exemplo), por via de ondas eletromagnéticas (rede sem fios), ou também, por via de polarização magnética (discos rígidos). Telecomunicações ou volume de tráfego em redes de computadores são geralmente descritos em termos de bits por segundo. Por exemplo, um modem de 56 kb/s é capaz de transferir dados a 56 quilobits em um único segundo (o que equivale a 6,8 quilobytes), 6,8 kB, com B maiúsculo para mostrar que estamos nos referindo a bytes e não a bits. A Ethernet transfere dados a velocidades que variam de 100 megabits por segundo a 1 gigabit por segundo (de 1,19 a 119 megabytes (mebibyte) por segundo). No Sistema Internacional (SI), os prefixos quilo-, mega-, etc às vezes têm o significado modificado quando aplicados a bits e bytes (até bits toleram cálculos decimais pois é pontual ou é 0 ou é 1, já bytes não pois se fala dos dados agrupados): para explicação, veja prefixos binários. Bit também é conceituado como a menor unidade de "informação" armazenável. Porém o bit (0 ou 1), apesar de ser um dado (fato não processado) não pode ser confundido como a menor "unidade de medida da informação", pois representa apenas valores que, somente em conjunto (octeto ou byte), formarão a informação em si, que é o produto do processamento desse conjunto de dados. O bit pode, todavia, ser a menor unidade de medida de informação se a representação de 0 ou 1 for considerada como booleana onde se define ligado e desligado, verdadeiro ou falso. Esta interpretação depende de fatores definidos em sistemas, principalmente em sistemas de automação, onde a informação de estar ligado um sensor em um ambiente considerando como informação 1 e estar desligado com informação 0, e em caso de acionamento de um sensor de presença com a informação 1 e permanecendo sem presença em 0. Cabe salientar que o bit é usado como unidade de medida, mas em transmissão de dados de forma serial. Em comunicação de dados é utilizada a definição métrica de um kilobyte (1.000 bits por kilobyte) - já a definição binária de um kilobyte (1.024 bits por kilobyte) é usado em áreas como armazenamento de dados (disco rígido, memória), mas não para expressar a largura de banda e taxa de transferência. Ver também Qubit Decimal ASCII Dispositivo de armazenamento Quilobit por segundo Kibibit por segundo Unidades de informação Terminologia informática
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Robert James "Bobby" Fischer (Chicago, 9 de março de 1943 – Reykjavík, 17 de janeiro de 2008) foi um grande mestre de xadrez estadunidense, naturalizado islandês, e décimo primeiro campeão mundial de xadrez, sendo o primeiro e único campeão nascido nos Estados Unidos. Em 1972, venceu o Campeonato Mundial de Xadrez ao derrotar o soviético Boris Spassky em um match disputado em Reykjavík, Islândia, considerado um confronto símbolo da Guerra Fria, o "Match do Século" atraiu um interesse midiático maior que qualquer outra partida de xadrez já disputada. Em 1975, Fischer recusou-se a defender seu título ao não chegar a um acordo com a Federação Internacional de Xadrez (FIDE) em relação ao modelo de disputa da partida. A desistência tornou Anatoly Karpov campeão do Torneio de Candidatos de 1974, o novo campeão mundial. Fischer demonstrava uma habilidade natural para o xadrez desde cedo. Aos 13 anos, venceu a chamada "Partida do Século" contra Donald Byrne. Começando em 1957, aos 14 anos, participou de oito Campeonatos de Xadrez dos Estados Unidos, vencendo todos com pelo menos 1 ponto de vantagem sobre seus oponentes. Aos 15, Fischer tornou-se o grande mestre de xadrez mais novo da história até então e o candidato mais novo ao campeonato mundial. Aos 20 anos de idade, Fischer venceu o Campeonato dos Estados Unidos de 1963–64 com uma pontuação de 11/11, a única pontuação perfeita da história do torneio. Seu livro My 60 Memorable Games, publicado em 1969, tornou-se um ícone da literatura de xadrez. Venceu o Torneio Interzonal de 1970 com uma distância recorde de 3½ pontos sobre o segundo colocado, vencendo 20 partidas consecutivas, incluindo duas com o placar perfeito de 6–0 no Torneio de Candidatos de 1971, algo inédito na história da competição. Em julho de 1971, tornou-se o primeiro número 1 oficial do ranking FIDE. Após perder o título mundial, Fischer tornou-se recluso e, de certa forma, excêntrico, desaparecendo tanto dos campeonatos de xadrez quanto da mídia. Em 1992, reapareceu em uma revanche contra Spassky, na Iugoslávia, país que, à época, estava sob embargo da ONU. Sua participação na partida gerou um conflito com o governo norte-americano, que requereu imposto de renda sobre o prêmio pela sua vitória, chegando a emitir um mandado de prisão a Fischer. Após esses acontecimentos, passou a viver no exílio. Em 2004, foi preso no Japão por utilizar-se de um passaporte que havia sido revogado pelo governo dos Estados Unidos. O parlamento islandês o ofereceu passaporte e cidadania islandeses, permitindo-o viver no país até sua morte em 2008. Fischer fez inúmeras contribuições adicionais para o xadrez. Na década de 1990, patenteou um sistema modificado de relógio de xadrez, que adiciona um incremento no tempo após cada movimento, sendo hoje a prática padrão em torneios de alto nível. Também é de sua invenção uma variante do jogo chamada "xadrez aleatório de Fischer" (também conhecida como "Chess960"). Vida e carreira Filho de pai alemão, Hans-Gerhardt Fischer, um biofísico e mãe suíça naturalizada norte-americana, Regina Wender, aprendeu a jogar xadrez aos seis anos com sua irmã mais velha, que o entretinha com diversos jogos (dentre eles o xadrez) enquanto a mãe ia trabalhar. Mudou-se cedo para a Califórnia e pouco tempo depois para Nova Iorque, onde pôde desenvolver-se em grandes clubes seculares como o Marshall e o Manhattan. Aos treze anos jogou a "Partida do Século" num torneio de Mestres em 1956 contra Donald Byrne, irmão de Robert Byrne, o qual também era Grande Mestre e foi vítima de uma das maiores partidas de Fischer no US-ch 1963, o qual Fischer venceu com 100% de aproveitamento, 13 em 13 possíveis e rating performance acima de 3000, feito igualado por Emanuel Lasker, na Alemanha. Fischer venceu também o campeonato americano oito vezes em oito participações (1957, 1958, 1959, 1960, 1961, 1962, 1963, 1965 e 1966), sendo a primeira aos catorze anos em 1957 e a segunda aos quinze, em 1958. Venceu jogadores tão fortes como Samuel Reshevsky (considerado pelo próprio Fischer como um dos dez melhores de todos os tempos - até então TOP 10), com tão pouca idade. De dezembro de 1962 até o fim da sua carreira, em 1992, Fischer venceu todos os torneios que disputou, exceto dois, nos quais terminou em segundo lugar: Capablanca Memorial, 1965, vencido por Boris Spassky e a Piatigorsky Cup, 1966, vencida por Smyslov. Geralmente Fischer vencia os abertos e grandes torneios de que participava com 3 ou 3,5 pontos de vantagem em relação ao segundo colocado. A principal façanha da sua carreira foi a classificação para chegar à final do mundial contra Spassky. Fischer venceu Taimanov (enxadrista top 10) por 6x0 num jogo melhor de 10. Fischer venceu Larsen (que era um dos cinco melhores jogadores do mundo) por 6x0 num jogo melhor de 10 e venceu Petrosian por 7,5x2,5 num jogo melhor de 10. Havia uma hegemonia russa desde quando Alekhine derrotou Capablanca em 1921. Após a recusa de Fischer de defender o título em 1975, a hegemonia de russos voltou e durou até o indiano Viswanathan Anand vencer o Mundial FIDE de 2000. Em 1992, Fischer voltou a disputar um encontro contra Boris Spassky. Mesmo Fischer estando 20 anos afastado, enquanto Spassky permaneceu ativo durante todo este tempo, Fischer venceu com relativa facilidade e introduziu diversas novidades teóricas. O match de 1992 foi jogado na Iugoslávia e terminou com 10 vitórias para Fischer e 5 derrotas. Fischer foi preso no Japão e lutou contra sua extradição para os Estados Unidos por quase um ano. A Islândia ofereceu cidadania a Fischer, tendo ele aceitado. Livre então pela cidadania islandesa, Fischer seguiu viagem para a Islândia chegando no dia 23 de março de 2005. Em eleição feita pelo principal periódico internacional de xadrez, o Sahovski Informator, Fischer foi considerado pelos grandes mestres como o melhor enxadrista do século XX, à frente de Kasparov. Fischer foi o único enxadrista a vencer por 6x0 dois matches no Torneio de Candidatos e também o único a jamais defender o título. Tinha memória extraordinária, capaz de memorizar mais de 20 partidas relâmpago consecutivas. Em consta QI = 187. Outras fontes indicam 184 e 181. Bobby Fischer morreu em 17 de janeiro de 2008, na Islândia, aos 64 anos. Participações em Olimpíadas Fischer fez parte da equipe dos EUA em quatro edições das Olimpíadas de Xadrez. Repertório de aberturas Com as brancas, adepto da Abertura do Peão do Rei, a qual defendia com a seguinte citação: Best by test. De negras, contra e4, utilizava a Defesa Siciliana, variante Najdorf. De negras, contra d4, c4 ou Cf3, jogou várias, a principal foi a Defesa Índia do Rei, depois a Grünfeld, dentre outras Defesas Índias. Citações "Os Estados Unidos são baseados em mentiras. São baseados em roubo (...) A história do país é basicamente o quê? Ganhar algo do nada. Certo? Tomar. Matar. Eles invadiram o país; roubaram as terras dos indígenas. Mataram quase todos eles. Trouxeram escravos para trabalhar os campos, construir o país. Certo? (...) Agora por quê o homem branco não veio à América de maneira civilizada, dizendo nós somos perseguidos na Europa, não temos liberdade de religião? Gostaríamos de vir aqui. Gostaríamos de assimilar. Gostaríamos de nos casar com suas mulheres, etc, certo? Mas não. Eles disseram estamos vindo aqui para tomar sua terra e matá-los, certo? (...) Essa é a história dos Estados Unidos, um país desprezível. Mesmo como garoto, eu nunca tive o menor interesse em história americana. Nunca! Eu sabia que havia algo de podre no Reino da Dinamarca". "Não sou um computador como os outros querem pensar. Botvinnik disse uma vez que calculo melhor que os demais, que sou uma máquina, um homem prodígio e também fui uma criança prodígio. Aqui não há prodígio algum. Sou meramente um homem, mas um homem extraordinário. Estudo e aprendo cada dia mais e mais, um dia hão de ser meus o carro mais caro e a casa mais bonita. Na América não há ninguém que possa comparar-se comigo. Fui campeão nacional 7 vezes o que começa a ser fatigante. Aos 14 anos fui campeão nacional, com 16 "grande mestre", com 27 anos sou o melhor do mundo e com 28 serei declarado oficialmente campeão mundial. Meu objetivo é que ninguém no planeta saiba "mexer as peças" melhor do que eu!" Robert James (Bobby) Fischer, 1971. "No final dos anos 1990 surgiu no ICC (Internet Chess Club) um jogador anônimo que superou muitos dos melhores jogadores do mundo em jogos relâmpago de 3 minutos, e rapidamente se disseminaram os boatos de que este jogador poderia ser Bobby Fischer. Nada ficou comprovado e até hoje não se sabe quem foi este jogador, mas um episódio envolvendo o vice-campeão mundial Nigel Short foi bastante marcante. Short havia sido informado sobre estas "aparições", mas não as levava a sério, até que em certa ocasião foi convidado por um guest para uma partida. Ele aceitou e o guest começou a jogar lances exóticos e passear com o Rei pela frente dos Peões logo nos primeiros lances. Porém, repentinamente, depois de intencionalmente ter degradado muito a própria posição, o guest passou a jogar lances fortíssimos e o venceu. Jogaram várias outras partidas, e em todas elas o guest passeava com o Rei, deteriorava a própria posição, e depois começava a jogar 'para valer' e vencia. Ao relatar o episódio, Short apresenta vários motivos para ter concluído que de fato foi Fischer quem o venceu daquela maneira. Short comentou que há alguns meses ele havia empatado em 12x12 um match relâmpago contra Kasparov, portanto não havia muitas pessoas no mundo que pudessem vencê-lo por 7x0 ou algo assim, sobretudo iniciando o jogo com handcap de roque e vários lances a mais, aliás, provavelmente só uma pessoa poderia ter feito isso: Bobby Fischer." Ver também Xadrez de Fischer Campeonato Mundial de Xadrez de 1972 Bobby Fischer Against the World Searching for Bobby Fischer Match Fischer–Spassky (1992) Ligações externas Criadores de xadrez Competidores das Olimpíadas de xadrez Negacionistas do Holocausto Jogadores de xadrez da Islândia Jogadores de xadrez dos Estados Unidos Naturais de Chicago Campeões mundiais de xadrez Teóricos do xadrez Teóricos da conspiração
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Gavião Gavião (futebolista) Gaviões (grupo indígena) Localidades Gavião (Bahia) Gavião (Eugenópolis) Gavião (Portugal) Gavião (Vila Nova de Famalicão) Gavião (freguesia)
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Hierarquia no Culto de Ifá Babalaô ou Ianifá Sacerdote do Orixá Orúnmilá-Ifá do Culto de Ifá. Após duas iniciações ("Mãos"), e sob a obediência a rígidos códigos morais, o babalaô recebe o direito de utilizar o opelé-ifá (ou Rosário de Ifá) e os iquins (sementes de dendezeiro). O merindilogum (Jogo de búzios) é franqueado somente aos Obaoriates e os Auofacãs (Aqueles que receberam a "primeira mão")são chamados também de Oluós. Às Iapetebis (Mulheres iniciadas a Ifá) usam o jogo de búzios chamados Ekuró. As omoifás também usam. Os Babaifás, que são da rama brasileira, onde as cores são o azul claro e branco. Hierarquia no culto aos egunguns Masculinos: Alapini (Sacerdote Supremo, Chefe dos alabás), Alagbá Sacerdote (Chefe de um terreiro), Ojê (iniciado com ritos completos), Ojê agbá (ojê ancião), Atocum (ojê que guia de Egum), Amuixã (iniciado com ritos incompletos), Alabê (tocador de atabaque). Alguns oiê dos ojê agbá: Baxorun, Ojê ladê, Exorun, Faboun, Ojé labi, Alaran, Ojenira, Akere, Ogogo, Olopondá. Femininos: Ialodê (responde pelo grupo feminino perante os homens), Iá egbé (líder de todas as mulheres), Iá monde (comanda as ató e fala com os Babá), Iá erelu (cabeça das cantadoras), erelu (cantadora), Iá agã (recruta e ensina as ató), ató (adoradora de Egun). Outros oiê: Ialé Alabá, Iaquequerê, Iá Monioiô, Iá Elemaxó, Iamorô. Açobá Supremo sacerdote do culto de Obaluaiê Babalossaim: Responsável pela colheita das folhas. Hierarquia no candomblé Queto Iá / Babá: significado das palavras iá do iorubá significa mãe, babá significa pai. Ialorixá / Babalorixá: Mãe ou Pai de Santo. É o posto mais elevado na tradição afro-brasileira. Iaquequerê (mulher): mãe-pequena, segunda sacerdotisa do axé ou da comunidade. Sempre pronta a ajudar e ensinar a todos iniciados. Babaquequerê (homem): pai-pequeno, segundo sacerdote do axé ou da comunidade. Sempre pronto a ajudar e ensinar a todos iniciados. Ialaxé ou Babalaxé: Mãe(pai) do axé, também sacerdote (a)do axé ou da comunidade e responsável por distribui o axé e cuida dos objetos ritual. Alabá: Cargo masculino, chefe dos Oiês. Em algumas casas é também chamado de Ogã. Pode desempenhar diversas tarefas de cunho espiritual e civil e não entra em transe. Mogbá: Cargo masculino específico do culto a Xangô. Ministro de Xangô. Tojú Obá: Cargo masculino específico do culto a Xangô. Olhos do Rei. Iyaegbé / Babaegbé: É a segunda pessoa do axé. Conselheira, responsável pela manutenção da Ordem, Tradição e Hierarquia. Agibonã ou Agibonã: É a mãe criadeira, supervisiona e ajuda na iniciação. Iamorô: Responsável pelo Ipadê de Exu. Iaefum ou Babaefum: Responsável pela pintura branca das Iaôs. Iadagã e Ossidagã: Auxiliam a Iamorô. Axogum: Sacerdote responsável pelo sacrifício dos animais. Dependendo do caso, no ritual de iniciação, este sacerdote pode assumir outro cargo, ja que axogum é um ogã. Aficobá: Responsável pelos sacrifícios dos animais de Xangô. Aficodé: Responsável pelos sacrifícios dos animais de Oxóssi. Iabassê: (mulher): Responsável no preparo dos alimentos sagrados as comidas-de-santo. Iyarubá: Carrega a esteira para o iniciando. Iatebexê: Mulher Responsável pelas cantigas nas festas públicas de candomblé. Aiybá: Bate o ejé nas obrigações. Ològun: Cargo masculino. Despacha os Ebós das obrigações, preferencialmente os filhos de Ogum, depois Odé e Obaluaiê. Oloya: Cargo feminino. Despacha os Ebós das obrigações, na falta de Ològun. São filhas de Oiá. Iyalabaké: A guardiã do alá de osaala. Iyatojuomó: Responsável pelas crianças do axé. Pejigã: O responsável pelos axés da casa, do terreiro. Alabê: Responsável pelos toques rituais, alimentação, conservação e preservação dos instrumentos musicais sagrados. (não entram em transe). Nos ciclos de festas é obrigado a se levantar de madrugada para que faça a alvorada. Se uma autoridade de outro axé chegar ao terreiro, o Alabê tem de lhe prestar as devidas homenagens. No Candomblé Queto, os atabaques são chamados de Ilú. Há também outros Ogãs como Gaipé, Runsó, Gaitó, Arrou, Arrontodé, etc. Ebomi são pessoas que já cumpriram o período de sete anos da iniciação (significado: meu irmão mais velho). Ogã: Tocadores de atabaques (não entram em transe). Ajoiê ou equede: Camareira do Orixá (não entram em transe). Na Casa Branca do Engenho Velho, as ajoiés são chamadas de equedes. No Terreiro do Gantois, de "Iarobá" e na Angola, é chamada de "makota de angúzo", "equede" é nome de origem Jeje, que se popularizou e é conhecido em todas as casas de Candomblé do Brasil. (em edição) Iaô: filho-de-santo (que já foi iniciado e entra em transe com o Orixá dono de sua cabeça), nem todo Iaô será um pai ou mãe de santo quando terminar a obrigação de sete anos. Ifá ou o jogo de búzios é que vai dizer se a pessoa tem cargo de abrir casa ou não. Caso não tenha que abrir casa o mesmo jogo poderá dizer se terá cargo na casa do pai ou mãe de santo além de ser um ebomi. Abiã: Novato. É considerada abiã toda pessoa que entra para a religião após ter passado pelo ritual de lavagem de contas e o bori. Poderá ser iniciada ou não, vai depender do Orixá pedir a iniciação. Sarepebê ou sarapebê é responsável pela comunicação do ebê (similar a relações públicas). Otun e Osy Axogun são os auxiliares do Axogum Apokan responsável pelo culto de Oluaiê e o Olubajé Hierarquia do candomblé Jeje Os vodunces da família de Dan são chamados de Megitó, enquanto que da família de Caviungo, do sexo masculino, são chamados de Doté; e do sexo feminino, de DonéNo Jeje-Maí Doté é o sacerdote, cargo ilustre do filho de Sobô Doné é a sacerdotisa, cargo feminino, esse título é usado no Terreiro do Bogum onde também são usados os títulos gaiacú e Mejitó. similar à Ialorixá No Jeje-Mina Casa das Minas Toivoduno NocheNo Kwé Ceja HoundéGaiacú, cargo exclusivamente feminino Equede Os cargos de Ogã na nação Jeje são assim classificados: Pejigã que é o primeiro Ogã da casa Jeje. A palavra Pejigã quer dizer “Senhor que zela pelo altar sagrado”, porque Peji = "altar sagrado" e Gan = "senhor". O segundo é o Runtó que é o tocador do atabaque Run, porque na verdade os atabaques Run, Runpi e Lé''' são Jeje. Hierarquia do Candomblé Banto Títulos Hierárquicos Banto, Angola, Congo Tata-de-inquice - Zelador. mameto-de-inquice - Zeladora. Tata Ndenge - pai-pequeno. Mametu Ndenge - mãe-pequena (há quem chame de Cota Tororó, mas não há nenhuma comprovação em dicionário, origem desconhecida). Tata Inganga Lumbido - Ogã, guardião das chaves da casa. Kambondos - Ogãs. Kambondos Kisaba ou Tata Kisaba - Ogã responsável pelas folhas. Tata Kivanda - Ogã responsável pelas imolações (mesmo que axogum). Tata Muloji - Ogã preparador dos encantamentos com as folhas e cabaças. Tata Mavambu - Ogã ou filho de santo que cuida da casa de Exu (de preferência homem, pois mulher não deve cuidar porque mulher menstrua e só deve mexer depois da menopausa, quando não menstruar mais, portanto, pelo certo as zeladoras devem ter um homem para cuidar desta parte, mas que seja pessoa de alta confiança). Mametu Mukamba - Cozinheira da casa, que por sua vez, deve de preferência ser uma senhora de idade e que não menstrue mais. Mametu Ndemburo - Mãe criadeira da casa(ndemburo = runko). Kota ou Maganga - Em outras nações EKEJI (todos os mais velhos que já passaram de 7 anos, mesmo sem dar obrigação, ou que estão presentes na casa, também são chamados de Kota). Tata Inganga Muzambo - babalaô - pessoa preparada para jogar búzios. Kutala - Herdeiro da casa. Mona inquice - Filho de santo. Mona muatu uá inquice - Filha de santo (mulher). Mona diala uá inquice - Filho de santo(homem). Tata numbi - Não rodante que trata de babá Egum (Ojé). Sacerdotes na África Banto (Angola-Congo). Divisão Sacerdotais no Brasil Angola - língua quimbundo - Congo - língua quicongo Mam’etu ria mukixi......sacerdotisa no Angola. Tat’etu ria mukixi......sacerdote no Angola. Nengua-a-inquice..........sacerdotisa no Congo. Inganga-a-inquice.........sacerdote no Congo. Mam’etu ndenge..........mãe-pequena no Angola. Tat’etu ndenge..........Pai-pequeno no Angola. Nengua ndumba...........mãe-pequena no Congo. Inganga dumba...........pai-pequeno no Congo. Kambundo ou Kambondo....todos os homens confirmados. Kimbanda................Feiticeiro, curandeiro. Tat'a Ngunzo............responsável pelo ngunzo (axé) da casa. E segredos dos orôs. Kisaba.................pai das sagradas folhas. Tata utala..............pai do altar. Kivonda.................Sacrificador de animais (Congo). Kambondo poko...........sacrificador de animais (Angola). Kuxika ia ngombe........Tocador (Congo). Muxiki..................tocador( Angola). Njimbidi................cantador. Kambondo mabaia.........responsável pelo barracão. Kota....................todas as mulheres confirmadas. Kota mbakisi............responsável pelas divindades. Hongolo matona..........especialista nas pinturas corporais. Kota ambelai............toma conta e atende aos iniciados. Kota kididi............toma conta de tudo e mantém a paz. Kota rifula.............responsável em preparar as comidas sagradas. Mosoioio................as (os) mais antigas. Kota manganza............título alcançado após a obrigação de 7 anos. Manganza.................título dado aos iniciados. Uandumba................designa a pessoa durante a fase iniciatória. Ndumbe..................designa a pessoa não iniciada. bibliografia Faraimará, o caçador traz alegria: Mãe Stella, 60 anos de iniciação, Raul Giovanni da Motta Lody, Stella (de Oxóssi, Mãe.), Pallas, 1999 Agadá: dinâmica da civilização africano-brasileira, Marco Aurélio Luz, Editora da Universidade Federal da Bahia, 2000 A familia de santo nos canbombles Jejes-Nagos de Bahia, Vivaldo da Costa Lima, Bahia, 2003 Diáspora africana Por Nei Lopes História e ritual da nação jeje na Bahia, Luis Nicolau Parés, Editora Unicamp, 2006 Candomblé: agora é Angola Por Ivete Miranda Previtall Ancestralidade Africana no Brasil: Mestre Didi, 80 anos, Juana Elbein dos Santos, SECNEB, Sociedade de Estudos da Cultura Negra no Brasil, 1997 Um vento sagrado: história de vida de um adivinho da tradição nagô-kêtu ... Por Muniz Sodré, Luís Filipe de Lima, 1942 O candomblé da Bahia: (rito nagô), Roger Bastide, Companhia Editora Nacional/MEC, 1978 Hierarquia Candomble
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Oriente — aspectos políticos e culturais da palavra Leste — ponto cardeal Oriente (banda) — grupo de rap brasileiro Oriente (São Paulo) — município
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O nome Rousseau pode-se referir a: Pessoas Jean-Jacques Rousseau - um filósofo iluminista Henri Rousseau - um pintor pós-impressionista Outros 2950 Rousseau Desambiguação
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Na tecnologia, a Inteligência Artificial (de sigla: IA; do inglês: Artificial Intelligence, de sigla: AI) é a inteligência demonstrada por máquinas ao executar tarefas complexas associadas a seres inteligentes, além de também ser um campo de estudo acadêmico, no qual o principal objetivo é de executar funções de modo autônomo. É um conceito amplo e que recebe tantas definições quanto significados diferentes à palavra inteligência. É possível considerar algumas características básicas desses sistemas, como a capacidade de raciocínio (aplicar regras lógicas a um conjunto de dados disponíveis para chegar a uma conclusão), aprendizagem (aprender com os erros e acertos para que no futuro possa agir de maneira mais eficaz), reconhecer padrões (tanto padrões visuais e sensoriais, como também padrões de comportamento) e inferência (capacidade de conseguir aplicar o raciocínio nas situações do nosso cotidiano). O desenvolvimento da área de estudo começou logo após a Segunda Guerra Mundial, com o artigo "Computing Machinery and Intelligence" do matemático inglês Alan Turing, e o próprio nome foi cunhado em 1956. Seus principais idealizadores foram os cientistas Herbert Simon, Allen Newell, John McCarthy, Warren McCulloch, Walter Pitts e Marvin Minsky. A construção de máquinas inteligentes interessa à humanidade há muito tempo, havendo na história tanto um registro significante de autômatos mecânicos (reais) quanto de personagens fictícios construídos pelo homem com inteligência própria, tais como o Golem e o Frankenstein. Tais relatos, lendas e ficções demonstram expectativas contrastantes do homem, de fascínio e de medo, em relação à Inteligência Artificial. Apenas recentemente, com o surgimento do computador moderno, é que a inteligência artificial ganhou meios e massa crítica para se estabelecer como ciência integral, com problemáticas e metodologias próprias. Desde então, seu desenvolvimento tem extrapolado os clássicos programas de xadrez ou de conversão e envolvido áreas como visão computacional, análise e síntese da voz, lógica difusa, redes neurais artificiais e muitas outras. Inicialmente, os modelos de IA visavam reproduzir o pensamento humano. Posteriormente, no entanto, tais modelos abraçaram a ideia de reproduzir capacidades humanas como criatividade, auto aperfeiçoamento e uso da linguagem. Porém, o conceito de inteligência artificial ainda é bastante difícil de se definir. Por essa razão, Inteligência Artificial foi (e continua sendo) uma noção que dispõe de múltiplas interpretações, não raro conflitantes ou circulares. Abordagens Principais Existem duas abordagens principais para a criação de Sistemas de Inteligência Artificial: O Simbolismo e o Conexionismo. A primeira, chamada de IA Simbólica, propõe a representação de conhecimento por meio da manipulação de símbolos, isto é, na forma de estruturas construídas por seres humanos, normalmente baseadas em noçoes de Lógica. Ela teve grande impulso durante uma fase onde foram criados muitos Sistemas Especialistas, muitos deles basados em Lógica de Primeira Ordem, implementados em Prolog, ou em linguagens de programação derivadas desta ou especializadas, como CLIPS. Normalmente programas desse tipo têm o conhecimento programado diretamente por seres humanos, o que levou a trabalhos de elicitação de conhecimento. Apesar do sucesso inicial dos Sistemas Especialistas, a grande dificuldade de levantar e registrar conhecimento a partir de humanos e o sucesso dos processos de aprendizado de máquina a partir de dados levou a dimimuição da importância dessa vertente. A segunda, chamada de IA Conexionista, se baseia em um modelo matemático inspirado no funcionamento dos neurônios, e depende do aprendizado de máquina baseado em grandes massas de dados para calibrar esse modelo, que normalmente começa com parâmetros aleatórios. Essa abordagem, apesar de proposta muito cedo, não encontrou computadores capazes de modelar problemas complexos, apesar de ter sucesso com problemas restritos de reconhecimento de padrão, o que só acontece a partir da década de 2010, com resultados extramemente fortes no final dessa década e no início da década de 2020, a partir de modelos contendo bilhões de parametros, como o GPT-3 e conceitos como Redes Neurais Profundas, Transformers, e Atenção. Em torno de 2022, a maior parte da pesquisa em IA gira em torno dos conceitos de Aprendizado de Máquina e Conexionismo, havendo também propostas para sistemas híbridos. Definição do termo A questão sobre o que é "inteligência artificial", mesmo como definida anteriormente, pode ser separada em duas partes: "qual a natureza do artificial" e "o que é inteligência". A primeira questão é de resolução relativamente fácil, apontando no entanto para a questão de o que poderá o homem construir. A segunda questão seria consideravelmente mais difícil, levantando a questão da consciência, identidade e mente (incluindo a mente inconsciente) juntamente com a questão de que componentes estão envolvidos no único tipo de inteligência que universalmente se aceita como estando ao alcance do nosso estudo: a inteligência do ser humano. O estudo de animais e de sistemas artificiais que não são modelos triviais começa a ser considerado como pauta de estudo na área da inteligência. Ao conceituar inteligência artificial, presume-se a interação com o ambiente, diante de necessidades reais como relações entre indivíduos semelhantes, a disputa entre indivíduos diferentes, perseguição e fuga; além da comunicação simbólica específica de causa e efeito em diversos níveis de compreensão intuitiva, consciente ou não. Suponhamos uma competição de cara ou coroa, cujos resultados sejam observados ou não. Se na segunda tentativa der o mesmo resultado que a primeira, então não existiam as mesmas chances para ambas opções iniciais. Claro que a coleta de informação em apenas duas amostragens é confiável apenas porque a quantidade de tentativas é divisível pelo número de opções de resultados prováveis. A verdade é que o conceito de cara ou coroa está associado a artigos de valor, como moedas e medalhas que podem evitar que as pessoas abandonem o jogo e induza os participantes a acompanhar os resultados até o final. Para manter a disposição do adversário em desafiar a máquina seria necessário aparentar fragilidade e garantir a continuidade da partida. Isso é muito utilizado em máquinas de cassino, sendo que vários apostadores podem ser induzidos a dispensar consideráveis quantias em apostas. A utilização de uma máquina de resultados pode compensar a ausência de um adversário, mas numa partida de xadrez, por exemplo, para que a máquina não precise armazenar todas as informações que excedem a capacidade de próprio universo imaginável são necessárias fórmulas que possam ser armazenadas para que então sejam calculadas por princípios físicos, lógicos, geométricos, e estatísticos para refletir o sistema completo em cada uma das suas partes; como a integração do Google com Wikipédia, por exemplo. Uma popular e inicial definição de inteligência artificial, introduzida por John McCarthy na famosa conferência de Dartmouth em 1956 é "fazer a máquina comportar-se de tal forma que seja chamada inteligente caso fosse este o comportamento de um ser humano." No entanto, esta definição parece ignorar a possibilidade de existir a IA forte (ver abaixo). Outra definição de Inteligência Artificial é a inteligência que surge de um "dispositivo artificial". A maior parte das definições podem ser categorizadas em sistemas que: "pensam como um humano; agem como um humano; pensam racionalmente ou agem racionalmente". História O conceito de inteligência artificial não é contemporâneo. Aristóteles, professor de Alexandre, o Grande, almejava substituir a mão de obra escrava por objetos autônomos, sendo essa a primeira idealização de Inteligência Artificial relatada, uma ideia que seria explorada muito tempo depois pela ciência da computação. O desenvolvimento dessa ideia se deu de forma plena no Século XX, com enfoque nos anos 50, com pensadores como Herbert Simon e John McCarthy. Os primeiros anos da IA foram repletos de sucessos – mas de uma forma limitada. Considerando-se os primeiros computadores, as ferramentas de programação da época e o fato de que apenas alguns anos antes os computadores eram vistos como objetos capazes de efetuar operações aritméticas e nada mais, causava surpresa o fato de um computador realizar qualquer atividade remotamente inteligente. O sucesso inicial prosseguiu com o General Problem Solver (Solucionador de problemas gerais) ou GPS, desenvolvido por Newell e Simon. Esse programa foi projetado para imitar protocolos humanos de resolução de problemas. Dentro da classe limitada de quebra-cabeças com a qual podia lidar, verificou-se que a ordem em que os seres humanos abordavam os mesmos problemas. Desse modo, o GPS talvez tenha sido o primeiro programa a incorporar a abordagem de “pensar de forma humana”. Desde o início os fundamentos da inteligência artificial tiveram o suporte de várias disciplinas que contribuíram com ideias, pontos de vista e técnicas para a IA. Os filósofos (desde 400 a.C.) tornaram a IA concebível, considerando as ideias de que a mente é, em alguns aspectos, semelhante a uma máquina, de que ela opera sobre o conhecimento codificado em alguma linguagem interna e que o pensamento pode ser usado para escolher as ações que deverão ser executadas. Por sua vez, os matemáticos forneceram as ferramentas para manipular declarações de certeza lógica, bem como declarações incertas e probabilísticas. Eles também definiram a base para a compreensão da computação e do raciocínio sobre algoritmos. Os economistas formalizaram o problema de tomar decisões que maximizam o resultado esperado para o tomador de decisões. Os psicólogos adotaram a ideia de que os seres humanos e os animais podem ser considerados máquinas de processamento de informações. Os linguistas mostraram que o uso da linguagem se ajusta a esse modelo. Os engenheiros de computação fornecem os artefatos que tornam possíveis as aplicações de IA. Os programas de IA tendem a ser extensos e não poderiam funcionar sem os grandes avanços em velocidade e memória que a indústria de informática tem proporcionado. Atualmente, a IA abrange uma enorme variedade de subcampos. Dentre esses subcampos está o estudo de modelos conexionistas ou redes neurais. Uma rede neural pode ser vista como um modelo matemático simplificado do funcionamento do cérebro humano. Este consiste de um número muito grande de unidades elementares de processamento, ou neurônios, que recebem e enviam estímulos elétricos uns aos outros, formando uma rede altamente interconectada. No processamento, são compostos os estímulos recebidos conforme a intensidade de cada ligação, produzindo um único estímulo de saída. É o arranjo das interconexões entre os neurônios e as respectivas intensidades que define as principais propriedades e o funcionamento de uma RN. O estudo das redes neurais ou o conexionismo se relaciona com a capacidade dos computadores aprenderem e reconhecerem padrões. Podemos destacar também o estudo da biologia molecular na tentativa de construir vida artificial e a área da robótica, ligada à biologia e procurando construir máquinas que alojem vida artificial. Outro subcampo de estudo é a ligação da IA com a Psicologia, na tentativa de representar na máquina os mecanismos de raciocínio e de procura. Nos últimos anos, houve uma revolução no trabalho em inteligência artificial, tanto no conteúdo quanto na metodologia. Agora, é mais comum usar as teorias existentes como bases, em vez de propor teorias inteiramente novas, fundamentar as informações em teoremas rigorosos ou na evidência experimental rígida, em vez de utilizar como base a intuição e destacar a relevância de aplicações reais em vez de exemplos hipotéticos. A utilização da IA permite obter não somente ganhos significativos de performance, mas também possibilita o desenvolvimento de aplicações inovadoras, capazes de expandir de forma extraordinária nossos sentidos e habilidades intelectuais. Cada vez mais presente, a inteligência artificial simula o pensamento humano e se alastra por nosso cotidiano. Em maio de 2017 no Brasil, foi criada a ABRIA (Associação Brasileira de Inteligência Artificial) com o objetivo de mapear iniciativas brasileiras no setor de  inteligência artificial, englobando os esforços entre as empresas nacionais e formação de mão de obra especializada. Esse passo reforça que, atualmente, a inteligência artificial é impactante no setor econômico. Investigação na IA experimental A inteligência artificial começou como um campo experimental nos anos 50 com pioneiros como Allen Newell e Herbert Simon, que fundaram o primeiro laboratório de inteligência artificial na Universidade Carnegie Mellon, e McCarty que juntamente com Marvin Minsky, que fundaram o MIT AI Lab em 1959. Foram eles alguns dos participantes na famosa conferência de verão de 1956 em Darthmouth College. Historicamente, existem dois grandes estilos de investigação em IA: IA "neats" e IA "scruffies". A IA "neats", limpa, clássica ou simbólica. Envolve a manipulação de símbolos e de conceitos abstractos, e é a metodologia utilizada na maior parte dos sistemas periciais. Paralelamente a esta abordagem existe a abordagem IA "scruffies", ou "coneccionista", da qual as redes neuronais são o melhor exemplo. Esta abordagem cria sistemas que tentam gerar inteligência pela aprendizagem e adaptação em vez da criação de sistemas desenhados com o objectivo especifico de resolver um problema. Ambas as abordagems apareceram num estágio inicial da história de IA. Nos anos 60s e 70s os coneccionistas foram retirados do primeiro plano da investigação em IA, mas o interesse por esta vertente da IA foi retomada nos anos 80s, quando as limitações da IA "limpa" começaram a ser percebidas. Pesquisas sobre inteligência artificial foram intensamente custeadas na década de 1980 pela Agência de Projetos de Pesquisas Avançadas sobre Defesa (“Defense Advanced Research Projects Agency”), nos Estados Unidos, e pelo Projeto da Quinta Geração (“Fifth Generation Project”), no Japão. O trabalho subsidiado fracassou no sentido de produzir resultados imediatos, a despeito das promessas grandiosas de alguns praticantes de IA, o que levou proporcionalmente a grandes cortes de verbas de agências governamentais no final dos anos 80, e em consequência a um arrefecimento da atividade no setor, fase conhecida como O inverno da IA. No decorrer da década seguinte, muitos pesquisadores de IA mudaram para áreas relacionadas com metas mais modestas, tais como aprendizado de máquinas, robótica e visão computacional, muito embora pesquisas sobre IA pura continuaram em níveis reduzidos. Campo de estudo Os principais pesquisadores e livros didáticos definem o campo como "o estudo e projeto de agentes inteligentes", onde um agente inteligente é um sistema que percebe seu ambiente e toma atitudes que maximizam suas chances de sucesso. Andreas Kaplan e Michael Haenlein definem a inteligência artificial como “uma capacidade do sistema para interpretar corretamente dados externos, aprender a partir desses dados e utilizar essas aprendizagens para atingir objetivos e tarefas específicas através de adaptação flexível”. John McCarthy, quem cunhou o termo em 1956 ("numa conferência de especialistas celebrada em Darmouth Colege" Gubern, Román: O Eros Eletrónico), a define como "a ciência e engenharia de produzir sistemas inteligentes". É uma área de pesquisa da computação dedicada a buscar métodos ou dispositivos computacionais que possuam ou multipliquem a capacidade racional do ser humano de resolver problemas, pensar ou, de forma ampla, ser inteligente. Também pode ser definida como o ramo da ciência da computação que se ocupa do comportamento inteligente ou ainda, o estudo de como fazer os computadores realizarem coisas que, atualmente, os humanos fazem melhor. Abordagens filosóficas Não existe uma teoria ou paradigma unificador que orienta a pesquisa de IA. Pesquisadores discordam sobre várias questões. Algumas das perguntas constantes mais longas que ficaram sem resposta são as seguintes: a inteligência artificial deve simular inteligência natural, estudando psicologia ou neurociência? Ou será que a biologia humana é tão irrelevante para a pesquisa de IA como a biologia das aves é para a engenharia aeronáutica? O comportamento inteligente pode ser descrito usando princípios simples e elegantes (como lógica ou otimização)? Ou ela necessariamente requer que se resolva um grande número de problemas completamente não relacionados? A inteligência pode ser reproduzida usando símbolos de alto nível, similares às palavras e ideias? Ou ela requer processamento "sub-simbólico"? John Haugeland, que cunhou o termo GOFAI (Good Old-Fashioned Artificial Intelligence - Boa Inteligência Artificial à Moda Antiga), também propôs que a IA deve ser mais apropriadamente chamada de inteligência sintética, um termo que já foi adotado por alguns pesquisadores não-GOFAI. Cibernética e simulação cerebral Nos anos de 1940 e 1950, um número de pesquisadores exploraram a conexão entre neurologia, teoria da informação e cibernética. Alguns deles construíram máquinas que usaram redes eletrônicas para exibir inteligência rudimentar, como as tartarugas de W. Grey Walter e a Besta de Johns Hopkins. Muitos desses pesquisadores se reuniram para encontros da Sociedade teleológica da Universidade de Princeton e o Ratio Club na Inglaterra. Em 1960, esta abordagem foi abandonada, apesar de seus elementos serem revividos na década de 1980. Sub-simbólica Inteligência computacional Interesse em redes neurais e "conexionismo" foi revivida por David Rumelhart e outros em meados de 1980. Estas e outras abordagens sub-simbólicas, como sistemas de fuzzy e computação evolucionária, são agora estudados coletivamente pela disciplina emergente inteligência computacional. IA forte e IA fraca Entre os teóricos que estudam o que é possível fazer com a IA existe uma discussão onde se consideram duas propostas básicas: uma conhecida como "forte" e outra conhecida como "fraca". Basicamente, a hipótese da IA forte considera ser possível criar uma máquina consciente, ou seja, afirma que os sistemas artificiais devem replicar a mentalidade humana. Inteligência artificial forte A investigação em Inteligência Artificial Forte aborda a criação da forma de inteligência baseada em computador que consiga raciocinar e resolver problemas; uma forma de IA forte é classificada como auto-consciente. A IA forte é tema bastante controverso, pois envolve temas como consciência e fortes problemas éticos ligados ao que fazer com uma entidade que seja cognitivamente indistinguível de seres humanos. A ficção científica tratou de muitos problemas desse tipo. Isaac Asimov, por exemplo, escreveu O Homem Bicentenário, onde um robô consciente e inteligente luta para possuir um status semelhante ao de um humano na sociedade. E Steven Spielberg dirigiu "A.I. Inteligência Artificial" onde um garoto-robô procura conquistar o amor de sua "mãe", procurando uma maneira de se tornar real. Por outro lado, o mesmo Asimov reduz os robôs a servos dos seres humanos ao propor as três leis da robótica. Stephen Hawking alertou sobre os perigos da inteligência artificial e considerou uma ameaça à sobrevivência da humanidade (ver: Rebelião das máquinas). Inteligência artificial fraca Trata-se da noção de como lidar com problemas não determinísticos. Uma contribuição prática de Alan Turing foi o que se chamou depois de Teste de Turing (TT), de 1950: em lugar de responder à pergunta "podem-se ter computadores inteligentes?" ele formulou seu teste, que se tornou praticamente o ponto de partida da pesquisa em "Inteligência Artificial". O teste consiste em se fazer perguntas a uma pessoa e um computador escondidos. Um computador e seus programas passam no TT se, pelas respostas, for impossível a alguém distinguir qual interlocutor é a máquina e qual é a pessoa. No seu artigo original ele fez a previsão de que até 2000 os computadores passariam seu teste. Pois bem, há um concurso anual de programas para o TT, e o resultado dos sistemas ganhadores é tão fraco (o último tem o nome "Ella") que com poucas perguntas logo percebe-se as limitações das respostas da máquina. É interessante notar que tanto a Máquina de Turing quanto o Teste de Turing talvez derivem da visão que Turing tinha de que o ser humano é uma máquina. Há quem diga que essa visão está absolutamente errada, do ponto de vista linguístico, já que associamos à "máquina" um artefato inventado e eventualmente construído. Dizem eles: "Nenhum ser humano foi inventado ou construído". Afirma-se ainda que a comparação, feita por Turing, entre o homem e a máquina é sinônimo de sua "ingenuidade social", pois as máquinas são infinitamente mais simples do que o homem, apesar de, paradoxalmente, se afirmar que a vida é complexa. No entanto, esta linha de raciocínio é questionável, afinal de contas, os computadores modernos podem ser considerados "complexos" quando comparados ao COLOSSUS (computador cujo desenvolvimento foi liderado por Tommy Flowers, em 1943), ou a qualquer máquina do início do século XX. A inteligência artificial fraca centra a sua investigação na criação de inteligência artificial que não é capaz de verdadeiramente raciocinar e resolver problemas. Uma tal máquina com esta característica de inteligência agiria como se fosse inteligente, mas não tem autoconsciência ou noção de si. O teste clássico para aferição da inteligência em máquinas é o Teste de Turing. Há diversos campos dentro da IA fraca, e um deles é o Processamento de linguagem natural, que trata de estudar e tentar reproduzir os processos de desenvolvimento que resultaram no funcionamento normal da língua. Muitos destes campos utilizam softwares específicos e linguagens de programação criadas para suas finalidades. Um exemplo é o chatbot Eliza, desenvolvido por Joseph Weizenbaum no laboratório de Inteligência Artificial do MIT entre os anos de 1964 e 1966. Outro exemplo bastante conhecido é o programa A.L.I.C.E. (Artificial Linguistic Internet Computer Entity, ou Entidade Computadorizada de Linguagem Artificial para Internet), um software que simula uma conversa humana. Programado em Java e desenvolvido com regras heurísticas para os caracteres de conversação, seu desenvolvimento resultou na AIML (Artificial Intelligence Markup Language), uma linguagem específica para tais programas e seus vários clones, chamados de Alicebots. Muito do trabalho neste campo tem sido feito com simulações em computador de inteligência baseado num conjunto predefinido de regras. Poucos têm sido os progressos na IA forte. Mas dependendo da definição de IA utilizada, pode-se dizer que avanços consideráveis na IA fraca já foram alcançados. Impossibilidade de Simulação Qualitativa Foi provado que um simulador qualitativo, completo e robusto não pode existir, ou seja, desde que o vocabulário entrada-saída seja usado (como num algoritmo QSIM), haverá sempre modelos de entrada que causam predições erradas na sua saída. Por exemplo, a noção de infinito é impossível ser tida por uma máquina finita (computador ou neurónios se produzirem apenas um número finito de resultados num número finito de tempo). Neste caso é um simples paradoxo matemático, porque são em número finito as combinações saídas de qualquer conjunto finito. Se a noção de infinito pudesse ser obtida por uma certa combinação finita, isso significaria que o infinito seria equivalente a essa sequência finita, o que é obviamente uma contradição. Por isso, o infinito e outras noções abstractas têm que ser pré-adquiridas numa máquina finita, não são aí programáveis. Críticas filosóficas e a argumentação de uma IA forte Muitos filósofos, sobretudo John Searle e Hubert Dreyfus, inseriram no debate questões de ordem filosófica e epistemológica, questionando qualquer possibilidade efetiva da IA forte. Seriam falsos, assim, os próprios pressupostos da construção de uma inteligência ou consciência semelhante à humana em uma máquina. Searle é bastante conhecido por seu contra-argumento sobre o Quarto Chinês (ou Sala Chinesa), que inverte a questão colocada por Minsky a respeito do Teste de Turing. Seu argumento diz que ainda que uma máquina possa parecer falar chinês por meio de recursos de exame comparativo com mostras e tabelas de referência, binárias, isso não implica que tal máquina fale e entenda efetivamente a língua. Ou seja, demonstrar que uma máquina possa passar no Teste de Turing não necessariamente implica um ser consciente, tal como entendido em seu sentido humano. Dreyfus, em seu livro O que os computadores ainda não conseguem fazer: Uma crítica ao raciocínio artificial, argumenta que a consciência não pode ser adquirida por sistemas baseados em regras ou lógica; tampouco por sistemas que não façam parte de um corpo físico. No entanto, este último autor deixa aberta a possibilidade de um sistema robótico baseado em Redes Neuronais, ou em mecanismos semelhantes, alcançar a inteligência artificial. Mas já não seria a referida IA forte, mas sim um correlato bem mais próximo do que se entende por IA fraca. Os revezes que a acepção primeira de Inteligência Artificial vem levando nos últimos tempos contribuíram para a imediata relativização de todo seu legado. O papel de Marvin Minsky, figura proeminente do MIT e autor de Sociedade da Mente, fora central para a acepção de uma IA linear que imitaria com perfeição a mente humana, mas seu principal feito foi construir o primeiro computador baseado em redes neurais, conhecido como Snark, tendo simplesmente fracassado pois nunca executou qualquer função interessante, apenas consumiu recursos de outras pesquisas mais promissoras. O primeiro neuro computador a obter sucesso (Mark I Perceptron) surgiu em 1957 e 1958, criado por Frank Rosenblatt, Charles Wightman e outros. Atualmente, no entanto, as vertentes que trabalham com os pressupostos da emergência e com elementos da IA fraca parecem ter ganhado proeminência do campo. As críticas sobre a impossibilidade de criar uma inteligência em um composto artificial podem ser encontradas em Jean-François Lyotard (O Pós-humano) e Lucien Sfez (Crítica da Comunicação); uma contextualização didática do debate encontra-se em Sherry Turkle (O segundo Eu: os computadores e o espírito humano). Pode-se resumir o argumento central no fato de que a própria concepção de inteligência é humana e, nesse sentido, animal e biológica. A possibilidade de transportá-la para uma base plástica, artificial, encontra um limite claro e preciso: se uma inteligência puder ser gerada a partir destes elementos, deverá ser necessariamente diferente da humana, na medida em que o seu resultado provém da emergência de elementos totalmente diferentes dos encontrados nos humanos. A inteligência, tal como a entendemos, é essencialmente o fruto do cruzamento da uma base biológica com um complexo simbólico e cultural, impossível de ser reproduzido artificialmente. Outros filósofos sustentam visões diferentes. Ainda que não vejam problemas com a IA fraca, entendem que há elementos suficientes para se crer na IA forte também. Daniel Dennett argumenta em Consciência Explicada que se não há uma centelha mágica ou alma nos seres humanos, então o Homem é apenas uma outra máquina. Dennett questiona por que razão o Homem-máquina deve ter uma posição privilegiada sobre todas as outras possíveis máquinas quando provido de inteligência. Alguns autores sustentam que se a IA fraca é possível, então também o é a forte. O argumento da IA fraca, de uma inteligência imitada mas não real, desvelaria assim uma suposta validação da IA forte. Isso se daria porque, tal como entende Simon Blackburn em seu livro Think, dentre outros, não existe a possibilidade de verificar se uma inteligência é verdadeira ou não. Estes autores argumentam que toda inteligência apenas parece inteligência, sem necessariamente o ser. Parte-se do princípio que é impossível separar o que é inteligência de fato do que é apenas simulação: apenas acredita-se ser. Estes autores rebatem os argumentos contra a IA forte dizendo que seus críticos reduzem-se a arrogantes que não podem entender a origem da vida sem uma centelha mágica, um Deus ou uma posição superior qualquer. Eles entenderiam, em última instância, máquina como algo essencialmente incapaz e sequer conseguem supô-la como capaz de inteligência. Nos termos de Minsky, a crítica contra a IA forte erra ao supor que toda inteligência derive de um sujeito - tal como indicado por Searle - e assim desconsidera a possibilidade de uma maquinaria complexa que pudesse pensar. Mas Minsky desconsidera o simples fato de que os maiores avanços na área foram conseguidos com "maquinaria complexa", também chamada por pesquisadores mais importantes de Inteligência Artificial Conexista. Se a crítica de Minsky fosse válida a maquina criada por Rosenblatt e Bernard Widrow não estaria em uso ainda hoje, e o Mark I Perceptron não seria o fundador da neuro-computação. Alguns pesquisadores importantes afirmam que um dos motivos das críticas de Minsky foi o fato de ter falhado com Snark. A partir daí começou a criticar essa área por não compreende-la completamente, prejudicando desde então pesquisas importantes sobre o assunto. O debate sobre a IA reflete, em última instância, a própria dificuldade da ciência contemporânea em lidar efetivamente com a ausência de um primado superior. Os argumentos pró-IA forte são esclarecedores dessa questão, pois são os próprios cientistas, que durante décadas tentaram e falharam ao criar uma IA forte, que ainda procuram a existência de uma ordem superior. Ainda que a IA forte busque uma ordem dentro da própria conjugação dos elementos internos, trata-se ainda da suposição de que existe na inteligência humana uma qualidade superior que deve ser buscada, emulada e recriada. Reflete, assim, a difícil digestão do legado radical da Teoria da Evolução, onde não existe positividade alguma em ser humano e ser inteligente; trata-se apenas de um complexo de relações que propiciaram um estado particular, produto de um cruzamento temporal entre o extrato biológico e uma complexidade simbólica. Resoluções de problemas com IA Uma das áreas mais estudadas por cientistas sobre Inteligência Artificial, é o processo de Resolução de Problemas, desde os mais simples até os mais complexos. Com base no estudos de comportamentos de indivíduos que resolvem problemas simples em laboratório, Allen Newell e Herbert Simon desenvolveram alguns programas para simular aspectos do comportamento inteligente e racional. Um de seus principais programas desenvolvidos, chamado 'General Problem Solver' (Solucionador de Problemas Gerais) pode ser resumido em poucas etapas: a primeira etapa consiste em gravar as declarações realizadas por alguns indivíduos que verbalizam seu pensamento enquanto resolvem os problemas. A seguir, o teórico ensaia algumas hipóteses acerca dos processos mentais que possivelmente estariam envolvidos no processo de elaboração de uma solução para o problema dado. A partir dessas hipóteses ele estrutura um programa que, em sua opinião, simulará o relato gravado. Finalmente, após processar esse programa no computador digital, ele compara o relato do indivíduo com o roteiro da máquina. Se os fluxos de palavras registrados no roteiro e no relatório forem razoavelmente semelhantes, então considera-se que uma explicação para o comportamento sob estudo foi obtida. Os pesquisadores do Projeto de Simulação Cognitiva admitem, neste caso, que as estratégias utilizadas pelo computador são análogas àquelas realizadas pelo indivíduo humano. Caso contrário, o programa deverá ser modificado com base nas discrepâncias encontradas durante o confronto de palavras. O mesmo procedimento é repetido até que um ajuste satisfatório seja obtido e o programa consiga passar pelo teste de Turing. Ou seja, até que os fluxos de palavras produzidas pelo computador e pelo sujeito humano sejam praticamente indistinguíveis para um examinador humano. Aplicações Práticas de Técnicas de IA Enquanto que o progresso direcionado ao objetivo final de uma inteligência similar à humana tem sido lento, muitas derivações surgiram no processo. Exemplos notáveis incluem as linguagens Lisp e Prolog, as quais foram desenvolvidas para pesquisa em IA, embora também sejam usadas para outros propósitos. A cultura hacker surgiu primeiramente em laboratórios de IA, em particular no MIT AI Lab, lar várias vezes de celebridades tais como McCarthy, Minsky, Seymour Papert (que desenvolveu a linguagem Logo), Terry Winograd (que abandonou IA depois de desenvolver SHRDLU). Muitos outros sistemas úteis têm sido construídos usando tecnologias que ao menos uma vez eram áreas ativas em pesquisa de IA. Alguns exemplos incluem: Sistemas Cognitivos Multi-Modais permitem que agentes conversacionais de software, também conhecidos como Chatbots, possam interagir através do raciocínio feito com dados Multi-Modais, isto é, além do texto da fala, o tom de voz, a orientação da cabeça, do corpo, expressões faciais, entre outras modalidades. Recentemente, Maira Gatti de Bayser e Jeffrey O. Kephart da IBM Research organizaram em conjunto com Rahul Divekar e Hui Su, do Instituto Politécnico Rensselaer, NY, a competição inovadora HUMAINE, que estreou na ANAC, IJCAI 2020. Nesta primera edição da competição, 2 agentes inteligentes interagem com um humano em um diálogo de negociação em uma plataforma Multi-Modal adaptada para a competição. Planejamento automatizado e escalonamento: a uma centena de milhões de quilômetros da Terra, o programa Remote Agent da NASA se tornou o primeiro programa de planejamento automatizado (autônomo) de bordo a controlar o escalonamento de operações de uma nave espacial. O Remote Agent gerou planos de metas de alto nível especificadas a partir do solo e monitorou a operação da nave espacial à medida que os planos eram executados – efetuando a detecção, o diagnóstico e a recuperação de problemas conforme eles ocorriam. Aplicações de Raciocínio baseado em casos: RBC tem sido utilizado em diversas aplicações como análise financeira, assessoramento de riscos, controle de processos, etc. Exemplos de aplicações de RBC incluem KRITIK, o CLAVIER na Lockheed, o CASELine na British Airways, PROTOS, CASEY, CASCADE, COMPOSER, etc.. Aplicações de Algoritmos genéticos: AG são aplicáveis em diversos problemas como escalonamento de horários, sistemas de potência e filogenética. O CS-1 foi o primeiro sistema de classificação aplicando AG. Avanço no processamento: o Deep Blue da IBM se tornou o primeiro programa de computador a derrotar o campeão mundial em uma partida de xadrez, ao vencer Garry Kasparov por um placar de 3,5 a 2,5 em um match de exibição em 11 de maio de 1997. Kasparov disse que sentiu “uma nova espécie de inteligência” do outro lado do tabuleiro. O valor das ações da IBM teve um aumento de 18 bilhões de dólares. Controle autônomo: o sistema de visão de computador ALVINN foi treinado para dirigir um automóvel, mantendo-o na pista. Ele foi colocado na minivan controlada por computador NAVLAB da CMU e foi utilizado para percorrer os Estados Unidos – ao longo de quase 4.600 km o ALVINN manteve o controle da direção do veículo durante 98% do tempo. Um ser humano assumiu o comando nos outros 2%, principalmente na saída de declives. A NAVLAB tem câmeras e vídeo que transmitem imagens da estrada para ALVINN, que então calcula a melhor forma de guiar, baseado na experiência obtida em sessões de treinamento anteriores. Diagnóstico: programas de diagnóstico médico baseados na analise probabilística foram capazes de executar tarefas no nível de um médico especialista em diversas áreas da medicina. Heckerman (1991) descreve um caso em que um importante especialista em patologia de gânglios linfáticos ridiculariza o diagnóstico de um programa em um caso especialmente difícil. Os criadores do programa sugeriram que ele pedisse ao computador uma explicação do diagnóstico. A máquina destacou os principais fatores que influenciaram sua decisão e explicou a interação sutil de vários sintomas nesse caso. Mais tarde, o especialista concordou com o programa. Planejamento logístico: durante a crise do Golfo Pérsico em 1991, as forças armadas dos Estados Unidos distribuíram uma ferramenta denominada Dynamic Analysis and Replanning Tool, ou DART, a fim de realizar o planejamento logístico automatizado e a programação de execução do transporte. Isso envolveu até 50 000 veículos, transporte de carga aérea e de pessoal ao mesmo tempo, e teve de levar em conta os pontos de partida, destinos, rotas e resolução de conflitos entre todos os parâmetros. As técnicas de planejamento da IA permitiram a geração em algumas horas de um plano que exigiria semanas com outros métodos. A Defense Advanced Research Project Agency (DARPA) declarou que essa única aplicação compensou com folga os 30 anos de investimentos da DARPA em IA. Robótica: muitos cirurgiões agora utilizam robôs assistentes em microcirurgias. O HipNav é um sistema que emprega técnicas de visão computacional para criar um modelo tridimensional da anatomia interna de um paciente, e depois utiliza controle robótico para orientar a inserção de uma prótese de substituição do quadril. Reconhecimento de linguagem e resolução de problemas: o PROVERB é um programa computador que resolve quebra-cabeças de palavras cruzadas melhor que a maioria dos seres humanos, utilizando restrições sobre possíveis preenchimentos de palavras, um grande banco de dados de quebra-cabeças anteriores e uma variedade fonte de informações que incluem dicionários e bancos de dados on-line, como uma lista de filmes e dos atores que participam deles. Por exemplo, ele descobre que a pista “Nice Story” pode ser resolvido por “ETAGE”, porque seu banco de dados inclui o par pista/solução ”Story in France/ETAGE” e porque reconhece que os padrões “Nice X” e “X in France” com frequência tem mesma solução. O programa não sabe que Nice é uma cidade da França, mas consegue resolver o quebra-cabeça. * Chinook foi declarado o campeão Homem-Máquina em Damas em 1994. Lógica incerta, uma técnica para raciocinar dentro de incertezas, tem sido amplamento usada em sistemas de controles industriais. Sistemas especialistas vêm sendo usados a uma certa escala industrial. Os sistemas especialistas foram um dos primeiros sucessos da IA, com o software Mycin. Os principais componentes de um Sistema especialista são uma base de conhecimento alimentada por um especialista, uma máquina de inferência e uma memória de trabalho. Sistemas especialistas em uso como o XCON/R1 da Digital Equipment Coporation sabem hoje muito mais do que um especialista humano em como configurar os seus sistemas de computação. Sistemas Tutoriais Inteligentes vem sendo usados para o aprendizado. Uma característica distintiva desta técnica é o modelo do estudante. * Sistemas tradutores, tais como SYSTRAN, têm sido largamente usados (no entanto, os resultados não são ainda comparáveis com tradutores humanos). Redes Neurais vêm sendo usadas em uma larga variedade de tarefas, de Sistema de detecção de intrusos a jogos de computadores. Sistemas de reconhecimento óptico de caracteres (OCR) podem traduzir letra escrita de forma arbitrária em texto. Reconhecimento de escrita a mão é usada em muitos Assistentes Pessoais Digitais. Atualmente existe um sistema de comparação de escrita forense a mão chamado CEDAR-FOX. * Reconhecimento de voz está disponível comercialmente e é amplamente usado. Sistemas de álgebra computacional, tais como Mathematica e Macsyma, são bons exemplos de aplicações de IA na solução de problemas algébricos. Sistemas com Visão computacional são usados em muitas aplicações industriais. Aplicações utilizando Vida Artificial são utilizados na indústria de entretenimento e no desenvolvimento da Computação Gráfica. Sistemas baseados na ideia de agentes artificiais, denominados Sistemas Multiagentes, têm se tornado comuns para a resolução de problemas complexos. Chatterbots (robôs de software para conversação), personagens virtuais que conversam em linguagem natural como se fossem humanos de verdade, são cada vez mais comuns na Internet. Eles podem ser criados com uma interface Web que permite programar a detecção de intenção da frase através de Algoritmos baseados em Aprendizagem de Máquina, tal como IBM Watson Assistant. Compliance & Mitigação de riscos, empresas como Experian, Dun and Bradstreet, Equifax, LexisNexis, UpLexis, Montax Big Data e eStracta utilizam IA na análise do risco de contratações a partir de consultas automáticas de megadados sobre pessoas e organizações disponíveis em bancos de dados públicos e privados. Aplicação na área da saúde, a introdução na medicina com a criação da IAM (Inteligência artificial na Medicina) propôs a ajuda mútua entre profissionais da saúde e da computação com a ideia de realizarem uma revolução na área médica. A partir dos anos 70 e 80, grandes universidades americanas iniciaram projetos para auxiliar no processo de diagnósticos, como MIT, Tufts University, Pittsburgh, entre outras. Esses programas rapidamente atraíram vários dos melhores cientistas da época, com os primeiros anos da realização dos projetos sendo até hoje referências na história da IAM, por terem sido extremamente ricos e produtivos. A visão da Inteligência Artificial substituindo julgamento humano profissional tem surgido muitas vezes na história do campo, em ficção científica e, hoje em dia, em algumas áreas especializadas onde "Sistemas Especialistas" são usados para melhorar ou para substituir julgamento profissional em engenharia e medicina, por exemplo. Aplicações no governo Os usos potenciais de IA no governo são amplos e variados, com a Deloitte considerando que "as tecnologias cognitivas podem eventualmente revolucionar todas as facetas das operações do governo". Mehr sugere que seis tipos de problemas governamentais são apropriados para aplicações de IA: Alocação de recursos - por exemplo, quando o suporte administrativo é necessário para concluir as tarefas mais rapidamente. Grandes conjuntos de dados - onde eles são muito grandes para os funcionários trabalharem de forma eficiente e vários conjuntos de dados podem ser combinados para fornecer maiores insights. Falta de especialistas - incluindo onde perguntas básicas podem ser respondidas e questões de nicho podem ser aprendidas. Cenário previsível - os dados históricos tornam a situação previsível. Procedural - tarefas repetitivas em que as entradas ou saídas têm uma resposta binária. Dados diversos - onde os dados assumem uma variedade de formas (como visuais e linguísticas) e precisam ser resumidos regularmente. Mehr afirma que "Embora as aplicações de IA no trabalho do governo não tenham acompanhado a rápida expansão da IA ​​no setor privado, os casos de uso em potencial no setor público refletem as aplicações comuns no setor privado." Os usos potenciais e reais da IA ​​no governo podem ser divididos em três categorias amplas: aqueles que contribuem para os objetivos de políticas públicas; aqueles que auxiliam nas interações públicas com o governo; e outros usos. Contribuição para os objetivos de políticas públicas Há uma série de exemplos de onde a IA pode contribuir para os objetivos de políticas públicas. Esses incluem: Receber benefícios por perda de emprego, aposentadoria, luto e nascimento de um filho quase imediatamente, de forma automatizada (portanto, sem exigir qualquer ação dos cidadãos) Prestação de serviços de seguro social Classificar chamadas de emergência com base em sua urgência (como o sistema usado pelo Corpo de Bombeiros de Cincinnati nos Estados Unidos) Detectando e prevenindo a propagação de doenças Auxiliar os funcionários públicos a fazer pagamentos de previdência e decisões de imigração Julgando audiências de fiança Triagem de casos de saúde Monitorar as redes sociais para obter feedback público sobre as políticas Monitorar as redes sociais para identificar situações de emergência Identificar reivindicações de benefícios fraudulentas Prevendo um crime e recomendando a presença policial ideal Previsão de congestionamento de trânsito e acidentes de carro Antecipando os requisitos de manutenção de estradas Identificação de violações de regulamentos de saúde Oferecendo educação personalizada aos alunos Avaliação de provas Auxiliar na defesa e segurança nacional (ver Inteligência artificial § Militares e Aplicações da inteligência artificial § Outros, respectivamente). Criando um Chatbot de saúde baseado em sintomas para diagnóstico Auxiliando nas interações públicas com o governo A IA pode ser usada para ajudar os membros do público a interagir com o governo e acessar serviços governamentais, por exemplo: Responder a perguntas usando assistentes virtuais ou chatbots (veja abaixo) Direcionar solicitações para a área apropriada dentro do governo Preencher formulários Auxiliar na pesquisa de documentos (por exemplo, pesquisa de marca registrada da IP Australia) Agendamento de compromissos Exemplos de assistentes virtuais ou chatbots usados ​​pelo governo incluem o seguinte: Lançado em fevereiro de 2016, o Australian Taxation Office tem um assistente virtual em seu site chamado "Alex". Em 30 de junho de 2017, Alex podia responder a mais de 500 perguntas, participou de 1,5 milhão de conversas e resolveu mais de 81% das dúvidas no primeiro contato. O National Disability Insurance Scheme (NDIS) da Austrália está desenvolvendo um assistente virtual chamado "Nadia", que assume a forma de um avatar usando a voz do ator Cate Blanchett. O objetivo do Nadia é auxiliar os usuários do NDIS a navegar no serviço. Custando cerca de US $ 4,5 milhões, o projeto foi adiado devido a uma série de questões. O Nadia foi desenvolvido usando o IBM Watson, no entanto, o governo australiano está considerando outras plataformas, como a Microsoft Cortana, para seu desenvolvimento posterior. O Departamento de Serviços Humanos do governo australiano usa assistentes virtuais em partes de seu site para responder a perguntas e incentivar os usuários a permanecer no canal digital. Em dezembro de 2018, um assistente virtual chamado "Sam" poderia responder a perguntas gerais sobre família, candidatos a emprego e pagamentos de estudantes e informações relacionadas. O Departamento também introduziu um assistente virtual voltado para o ambiente interno, denominado "MelissHR", para facilitar o acesso da equipe departamental às informações de recursos humanos. A Estônia está construindo um assistente virtual que orientará os cidadãos em todas as interações que eles tiverem com o governo. Serviços automatizados e proativos "empurram" os serviços para os cidadãos em eventos importantes de suas vidas (incluindo nascimentos, luto, desemprego, ...). Um exemplo é o registro automatizado de bebês quando nascem. Outros usos Outros usos da inteligência artificial pelo governo incluem: Tradução Interpretação de linguagem, pioneira pela Direção Geral de Interpretação da Comissão Europeia e Florika Fink-Hooijer. Elaboração de documentos Forças armadas Os Estados Unidos e outras nações estão desenvolvendo aplicativos de IA para uma série de funções militares. As principais aplicações militares de Inteligência Artificial e Aprendizado de Máquina são para aprimorar as Comunicações, Sensores, Integração e Interoperabilidade. A pesquisa de IA está em andamento nas áreas de coleta e análise de inteligência, logística, operações cibernéticas, operações de informação, comando e controle e em uma variedade de veículos semi-autônomos e autônomos. As tecnologias de Inteligência Artificial permitem a coordenação de sensores e efetores, detecção e identificação de ameaças, marcação de posições inimigas, aquisição de alvos, coordenação e deconflição de disparos de junção distribuídos entre veículos de combate e tanques em rede também dentro de equipes tripuladas e não tripuladas (MUM-T). A IA foi incorporada às operações militares no Iraque e na Síria. Os gastos militares anuais mundiais com robótica aumentaram de US$ 5,1 bilhões em 2010 para US$ 7,5 bilhões em 2015. Drones militares capazes de ação autônoma são amplamente considerados um ativo útil. Muitos pesquisadores de inteligência artificial procuram se distanciar das aplicações militares da IA. Aplicações na área da saúde Assistência médica A IA na área da saúde é frequentemente usada para classificação, seja para automatizar a avaliação inicial de uma tomografia computadorizada ou EKG ou para identificar pacientes de alto risco para a saúde da população. A amplitude de aplicações está aumentando rapidamente. Como exemplo, a IA está sendo aplicada ao problema de alto custo das questões de dosagem - onde as descobertas sugeriram que a IA poderia economizar US $ 16 bilhões. Em 2016, um estudo inovador na Califórnia descobriu que uma fórmula matemática desenvolvida com a ajuda de IA determinava corretamente a dose exata de medicamentos imunossupressores a serem administrados a pacientes com órgãos. A inteligência artificial está ajudando os médicos. De acordo com a Bloomberg Technology, a Microsoft desenvolveu IA para ajudar os médicos a encontrar os tratamentos certos para o câncer. Há uma grande quantidade de pesquisas e medicamentos desenvolvidos relacionados ao câncer. Em detalhe, são mais de 800 medicamentos e vacinas para tratar o câncer. Isso afeta negativamente os médicos, porque há muitas opções de escolha, tornando mais difícil escolher os medicamentos certos para os pacientes. A Microsoft está trabalhando em um projeto para desenvolver uma máquina chamada "Hanover". Seu objetivo é memorizar todos os papéis necessários ao câncer e ajudar a prever quais combinações de medicamentos serão mais eficazes para cada paciente. Um projeto que está sendo trabalhado no momento é o de combate à leucemia mielóide, um câncer fatal cujo tratamento não melhora há décadas. Outro estudo descobriu que a inteligência artificial era tão boa quanto médicos treinados na identificação de câncer de pele. Outro estudo está usando inteligência artificial para tentar monitorar vários pacientes de alto risco, e isso é feito perguntando a cada paciente várias perguntas com base em dados adquiridos de médico ao vivo para interações com o paciente. Um estudo foi feito com transferência de aprendizagem, a máquina realizava um diagnóstico semelhante a um oftalmologista bem treinado, e podia gerar uma decisão em 30 segundos sobre se o paciente deveria ou não ser encaminhado para tratamento, com mais de 95% de acerto. De acordo com a CNN, um estudo recente realizado por cirurgiões do Children's National Medical Center em Washington demonstrou com sucesso a cirurgia com um robô autônomo. A equipe supervisionou o robô enquanto ele realizava a cirurgia de tecidos moles, costurando o intestino de um porco durante a cirurgia aberta, e fazendo isso melhor do que um cirurgião humano, afirmou a equipe. A IBM criou seu próprio computador de inteligência artificial, o IBM Watson, que venceu a inteligência humana (em alguns níveis). O Watson tem se esforçado para obter sucesso e adoção na área de saúde. As redes neurais artificiais são usadas como sistemas de apoio à decisão clínica para diagnóstico médico, como em tecnologia de processamento de conceito em software EMR. Outras tarefas na medicina que podem ser potencialmente realizadas por inteligência artificial e estão começando a ser desenvolvidas incluem: Interpretação de imagens médicas auxiliada por computador. Esses sistemas ajudam a digitalizar imagens digitais, por exemplo, da tomografia computadorizada, para aspectos típicos e para destacar cortes conspícuos, como possíveis doenças. Uma aplicação típica é a detecção de tumores. Análise de batimentos cardíacos. Robôs companheiros para cuidar dos idosos Análise de registros médicos para fornecer informações mais úteis. Projetar planos de tratamento. Auxiliar em trabalhos repetitivos, incluindo o gerenciamento de medicamentos. Auxiliar deficientes visuais. Fornecer consultas. Fabricação e desenvolvimento de fármacos. Usando avatares no lugar de pacientes para treinamento clínico Estimar a probabilidade de morte em procedimentos cirúrgicos Estimar a progressão do HIV. Saúde e segurança no local de trabalho A IA pode aumentar o escopo das tarefas de trabalho em que um trabalhador pode ser removido de uma situação que acarreta riscos, como estresse, excesso de trabalho, lesões musculoesqueléticas, fazendo com que a IA execute as tarefas. Isso pode expandir a gama de setores de trabalho afetados, além da automação tradicional, para empregos de colarinho branco e de serviços, como medicina, finanças e tecnologia da informação. Por exemplo, os trabalhadores do call center enfrentam grandes riscos à saúde e segurança devido à sua natureza repetitiva e exigente e às suas altas taxas de micro vigilância. Os chatbots habilitados para IA reduzem a necessidade de humanos realizarem as tarefas mais básicas do call center. O aprendizado de máquina usado para análises de pessoas para fazer previsões sobre o comportamento do trabalhador pode ser usado para melhorar a saúde do trabalhador. Por exemplo, a análise de sentimento pode ser usada para detectar a fadiga e evitar o excesso de trabalho. Os sistemas de apoio à decisão têm uma capacidade semelhante de ser usado para, por exemplo, prevenir desastres industriais ou tornar a resposta a desastres mais eficiente. Para trabalhadores de manuseio manual de materiais, análises preditivas e inteligência artificial podem ser usadas para reduzir lesões musculoesqueléticas. Sensores vestíveis também podem permitir uma intervenção precoce contra a exposição a substâncias tóxicas, e os grandes conjuntos de dados gerados podem melhorar a vigilância da saúde no local de trabalho, avaliação de risco e pesquisa. A IA também pode ser usada para tornar o fluxo de trabalho de segurança e saúde no local de trabalho mais eficiente. Um exemplo é a codificação de pedidos de indenização trabalhista. Os sistemas de realidade virtual habilitados para IA podem ser úteis para treinamento de segurança para reconhecimento de perigo. A inteligência artificial pode ser usada para detectar com mais eficiência os quase acidentes, que são importantes na redução das taxas de acidentes, mas geralmente são subnotificados. Mídia e comércio eletrônico Algumas aplicações de IA são voltadas para a análise de conteúdo de mídia audiovisual, como filmes, programas de TV, vídeos publicitários ou conteúdo gerado pelo usuário. As soluções geralmente envolvem visão computacional, que é uma das principais áreas de aplicação da IA. Os cenários de caso de uso típicos incluem a análise de imagens usando técnicas de reconhecimento de objetos ou de rosto, ou a análise de vídeo para reconhecer cenas, objetos ou rostos relevantes. A motivação para usar a análise de mídia baseada em IA pode ser - entre outras coisas - a facilitação da pesquisa de mídia, a criação de um conjunto de palavras-chave descritivas para um item de mídia, monitoramento de política de conteúdo de mídia (como verificar a adequação do conteúdo para um determinado Tempo de exibição de TV), fala em texto para arquivamento ou outros fins, e a detecção de logotipos, produtos ou rostos de celebridades para a colocação de anúncios relevantes. As empresas de IA de análise de mídia geralmente fornecem seus serviços por meio de uma API REST que permite o acesso automático baseado em máquina à tecnologia e permite a leitura dos resultados por máquina. Por exemplo, IBM, Microsoft e Amazon permitem acesso a sua tecnologia de reconhecimento de mídia usando APIs RESTful. Deepfakes Em junho de 2016, uma equipe de pesquisa do grupo de computação visual da Universidade Técnica de Munique e da Universidade de Stanford desenvolveu o Face2Face, um programa que anima o rosto de uma pessoa alvo, transpondo as expressões faciais de uma fonte externa. A tecnologia foi demonstrada animando os lábios de pessoas, incluindo Barack Obama e Vladimir Putin. Desde então, outros métodos foram demonstrados com base na rede neural profunda, da qual o nome "deepfake" foi tirado. Em setembro de 2018, o senador americano Mark Warner propôs penalizar as empresas de mídia social que permitem o compartilhamento de documentos provenientes de deepfakes em sua plataforma. Vincent Nozick, pesquisador do Institut Gaspard Monge, encontrou uma maneira de detectar documentos fraudados analisando os movimentos da pálpebra. O DARPA (um grupo de pesquisa associado ao Departamento de Defesa dos EUA) doou 68 milhões de dólares para trabalhar na detecção de deepfakes. Na Europa, o programa Horizonte 2020 financiou o InVid, software desenvolvido para ajudar jornalistas a detectar documentos falsos. Deepfakes podem ser usados ​​para fins cômicos, mas são mais conhecidos por serem usados ​​para notícias falsas e boatos. Deepfakes de áudio e software de IA capaz de detectar deepfakes e clonar vozes humanas após 5 segundos de escuta também existem. Música Embora a evolução da música sempre tenha sido afetada pela tecnologia, a inteligência artificial permitiu, por meio de avanços científicos, emular, em certa medida, a composição semelhante à humana. Entre os esforços iniciais notáveis, David Cope criou uma IA chamada Emily Howell que conseguiu se tornar bem conhecida no campo de Algorithmic Computer Music. O algoritmo por trás de Emily Howell é registrado como uma patente dos Estados Unidos. O AI Iamus criou em 2012 o primeiro álbum clássico completo totalmente composto por um computador. Outros empreendimentos, como AIVA (Artificial Intelligence Virtual Artist), se concentram na composição de música sinfônica, principalmente música clássica para trilhas sonoras de filmes. Alcançou uma estreia mundial ao se tornar o primeiro compositor virtual a ser reconhecido por uma associação profissional musical. Inteligências artificiais podem até mesmo produzir música utilizável em um ambiente médico, com o esforço do Melomics de usar música gerada por computador para o alívio do estresse e da dor. Além disso, iniciativas como o Google Magenta, conduzido pela equipe do Google Brain, querem descobrir se uma inteligência artificial pode ser capaz de criar arte convincente. No Sony CSL Research Laboratory, o software Flow Machines criou canções pop aprendendo estilos musicais a partir de um enorme banco de dados de canções. Ao analisar combinações únicas de estilos e técnicas de otimização, ele pode compor em qualquer estilo. Outro projeto de composição musical de inteligência artificial, The Watson Beat, escrito pela IBM Research, não precisa de um grande banco de dados de música como os projetos Google Magenta e Flow Machines, uma vez que usa Reinforcement Learning e Deep Belief Networks para compor música em uma simples entrada inicial melodia e um estilo selecionado. Desde que o software foi de código aberto, músicos, como Taryn Southern, têm colaborado com o projeto para criar música. A canção de estreia da cantora sul-coreana Hayeon, "Eyes on You", foi composta usando IA que também foi supervisionada por compositores reais, incluindo NUVO. Publicação de notícias e redação A empresa Narrative Science disponibiliza comercialmente notícias e relatórios gerados por computador, incluindo resumos de eventos esportivos coletivos com base em dados estatísticos do jogo em inglês. Também cria relatórios financeiros e análises imobiliárias. Da mesma forma, a empresa Automated Insights gera recapitulações e visualizações personalizadas para o Yahoo Sports Fantasy Football. A empresa está projetada para gerar um bilhão de histórias em 2014, contra 350 milhões em 2013. A organização OpenAI também criou uma IA capaz de escrever textos. A Echobox é uma empresa de software que ajuda os editores a aumentar o tráfego postando artigos de forma "inteligente" em plataformas de mídia social, como Facebook e Twitter. Ao analisar grandes quantidades de dados, ele aprende como públicos específicos respondem a diferentes artigos em diferentes momentos do dia. Em seguida, ele escolhe as melhores histórias para postar e os melhores horários para postá-las. Ele usa dados históricos e em tempo real para entender o que funcionou bem no passado, bem como o que é tendência atualmente na web. Outra empresa, chamada Yseop, usa inteligência artificial para transformar dados estruturados em comentários e recomendações inteligentes em linguagem natural. Yseop é capaz de escrever relatórios financeiros, resumos executivos, vendas personalizadas ou documentos de marketing e muito mais a uma velocidade de milhares de páginas por segundo e em vários idiomas, incluindo inglês, espanhol, francês e alemão. O Boomtrain's é outro exemplo de IA projetado para aprender a melhor forma de envolver cada leitor individual com os artigos exatos - enviados pelo canal certo na hora certa - que serão mais relevantes para o leitor. É como contratar um editor pessoal para cada leitor individual para selecionar a experiência de leitura perfeita. A IRIS.TV está ajudando empresas de mídia com sua plataforma de programação e personalização de vídeo alimentada por IA. Ele permite que editores e proprietários de conteúdo apresentem conteúdo contextualmente relevante para o público com base nos padrões de visualização do consumidor. Além da automação de tarefas de escrita com entrada de dados, a IA mostrou um potencial significativo para os computadores se engajarem em trabalhos criativos de alto nível. AI Storytelling tem sido um campo ativo de pesquisa desde o desenvolvimento de TALESPIN por James Meehan, que inventou histórias semelhantes às fábulas de Esopo. O programa começaria com um conjunto de personagens que queriam atingir certos objetivos, com a história como uma narração das tentativas dos personagens de executar planos para satisfazer esses objetivos. Desde Meehan, outros pesquisadores trabalharam em AI Storytelling usando abordagens semelhantes ou diferentes. Mark Riedl e Vadim Bulitko argumentaram que a essência da narrativa era um problema de gerenciamento de experiência, ou "como equilibrar a necessidade de uma progressão coerente da história com a agência do usuário, o que geralmente está em desacordo". Embora a maioria das pesquisas sobre narração de histórias de IA tenha se concentrado na geração de histórias (por exemplo, personagem e enredo), também houve uma investigação significativa na comunicação de histórias. Em 2002, pesquisadores da North Carolina State University desenvolveram uma estrutura arquitetônica para a geração de prosa narrativa. Sua implementação particular foi capaz de reproduzir fielmente a variedade e complexidade de texto de uma série de histórias, como o capuz vermelho, com habilidade humana. Este campo específico continua a ganhar interesse. Em 2016, uma IA japonesa co-escreveu um conto e quase ganhou um prêmio literário. Hanteo Global, a organização que opera o único gráfico de registro em tempo real na Coreia do Sul, também utiliza um bot de jornalismo automatizado, que escreve artigos. Videogames Em videogames, a inteligência artificial é rotineiramente usada para gerar comportamento dinâmico e intencional em personagens não-jogadores (NPCs). Além disso, técnicas de IA bem conhecidas são usadas rotineiramente para encontrar caminhos. Alguns pesquisadores consideram a NPC AI em jogos um "problema resolvido" para a maioria das tarefas de produção. Jogos com IA mais atípica incluem o diretor de IA de Left 4 Dead (2008) e o treinamento neuroevolucionário de pelotões em Supreme Commander 2 (2010). AI também é usada em Alien Isolation (2014) como uma forma de controlar quais ações o Alien executará a seguir. Devido à forma como a inteligência do Alien é configurada, pode-se dizer que o Alien parece aprender mais sobre o jogador conforme o jogo continua e o Alien começa a agir de acordo Arte A inteligência artificial inspirou inúmeras aplicações criativas, incluindo seu uso para produzir arte visual. A exposição "Thinking Machines: Art and Design in Computer Age, 1959-1989" no MoMA oferece uma boa visão geral das aplicações históricas da IA ​​para arte, arquitetura e design. Exposições recentes que mostram o uso de IA para produzir arte incluem o benefício patrocinado pelo Google e o leilão na Gray Area Foundation em San Francisco, onde artistas experimentaram o algoritmo DeepDream e a exposição "Unhuman: Art in the Age of AI", que teve em Los Angeles e Frankfurt no outono de 2017. Na primavera de 2018, a Association of Computing Machinery dedicou uma edição de revista especial ao assunto de computadores e arte, destacando o papel do aprendizado de máquina nas artes. Em junho de 2018, "Duet for Human and Machine", uma obra de arte que permite aos espectadores interagir com uma inteligência artificial, estreou no Beall Center for Art + Technology. A Ars Electronica austríaca e o Museu de Artes Aplicadas de Viena abriram exposições sobre IA em 2019. O festival de 2019 da Ars Electronica "Fora da caixa" tematizou extensivamente o papel das artes para uma transformação social sustentável com IA. Pesquisadores Atualmente existem diversos pesquisadores de IA ao redor do mundo em várias instituições e companhias de pesquisa. Entre os muitos que fizeram contribuições significativas estão: Alan Turing (1912-1954) Foi um dos homens de maior importância não só para seu tempo, como para a atualidade. Com estudos que não só foram base para a existência da inteligência artificial, mas de quase todos os aparelhos eletrônicos já feitos. Criou seu famoso teste, o “Teste de Turing”, usado até hoje para descobrir o nível de inteligência de um programa de inteligência artificial. Esse teste não foi criado para analisar a capacidade de um computador de pensar por si mesmo, já que as máquinas são completamente incapazes disso, mas sim de identificar o quão bem ele pode imitar o cérebro humano. John McCarthy (1927-2011) Matemático, cientista, o criador do termo “inteligência artificial” e também o pai da linguagem de programação LISP. McCarthy foi considerado um dos primeiros homens a trabalhar no desenvolvimento da inteligência artificial e sempre disse que ela deveria interagir com o homem. Nascido na cidade de Boston, trabalhou na Universidade de Stanford e no Massachusetts Institute of Technology (MIT), além de ter vencido o prêmio Turing em 1972 e a Medalha Nacional de Ciência em 1991. Já a programação LISP, uma das maiores conquistas de McCarthy, surgiu em 1958 e serviu para facilitar o desenvolvimento da inteligência artificial. A linguagem é das mais antigas ainda em uso e foi usada pela primeira vez ao colocar um computador para jogar xadrez contra um adversário humano. Marvin Minsky (1927-2016) Natural de Nova Iorque, onde nasceu, o cientista recebeu diversos prémios internacionais pelo seu trabalho pioneiro no campo da inteligência artificial, incluindo em 1969, o Prêmio Turing, o maior prêmio em ciência informática. O cientista explorou a forma de dotar as máquinas de percepção e inteligência semelhantes à humana, criou mãos robóticas com capacidade para manipular objetos, desenvolveu novos marcos de programação e escreveu sobre assuntos filosóficos relacionados com a inteligência artificial. Minsky estava convencido de que o homem, um dia, desenvolveria máquinas que competiriam com a sua inteligência e via o cérebro como uma máquina cujo funcionamento pode ser estudado e reproduzido num computador, o que poderia ajudar a compreender melhor o cérebro humano e as funções mentais superiores. Raj Reddy (1937) Informático indiano naturalizado estadunidense, foi o primeiro asiático a vencer o Prêmio Turing. Entre suas contribuições para a IA estão a criação do Instituto de Robótica da CMU e demonstrações de diversos sistemas que usam alguma forma de IA. Entre esses sistemas, estão sistemas de: fala, controlados por voz, reconhecimento de voz, reconhecimento de voz independente do interlocutor, etc. Para Reddy, ao invés de substituir a humanidade, a tecnologia irá criar um novo tipo de humano que irá coexistir com seus antecessores enquanto se aproveita das vantagens de uma nova classe de ferramentas viabilizada pela tecnologia. Terry Winograd (1946) Winograd é um cientista da computação estadunidense, professor da Universidade Stanford, e codiretor do grupo de interação humano-computador de Stanford. É conhecido nas áreas de filosofia da mente e inteligência artificial por seu trabalho sobre língua natural usando o programa SHRDLU. Para Terry, não restam dúvidas de que a tecnologia da informática, mais precisamente a área de inteligência artificial, transformará as sociedades, introduzindo modificações socioeconômicas irreversíveis. Esse especialista procura saber se os seres humanos seriam capazes de construir máquinas que poderiam compreende-los, resolver seus problemas e dirigir suas vidas, além de buscar respostas sobre o que aconteceria se, algum dia, essas máquinas se tornassem mais inteligentes do que os próprios humanos que as criaram. Douglas Lenat (1950) Nascido na Filadélfia, Pensilvânia, se formou na Universidade da Pensilvânia. Douglas Bruce Lenat é o Diretor Executivo do Cycorp e foi também um pesquisador proeminente em inteligência artificial, recebendo o prêmio bianual IJCAI Computers and Thought em 1976 pela criação do programa de aprendizado de máquinas. Ele também trabalhou em simulações militares e em numerosos projetos para organizações governamentais, militares, científicas e de inteligência dos EUA. A missão de Lenat, no longo ciclo do projeto Cyc, iniciado em 1984, era de construir a base de uma inteligência artificial geral ao representar manualmente o conhecimento como axiomas lógicos contextualizados na linguagem formal com base em extensões ao cálculo de predicados de primeira ordem e em seguida, usar esse enorme motor de inferência de ontologia e a base de conhecimento contextualizada como um viés indutivo para automatizar e acelerar cada vez mais a educação contínua do próprio Cyc, via aprendizagem em máquina e compreensão da linguagem natural. Vantagens e Desvantagens da utilização da inteligência artificial Vantagens Redução de erros: Uma vez que são máquinas, a inteligência artificial é mais resistente e tem maior capacidade de suportar ambientes hostis, reduzindo as chances de falharem em seus propósitos, tendo a possibilidade de alcançar um maior grau de precisão. Exploração: Devido à programação dos robôs, eles podem realizar um trabalho mais laborioso e duro com maior responsabilidade. Assim, são capazes de ser utilizadas também em processos de exploração de minérios e de outros combustíveis, no fundo do oceano e, portanto, superar as limitações humanas. Aplicações diárias: Inteligência Artificial é amplamente empregada por instituições financeiras e instituições bancárias para organizar e gerenciar dados. A sua utilização está presente em vários mecanismos do nosso cotidiano como o GPS (global positioning system), a correção nos erros de digitação na ortografia, entre outros. Sem pausas: As máquinas, ao contrário dos seres humanos, não precisam de intervalos frequentes. Elas conseguem exercer vários horas de trabalho sem ficarem cansadas, distraídas ou entendiadas, apenas pela sua programação. Desvantagens Alto custo: o custo de produção das máquinas de IA são demasiados, o que se deve a complexidade e dificuldade de manutenção. O processo de recuperação de códigos perdidos, por exemplo, requer muito tempo e recursos. Falta de criatividade: A inteligência artificial não é desenvolvida ao ponto de atuar como o cérebro humano, de forma criativa. Ademais, o cérebro humano ainda não é suficientemente compreendido para que um dia possa ser simulado fielmente em uma forma artificial. Portanto, a ideia de replicar funções do cérebro humano é intangível. Causa o desemprego: Como são capazes de executar tarefas antes exclusivas aos humanos de maneira mais otimizada e eficiente, os mecanismos de inteligência artificial tendem a substituir a atividade humana em larga escala. O trabalho de uma máquina que possui inteligência artificial é, muitas vezes, mais viável que o trabalho humano, logo, a projeção de um crescimento no desemprego em função disso é coerente. Mitos sobre Inteligência Artificial Inteligência Artificial pode funcionar como nosso cérebro A IA, nas mais diversas áreas, acaba realizando apenas tarefas específicas ao contexto em que é aplicada. Cada sistema criado é limitado a um conjunto de atividades de cada finalidade: um bot. (diminutivo de robot) de atendimento vai trabalhar com ofertas de produtos, responder a dúvidas, negociar dívidas mas esse mesmo bot. não vai conseguir jogar xadrez ou guiar um veículo autônomo, por exemplo, já que não consegue elaborar estratégias funcionais e sim apenas executar comandos com base em alguma análise de dados relativa à sua função. Um sistema tão complexo e abrangente como o cérebro humano ainda é uma realidade distante. Os extraordinários avanços da neurociência mostram que o ser humano ainda está longe de compreender alguns mistérios do cérebro humano, entre eles, a incrível capacidade de criar, destruir e refinar ideias, ou seja, a criatividade. A IA é mais competente do que as pessoas em tarefas de análise, organização e até resolução de alguns problemas, mas ainda não é capaz de melhorar a si mesma, em diversos campos, e aprender coisas novas sem informações prévias. Grandes empresas já estão trabalhando na chamada ‘deep learning’ (aprendizagem profunda), um dos mais promissores campos da IA, que pretende fazer dos sistemas entidades capazes de aprender evolutivamente. Mas, ainda não é possível, e talvez nunca será, eliminar o fator humano, entre outros pontos, da própria avaliação de progresso dessa disciplina tecnológica. Inteligência Artificial eliminará todos os cargos de trabalho Um sistema que utiliza inteligência artificial pode armazenar e analisar bilhões de dados, realizar automaticamente tarefas com base nessa análise, fechar acordos, vender, controlar uma linha de produção etc., mas não é capaz de criar estratégias do zero. Além disso, tudo o que envolve humanização, sentimentos como empatia ou características como dedicação, mesmo em um contexto onde a IA se espalhe, ainda dependerá de uma interação entre o homem e a máquina. Empregos como os conhecemos hoje se transformarão, muitos inclusive deixarão de existir, mas tantos outros novos surgirão. Inteligência Artificial mudará o mundo em poucos anos Apesar de uma grande porcentagem das funções terem parte de seus processos automatizada, nos dias de hoje, menos de 10% das atividades podem ser inteiramente substituídas por tecnologia. Nas indústrias haverá uma ampla troca da mão de obra humana pela força de trabalho de máquinas automáticas e programas de computador que possam executar, automaticamente, tarefas repetitivas sem qualquer tipo de adversidade, já que não sofrem com todas as vulnerabilidades que um ser humano detém como cansaço, riscos de sofrer acidentes e mobilidade, além do fato de não gerar despesas para a organização a não ser com sua manutenção e funcionamento. Porém, como se trata de um ramo da ciência relativamente novo e que está em uma fase de desenvolvimento lenta e gradual, ainda pode demorar para que a inteligência artificial cause algum impacto, realmente, significativo para as relações dentro da sociedade. Ver também Alinhamento da inteligência artificial Inteligência artificial geral OpenAI Realidade simulada Redes neurais Robocode Transferência de energia sem fio Ligações externas Organizações relacionadas a IA Tecnologia na sociedade Filosofia da ciência Governo por algoritmo Aprendizagem de máquina Inteligência artificial em jogos Cibernética Ciências formais Tecnologias emergentes !Mais Teoria da História na Wiki (Mais Pretas)
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As religiões afro-brasileiras são aquelas originadas na cultura dos diversos povos africanos trazidos como escravos ao Brasil entre os séculos XVI e XIX, tendo um importante papel na preservação das tradições culturais dos diferentes grupos étnicos negros (afro-brasileiros). Atualmente há também um grande número de brancos e outros grupos étnicos que aderem a tais religiões, em especial o candomblé e a umbanda. Várias religiões afro-brasileiras absorveram, em maior ou menor grau, influências de religiões vindas da Europa, como o catolicismo e o espiritismo, e dos povos ameríndios. Além disso, elas recebem diversas denominações regionais. História Em quatro séculos de tráfico negreiro, cerca de 3,5 milhões de africanos aportaram no Brasil na condição de escravos, o equivalente a 37% do total da população do continente americano. Originários de diversas etnias: iorubás, fons, maís, hauçás, eués, axântis, congos, quimbundos, umbundos, macuas, lundas e diversos outros povos, cada qual possuía sua própria religião e cosmogonia. As religiões afro-brasileiras formaram-se em diferentes regiões e estados do Brasil e em diferentes momentos da história. Por isso, elas adotam não só diferentes formas rituais e diferentes versões mitológicas derivadas de tradições africanas diversificadas, como também adotam nome próprio diferente. Além disso, as religiões tradicionais africanas, bem como o islamismo, dos chamados malês (como os maís e hauçás), entraram em contato e absorveram maiores ou menores quantidades de elementos de religiões indígenas, do Catolicismo e, mais recentemente, da Doutrina Espírita. Entretanto, podem ser estabelecidas duas linhas principais de religiões africanas que tiveram maior influência no Brasil: As religiões dos negros bantos, vindos do sul e oeste da África (Angola, República Democrática do Congo), que originaram diferentes cerimônias celebradas especialmente no Rio de Janeiro (como o candomblé bantu, e a umbanda). São também elementos folclóricos bantos, por exemplo, as festas de bumba-meu-boi, lutas de capoeira, jogos de dança, e o samba; As religiões dos negros iorubás e jejes, originados da Costa da Mina (em especial a Nigéria), cuja influência é predominante no Nordeste brasileiro, com os candomblés baianos (como o candomblé Queto e o candomblé jeje). A organização das religiões negras no Brasil deu-se bastante recentemente. Quando, nas últimas décadas do , no período final da escravidão, os povos africanos trazidos em levas para o Brasil foram assentados nas cidades, puderam viver com maior contato uns com os outros, num processo de interação e liberdade de movimentos que antes não conheciam. A fixação urbana dos escravizados forneceu as condições favoráveis à sobrevivência de algumas tradições religiosas africanas, com o aparecimento de grupos de culto organizados. Estatísticas Segundo dados do censo oficial do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística de 2010, apenas 0,3% da população brasileira se declarou como adepta de religiões de origem africana. A Região Sul é a que apresenta a maior população relativa (0,6%), enquanto as regiões Norte e Centro-Oeste apresentaram as menores (0,1%). O censo revelou ainda uma forte concentração de afro-religiosos em municípios do sul do Rio Grande do Sul, na fronteira com o Uruguai, bem como na zona pantaneira do Mato Grosso do Sul, nas zonas metropolitanas de São Paulo e do Rio de Janeiro, no Triângulo Mineiro, no Recôncavo Baiano e nas proximidades da cidade de Codó (Maranhão). Nesses locais, o percentual varia de de 0,6% a 5,9% dos habitantes destes municípios, índices muito acima da média nacional. Os cinco estados com a maior proporção de afro-religiosos são o Rio de Janeiro (1,61% ), Rio Grande do Sul (0,94%), São Paulo (0,42%), Bahia (0,33%) e Mato Grosso do Sul (0,26%). Características Crenças No tocante especificamente ao candomblé, crê-se na sobrevivência da alma após a morte física (os Eguns), e na existência de espíritos ancestrais que, caso divinizados (os Orixás, cultuados coletivamente), não materializam; caso não divinizados (os egunguns), materializam em vestes próprias para estarem em contato com os seus descendentes (os vivos), cantando, falando, dando conselhos e auxiliando espiritualmente a sua comunidade. Observa-se que o conceito de "materialização" no Candomblé, é diferente do de "incorporação" na Umbanda ou na Doutrina Espírita. Em princípio os Orixás só se apresentam nas festas e obrigações para dançar e serem homenageados. Não dão consulta ao público assistente, mas podem eventualmente falar com membros da família ou da casa para deixar algum recado para o filho. O normal é os Orixás se expressarem através do jogo de Ifá (oráculo) e merindilogum. Dependendo da nação ou linha de candomblé, os candomblés tradicionais não fazem, a princípio, contato com espíritos através da incorporação para consultas, sendo a prática possível, porém não aceita. Já o candomblé de caboclo tem uma ligação muito forte com caboclos e exus que incorporam para dar consultas, sendo estes caboclos diferentes daqueles cultuados na umbanda. Existem ainda os candomblés cujos pais de santo eram da umbanda e passaram para o candomblé que cultuam paralelamente os Orixás e os guias de umbanda. No candomblé, todo e qualquer espírito deve ser afastado principalmente na hora da iniciação, para não correr o risco de um deles incorporar na pessoa e se passar por orixá. O iaô recolhido é monitorado dia e noite, recorrendo-se ao Ifá ou jogo de búzios para detectar a sua presença. A cerimônia só ocorre quando este confirma a ausência de eguns no ambiente de recolhimento. Afastam-se todo e qualquer espírito (egum), ou almas penadas, forças negativas, influências negativas trazidas por pessoas de fora da comunidade. Acredita-se que pessoas trazem consigo boas e más influências, bons e maus acompanhantes (espíritos). Através do jogo de Ifá, poder se determinar se essas influências são de nascimento Odu, de destino ou adquiridas de alguma forma. Os espíritos são cultuados, nas casas de candomblé, em uma casa em separado, sendo homenageados diariamente, uma vez que, como Exu, são considerados protetores da comunidade. Existem orixás que já viveram na terra, como Xangô, Oiá, Ogum, Oxóssi. Viveram e morreram. Os que teriam feito parte da criação do mundo teriam se retirado para o Orum, caso de Obatalá e outros chamados Orixá funfum (branco). Existem as árvores sagradas, que são as mesmas das religiões tradicionais africanas, onde os orixás são cultuados pela comunidade, como é o caso de Irocô, Apaocá, Acocô, e também os orixás individuais de cada pessoa, que são parte do Orixá em si e a ligação da pessoa iniciada com o orixá divinizado, o Ou seja, numa pessoa que é de Xangô, seu orixá individual seria uma parte daquele Xangô divinizado com todas as suas características ou, como chamam, arquétipo. Existe muita discussão sobre o assunto: uns dizem que o orixá pessoal é uma manifestação de dentro para fora, do Eu de cada um ligado ao orixá divinizado; outros dizem ser uma incorporação, mas isso é rejeitado por muitos membros do candomblé que justificam que o culto aos egunguns não é de incorporação e sim de materialização. Espíritos (Eguns) são despachados (afastados) antes de toda cerimônia ou iniciação do candomblé. Iniciação Nas religiões afro-brasileiras, vários termos são usados para designar iniciação. Cada uma das religiões tem seus termos próprios, iniciação, feitura, feitura de santo, raspar santo, são mais usados nos terreiros de candomblé, Candomblé de Caboclo, Cabula, Omolocô, tambor de Mina, Xangô do Nordeste, Xambá, no Batuque usa-se o termo fazer a cabeça ou feitura. No Culto de Ifá e no Culto aos egunguns usam o termo iniciação porém os preceitos são diferentes das outras religiões. No candomblé o período de iniciação é de, no mínimo, sete anos. Se inserem os rituais de passagem, que indicam os vários procedimentos dentro de um período de reclusão, que geralmente é de 21 dias (podendo chegar a 30 dias dependendo da região), o aprendizado de rezas, cantigas, línguas sagradas, uso das folhas (folhas sagradas), catulagem, raspagem, pintura, imposição do adoxu e apresentação pública. É individual e faz parte dos preceitos de cada pessoa que entra para a religião dos orixás. No candomblé Jeje, a iniciação ao culto dos voduns é complexa e longa, de, no mínimo, sete anos. O período de reclusão pode chegar a durar um ano, que pode envolver longas caminhadas a santuários e mercados, dentro do convento ou terreiro humpame, onde os neófitos são submetidos a uma dura rotina de danças, preces, aprendizagem de línguas sagradas e votos de segredo e obediência. A princípio, nessas cerimônias, tem de haver o desprendimento total. Na iniciação considera-se que é necessário morrer metaforicamente para renascer com outro nome para uma nova vida. No candomblé Queto, há o Oruncó do Orixá (só dito em público no dia do nome). Já no Candomblé bantu, além do nome do inquice (jamais revelado), há também a dijina pela qual será chamado o iniciado pelo resto da vida. Quando uma pessoa iniciada morre é feito o desligamento do Egum, Invumbe, na cerimônia fúnebre e no Axexê, conhecido pelos nomes de sirrum e zerim, que varia dependendo do grau iniciático do falecido. Objetos de culto São considerados objetos sagrados de culto nas religiões afro-brasileiras os atabaques, assentamentos, roupas, fio de contas e adereços dos Orixás. Sincretismo Uma característica muito presente nas religiões afro-brasileiras é o sincretismo religioso. Herkowitz (1958, apud HURBON, 1987) utiliza o conceito de reinterpretação para explicar esse fenômeno, o processo pelo qual antigas significações são atribuídas a novos elementos ou novos valores, o que muda a significação cultural das formas antigas". A reinterpretação se faz em função do quadro cultural preexistente e das novas reorientações que ele se dá em presença de situações novas. No caso da escravidão africana nas Américas, "as antigas significações" se referem à bagagem cultural do povos africanos traficados, que tiveram de se adaptar às "situações novas", ou seja, a negação de suas culturas em terras americanas e a imposição do catolicismo ou do protestantismo, dependendo da região. Roger Bastide não nega o conceito de reinterpretação de Herkowitz, mas defende que a reinterpretação também está ligada às estruturas e mobilidades sociais. Defende que o fenômeno da reinterpretação está em parte condicionado pela discriminação entre classes sociais e em parte condicionado pela discriminação racial dentro da Igreja (como ocorreu no Brasil). Distingue ainda a aculturação material (com suporte nos conteúdos culturais em contato, onde está inserido o sincretismo religioso) e a aculturação formal (baseada na mudança de mentalidade). Essas, entre outras hipóteses, explicam como foi possível no Brasil a existência, por exemplo, do culto a Ogum (orixá guerreiro dos iorubás) "disfarçado" de reverência ao guerreiro católico São Jorge da Capadócia. Ou ainda, a correlação entre os santos gêmeos São Cosme e São Damião e os os ibêjis, orixás gêmeos dos iorubás. Orixás e santos católicos O sincretismo dos orixás com os santos católicos pode variar entre Umbanda e Candomblé, bem como de região para região ou de templo para templo. ' Principais religiões As religiões afro-brasileiras possuem diferentes influências e denominações regionais. Dentre as religiões com influência principal das culturas "sudanesas", isto é, dos povos iorubás e jejes, estão:G1 lista terreiros de candomblé na BA e dá dicas para frequentar templos Babaçuê (PA) Batuque (RS) Candomblé jeje (BA) Candomblé Queto (BA, RJ, SP) Tambor de Mina (MA, PA) Xangô (PE) Entre as religiões com influência dos povos bantos (quimbundos), estão: Cabula (ES) Candomblé bantu ou angola (BA, RJ, SP) Candomblé de caboclo (BA) Catimbó (PB, PE) Macumba (RJ, SP) Pajelança (AM, PA, MA) Toré (SE) Umbanda (RJ, SP e todo o Brasil) Xambá (AL, PB, PE) Enfim, outras religiões afro-brasileiras: Culto aos egunguns (BA) Encantaria Catimbó-jurema de terreiro Jurema sagrada Quimbanda Quiumbanda Omolocô Terecô Bibliografia BASTIDE, R. The African religions of Brazil: Toward a sociology of the interpenetration of civilizations. Baltimore: Johns Hopkins University Press, 1978. link. [Ed. original: Les religions africaines au Brésil, PUF, 1960; As religiões africanas no Brasil, 1971.] CARNEIRO, A. Os mitos africanos no Brasil: ciência do folclore. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1937. link. CAROSO, Carlos; BACELAR, Jeferson (Orgs.). Faces da tradição afro-brasileira: religiosidade, sincretismo, anti-sincretismo, reafricanização, práticas terapêuticas, etnobotânica e comida. Rio de Janeiro: Pallas; Salvador: CEAO, 1999. COSTA, V.; GOMES, F. (org.). Religiões Negras no Brasil: da Escravidão à Pós-emancipação. São Paulo: Selo Negro, 2016. link. FERRETTI, M.; FERRETTI, S. (coord.). Diversidade religiosa afro-brasileira: denominações menos pesquisadas. 21ª Reunião da Associação Brasileira de Antropologia, Vitória, ES, 1998. link. JENSEN, T. G. Discursos sobre as religiões afro-brasileiras: da desafricanização para a reafricanização. Rev. Estud. Relig., v. 1, n. 1, p. 1-21, 2001. link. PRANDI, R. Modernidade com feitiçaria: candomblé e umbanda no Brasil do . 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Graphics Interchange Format ou GIF ( ou , em português: formato para intercâmbio de gráficos) é um formato de imagem de bitmap que foi desenvolvido por uma equipe do provedor de serviços on-line CompuServe, liderado pelo cientista de computação americano Steve Wilhite em 15 de junho de 1987. Desde então, tem vindo a ser amplamente utilizado na World Wide Web devido ao seu amplo suporte e portabilidade entre muitas aplicações e sistemas operacionais. O formato suporta até 8 bits por pixel para cada imagem, permitindo que uma única imagem faça referência à sua própria paleta de até 256 cores diferentes escolhidas no espaço de cores RGB de 24 bits. Também suporta animações e permite uma paleta separada de até 256 cores para cada quadro. Essas limitações de paleta tornam o GIF menos adequado para reproduzir fotografias coloridas e outras imagens com gradientes de cor, mas é adequado para imagens mais simples, como gráficos ou logotipos com áreas de cores sólidas. Compactação As imagens GIF são compactadas usando a técnica de compactação de dados sem perdas Lempel–Ziv–Welch (LZW) para reduzir o tamanho do arquivo sem degradar a qualidade visual. Essa técnica de compactação foi patenteada em 1985. A controvérsia sobre o contrato de licenciamento entre o detentor da patente do software, Unisys e CompuServe em 1994, estimulou o desenvolvimento do padrão Portable Network Graphics (PNG). Em 2004, todas as patentes relevantes expiraram. Terminologia Como substantivo, a palavra GIF é encontrada nas edições mais recentes de muitos dicionários. Em 2012, a ala americana da Oxford University Press reconheceu o GIF como um verbo, significando "criar um arquivo GIF", como em "GIFing foi uma maneira perfeita para compartilhar cenas das Olimpíadas de Verão". Os lexicógrafos da imprensa votaram-na como palavra do ano, dizendo que os GIFs evoluíram para "uma ferramenta com aplicações sérias, incluindo pesquisa e jornalismo". Pronúncia de GIF Os criadores do formato pronunciavam a palavra como "jif" com um "G" suave como em "gim". Steve Wilhite diz que a pronúncia pretendida ecoa deliberadamente a marca de manteiga de amendoim norte-americana Jif, e os funcionários da CompuServe costumavam dizer "Os desenvolvedores de Choosy escolhem GIF", imitando os comerciais de TV da marca. A palavra agora também é amplamente pronunciada com um "G" articulado como em "guitarra". Em 2017, uma pesquisa informal no site de programação Stack Overflow mostrou algumas preferências numéricas para pronúncia com "G" articulado, Especialmente entre os entrevistados na Europa Oriental, embora ambos "G" suave e enunciando cada letra individualmente são popular na Ásia e países emergentes. O American Heritage Dictionary cita ambos, indicando "jif" como a pronúncia primária, enquanto Cambridge Dictionary of American English oferece apenas a pronúncia com "G" articulado. O Merriam-Webster's Collegiate Dictionary e o OED citam ambas as pronúncias, mas colocam "gif" na posição padrão ("\ˈgif, ˈjif\"). O New Oxford American Dictionary colocou apenas "jif" em sua 2ª edição mas atualizou para "jif, gif" em sua 3ª edição. O desacordo sobre a pronúncia levou a um acalorado debate na Internet. Na ocasião de receber um prêmio pelo conjunto da obra na premiação Webby Award de 2013, Wilhite rejeitou a pronúncia com "G" articulado, e seu discurso levou a 17.000 postagens no Twitter e 50 artigos de notícias. A Casa Branca e o programa de TV Jeopardy! também entraram no debate em 2013. Uso Os GIFs são adequados para arte de linhas com arestas vivas (como logotipos) com um número limitado de cores. Isso aproveita a compactação sem perdas do formato, que favorece áreas planas de cores uniformes com bordas bem definidas. GIFs podem ser usados para armazenar dados de sprites de poucas cores para jogos. Os GIFs podem ser usados para pequenas animações e clipes de vídeo de baixa resolução. História O formato foi introduzido em 1987 pela CompuServe a fim de fornecer um formato de imagem a cores para as suas áreas de descarga de ficheiros, em substituição do formato anterior, RLE, que era apenas a preto e branco. O GIF tornou-se popular porque utilizava compressão de dados LZW, mais eficiente que o run-length encoding usado por formatos como o PCX e o MacPaint, o que permitia que imagens relativamente grandes fossem baixadas num tempo razoável, mesmo com modems muito lentos. A opção de intercalamento (interlacing), que armazena as linhas da imagem fora de ordem de tal modo que permitia que uma imagem parcialmente descarregada fosse reconhecível até certo ponto, também contribuiu para a popularidade do formato GIF, visto que o utilizador podia parar o descarregamento da imagem, se ela não fosse no que pretendia. Este formato de arquivo atualmente é amplamente utilizado na web por causa do seu tamanho compacto. No entanto, este formato possui uma paleta limitada de cores (256 no máximo), impedindo o seu uso prático na compactação de fotografias. Por causa desta limitação o formato GIF é utilizado para armazenar ícones, pequenas animações ou imagens com áreas extensas de cores chapadas. Um GIF animado é o termo dado às animações formadas por várias imagens GIF compactadas numa só. É utilizado para compactar objetos em jogos eletrônicos, para usar como emoticon em mensageiros instantâneos e para enfeitar sites na Internet. CompuServe introduziu o formato GIF em 1987 para fornecer um formato de imagem a cores para seu arquivo baixar áreas, substituindo o anterior codificação run-length (RLE) de formato, que era preto e branco. GIF tornou-se popular porque usou a compressão de dados LZW, que foi mais eficiente do que a codificação run-length que formatos como o PCX e MacPaint usado, e bastante grandes imagens podem ser descarregados em um tempo razoavelmente curto, mesmo com modems muito lentos. A versão original do formato GIF foi chamado 87. Em 1989, a CompuServe concebeu uma versão melhorada, chamada 89a, que adicionou suporte para os atrasos de animação (imagens múltiplas em um córrego já estavam apoiados em 87), as cores de fundo transparente, o armazenamento de metadados e aplicações específicas. A especificação 89a também apoia a integração de rótulos de texto como texto (não embutindo-os na gráfica de dados), mas como há pouco controle sobre as fontes de exibição, este recurso não é amplamente utilizado. As duas versões podem ser distinguidos por olhar para o seis primeiros bytes do arquivo (o "número mágico" ou "assinatura"), que, quando interpretado como ASCII, leia "GIF87a" e "GIF89a", respectivamente. GIF foi um dos primeiros dois formatos de imagem comumente usado em sites da Web, sendo o outro a XBM preto e branco. JPEG veio mais tarde com o navegador Mosaic. A característica de armazenar múltiplas imagens em um arquivo, acompanhada por dados de controle, é usado extensivamente na Web para produzir animações simples. O recurso de entrelaçamento opcional, que armazena a imagem digitalizar linhas fora de ordem, de tal forma que até mesmo uma imagem parcialmente baixada seja um pouco reconhecível, também ajudou a popularizar o GIF, já que um usuário pode cancelar o download caso não era o que era necessário . Formatos digitais de imagem Ciência e tecnologia nos Estados Unidos
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A Nação Xambá é uma religião afro-brasileira ativa em Olinda, Pernambuco. Alguns autores, como Olga Caciatore e Reginaldo Prandi, afirmam que este culto está praticamente extinto no país. O povo Xambá ou Tchambá habitava a região norte da região de Axânti e também a região do Planalto de Adamawa.l História No início da década de 1920, a perseguição política de que eram vítimas as religiões afro-brasileiras no país, levou o babalorixá Artur Rosendo Pereira, a fugir de Maceió, capital do estado de Alagoas, vindo a estabelecer-se por volta de 1923 na rua da Regeneração, no bairro de Água Fria, na cidade do Recife, em Pernambuco. Antes desse episódio, ainda vivendo em Maceió, Rosendo havia viajado até à costa da África, onde permaneceu por quatro anos com "Tio Antônio", que trabalhava no mercado de Dacar, no Senegal, vendendo panelas, conforme narra René Ribeiro. Rosendo iniciou muitos filhos de santo, tendo muitos deles aberto terreiro. Entre estes destacou-se Maria das Dores da Silva - "Maria Oiá" - iniciada em 1928. A saída de iaô de Maria Oiá foi realizada sem o toque dos tambores e cantada em voz baixa ainda devido à perseguição, que entretanto persistia. Pouco depois da iniciação de Maria Oiá, Rosendo voltou para Maceió. Em 1930, Maria Oiá inaugurou o próprio terreiro, à rua da Mangueira, no bairro de Campo Grande no Recife. Com a conclusão de sua iniciação [13 de dezembro de 1932), recebeu no barracão as folhas, a faca e a espada das mãos de seu babalorixá, que realizou ao meio dia o ritual de coroação de Oiá no trono. Em 1932, Maria Oiá tirou o seu primeiro barco de três iaôs. No mesmo ano, iniciou o seu segundo barco de iaôs, maior, e iniciando nomeadamente Donatila Paraíso do Nascimento ("Mãe Tila") que, em 1933, assumiu o cargo de iaquequerê do terreiro Santa Bárbara. Donatila veio a falecer em 2003 aos 92 anos de idade, tendo passado seis décadas de sua vida no cargo. Uma outra filha ilustre foi Lídia Alves da Silva ("Talabi"). A sucessão de iniciações aumentou desde então. Em junho de 1935 Maria Oiá iniciou nos ritos a sua sucessora, Severina Paraíso da Silva, "Mãe Biu". Com o advento do Estado Novo no país, diante da violência policial cada vez mais maior, em 1938 Maria Oiá foi obrigada a encerrar o seu terreiro, vindo a falecer no ano seguinte (1939). Esse momento de perseguições manterá os terreiros de outras nações de candomblé cultuadas em Pernambuco, e seus fieis tolhidos, até 1950. Mãe Biu de Oiá Megué reabriu o terreiro de Xambá em 1950, agora na estrada do Cumbe nº 1012, no bairro de Santa Clara, no Recife, tendo como babalorixá o Sr. Manoel Mariano da Silva, como Ialorixá D. Eudoxia, como padrinho o Sr. Luiz da Guia e como madrinha D. Severina. Dez meses após, a 7 de abril de 1951 a instituição mudou-se para o atual endereço, na antiga rua Albino Neves de Andrade, atual rua Severina Paraíso da Silva nº 65 (em homenagem a Mãe Biu), na localidade do Portão do Gelo, bairro de São Benedito, em Olinda. Com o falecimento de Mãe Biu (1993), que durante 54 anos dirigiu o terreiro Xambá, auxiliada por Mãe Tila, esta assumiu o cargo de Ialorixá que exerceu por 10 anos, tendo como babalorixá o seu sobrinho carnal Adelildo Paraíso, filho carnal de Mãe Biu. Conhecido popularmente como Ivo do Xambá, ele convocou os seus filhos de santo, os professores António Albino, Hildo Leal e João Monteiro, para elaborarem um projeto para transformar o Terreiro Portão do Gelo, no Memorial do Xambá, onde se encontram reunidos e preservados documentos fotográficos e objetos ligados à vida e à atuação daquela líder religiosa, bem como da memória do "Terreiro Santa Bárbara Nação Xambá". Em 2004, com o falecimento de Mãe Tila, assumiu a Ialorixá Maria de Lourdes da Silva de Iemanjá, iniciada por Mãe Biu em 18 de maio de 1958. Em paralelo ao trabalho de preservação do Memorial do Xambá, destaca-se a atuação do Grupo Bongar, formado por seis percussionistas e cantores da Nação Xambá, que realiza um trabalho de resgate e divulgação da cultura e religião Xambá e de sua dança tradicional o coco. Orixás Apesar de os Orixás serem praticamente os mesmos do Candomblé, existe diferença na sua forma de culto. Os orixás cultuados na tradição Xambá são: Exu – Ogum – Odé – Ibeji – Nanã – Obaluaiê – Ieuá – Xangô – Oiá – Obá – Afrequetê – Oxum – Iemanjá – Orixalá Exu no Xambá É um orixá ou um eborá de múltiplos e contraditórios aspectos, ficando difícil compreende-lo coerentemente. É astucioso, e às vezes malévolo, mas possui qualidades boas, é jovial e dinâmico. É um orixá protetor, Èsùstósìsn (Exu merece ser adorado). Exu é o guardião dos templos, casas e pessoas e os caminhos, porteiras e encruzilhadas. Serve de intermediário entre os homens e os demais orixás. Na Nação Xambá no mês de Agosto não se dá obrigações a outro orixá a não ser Exu, não se faz Yaô de Exu na Nação Xambá. Celebogum é uma qualidade de Exu cultuado na Nação Xambá. dia da semana é segunda-feira, sua guia é preta e branca, sua cor vermelha. Saudação: Exu bê ou Bará ô Exu. Ferramenta: amuleto (bastão de madeira). Exu é o orixá da comunicação, erroneamente é comparado ao demônio. Comemorado no mês de agosto. Exu é sempre o primeiro a ser homenageado. Ogum no Xambá É o primeiro orixá a ser saudado depois que Exu é despachado. Ogum está ligado a natureza através dos metais, principalmente o ferro, por isso é conhecido como o protetor dos metais, da tecnologia e daqueles que dela utilizam-se. Nas cerimônias religiosas, em dias de toques é sempre Ogum quem sai na frente “abrindo a roda” para os outros orixás dançarem. As pessoas que são filhos desse orixá são enérgicas em seus objetivos e não desencorajam facilmente. O mês dedicado a Ogum é Abril quando se oferece rosas vermelhas e cerveja no mar para Ogum Beira Mar. O dia da semana é quarta-feira. Guia corrente de metal, cor da roupa vermelha. Saudação Ogunhê. Ferramenta: lança de ferro. Odé no Xambá Orixá ligado às matas, a caça, a fartura e a inteligência. Conhecido também em outras nações das religiões afro-descendentes como Oxóssi, sua importância deve-se a diversos fatores, na África tinha diversas qualidades, material, médica, administrativa, social e policial. As pessoas que tem esse orixá são espertas, ágeis, exercem com maestria cargos de liderança, são pessoas cheias de iniciativas e sempre em vias de novas descobertas. O mês dedicado a Odé é também abril, seu dia da semana é quarta-feira. Guia corrente de metal, as cores da roupas são vermelha ou verde. Saudação: Odé Ô e Okê Arô. Ferramenta: dématá (arco e flecha de ferro). Obaluaiê no Xambá Orixá da varíola e da doença e também da cura, é o dono dos ebós. Conhecido também como Omolu, forma mais velha desse orixá. Os filhos desse orixá são capazes de consagrar o bem-estar dos outros, fazendo completa abstração de seus próprios interesses e necessidades vitais. Na Nação Xambá, Obaluaiê não sai debaixo de Alá. mês é janeiro. dia da semana é quarta-feira. guia vermelha e preta. cor da roupa: verde. Saudação: Atotô. Ferramenta: seta de madeira. Xangô no Xambá Orixá da justiça, dos raios, das pedras e do trovão. Em lenda africana é o rei de Kòso (terra), historicamente foi o Alafim de Oió (reo de Oió). Possuía três esposas: Oiá, Oxum e Obá. É um orixá viril e atrevido, violento e justiceiro, castiga os mentirosos, os ladrões e os malfeitores. Os filhos desse orixá tem como característica serem voluntariosos e enérgico, altivos e conscientes de sua importância real. A primeira grande obrigação do ano é o Amalá de Xangô. Balaneim e Aguanguá são qualidades de Xangôs cultuados na Casa de Xambá. mês desse orixá é junho. dia da semana é domingo. cor vermelho e branco. guia e roupa vermelha e branca. Saudação Kaô Kabecilé. Ferramenta: adamaxê (machado duplo). Bêji no Xambá Orixás trigêmeos crianças. No sincretismo religioso é representado por Cosme, Damião e Doú. No toque de Bêji é servido um almoço a todas as crianças e adultos filhos da casa e convidados presentes. Há também distribuição de doces. Setembro é o mês de Bêji, dia da semana é quarta-feira. Guia e as roupas são verde, vermelho e branco. Oiá no Xambá - Oiá/Iansã Orixá feminino dos ventos, das tempestades e do rio Níger que em iorubá significa Odó Oiá. Foi a primeira mulher de Xangô e tinha um temperamento ardente e impetuoso e é o único orixá capaz de enfrentar e dominar os eguns (espíritos dos mortos) devido a seu caráter guerreiro. No dia 13 de dezembro, ao meio-dia acontece a louvação a Oiá, toque em reverência a esse orixá, momento no qual todos os yaôs da casa vestem-se com a roupa de seu orixá. Quando Mãe Biu era viva, sentava-se no trono de Oiá. Os filhos desse orixá são audaciosos, poderosos e autoritários. Mês dedicado a Oiá é dezembro. dia é quinta-feira. cor da roupa rosa, guia vermelha. Saudação: Epaei Oiá e Epahey Iansã. Ferramenta: espada. Afrequetê no Xambá Vodum da mitologia fom mais conhecida como Averequete. Vodum de origem daomeana que fora incorporado como orixá pelos iorubás. Até o presente momento, Afrequetê vem sendo cultuado em Pernambuco apenas na Nação Xambá, tido como Orixá feminino. Suas cores são variadas e sua guia é colorida. O mês dedicado a esse orixá é dezembro e o dia da semana é quinta-feira. Assentamento: tigela de louça. Oxum no Xambá Orixá feminino do rio de mesmo nome que corre na Nigéria, em Ijexá e Ijebu. Foi a segunda mulher de Xangô e viveu antes com Ogum, Orumilá e Odé. Ligada ao elemento da natureza ouro e também as águas dos rios e das cachoeiras. As mulheres que desejam ter filhos dirigem-se a esse orixá, por isso é também controlador da fecundidade, popularmente associado a beleza e a vaidade. Na Nação Xambá, oferece-se flores no rio no mês de fevereiro. mês dedicado a Oxum é fevereiro. cor da roupa e guia é o amarelo. Dia da semana é terça-feira. Saudação: Ora Yê Yé Ô. Ferramenta: abebé (espelho). Obá no Xambá Orixá feminino muito enérgico e fisicamente mais forte que muitos orixás masculinos. Segundo uma das lendas africanas teria desafiado, em seqüência, vários orixás entre eles Oxalá, Xangô e Orumilá. Tornou-se a terceira mulher de Xangô, travou grandes rivalidades com Oxum (segunda mulher deste orixá). Mulheres filhas desse orixá possuem atitudes militantes e agressivas, conseqüências de experiências infelizes ou amargas por elas vividas. O assentamento é uma tigela de louça. Dia da semana quinta-feira. cor da roupa rosa. guia vermelha. Saudação Obá Ciô. Ewá no Xambá Orixá feminino associado a beleza. Na Nação Xambá o assentamento de Ewá é uma panela de barro. Dia da semana quarta-feira. guia nas cores amarela, rosa e roxo. Yemanjá no Xambá Seu nome Yèyé Omo Ejá significa mãe cujos filhos são peixes. É um orixá feminino das águas dos mares, oceanos ou do encontro do rios e mares. Mãe da maioria dos orixás, representada como uma matrona de seios volumosos, símbolo de maternidade fecunda e nutritiva. É a dona dos oris (cabeças). No mês de dezembro oferecem flores brancas no mar, não se oferece panela para Yemanjá. As pessoas filhas desse orixá são voluntariosas, fortes, rigorosas e altivas. mês dedicado a Yemanjá é maio. dia da semana é o sábado. cor da roupa azul claro com branco guia de Miçangas transparentes. Saudação: Odô Miô. Ferramenta: abebé (lua e estrela). Nanã no Xambá É o mais velho dos orixás femininos, ligado a natureza através do barro e da lama e dos manguezais, é também considerado o orixá da sabedoria por ser o mais velho. Os filhos de Nanã tendem a comportarem-se com a indulgência dos avós, agem com segurança e majestade, suas reações são bem-equilibradas e a pertinência de suas decisões mantêm-nos sempre com sabedoria. Nanã não sai embaixo de Alá, só faz oborí. Dedicamos o mês de julho a esse orixá, dia da semana é quarta-feira, guia é verde ou roxo, cor da roupa é roxa. Saudação: Atotô salubá. Orixalá no Xambá Orixá mais velho, considerado pai da maioria dos orixás, representa a paz. No mês de julho, todas as sextas-feiras há o arroz de Orixalá (Ossé), ocasião onde se canta muito para esse orixá. Durante todo o mês de outubro não há na casa obrigação de sangue, apenas inhame e bagre encerrando com toque ao final do mês. mês de Orixalá é julho. dia da semana é a sexta-feira. cor da roupa e da guia: branco. Ferramenta: Opaxorô (cajado). Ritual O ritual é semelhante ao do Candomblé. Calendário de festas: Toque de Obaluaiê - 21 de janeiro Toque de Oxum - 11 de fevereiro Toque de Ogum - 29 de abril Toque de Iemanjá - 27 de maio Toque de Xangô - 17 de junho Coco da Xambá - 29 de junho - Aniversário de Mãe Biu Toque de Orixalá - 29 de julho Aniversário do Babalorixá da Casa - Ivo do Xambá - 06 de agosto Dia do Quilombo Urbano do Portão do Gelo - 24 de setembro Toque de Ibeji - 30 de setembro Toque do Inhame - 28 de outubro Dia da Consciência Negra - 20 de novembro Louvação de Oiá - 12:00 - 13 de dezembro Toque de Oiá - 16 de dezembro Os toques sempre são as 16 horas da tarde. Em todos os toques é servido aos filhos de santo da casa e aos convidados um café com manguzá, que é tradição da casa. Aos visitantes: Não é permitido uso de roupas pretas O homem deve se vestir de calça (nunca bermuda, short ou camiseta regata) A mulher deve se vestir de saia ou vestido abaixo do joelho (nunca de calça nem camiseta) Nação Xambá homenageada O Governo do Estado de Pernambuco e o Grande Recife Consórcio de Transporte Metropolitano adotaram o nome Xambá para o Terminal Integrado de Ônibus que foi construído próximo ao Terreiro na cidade de Olinda. O Terminal Integrado de Xambá foi inaugurado em agosto de 2013. Bibliografia HOSTENSKY, Ilka Lima. Patrimônio-territorial em Olinda - PE: Comunidade quilombola do Portão do Gelo – Nação Xambá, valorização da cultura afro-latina-americana. 2018. 255 f., il. Dissertação (Mestrado em Geografia)—Universidade de Brasília, Brasília, 2018. Ligações externas Fundação Palmares estimula a restauração de terreiros Matéria sobre IPTU dos Templos afro-brasileiros Cultura Xambá resgatada em livro Nação Xambá E do dendê!: história e memórias urbanas da Nação Xambá no Recife (1950-1992) Por Valéria Gomes Costa E do dendê!: história e memórias urbanas da Nação Xambá no Recife (1950-1992), Por Valéria Gomes Costa Nei Lopes, Enciclopédia brasileira da diáspora africana, Selo Negro Edições, 1 de jan de 2004] Xambá Religiões afro-brasileiras
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Cadafaz é uma localidade portuguesa do município de Góis, com 37,16 km² de área e 190 habitantes (2011). A sua densidade populacional é de 5,1 hab/km². Pertenceu ao concelho de Seia, até 1852 quando passou a fazer parte do concelho de Arganil até integrar o actual município de Góis. Foi sede de uma freguesia extinta em 2013, no âmbito de uma reforma administrativa nacional, para, em conjunto com Colmeal, formar uma nova freguesia denominada Cadafaz e Colmeal da qual é a sede. A freguesia de Cadafaz englobava também várias povoações, nomeadamente: Cabreira, Corterredor, Tarrastal, Candosa, Capelo, Sandinha, Mestras e Relvas. A localidade de Candosa é uma aldeia tipicamente serrana, a 15Km da vila de Góis, onde é mais forte a simbiose entre as gentes e a natureza, com uma vasta diversidade de valores culturais e costumes. É uma aldeia diminuta em número de habitantes, mas rica em história e grande em formosura e potencialidades, sendo o Rio Ceira o elemento que lhe dá mais beleza, pois o seu trajecto em conjunto com a Ribeira do Carvalhal a torna numa linda península, única na região População Património Igreja Paroquial de Cadafaz, séc. XVII Capela de Santo António Lagar da Cabreira, um lagar de azeite comunitário Ponte da Cabreira Capela da Candosa Pedra Riscada (arte rupestre) Igreja de Nossa Senhora das Neves (matriz) Capela da Senhora da Boa Morte e de Santa Luzia Vestígios romanos Espaços naturais Praia fluvial da Cabreira Vale do rio Ceira Ligações externas Antigas freguesias de Góis Antigas freguesias de Seia Antigas freguesias de Arganil
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Grândola foi uma freguesia portuguesa do concelho de Grândola, com 363,9 km² de área (tendo sido uma das mais extensas freguesias portuguesas) e 10 657 habitantes (2011). Densidade: 29,3 hab/km². Foi extinta em 2013, no âmbito de uma reforma administrativa nacional, para, em conjunto com Santa Margarida da Serra, formar a União das freguesias de Grândola e Santa Margarida da Serra da qual é a sede. Integrava a localidade de Canal Caveira. População Média do País no censo de 2001: 0/14 Anos-16,0%; 15/24 Anos-14,3%; 25/64 Anos-53,4%; 65 e mais Anos-16,4% Média do País no censo de 2011: 0/14 Anos-14,9%; 15/24 Anos-10,9%; 25/64 Anos-55,2%; 65 e mais Anos-19,0% Património Igreja Matriz de Grândola Barragem romana do Pego da Moura ou Barragem do Pego da Mina Sítio arqueológico romano do Cerrado do Castelo
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Arrifana é uma freguesia portuguesa do município de Guarda, com 15,82 km² de área e 555 habitantes (censo de 2021). A sua densidade populacional é . Geografia Arrifana situa-se a 3 km do limite da cidade da Guarda. Tem 2 autoestradas, a A23 e a A25, ou seja, é o local onde as duas se intersetam. A esta freguesia pertencem os lugares de: Arrifana Casas da Ribeira João Bragal de Cima João Bravo Nesta freguesia realiza-se bianualmente o evento cultural de Viagem às Raízes. Demografia A população registada nos censos foi: Património Igreja Paroquial de Arrifana Capela da Senhora da Guia Capela de São Brás Capela de Santo Amaro Capela de São Miguel Cultura Casa-Museu José Antunes Pissarra Freguesias da Guarda
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Cavadoude é uma freguesia portuguesa do município da Guarda, com 6,65 km² de área e 243 habitantes (censo de 2021). A sua densidade populacional é . Situada na margem direita do Rio Mondego, tem como orago Nossa Senhora da Conceição. Demografia A população registada nos censos foi: Património Igreja Paroquial de Cavadoude Capela de São Pedro Freguesias da Guarda
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Contrato de aprendizagem, em direito laboral (ou do trabalho) brasileiro, é o contrato, para efeito de emprego, aplicável a menores (dos quatorze aos vinte e quatro anos de idade). O objetivo é a formação do jovem e não, simplesmente, o emprego. Inclui um plano de formação, o contrato é formal (por escrito) e com prazo estabelecido, mediante aprendizado metódico no SENAI, SENAC, SENAT, SESCOOP ou outras instituições devidamente credenciadas. Por serem ratificados por entidades responsáveis e reconhecidas com função educacional, têm grande valor como referência e experiência na apresentação para procura do primeiro emprego. Direito do trabalho
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Monte Margarida foi uma freguesia portuguesa do município da Guarda, com 4,45 km² de área e 36 habitantes (2011). Densidade: 8,1 hab/km². Foi extinta (agregada) pela reorganização administrativa de 2012/2013, sendo o seu território integrado na União de Freguesias de Rochoso e Monte Margarida com a sede em Rochoso. A paróquia com o mesmo nome, sob a invocação do Divino Espírito Santo, pertence ao Arciprestado do Rochoso, da Diocese da Guarda. População {| ! colspan="16" | Totais e grupos etários |- | | align="center" | 1864 | align="center" | 1878 | align="center" | 1890 | align="center" | 1900 | align="center" | 1911 | align="center" | 1920 | align="center" | 1930 | align="center" | 1940 | align="center" | 1950 | align="center" | 1960 | align="center" | 1970 | align="center" | 1981 | align="center" | 1991 | align="center" | 2001 | align="center" | 2011 |- bgcolor="white" |Total | align="right" | 206 | align="right" | 247 | align="right" | 258 | align="right" | 247 | align="right" | 190 | align="right" | 175 | align="right" | 185 | align="right" | 229 | align="right" | 244 | align="right" | 222 | align="right" | 151 | align="right" | 112 | align="right" | 65 | align="right" | 44 | align="right" | 36 |- bgcolor="white" Por idades em 2001 e 2011 Património Igreja Matriz de Monte Margarida Antigas freguesias da Guarda
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Ribeira dos Carinhos foi uma freguesia portuguesa do concelho da Guarda, com 9,09 km² de área e 108 habitantes (2011). Densidade: 11,9 hab/km². Freguesia antiga, foi também denominada Ribeira dos Carrinhos. Pertenceu ao extinto concelho de Jarmelo; em 1852 pertencia ao concelho de Guarda e em 1878 ao concelho de Pinhel. Foi extinta pela reorganização administrativa de 2012/2013, sendo o seu território anexado pela vizinha freguesia de São Miguel do Jarmelo. A extinta freguesia Ribeira dos Carinhos tem como anexa a povoação de Toito. População Por idades em 2001 e 2011 Património Igreja paroquial. Antigas freguesias da Guarda Antigas freguesias de Jarmelo Antigas freguesias de Pinhel
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Sé (oficialmente, Guarda (Sé)) foi uma freguesia portuguesa do concelho da Guarda, com 16,58 km² de área e 6 958 habitantes (2011). Densidade: 419,7 hab/km². Foi extinta (agregada) pela reorganização administrativa de 2012/2013, sendo o seu território integrado na nova freguesia da Guarda. População ★ Pela Lei nº 93/85 de 4 Outubro, foi criada no concelho da Guarda a Freguesia de São Miguel da Guarda, com lugares desanexados das freguesias da Sé e de São Vicente. {| ! colspan="16" | Totais e grupos etários |- | | align="center" | 1864 | align="center" | 1878 | align="center" | 1890 | align="center" | 1900 | align="center" | 1911 | align="center" | 1920 | align="center" | 1930 | align="center" | 1940 | align="center" | 1950 | align="center" | 1960 | align="center" | 1970 | align="center" | 1981 | align="center" | 1991 | align="center" | 2001 | align="center" | 2011 |- bgcolor="white" |Total | align="right" | 2984 | align="right" | 3655 | align="right" | 4003 | align="right" | 4112 | align="right" | 4066 | align="right" | 4329 | align="right" | 5791 | align="right" | 5806 | align="right" | 7415 | align="right" | 8332 | align="right" | 10623 | align="right" | 9658 | align="right" | 5793 | align="right" | 7559 | align="right" | 6958 |- bgcolor="white" Por idades em 2001 e 2011 Património Sé da Guarda Castelo da Guarda, Torre dos Ferreiros Solar na Rua do Encontro Casa na Rua dos Clérigos n.º 7 Convento de São Francisco da Guarda ou Convento do Espírito Santo Chafariz de Santo André Câmara Municipal da Guarda, Paços do Concelho Igreja e Edifício da Misericórdia da Guarda Antigo Paço Episcopal da Guarda e Seminário Pelourinho da Guarda ou Cruzeiro da Guarda Casa na Rua Batalha Reis, n.° 23, ou Antigo Colégio do Roseiral Ver também Guarda (freguesia)
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Vila Cortês do Mondego é uma freguesia portuguesa do município da Guarda, com 4,38 km² de área e 283 habitantes (censo de 2021). A sua densidade populacional é . Demografia A população registada nos censos foi: Freguesias da Guarda
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Os Santos Cosme e Damião, irmãos gêmeos, morreram por volta de Crê-se que foram médicos, e sua santidade é atribuída pelo motivo de haverem exercido a medicina sem cobrar por isso, devotados à fé. Na Igreja Católica sua festa é celebrada no dia 26 de setembro, de acordo com o atual Calendário Litúrgico Romano do Rito Ordinário, e no dia 27 de setembro, pelo Calendário Litúrgico Romano do Rito Extraordinário. Na Igreja Ortodoxa são celebrados no dia 1 de novembro e também em 1 de julho pelos ortodoxos gregos. Nas religiões afro-brasileiras, onde são sincretizados como entidades infantis, também são festejados em 27 de setembro. Biografia Os gêmeos nasceram em Egeia (agora Ayas, no Golfo do İskenderun, Cilícia, Ásia Menor), e tinham outros três irmãos. O pai foi mártir durante a perseguição dos cristãos na era de Diocleciano. Cosme e Damião eram médicos que curavam os enfermos não só com seu saber mas através de milagres propiciados por suas orações. Seus nomes verdadeiros eram Acta e Passio. Sua mãe se chamava Teodata, e também é venerada como santa pelos ortodoxos. Os gêmeos praticavam a medicina em Egeia e alcançaram, por isso, grande reputação. Não aceitavam nenhum pagamento por seus serviços e foram por isso chamados de anargiras (em grego antigo: Ανάργυροι anargyroi - avessos ao dinheiro). Dessa forma, eles trouxeram muitos novos adeptos para a fé cristã. Quando a perseguição de Diocleciano começou, o prefeito Lísias mandou prender Cosme e Damião e ordenou-lhes que se retratassem. Eles se mantiveram constantes sob tortura e, segundo a lenda, não sofriam nenhum ferimento por água, fogo, ar, nem mesmo na cruz, até que foram decapitados por uma espada. Seus três irmãos, Antimo, Leôncio e Euprepio também morreram como mártires com eles. A execução ocorreu em 27 setembro, provavelmente entre 287/303 d.C.. Mais tarde, surgiu uma série de relatos fabulosos sobre os gêmeos ligadas em parte às suas relíquias. Os restos mortais dos mártires estavam enterrados na cidade de Ciro, na Síria; o imperador Justiniano I (527-565) suntuosamente restaurou a cidade em sua honra, depois de ter sido curado de uma doença perigosa por intercessão de Cosme e Damião. Justiniano reconstruiu e decorou a igreja dos mártires em Constantinopla, que veio a se tornar um lugar famoso de peregrinação. Em Roma, o Papa Félix IV (526-530) edificou uma igreja em sua honra. A Igreja grega celebra a festa dos santos Cosme e Damião em 1 de Julho, 17 de Outubro e 1 de Novembro e venera três pares de santos com o mesmo nome e profissão. Cosme e Damião são considerados os patronos dos médicos e cirurgiões e por vezes são representados por emblemas médicos. Eles são invocados no Cânon da Missa e na Ladainha de Todos os Santos. O O Antigo Martirológio Inglês (The Old English Martyrology) conta a seguinte lenda: Culto A primeira e mais antiga associação médica da Europa a reunir cirurgiões foi a Confrerie et College de Saint Côme, em Paris, 1226, que durou até a Revolução Francesa. Portugal No século XIX, os mártires ainda eram padroeiros de confrarias médicas, para obter o título de doutor em Coimbra, pagavam-se emolumentos para a Irmandade de S. Cosme. Brasil O culto aos gêmeos mártires foi trazido para o Brasil em 1530 por Duarte Coelho Pereira e tornaram-se padroeiros de Igarassu, em Pernambuco. No nordeste brasileiro passaram a ser invocados para afastar o contágios de epidemias. Os negros identificaram Cosme e Damião como o orixá Ibeji em um sincretismo religioso. Sincretismos Semelhanças com a mitologia grega Na mitologia grega, há registros desde o século V que esse culto já estaria estabilizado no Mediterrâneo, através de cultos que relatavam a existência de um óleo santo, atribuído a Cosme e Damião, e que tinha o poder de curar doenças e dar filhos às mulheres estéreis. Alguns grupos isolados concentram seus esforços para demonstrar que Cosme e Damião não existiram de fato, que eram apenas a versão cristã da lenda dos filhos gêmeos de Zeus, Castor e Pólux. Esta versão é combatida por aqueles que acreditam na real existência dos irmãos, embora a visão que o povo tem muitas vezes faça supor que haja uma adaptação do costume pagão. Relação com as religiões afro-brasileiras O dia de São Cosme e Damião é celebrado também pelo candomblé, batuque, xangô do Nordeste, xambá e pelos centros de umbanda onde são associados aos meninos de angola, que trazem bem estar por onde passam, possuem conhecimento de desfazer feitiços e auxiliam na cura de enfermidades. Acredita-se ainda que trazem alegria, deixando harmonia e felicidade no ambiente a sua volta, descarregando o ambiente de energias densas, trabalham na caridade, auxiliando principalmente, pessoas em situações de desamparo, fragilizadas, como crianças, idosos, enfermos. Têm a inocência das crianças consigo, gostam de doces, frutas doces e guloseimas. O nome Cosme significa "o enfeitado" e Damião, "o popular". Estas religiões os celebram no dia 27 de setembro, enfeitando seus templos com bandeirolas e alegres desenhos, tendo-se o costume, no Brasil, de dar doces e brinquedos às crianças que lotam as ruas em busca dos agrados. Na Bahia, as pessoas comemoram oferecendo caruru, vatapá, doces e pipoca para a vizinhança. Data de celebração A Igreja Católica Apostólica Romana, desde tempos imemoráveis até o Calendário Romano de 1962, que vigorou até 1969, celebrava a festa de santos Cosme e Damião no dia 27 de setembro. Porém, em 1969, com a reforma litúrgica, o Calendário Romano passou a comemorá-los no dia 26, pois, considerada a importância de São Vicente de Paulo, também celebrado dia 27, preferiram não pôr as duas Memórias na mesma data. São Vicente ficou com o dia 27, já que era a data sabida de sua morte; já Santos Cosme e Damião, como não se sabe a data de morte deles, tiveram sua Memória movida para o dia 26 de setembro. Ainda assim, católicos tradicionalistas, devotos mais antigos e as religiões afro-brasileiras que também os cultuam, como o Candomblé e a Umbanda, continuam a comemorá-los no dia 27. Apesar da mudança na Igreja Católica, ao menos no Brasil, por conta da tradição, populares continuam fazendo comemorações no dia 27 de setembro. Cosme e Damião também são celebrados pela Igreja Ortodoxa, mas há três pares de santos Cosme e Damião celebrados por essa Igreja. O mais comumente associado a santos Cosme e Damião médicos na Síria é celebrado em 1º de novembro, como Santos Cosme e Damião da Ásia Menor. Mas há uma celebração em 17 de outubro, de Santos Cosme e Damião da Cilícia, e outra em 1º de julho, de Santos Cosme e Damião de Roma. Os três pares são da classe dos santos anárgiros, isto é, "desapegados do dinheiro", o que faz com que se pense que os três se referem ao mesmo par. São considerados no Brasil os Santos padroeiros dos Farmacêuticos e Médicos. A bonita história de São Cosme e São Damião — que por sua vez é marcada por visões diferentes, dependendo da crença de cada religião — demonstra a complementaridade e interdependência que as profissões irmãs, a medicina e a farmácia, possuem. Talvez o sucesso atribuído às curas milagrosas dos irmãos gêmeos, na idade média, nada mais fosse do que a antecipação da divisão do trabalho, ocorrida apenas no século XIII, onde a farmácia foi separada oficialmente da medicina e considerada uma profissão. Primeiros cristãos mártires Santos do Império Romano Religiões afro-brasileiras Igreja Ortodoxa Santos taumaturgos Santos anárgiros Romanos antigos do século III Romanos antigos do século IV Pares de santos Santos da Lenda Dourada Pessoas executadas por decapitação Perseguição religiosa de Diocleciano Biografias de múltiplas pessoas
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Caiçara — morador do litoral Municípios Caiçara (Paraíba) — município Caiçara (Rio Grande do Sul) — município no Rio Grande do Sul São Rafael (Rio Grande do Norte) - antigamente chamada Caiçara Bairros Caiçara (Belo Horizonte) — bairro de Belo Horizonte, Minas Gerais Outros Riacho Caiçara — da Paraíba Caiçara Esporte Clube — time de futebol do Piauí, Brasil Caiçara (filme) — filme brasileiro de 1950, Brasil DKW-Vemag Vemaguet — automóvel apelidado de Caiçara Rádio Caiçara - emissora de rádio da Rede Pampa de Comunicação, com sede em Porto Alegre. Desambiguações de topônimos
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Em linguística, polifonia é, segundo Mikhail Bakhtin a presença de outros textos dentro de um texto, causada pela inserção do autor num contexto que já inclui previamente textos anteriores que lhe inspiram ou influenciam. A polifonia é um fenômeno também identificado como heterogeneidade enunciativa, que pode ser mostrada (no caso de citações de outros autores em obras acadêmicas, por exemplo) ou constitutiva (como a influência de dramaturgos clássicos em Shakespeare, que não é mencionada diretamente, mas transparecida). Bakhtin usa o conceito de polifonia para definir a forma de um tipo de romance que se contrapõe ao romance monofônico. Os textos que serviram de base às suas reflexões acerca desta temática são os de Fiódor Dostoiévski. Romance polifônico é aquele em que cada personagem funciona como um ser autônomo com visão de mundo, voz e posição própria no mundo. Ligações externas R. Wellek, Bakhtin’s view of Dostoevsky: "polyphony" and "carnivalesque" (em inglês) Linguística
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Cedros é uma freguesia portuguesa do município da Horta, na Ilha do Faial, Região Autónoma dos Açores. Ocupa uma superfície total de 20,63 km² com 872 habitantes (2021). Possui uma densidade populacional de 35,5 hab/km². A Freguesia dos Cedros é uma das maiores freguesias da ilha; agrega os lugares de Canada de Sousa, Rua de Cima, Praça, Miragaia, Cascalho e Ribeira Funda. A freguesia conta com 839 eleitores inscritos (Autárquicas 2005). Cedros encontra-se cerca 19 km a Norte da cidade da Horta. População {| ! colspan="17" | Nº de habitantes / Variação entre censos |- | align="center" | 1864 | align="center" | 1878 | align="center" | 1890 | align="center" | 1900 | align="center" | 1911 | align="center" | 1920 | align="center" | 1930 | align="center" | 1940 | align="center" | 1950 | align="center" | 1960 | align="center" | 1970 | align="center" | 1981 | align="center" | 1991 | align="center" | 2001 | align="center" | 2011 | align="center" | 2021 |- bgcolor="white" | align="right" | 3415 | align="right" | 3276 | align="right" | 3399 | align="right" | 3280 | align="right" | 3034 | align="right" | 2706 | align="right" | 2801 | align="right" | 2935 | align="right" | 2912 | align="right" | 2289 | align="right" | 1769 | align="right" | 1399 | align="right" | 1192 | align="right" | 1048 | align="right" | 907 | align="right" | 872 |- bgcolor="white" ! colspan="1"| | align="right" | -4% | align="right" | +4% | align="right" | -4% | align="right" | -8% | align="right" | -11% | align="right" | +4% | align="right" | +5% | align="right" | -1% | align="right" | -21% | align="right" | -23% | align="right" | -21% | align="right" | -15% | align="right" | -12% | align="right" | -13% | align="right" | -4% |- bgcolor="white" Grupos etários em 2001, 2011 e 2021 História, Monumentos e Museus A origem do seu topónimo está relacionado com a abundância de cedros-do-mato (também conhecido por cedro-das-ilhas, em lat. Juniperus brevifolia) aquando do seu povoamento. Nascem nesta freguesia, as ribeiras de Sousa e do Pinheiro. Entre os seus primeiros povoadores, contam-se muitas famílias espanholas. Parece ter ocorrido no ano de 1594, a conclusão da (re)construção da Igreja de Santa Bárbara dos Cedros. A sua igreja é quase destruída por um incêndio em 20 de Novembro de 1971, restando a imponente torre sineira com seu belo portal quinhentista. Sofreu posteriormente grandes obras de ampliação. Com 5 naves, conserva no seu interior uma bela lâmpada de prata, de grandes dimensões. É o Padre Gaspar Frutuoso que nos conta que nos primeiros tempos desta freguesia, viveu aqui o célebre Arnequim ou Hern Jannequim. Um flamengo irreverente que enfrentou o Corregedor dos Açores - cargo criado em 1503 - e exigindo que abandonasse a freguesia, e ainda, ameaçou de morte o então Capitão-donatário, quando este se preparava para o prender. Só se resolveu o problema com a intervenção do Rei, que o chamou à Corte, repreendendo-o de tamanha ousadia. ("Saudades da Terra", Vol. VI, Cap. 37) Com o fim do Dinastia Filipina, em 1640, os espanhóis residentes na freguesia (que incluía a actual freguesia do Salão) são expulsos. Segundo frei Diogo das Chagas, em 1643, a freguesia tinha 2 126 habitantes distribuídos por 317 fogos. ("Espelho Cristalino", pág. 478) Destaca-se ainda o Museu Etnográfico dos Cedros, instituído pela Casa do Povo local. Merece uma menção especial o Império da Praça. É o único no arquipélago dos Açores que tem uma coroa real, ou seja, sem hastes como todos as outras. Segundo a lenda, teria sido perdida por piratas mouros ao abandonarem a ilha. Ao retornarem para recuperá-la, uma mulher apercebida do seu valor, decide escondê-la numa perna. Esta coroa é guardada como uma relíquia, tendo sido feita uma réplica para ser levada à igreja nos dias de festa. No lugar de Ribeira Funda, a Capela de N. Sra. de Fátima, foi totalmente construída em basalto entre 1948 e 1950. Foi construída por vontade popular dadas as distâncias que eram necessárias percorrer para se chegar à igreja mais próxima. É o local de concentração dos romeiros da ilha. Do miradouro da Costa Brava, no alto da falésia a 320 metros, usufruirá de um belo panorama. Tradições, Festas e Curiosidades Para além das festas do culto do Divino Espírito Santo, celebra-se a festa da padroeira da freguesia, Santa Bárbara, a 4 de Dezembro. No artesanato local, há uma indústria caseira de chapéus de palha de trigo, de chapéus chamados de "froco", peças em vime, bordados de crivo e os bordados de palha de trigo. A freguesia tem grandes tradições no voleibol e no teatro. Actualmente, conta com o Clube Desportivo Cedrense, a Filarmónica Lira Campesina Cedrense e o conjunto musical "Rosvira". O chamado "Castelo da Rocha Negra" ou "a Casa dos Lacerdas dos Cedros", na Rua Dr. Neves, Areias, não é mais do que "casa solarenga de 3 pisos, construída em alvenaria de pedra seca, originalmente com planta em "L", de que só existe um dos braços em absoluta ruína. O braço mais curto, também em ruínas, foi cortado e reconstruído com alterações em época recente. O piso inferior era constituído por duas lojas. No piso intermédio, com acesso ao nível da estrada devido ao desnível do terreno, situava-se a cozinha e um outro compartimento cujas janelas têm conversadeiras. Ao nível do piso superior, existem duas janelas de sacada (transformadas em janelas de peito, embora se mantenham no local as sacadas em pedra trabalhada). Os cunhais são rematados por uma larga cornija donde "pendem" motivos decorativos tipo sanefa. Tem como elementos notáveis as cantarias das sacadas e dos remates superiores dos cunhais." A sua construção pertence aos fins do Século XVII e princípios do Século XVIII. Economia A agro-pecuária é a principal actividade económica dos habitantes desta freguesia. Os solos desta freguesia são dos mais férteis de toda a ilha. O clima é menos húmido virado a Norte e regista-se a quase aussência de nevoeiros. O trigo, o milho, o inhame, o feijão, a batata e batata doce, são as suas culturas mais importantes. Devido a uma dependência excessiva e quase exclusiva da agricultura, se depara com alguma crise na agro-pecuária e vulnerabilidade no sector agrícola. Para contrariar isso, têm-se enfatizado a necessidade de se criar pequenas indústrias e armazéns, bem como apostar no desenvolvimento do Turismo rural. A indústria de lacticínios está bastante desenvolvida, havendo actualmente uma importante fábrica - a Cooperativa Agrícola dos Lactícinios do Faial. Cavalos foram sempre necessário no trabalho dos agricultores na freguesia dos Cedros. Hoje em dia os cavalos ainda têm um papel importante na area de turismo. A empresa Cedrense "PÁTIO" é o maior operador turístico no arquipélago que está organizar passeios a cavalo. Quanto à evolução demográfica dos Cedros, ela foi muito semelhante ao resto das freguesias da ilha. Ou seja, nos anos 1950, cerca de 2 mil habitantes, hoje são poucos mais do que 1 000 habitantes. Os cedrenses eram conhecidos por sua robustez física. No campo social, salienta-se que nos Cedros foi criada a primeira Casa do Povo da ilha. É na freguesia que se concentra a maior comunidade de cidadãos estrangeiros da ilha. Ligações externas Página de notícias da Freguesia dos Cedros Cedros - Zentrum der Milchverarbeitung Freguesias da Horta
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Salão é uma freguesia portuguesa do município da Horta, na Ilha do Faial, Região Autónoma dos Açores. Ocupa uma superfície total de 11,80 km² com 354 habitantes (2021). Possuí uma densidade populacional de 30 hab/km². É constituída pelos lugares de Arrabalde, Barreiro, Canto, Carapeta, Cela, Lomba e Salão. A freguesia conta com 342 eleitores inscritos (Autárquicas 2005). Tem como principal atividade económica a agro-pecuária. População {| ! colspan="17" | Nº de habitantes / Variação entre censos |- | align="center" | 1864 | align="center" | 1878 | align="center" | 1890 | align="center" | 1900 | align="center" | 1911 | align="center" | 1920 | align="center" | 1930 | align="center" | 1940 | align="center" | 1950 | align="center" | 1960 | align="center" | 1970 | align="center" | 1981 | align="center" | 1991 | align="center" | 2001 | align="center" | 2011 | align="center" | 2021 |- bgcolor="white" | align="right" | 1140 | align="right" | 1057 | align="right" | 1120 | align="right" | 1087 | align="right" | 1009 | align="right" | 918 | align="right" | 836 | align="right" | 848 | align="right" | 847 | align="right" | 743 | align="right" | 606 | align="right" | 495 | align="right" | 486 | align="right" | 436 | align="right" | 401 | align="right" | 354 |- bgcolor="white" ! colspan="1"| | align="right" | -7% | align="right" | +6% | align="right" | -3% | align="right" | -7% | align="right" | -9% | align="right" | -9% | align="right" | +1% | align="right" | -0% | align="right" | -12% | align="right" | -18% | align="right" | -18% | align="right" | -2% | align="right" | -10% | align="right" | -8% | align="right" | -12% |- bgcolor="white" Grupos etários em 2001, 2011 e 2021 História, Monumentos e Museus A freguesia do Salão está situada na costa Nordeste da ilha, entre a Ponta da Ribeirinha e a Ponta da Eira. O invulgar nome da sede de freguesia, Salão ou Solão, estará relacionado o saibro grosso de bagacina (termo local usado para designar o "lapilli"). O povoamento do Salão iniciou-se por volta de 1620, por uma família de castelhanos vindos dos Cedros, que aí tinham-se fixado em 1589. Após uma desordem provocada por motivos de posses de terrenos, deslocaram-se mais para Sul dos Cedros e se estabeleceram no lugar a que deram o nome de Carapeta. Carapeta, de Carapeto, é um termo em desuso sinómino de "o que prega mentiras; mentiroso". A pequena Fonte da Carapeta desapareceu com o Sismo de 1926. Depois da separação de Portugal do Domínio Filípino, em 1640, os portugueses residentes dos Cedros expulsaram os espanhois da freguesia. Eram devotos da imagem de N. Sr.ª do Perpétuo Socorro, vinda de Espanha. O desenvolvimento do Salão permitiu-lhe ascender à categoria de Freguesia, em 1730. A Igreja de Nossa Senhora do Socorro construída em 1780, veio substituir uma anterior capela de 1727. O edifício tinha 24,2 metros de comprimento por 10,12 metros de largura, com 1 altar-mor. No ano de 1834, são doados à igreja 3 retábulos dourados que pertenciam ao extinto Convento de São João da Horta, e ainda, o púlpito e o gradeamento do coro, ficando a igreja com 3 altares, sendo os altares laterais, dedicados à N. Sr.ª do Rosário e à N. Sr.ª das Dores. A igreja é totalmente destruída no Sismo de 9 de Julho de 1998. Anteriormente, o Salão era um lugar da freguesia de Santa Bárbara dos Cedros. Cela, deve o nome ao facto de uma freira ter vindo acabar os seus dias para o Salão, quando da extinção das ordens religiosas, em 1834. Fez da sua casa uma cela igual à que tinha no convento e continuou a sua vida de freira até à morte. O povo chamou à sua casa, a "casa da Cela", e depois, o "lugar da Cela", como ainda hoje é chamado. No Porto do Salão, pequeno cais piscatório, dispõe um pequeno Parque de Campismo que disponibiliza grelhadores e instalações sanitárias. O Parque Florestal do Cabouco Velho, situado na parte Alta da freguesia, reúne numa área de 5 hectares todas as condições para passar um agradável dia ao ar livre, em convivência com a natureza. Nele podem ser observadas diversas plantas endémicas que rodeiam as mesas de piquenique e as zonas de recreio infantis. Disponibiliza parques de estacionamento, bem como grelhadores e instalações sanitárias. Tradições, Festas e Curiosidades Para além das festas do culto do Divino Espírito Santo, nesta freguesia fazem-se no dia 8 de setembro de cada ano as festa de Nossa Senhora do Socorro, que é padroeira da localidade e cuja imagem se encontra na Igreja de Nossa Senhora do Socorro. O Grupo Folclórico do Salão, foi fundado a 25 de Dezembro de 1973. O artesanato continua a ser representado pela cestaria em vime. São vários os tipos de cestos feitos, desde os cestos para jóias até aos que são utilizados nos produtos agrícolas. Cada um cesto demora 2 a 3 horas a ser feito. No ano de 1871, a população da freguesia era de 1 186 habitantes distribuidos por 286 fogos. A população foi reduzindo ao longo dos anos, devido essencialmente à emigração. Em 1962, no Salão viviam 750 habitantes distribuidos por 210 fogos. Em 1970, viviam no Salão 585 pessoas, mantendo-se dentro deste número até 1991. Economia Além da agricultura (trigo, milho, linho, …), os saloenses dedicavam-se muito a pecuária. Segundo uma estatística do ano de 1867, na freguesia havia 530 cabeças de gado bovino, 4 000 de gado ovino, que rendia com 800 kg de lã, 300 de caprino e 250 de suíno. O Porto do Salão, foi um dos primeiros portos dos Açores na "caça à baleia". O local onde se encontra era ideal para apanhar as baleias que vinham do lado de São Jorge e da Graciosa. A freguesia teve uma companhia baleeira, que se chamava "Companhia Baleeira Saloense" e era formada só com pessoas da freguesia. Tinha 2 botes baleeiros e 1 lancha de boca aberta. Mais tarde, esta companhia foi vendida a uma compainha do Cais do Pico, mas continuou estacionada no Salão.... Ver também Cabeço da Vaca A "Companhia Baleeira Saloense" foi a 1ª Companhia Baleeira dos Açores. Ligações externas Freguesias da Horta
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- Jornal do Brasil é um tradicional jornal brasileiro que é editado na cidade do Rio de Janeiro, capital do estado homônimo. Foi fundado em 1891 pelo jornalista Rodolfo Epifânio de Sousa Dantas, e atualmente pertence ao empresário Omar Resende Peres Filho, que sublicenciou a marca, de propriedade de Nelson Tanure. Em 2010, tornou-se o primeiro periódico brasileiro a ser totalmente digital, mas voltou a ter sua versão impressa publicada em 2018. História Início e evolução (1891-1900) O Jornal do Brazil (grafia utilizada até 1893) foi fundado em 9 de abril de 1891 pelo jornalista e político Rodolfo Epifânio de Sousa Dantas, com intenção de defender a monarquia recentemente deposta, embora tivesse que agir de maneira discreta ante o regime republicano para não sofrer com a censura, tal como outros jornais da época. De nível elevado, contava com a colaboração de José Veríssimo, Joaquim Nabuco, Aristides Spínola, Ulisses Viana, o Barão do Rio Branco (que escrevia as célebres colunas Efemérides e Cartas de França), e outros como Oliveira Lima, então apenas um jovem historiador. As afinidades da maioria desses elementos com o regime deposto foram sintetizadas por Nabuco como "a melhor República possível". O periódico inovou por sua estrutura empresarial, parque gráfico (na época sediado na Rua Gonçalves Dias, 56), pela distribuição em carroças e a participação de correspondentes estrangeiros, como Eça de Queiroz. Teve sua redação empastelada pela primeira vez em 16 de dezembro de 1891, dias após a morte do Imperador D. Pedro II, noticiada com pesar em uma edição especial tarjada de negro em sinal de luto. Após o ocorrido, Rodolfo Dantas, Joaquim Nabuco e Sancho de Barros Pimentel deixaram o jornal, que passou a ser dirigido por Henrique de Villeneuve, que passou a dar uma orientação mais conservadora ao jornal. Em 1893, a propriedade do jornal passa a ser de uma sociedade anônima, e em maio do mesmo ano, Rui Barbosa adquire-o por 70:000$000 (setenta contos de réis) juntamente com Joaquim Lúcio de Albuquerque Melo. Barbosa assumiu a função de redator-chefe do jornal, que deixou oficialmente de defender a volta da monarquia e passou a apoiar a república, porém, indo contra os interesses do presidente Floriano Peixoto. Nesta época, o Jornal do Brasil (agora com a grafia utilizada desde então) passou a publicar notícias internacionais, em parceria com a agência de notícias Reuter-Havas. Na Revolução Federalista, que ocorreu entre 1893 e 1895, Barbosa publicou no jornal em 31 de agosto o habeas corpus que expediu a favor do almirante Eduardo Wandenkolk, que havia sido preso por assinar o Manifesto dos 13 generais. Por conta disso, o jornal foi novamente empastelado três dias após a publicação. Em 6 de setembro de 1893, dia que eclodiu a Segunda Revolta da Armada, o Jornal do Brasil foi o único periódico da então Capital Federal a publicar o manifesto do Contra-Almirante Custódio de Melo, bem como um artigo onde Rui Barbosa atacava os partidários de Floriano, que mandou caça-lo "vivo ou morto". Barbosa parte para o exílio pouco depois, e o jornal fica em circulação até o presidente decretar estado de sítio e suspender a liberdade de imprensa no Brasil, causando o fechamento do Jornal do Brasil por 1 ano e 45 dias. Por iniciativa dos irmãos Cândido Mendes de Almeida Filho e Fernando Mendes de Almeida, que formaram a Mendes & Cia., o jornal voltou a circular em 15 de novembro de 1894, data da posse do presidente Prudente de Moraes, que marcava o fim da "República da Espada" e o início do período civil que veio a ser conhecido como "política do café-com-leite". A opção pela data assinalava o apoio à República (que completava 5 anos), e jornal passou a se intitular como o “legítimo e natural representante do povo”, voltando sua linha editorial para as notícias policiais, reivindicações populares e problemas urbanos. Os novos proprietários passaram a desconsiderar os três primeiros anos de funcionamento do jornal, tomando a data de relançamento do jornal como a de fundação, bem como a contar as edições a partir da mesma (embora os anos se mantivessem a partir da contagem original). Auge (1900-1930) Já no século XX, no ano de 1900, o Jornal do Brasil passou a expedir exemplares para todo o país, atingindo uma tiragem diária de 60 mil, a maior da América do Sul, superando o La Prensa, de Buenos Aires, Argentina. Com uma linha editorial que ia desde as reivindicações populares, passando pelas colunas especializadas até o jogo do bicho, o Jornal do Brasil tornou-se o principal veículo de imprensa do Brasil, ditando a moda e os costumes do país inteiro, sendo a partir daí conhecido como "Popularíssimo". Esse período próspero também se refletiu na modernização de todo o jornal, que investiu num maquinário de última geração que permitiu a impressão de ilustrações em cores, e numa nova sede, um arranha-céu construído na recém-inaugurada Avenida Central (atual Avenida Rio Branco), que foi concluído em 1910. No período começou a publicas semanalmente a Revista da Semana, a primeira revista ilustrada por fotografias com aprofundada interação entre texto e imagem do país. O Jornal do Brasil também tornou-se o primeiro do Brasil a inserir ilustrações em suas páginas, a exemplo do que os principais jornais do mundo faziam na época, e também foi pioneiro na publicação de um caderno exclusivo para o esporte, a partir de 1912. Também foi o primeiro a veicular anúncios na capa, em 1906, para adquirir capital e sanar os débitos da modernização. O jornal passou por alterações no quadro societário, que novamente passa a ser uma sociedade anônima. Seus proprietários passam a ser Carvalho de Morais e o conde Ernesto Pereira Carneiro, que inicialmente cuidava apenas do setor comercial e financeiro. Durante a Primeira Guerra Mundial, o Jornal do Brasil passou a sofrer uma crise financeira, em função do encarecimento da matéria-prima destinada a produção dos exemplares, como o papel-jornal. A crise somou-se às dívidas que vinham desde a modernização da estrutura, e em 1919, o conde Pereira Carneiro passou a ser o acionista integral do jornal após as hipotecas deixarem de ser pagas. É nessa mesma época que Assis Chateaubriand, que anos depois tornaria-se o magnata da comunicação brasileira, passa a ser chefe de redação do jornal. Na década de 1920, acompanhando a profissionalização da imprensa brasileira e o surgimento do rádio e do cinema, o JB passa por várias reformulações editoriais. O jornal também acompanhou os desdobramentos que puseram fim a política do café com leite e culminaram na Revolução de 1930, quando Getúlio Vargas e seus aliados políticos depuseram o presidente Washington Luís e impediram a posse de Julio Prestes. O governo provisório perseguiu os veículos de imprensa que haviam apoiado o antigo presidente, o que incluiu o Jornal do Brasil, que foi empastelado pela terceira vez em sua história e ficou fora de circulação por quatro meses. "Jornal das cozinheiras" (1930-1959) Já na década de 1930, o jornal sofria com a censura e com problemas econômicos. Em 1934, Pereira Carneiro nomeou José Pires do Rio como diretor-tesoureiro, e este promoveu uma série de reestruturações que fizeram o Jornal do Brasil dar menos enfoque ao conteúdo e mais enfoque aos anúncios, sobretudo aqueles de serviços domésticos, que abarrotavam as páginas levando o jornal a uma queda vertiginosa de qualidade e a ser apelidado de "jornal das cozinheiras". Para não sofrer ainda mais com a censura, principalmente depois do início do Estado Novo em 1937, o Jornal do Brasil teve que apoiar o novo regime, mantendo relações cordiais com o Departamento de Imprensa e Propaganda e apoiando as reformas trabalhistas e econômicas do presidente. Essa foi a fase de menor prestígio da história do jornal, que teve que se alinhar com os políticos governistas para se manter, tal como aconteceu nos seus primeiros anos de existência. O Jornal do Brasil perdeu também algumas de suas características marcantes, como as ilustrações, que foram substituídas pelas fotografias, e diminuiu seu papel de grande noticioso do país. Na década de 1950, o conde Pereira Carneiro se afasta do jornal por conta da sua saúde debilitada, vindo a falecer em 1954. O jornal então passa a ser de propriedade da sua esposa, a condessa Maurina Dunshee de Abranches Pereira Carneiro, que nomeia o seu genro, Nascimento Brito, o novo diretor-executivo do jornal. Reformulação gráfica e modernização (1959-2000) Com a nova administração, o Jornal do Brasil busca recuperar sua utilidade pública iniciando uma reestruturação total. As primeiras mudanças começam ainda em 1956, com a criação do Suplemento Dominical por Reynaldo Jardim e a vinda de Odylo Costa Filho, que organiza uma equipe com nomes vindos do Diário Carioca e do Tribuna da Imprensa, composta por Jânio de Freitas, Carlos Castelo Branco, Carlos Lemos, Wilson Figueiredo, Amílcar de Castro, Hermano Alves, Lúcio Neves, Luís Lobo, Ferreira Gullar e José Carlos de Oliveira. Destes, Jânio foi o responsável por recriar a capa do jornal, que estreou oficialmente em 3 de junho de 1959, e Amílcar, o design gráfico e criação dos tradicionais cadernos "B" (para artes em geral) e "C" (para os classificados), em 1960, criando uma tendência copiada por praticamente todos os jornais do país e que é comum até hoje, tornando o Jornal do Brasil novamente numa referência nacional. Sofreu perseguição da ditadura militar depois da promulgação do Ato Institucional Número 5, após se utilizar do quadro da previsão do tempo para driblar a censura então imposta pelos militares ao ex-embaixador José Sette Câmara Filho, preso. A condessa Pereira Carneiro, proprietária do jornal, decidiu suspender a sua circulação até que Câmara fosse libertado, o que ocorreu poucos dias depois. Seu presidente, Nascimento Brito, foi preso e interrogado em 1970, depois de voltar do México, de uma reunião da Sociedade Interamericana de Imprensa, onde havia criticado suavemente a censura. Na década de 1970, o JB se transferiu para um novo prédio, na Avenida Brasil, 500, em frente ao Porto do Rio de Janeiro. Conforme Jânio de Freitas, o JB foi o principal jornal durante a ditadura, auferindo muitos lucros ao identificar-se com o regime. Liderou iniciativas de apoio ao regime, utilizando expressões como "milagre brasileiro", "Brasil grande", ou a designação de terroristas a opositores, mesmo não armados. Com a redemocratização, tais ganhos desapareceram e o jornal logo entraria em crise. Na década de 1980, o Jornal do Brasil concorreu na licitação de concessões do Governo Federal para montar uma rede de televisão nacional, porém perdeu para o Grupo Silvio Santos e para o Grupo Bloch. No entanto, investiu no seu sistema de rádios, que contava com a Rádio Jornal do Brasil, a JB FM e a Rádio Cidade, todas integradas ao jornal. Também é nessa época que Nascimento Brito torna-se proprietário do JB, com a morte da sua sogra, a condessa Pereira Carneiro, em 1983. Crise e digitalização (2000-2017) Em 2001, Nascimento Brito arrendou o título do jornal para o empresário Nelson Tanure por 60 anos, renováveis por mais 30. A intenção do empresário, conhecido por comprar empresas pré-falimentares, saneá-las e depois revendê-las, era recuperar o prestígio do jornal. Naquele ano, as vendas do jornal eram de 70 mil exemplares em média durante a semana e 105 mil aos domingos. Recuperou-se a partir de 2003, atingindo 100 mil exemplares em 2007, quando então as vendas novamente começaram a cair, chegando a 20.941 em março de 2010. Em 2002, a redação deixou o prédio da Avenida Brasil, que hoje abriga o Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia, e se transferiu para o Edifício Conde Pereira Carneiro, no mesmo endereço da antiga sede que foi demolida na Avenida Rio Branco, 110. Em 2005, o JB instalou-se na "Casa do Bispo", no bairro do Rio Comprido, imóvel histórico e representativo do colonial luso-brasileiro, datado do início do século XVII, que já serviu de sede à Fundação Roberto Marinho. Em 16 de abril de 2006, começou a circular nas bancas em formato berlinense ou europeu, maior que o tabloide e menor que o standard, seguido por diversos jornais daquele continente. Em 2008, o Jornal do Brasil realizou uma parceria de digitalização com o buscador Google, que resultou no livre acesso de edições digitalizadas das décadas de 1930 a 1990. Em julho de 2010, foi anunciado o fim da edição impressa do jornal que, a partir de 1º de setembro do mesmo ano, passou a existir somente em versão online, com alguns conteúdos restritos a assinantes, o JB Premium. O JB passou então a autodenominar-se "O primeiro jornal 100% digital do país!". Breve retorno da edição impressa (2017-2019) Em fevereiro de 2017, o jornal foi comprado pelo empresário Omar Resende Peres Filho, que negociou a cessão do nome com Nelson Tanure por 30 anos, e prometeu voltar a publicar uma versão impressa do jornal. O empresário assumiu o jornal no dia 22 de dezembro, e em 25 de fevereiro de 2018, após cerca de 7 anos e 5 meses fora de circulação, o JB voltou a circular nas bancas. A redação do JB voltou a funcionar na Avenida Rio Branco, no 21º andar do Edifício RB 53, contando com 30 profissionais e 20 colunistas e colaboradores, e sua impressão passou a ser feita no parque gráfico do Infoglobo em Duque de Caxias, no tradicional formato standard, que o jornal teve até 2006, com uma tiragem especial de 50 mil exemplares, passando a 20 mil nos dias posteriores. Para anunciar a reestreia do JB, três aviões com faixas de publicidade foram colocados para sobrevoar a orla do Rio de Janeiro e de Niterói, e vários pontos de venda foram espalhados pela cidade. Em apenas cinco horas de venda, os exemplares esgotaram nas bancas. O jornal também passou a ser comercializado no Distrito Federal, com a impressão de 2 mil exemplares feita localmente pelo parque gráfico do Jornal de Brasília e em São Paulo, apenas nos aeroportos da cidade. Em 10 de abril, o JB mudou-se para uma nova sede, em um prédio histórico também localizado na Avenida Rio Branco, com espaço preparado para futuras expansões do jornal. Pouco mais de 1 ano do retorno às bancas, em 12 de março de 2019, Omar Resende Peres Filho anunciou o fim da edição impressa. Estima-se que cerca de 20 comunicadores foram demitidos na ocasião. Cadernos Política: Caderno com fatos relacionados a política em geral, com colunas assinadas por Tereza Cruvinel, Octávio Costa e Jan Theophilo; Opinião: Caderno com as opiniões dos leitores, personalidades e o editorial do jornal; Cidade: Caderno com os fatos relacionados ao cotidiano da cidade do Rio de Janeiro; Sociedade: Caderno com os fatos relacionados ao cotidiano da sociedade, com colunas assinadas por André Miceli e Felipe Ribbe; Economia: Caderno com os fatos relacionados a economia, com colunas assinadas por René Garcia Jr. e Evandro Guimarães; Internacional: Caderno com os fatos que acontecem ao redor do mundo; Esportes: Caderno com os destaques esportivos, com uma coluna assinada por Renato Maurício Prado; B: Caderno com os destaques das cultura e das artes, com colunas assinadas por Aquiles Rique Reis, Elisa Lucinda, Gilberto Scofield Júnior, Hildegard Angel, Mariana Camargo, Miguel Paiva, Thiago Goes, Tom Leão e Wilson Rondó Júnior Equipe Editores Carlos Negreiros (Arte) José Marinho Peres (Fotografia) Octávio Costa (Política) Gilberto Menezes Côrtes (Economia) Clóvis Saint-Clair (Cidade) Toninho Nascimento (Esporte/Internacional) Deborah Dumar (Caderno B) Repórteres Lenise Figueiredo (correspondente na Europa) Marcelo Auler (repórter especial) Colunistas André Miceli (Sociedade Digital) Aquiles Rique Reis (Dicas do Aquiles) Elisa Lucinda (Cercadinho de Palavras) Evandro Guimarães (JB no Campo) Felipe Ribbe (Inovação JB) Gilberto Scofield Júnior (Sempre aos Domingos) Hildegard Angel (Borbulhantes) Jan Theophilo (Informe JB) Mariana Camargo (Música em Pauta) Miguel Paiva (Visto de Fora) Octávio Costa (Coluna da Segunda - Política) Renato Maurício Prado (Futebol & Cia.) René Garcia Jr. (O Outro Lado da Moeda) Sônia Araripe (Ecologia) Tereza Cruvinel (Coisas da Política) Thiago Goes (Influência do Jazz) Tom Leão (coluna homônima) Wilson Rondó Júnior (Saúde & Alimentação) Conselho editorial Gilberto Menezes Côrtes Hildeberto Aleluia Octávio Costa René Garcia Jr. Wilson Cid Diretores Gilberto Menezes Côrtes (redação) Ziraldo (arte) Antônio Carlos Mello Afonso (administrativo-financeiro) Omar Resende Peres Filho (presidente) Prêmios Prêmio ExxonMobil de Jornalismo (Esso) 1995: Esso de Fotografia, concedido a Michel Filho, pela obra "MANIFESTAÇÃO E TIROTEIO NA LINHA VERMELHA" 1995: Menção Honrosa por "JUSTIÇA É PODER ACIMA DO PAÍS" 1998: Esso de Informação Científica, Tecnológica e Ecológica, concedido a Tania Malheiros, pela obra "ARAMAR TEVE ACIDENTES RADIOATIVOS" 1999: Esso de Fotografia, concedido a Marco Terranova, pela obra "DOMINGO DE PAVOR" 2000: Esso especial de primeira página, concedido a Fritz Utzeri e Equipe, por "Incompetência e Morte" Esso de criação gráfica, na categoria jornal, concedido a José Adilson Nunes, por "Malandragem, Adeus" 2004: Esso Especial de Primeira Página, concedido a Augusto Nunes, Octavio Costa, Marcus Barros Pinto e Nélio Horta, pela reportagem "Ministro Berzoini" Antigas empresas do Grupo Jornal do Brasil JB FM Rádio Cidade (Rio de Janeiro) Rio FM Rádio Jornal do Brasil TV JB Opus 90 FM 105 FM (Rio de Janeiro) Bibliografia Ligações externas Jornais do estado do Rio de Janeiro Jornais em língua portuguesa Sites de notícias Publicações fundadas em 1891 Jornais online com edições impressas extintas
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Medelim é uma freguesia portuguesa do município de Idanha-a-Nova, com 30,47 km² de área e 230 habitantes (censo de 2021). A sua densidade populacional é . Foi vila e sede de concelho até ao início do século XIX. Era constituído apenas pela freguesia da sede e tinha, em 1801, 492 habitantes. É designada como a Aldeia dos Balcões. Ao todo a aldeia de Medelim tem mais de 200 balcões. O sítio da Câmara Municipal de Idanha-a-Nova refere 216. Normalmente são escadas de lajes grandes, em granito que dão acesso à principal entrada da habitação. No passado, o espaço interior do balcão era aproveitado para guardar animais. Demografia A população registada nos censos foi: Rua da Judiaria Até ao século XVI viveu nesta freguesia uma comunidade judaica. Viviam na atual Rua da Judiaria. Algumas das casas revelam o modo de vida dessa comunidade. A romaria da Freguesia de Medelim é a festa do Senhor do Calvário, no último fim-de-semana de Agosto e realiza-se no santuário, um dos locais mais conhecidos. Património Via de Medelim Santuário do Senhor do Calvário/ Miradouro Capela da Misericórdia Igreja de Santa Maria Madalena (matriz de Medelim) / Torre Capela do Espírito Santo ou de S. Sebastião Vestígios romanos Casas brasonadas Coletividades Associação de Caçadores de Medelim Associação “O Arcaz” Grupo de Coesão e Cultura de Medelim Associação Cultural Recreativa e Desportiva de Medelim Grupo de Cantares de Medelim MMCR - Medelim Moto Clube Raiano Freguesias de Idanha-a-Nova Antigos municípios do distrito de Castelo Branco
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Segura é uma povoação portuguesa do município de Idanha-a-Nova, na província da Beira Baixa, região do Centro (Região das Beiras) e sub-região da Beira Interior Sul, com 73,83 km² de área e 176 habitantes (2011). A sua densidade populacional é de 2,4 hab/km². Foi vila e sede de concelho entre 1510 e 1836, quando foi anexada ao município de Salvaterra do Extremo. Era constituído por uma freguesia e tinha, em 1801, 574 habitantes. Foi sede de uma freguesia extinta em 2013, no âmbito de uma reforma administrativa nacional, para, em conjunto com Zebreira, formar uma nova freguesia denominada União das Freguesias de Zebreira e Segura com a sede em Zebreira. É um dos pontos de passagem na fronteira Espanha-Portugal. População Património Igreja da Misericórdia de Segura Fortaleza de Segura Pelourinho de Segura Ponte de Segura Capelas de Santa Marinha, de S. Pedro e de S. Sebastião Vestígios arqueológicos na Capela de S. Pedro Fontes da Frutuosa, das Freiras e de Mata Mouros Forno comunitário Antigas minas de Segura Vestígios romano-medievais e dólmen da Granja Mamoas do Curral do Roque e de S. Pedro Furdão da Fonte do Piolho Colectividades Associação Desportiva Recreativa e Cultural Segurense Secção Cultural: Grupo de Cantares de Segura Clube de Pesca e Caça Flôr do Erges Ver também Parque Natural do Tejo Internacional Ligações externas
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Um gás ideal ou gás perfeito pode ser compreendido como um conjunto de moléculas ou átomos que estão em movimento constante e aleatório, cujas velocidades médias estão relacionadas com a temperatura - quanto maior a temperatura do sistema, maior a velocidade média das moléculas. Um gás difere-se de um líquido pelo fato de as moléculas estarem mais afastadas, exceto no momento em que elas sofrem colisões. Outra diferença é que o movimento de suas trajetórias é muito pouco perturbado pelas forças intermoleculares. O conceito de gás ideal é útil porque obedece a lei dos gases ideais, uma equação de estado simplificada, e é passível de análise pela mecânica estatística. A Lei dos Gases Ideais relaciona as variáveis de estado: temperatura, pressão, volume e número de mols, o que permite determinar o valor de uma variável quando se conhece as outras três. Um gás ideal é composto de partículas puntiformes (tamanho desprezível, considerando que seus diâmetros são muito menores que as distâncias médias percorridas), e precisa estar na condição de baixa pressão (falta de interações). Considerando os três estados físicos da matéria, apenas o estado gasoso permite, comparativamente, uma descrição quantitativa simples. Em condições ambientais normais tais como as temperatura e pressão padrão, a maioria dos gases reais comportam-se como um gás ideal. Geralmente, desvios de um gás ideal tendem a diminuir com mais alta temperatura e menor densidade, como o trabalho realizado por forças intermoleculares tornando-se menos significativas comparadas com a energia cinética das partículas, e o tamanho das moléculas torna-se menos significativo comparado ao espaço vazio entre elas. O modelo do gás ideal tende a falhar em mais baixas temperaturas ou mais altas pressões, quando forças intermoleculares e o tamanho molecular tornam-se importantes. Em algum ponto de baixa temperatura e alta pressão, gases reais atravessam uma transição de fase, tais como um líquido ou um sólido. O modelo de um gás ideal, entretanto, não descreve ou permite transições de fases. Estes devem ser modelados por equações de estado mais complexas. O modelo do gás ideal tem sido explorado tanto na dinâmica Newtoniana (como na "teoria cinética") e em mecânica quântica (como um "gás em uma caixa"). O modelo de gás ideal tem sido também usado para modelar o comportamento de elétrons em um metal (no modelo de Drude e no modelo do elétron livre), e é um dos mais importantes modelos em mecânica estatística. Tipos de gases ideais Existem três classes básicas de gases ideais: o clássico ou gás ideal de Maxwell-Boltzmann; o gás de Bose quântico ideal, composto de bósons; e o gás de Fermi quântico ideal, composto de férmions. O gás ideal clássico pode ser separado em dois tipos: O gás ideal termodinâmico clássico e o gás ideal quântico de Boltzmann. Ambos são essencialmente o mesmo, exceto que o gás ideal termodinâmico é baseado na mecânica estatística clássica , e certos parâmetros tais como a entropia são somente especificados dentro de uma constante aditiva indeterminada. O gás ideal quântico de Boltzmann supera esta limitação, tomando o limite do gás quântico de Bose e o gás quântico de Fermi no limite de alta temperatura para especificar estas constantes aditivas. O comportamento de um gás quântico de Boltzmann é o mesmo que de um gás ideal clássico, exceto para a especificação destas constantes. Os resultados do gás quântico de Boltzmann são utilizados num certo número de casos, incluindo a equação de Sackur-Tetrode para a entropia de um gás ideal e a equação de ionização Saha para um plasma fracamente ionizado. Gás ideal simples Um gás ideal simples pode ser completamente caracterizado apenas pelos seguinte parâmetros macroscópicos: energia interna, volume e número de moles de seus constituintes. Um gás ideal simples é caracterizado por duas equações: Onde: é uma constante; é a constante universal dos gases (); é a energia interna do sistema; é o número de moles dos componestes químicos; é a temperatura do sistema. Gases compostos de átomos monoatômicos não interagentes (tais como He, Ar, Ne) satisfazem essas equações em temperaturas tais que seja pequeno quando comparado com as energias de excitação eletrônica e em pressões baixas ou moderadas. Para tais gases ideais monoatômicos . Leis que regem os gases ideais termodinâmicos clássicos Um gás ideal termodinâmico clássico obedece às seguintes leis: Onde: representa a pressão; representa o volume; representa a temperatura termodinâmica; representa a quantidade de gás; representa a massa. Equação de Clapeyron Unificando todos os enunciados obtemos que: Essa relação define a constante dos gases perfeitos () que vale 8,314 J·K−1mol−1 para todos os gases perfeitos. Daí vem a equação de estado dos gases perfeitos, conhecida como equação de Clapeyron: O nome dessa formulação é uma referência a Benoît Paul-Émile Clapeyron. Relação com a realidade Um gás real tende a se comportar como ideal quando o fator de compressibilidade () tende a um, ou seja, quando a pressão é baixa e a temperatura é alta, para que a distância entre as moléculas seja a maior possível. Nessas condições, os choques entre as moléculas se tornam praticamente elásticos, havendo pouca perda de energia cinética. Podemos perceber que a equação não faz nenhuma referência ao tipo de molécula de gás. A consequência desse fato é a que a equação é incapaz de prever os efeitos das interações intermoleculares. Porque se duas moléculas com grande interação intermolecular se cruzam próximas uma da outra existe uma força de atração, diminuindo a energia cinética, o que diminuiria a pressão total do sistema em relação ao esperado no caso de não haver tal interação. Por isso é preciso que o sistema esteja em alta temperatura e baixa pressão. No primeiro caso, com a temperatura alta, a alta energia cinética faz com que os choques entre as moléculas sejam quase elásticos, e quando elas se aproximam a interação seja por um momento curto e a interação acaba não sendo o suficiente para mudar a trajetória das partículas no gás. É como se fosse um foguete passando próximo da superfície de um planeta. Se a velocidade for baixa ele será aprisionado pelo enorme campo gravitacional, mudando de trajetória e se chocando com o planeta, o que diminuiria sua energia cinética. Se a velocidade for suficientemente alta ele passará sem grandes mudanças. No segundo caso, com a baixa pressão, as moléculas estão muito afastadas. E como a interação depende fortemente da distância das partículas, grandes distâncias fazem com que o efeito de interação seja praticamente desprezível. Ver também Gás real Bilhar dinâmico Equação de Van der Waals Bibliografia Halliday, D. & Resnick, R.; Fundamentos de Física; RJ; Livros Técnicos e Científicos, 1991. v. 2. Eisberg, R. M. & Lerner, L. S.; Física; São Paulo; McGraw-Hill, 1982. v. 2. Moysés Nussenzveig; Física; São Paulo; Editora Blucher, 1997 Ligações externas Gas properties - - Modelagem em animação com capacidade de alteração de variáveis para um gás ideal. Gases Físico-química
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Robert-Jasper Grootveld foi um dos principais personagens da contracultura mundial de todos os tempos, Grootveld foi um dos primeiros a iniciar o movimento Provo, nos Países Baixos, em 1964. Com um pai anarquista, cresceu ouvindo suas ideais. Em 1966, começou uma campanha antitabagista, onde ele pichava um K de Kanker (câncer, em neerlandês) em cartazes de propaganda de tabaco. Foi preso várias vezes. Construiu um templo antitabaco e uma drugstore chamada "Africanesse Marijuana" que vendia maconha abertamente no centro de Amsterdã. Foi preso várias vezes. Por volta de maio de 1966, iniciou o movimento Provo. Anarquistas dos Países Baixos
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A inteligência tem sido definida popularmente e ao longo da história de muitas formas diferentes, tais como em termos da capacidade de alguém/algo para lógica, abstração, memorização, compreensão, autoconhecimento, comunicação, aprendizado, controle emocional, planejamento e resolução de problemas. Dentro da psicologia, vários enfoques distintos já foram adotados para definir inteligência humana. A psicometria é metodologia mais usada e mais conhecida pelo público-geral, além de ser a mais pesquisada e amplamente usada. Conforme a definição que se tome, a inteligência pode ser considerada um dos aspectos naturais da linguagem ou um traço de personalidade. Etimologia Latim intellectus, de intelligere = inteligir, entender, compreender. Composto de íntus = dentro e lègere = recolher, escolher, ler (cfr. intendere). Definições Existem dois "consensos" de definição de inteligência. O primeiro, de Intelligence: Knowns and Unknowns, um relatório de uma equipe congregada pela Associação Americana de Psicologia, em 1995: "Os indivíduos diferem na habilidade de entender ideias complexas, de se adaptarem com eficácia ao ambiente, de aprenderem com a experiência, de se engajarem nas várias formas de raciocínio, de superarem obstáculos mediante o pensamento. Embora tais diferenças individuais possam ser substanciais, nunca são completamente consistentes: o desempenho intelectual de uma dada pessoa vai variar em ocasiões distintas, em domínios distintos, a se julgar por critérios distintos. Os conceitos de 'inteligência' são tentativas de aclarar e organizar esse conjunto complexo de fenômenos." Uma segunda definição de inteligência vem de Mainstream Science on Intelligence, que foi assinada por cinquenta e dois pesquisadores em inteligência (de 131 cientistas convidados), em 1994: "uma capacidade mental bastante geral que, entre outras coisas, envolve a habilidade de raciocinar, planejar, resolver problemas, pensar de forma abstrata, compreender ideias complexas, aprender rápido e aprender com a experiência. Não é uma mera aprendizagem literária, uma habilidade estritamente acadêmica ou um talento para sair-se bem em provas. Ao contrário disso, o conceito refere-se a uma capacidade mais ampla e mais profunda de compreensão do mundo à sua volta - 'pegar no ar', 'pegar' o sentido das coisas ou 'perceber' uma coisa." Herrnstein e Murray: "...habilidade cognitiva". Sternberg e Salter: "...comportamento adaptativo orientado a metas". Saulo Vallory: "...habilidade de intencionalmente reorganizar informações para inferir novos conhecimentos". Inteligência na psicometria A despeito das várias definições para a inteligência, a abordagem mais importante para o entendimento desse conceito (ou melhor, a que mais gerou estudos sistemáticos) é baseada em testes psicométricos. O fator genérico medido por cada teste de inteligência é conhecido como g (ver teoria g). É importante deixar claro que o fator g, criado por Charles Spearman, é determinado pela comparação múltipla dos itens que constituem um teste ou pela comparação das pontuações em diferentes testes; portanto, trata-se de uma grandeza definida relativamente a outros testes ou em relação aos itens que constituem um mesmo teste. Isso significa que, se um teste for comparado a um determinado conjunto de outros testes, pode-se mostrar mais (ou menos) saturado em g do que se fosse comparado a um conjunto diferente de outros testes. Um exemplo: um teste como G36, que é um teste de matrizes, se comparado a testes como Raven, Cattell, G38 e similares, ficará mais saturado em g do que se for comparado a testes como WAIS, Binet, DAT, SAT, GRE, ACT, que incluem mais conteúdo verbal e aritmético. Com relação ao g interno do teste, um caso como o Raven Standard Progressive Matrices, em que os itens apresentam pouca variabilidade de conteúdo, tende a apresentar um fator g mais alto do que um teste como o WAIS-III, que é constituído por catorze subtestes com conteúdos bastante distintos. Portanto, o fator g não tem um sentido absoluto. Inteligência, QI e fator g Inteligência, QI e fator g são conceitos distintos. A inteligência é o termo usado no discurso comum para se referir à habilidade cognitiva. Porém, é uma definição geralmente vista como muito imprecisa para ser útil em um tratamento científico do assunto. O quociente de inteligência, QI, é um índice calculado a partir da pontuação obtida em testes nos quais especialistas incluem as habilidades que julgam compreender as habilidades conhecidas pelo termo inteligência. É uma quantidade multidimensional - um amálgama de diferentes tipos de habilidades, sendo que a proporção de cada uma delas muda de acordo com o teste aplicado. A dimensionalidade das pontuações de QI pode ser estudada pela análise fatorial, que revela um fator dominante único no qual se baseiam as pontuações em todos os possíveis testes de QI. Esse fator, que é uma construção hipotética, é chamado g ou, algumas vezes, chamado de habilidade cognitiva geral ou inteligência geral. De acordo com a teoria da modificabilidade cognitiva estrutural, do psicopedagogo Reuven Feuerstein, todo ser humano com dificuldades de aprendizado, em qualquer fase de sua vida, pode ter sua inteligência "amplificada". Isto, daria a qualquer indivíduo a capacidade de aprender. Classificação Na população geral, a maioria dos indivíduos tem QI em torno de 100 (de 85 a 115). Indivíduos com QI acima de 130 são considerados superdotados, os com resultado abaixo de 70 apresentam deficiência intelectual, classificada como leve (QI 50-70), moderada (QI 35-50) e grave/profunda (QI <35). Teoria das múltiplas inteligências Nas propostas de alguns investigadores, a inteligência não é uma só, mas consiste num conjunto de capacidades relativamente independentes. O psicólogo Howard Gardner desenvolveu a teoria das inteligências múltiplas, identificando sete diferentes tipos de inteligência: lógico-matemática, linguística, espacial, musical, cinemática, intrapessoal e interpessoal. Mais recentemente, Gardner expandiu seu conceito acrescentando à lista a inteligência naturalista e a inteligência existencial. Peter Salovey e John Meyer, desenvolveram o conceito de inteligência emocional. Daniel Goleman obteve um razoável sucesso ao saber por em palavras simples o conceito que afirma que esta inteligência é pelo menos tão importante quanto a perspectiva mais tradicional de inteligência. A inteligência emocional proposta por Goleman pode ser visualizada nas inteligências intrapessoal e interpessoal, propostas por Gardner. Os proponentes das teorias de múltiplas inteligências afirmam que a teoria g é no máximo uma medida de capacidades académicas. Os outros tipos de inteligência podem ser tão importantes como a g fora do ambiente de escola. Conforme foi dito acima, qualquer que seja o nível de abrangência de um teste ou de vários testes, haverá um fator principal g, que explica grande parte da variância total observada na totalidade de itens ou na totalidade de testes. Se forem elaborados 7 a 9 testes para aferir as 7 a 9 inteligências, ficará patente que desse conjunto também emerge um fator geral que representa, talvez, mais de 50% da variância total. Se fossem considerados os 120 tipos de inteligência propostos por Guilford, também haveria um fator comum g que poderia explicar grande parte (talvez 50% ou mais) da variância total de todas essas habilidades (ou inteligências). Outro detalhe a ser considerado é que, se g é o fator principal, por definição significa que é neste fator que mais estão saturados os itens ou os testes considerados, logo os demais fatores h, i, j ... respondem por uma quantidade menor da variância total, ou seja, os demais fatores não podem ser, individualmente, tão importantes quanto g, mas podem, em conjunto, ser mais importantes (explicar maior parte da variância total) do que g. Também é importante destacar que isso tudo é quantificável mediante o uso de um método estatístico multivariado chamado análise fatorial. Controvérsias Alguns temas controversos no estudo da inteligência são: a relevância da inteligência psicométrica com o senso comum de inteligência; os limites da aplicação de testes psicométricos em indivíduos de culturas não ocidentais ou iletrados. a importância da inteligência no dia-a-dia e o diagnóstico da deficiência mental; o impacto dos genes e do ambiente na inteligência humana. Ver também Anti-intelectualismo Cognição Criança índigo Criatividade Gênio Imaginação Inibição cognitiva Inteligência animal Inteligência artificial Intertel Mensa International Neuropsicologia Práxis Raciocínio Superdotado Teorias da aprendizagem Testes de QI Triple Nine Society Filosofia Psicologia da personalidade Psicopedagogia
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Venâncio Aires é um município brasileiro no centro do estado do Rio Grande do Sul. Emancipado de General Câmara em 1849 e instalado em 1891, seu nome é uma homenagem ao jornalista Venâncio de Oliveira Ayres. Em 2007, possuía habitantes, 59,11% destes na zona urbana e 40,89% na zona rural, sendo o 30° município mais populoso do Rio Grande do Sul. Fala-se lá tanto o português como o alemão, em especial o dialeto hunsrückisch. É considerada a "capital nacional do chimarrão", devido à sua produção de erva-mate, sendo também um dos maiores produtores de fumo do Brasil. História A região de Venâncio Aires era habitada, no século XVI, por indígenas, principalmente nos vales dos rios e arroios. Os primeiros registros escritos de povoamento da região onde está Venâncio Aires datam de 1762, com a compra de terras do posseiro Francisco Machado Fagundes da Silveira. O município de Venâncio Aires intensificou sua povoação a partir de 1800, com a chegada e fixação dos açorianos às margens do Rio Taquari e do Arroio Castelhano. Os colonos açorianos dedicavam-se, primeiramente, à pecuária, à exploração de madeira e à produção de erva-mate. Em 1849, o município de Taquari se emancipou de Triunfo, levando, consigo, General Câmara (na época, Santo Amaro) e Venâncio Aires, nomeado Faxinal dos Fagundes. Entre os anos de 1853 e 1856, os primeiros imigrantes alemães chegaram à região, dedicando-se à agricultura e localizando-se no vale do Arroio Sampaio. Santo Amaro conquistou autonomia de Taquari em 1881. O Arroio Castelhano ganhou sua primeira ponte em 1878, o que foi importante para o escoamento de produtos para a região. Em 8 de maio de 1884, a localidade de Faxinal dos Fagundes alcançou sete mil habitantes e se elevou a "Freguesia de São Sebastião Mártir". Neste ano, também se iniciou a construção de uma capela para o santo padroeiro, São Sebastião. "Ato nº 371 de 30 de abril de 1891, o vice Governador do Estado resolve elevar a villa, a Freguesia de São Sebastião Mártir a condição de Distrito do município de Santo Amaro, com a denominação de Venâncio Aires". Através desta declaração do então governador do Rio Grande do Sul Fernando Abbott, de 30 de abril de 1891, surgiu o município de Venâncio Aires, ainda que sua sede fosse uma vila. O nome originou-se como homenagem ao jornalista Venâncio de Oliveira Aires, que foi do estado de São Paulo viver no Rio Grande do Sul. A vila elevou-se à cidade no dia 11 de maio de 1891. Em 1913, começou-se o planejamento das ruas do centro da cidade, em linhas retas. Em 1920, a iluminação pública passou a ser com lâmpadas. Surgiram os primeiros telefones na cidade e a população atingia 17 mil habitantes. Em 1924, a sociedade já possuía 48 grupos alemães. Em 1934, os negros entraram na comunidade venancio-airense. Entre 1940 e 1960, o Porto de Mariante, na localidade de Mariante, transformou Venâncio em um centro comercial, impulsionando a economia. Em 1968, alcançou a liderança na produção de fumo, com uma colheita de 7 400 toneladas. Na década de 1970, iniciou-se o processo de industrialização do município, com continuação na década de 1980, fazendo com que o município chegasse às primeiras posições no cenário econômico do Rio Grande do Sul nos anos 1990. Em 2005, com a crise no agronegócio e prejuízos com a produção de erva-mate e fumo, foi feito o Seminário do Plano de Desenvolvimento Estratégico - Venâncio 2020, onde foram tracejadas as próximas metas para o desenvolvimento da cidade. Geografia Localiza-se na Mesorregião do Centro Oriental Rio-Grandense e na Microrregião de Santa Cruz do Sul, estando entre o Vale do Rio Pardo e o Vale do Taquari, pertencendo ao Conselho Regional de Desenvolvimento do Vale do Rio Pardo e à Diocese de Santa Cruz do Sul. Atinge uma altitude média de 210 metros ao nível do mar. Encontra-se às margens da rodovia RSC-287 e distancia-se 130 quilômetros da capital estadual, Porto Alegre. Em 2007, possui uma população de 64.524 habitantes. Venâncio Aires ostenta o título de "Capital Nacional do Chimarrão". Em comemoração a isso, a cidade sedia a Festa Nacional do Chimarrão (Fenachim), uma das mais completas do Rio Grande do Sul. O município também foi durante muitos anos o maior produtor de fumo do Brasil, mesmo que a "Capital Nacional do Fumo" seja a cidade vizinha de Santa Cruz do Sul. Demografia A população total do município, segundo os Dados Preliminares do Censo 2007 realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, é de habitantes, sendo o 30° município mais populoso do Rio Grande do Sul, apresentando uma densidade populacional de 83,4 habitantes por quilômetro quadrado. A população urbana, em 2006, representa 59,11% e a população rural corresponde a 40,89%. O sexo feminino representa 50,13% da população, enquanto o sexo masculino corresponde a 49,87% (na zona urbana o sexo feminino possui uma vantagem de 51,49% contra 48,51% da masculina; na zona rural, 51,84% da população sendo homens e 48,16% sendo mulheres), de modo que a população estimada neste ano era de 67.373 habitantes. A parte urbana do município tem habitantes de etnia alemã, italiana, lusa, e afrodescendente. Já na região sul e sudeste é predominante a população lusa, e no oeste e no norte a população teutônica. O coeficiente de Gini, cálculo realizado para medir a desigualdade social, é de 0,48, visto que a mais imperfeita é um e a mais perfeita é zero. A taxa de fecundidade é de 2,0 filhos por mulher. A expectativa de vida é de 72,7 anos e o analfabetismo é de 7,1% entre a população. A mortalidade infantil apresenta um coeficiente de 15,5 mortes por mil recém-nascidos. Venâncio apresenta um Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) educacional de 0,884, considerado elevado. Com um IDH de 0,795, a saúde é nomeada média. A renda per capita, com um índice de desenvolvimento humano de 0,701 - médio. O índice de desenvolvimento humano geral do município é de 0,793 - médio - e está na posição 199ª no ranking de desenvolvimento humano do Rio Grande do Sul e 715ª no cenário brasileiro. Quanto aos índices residenciais, o número total de residências é de 20 500. A rede de esgoto possui 180 quilômetros; a de água, 14 421; a rede de resíduos atende 22 158 domicílios e a de luz elétrica, 19 747 residências. Existem 8 073 telefones fixos instalados e 196 telefones públicos, chamados popularmente de orelhões. Venâncio possui uma frota de 14 232 automóveis, 7.789 motocicletas, 1.004 caminhões, 661 caminhonetas, 54 micro-ônibus, 1 061 reboques, 167 ônibus e 18 tratores de rodas. Subdivisões Distritos Arlindo Centro Linha Brasil Deodoro Estância Nova Mariante Palanque Santa Emília Vale do Sampaio Venâncio Aires Religião Dentre os primeiros imigrantes, a maioria era católico ou luterano, sendo a relação entre estes harmoniosa, com locais de oração em comum. Todavia, a partir do final do século XIX, devido a uma campanha de doutrinação mais forte, separavam-se em locais distintos. Idiomas Como outros municípios das chamadas Colônias Velhas (die Altkolonie) que formam as zonas de colonização alemã do estado do Rio Grande do Sul, uma porção significante da população de Venâncio Aires é bilíngue. Desde a sua fundação em tempos pioneiros, fala-se tanto a língua nacional, o português, quanto o dialeto alemão Riograndenser Hunsrückisch neste município, sendo que a vasta maioria de falantes teutófonos do estado fala esta variedade linguística regional. Em 2012, a Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul declarou o Riograndenser Hunsrückisch patrimônio linguístico e bem cultural imaterial do Rio Grande do Sul. Economia Em 2018, Venâncio Aires foi classificada como sendo a 22ª maior economia do Rio Grande do Sul. A cidade é uma das 30 maiores arrecadadoras de ICMS e uma das top 10 em exportações no Estado. A cidade está no top 5 nacional da produção de tabaco. Outras culturas agrícolas importantes são a produção de erva-mate (cerca de 3,5 mil toneladas por ano) e milho (mais de 9000 ha de área plantada), cultivando também soja (3350 ha de área plantada), mandioca (2200 ha de área plantada) e arroz (1750 ha de área plantada), além de outros produtos. A cidade também tem importantes indústrias ervateiras. Em relação ao estado do Rio Grande do Sul, é o 2º maior pólo metal-mecânico, a 2º maior cidade em abate de bovinos e a 3º maior produtora de milho do estado. Tem mais de 4 mil empresas, onde se destacam os setores metal-mecânico, confecções e móveis, com 30% dos empregos da cidade. A cidade tem dois Distritos Industriais com 135 hectares de terras. Em 2020, as 10 maiores empresas da cidade eram: Alliance One (Tabaco), China Brasil (Tabaco), CTA Continental (Tabaco), Metalúrgica Venâncio, Marasca (Tabaco), UTC Brasil (Tabaco), Família Kroth (Carnes), America (Embalagens), Refrimate (equipamentos de refrigeração) e Venax (Eletrodomésticos), destancando-se também: RPC Packaging (embalagens), Tabacum Interamerican, Madrugada (erva-mate), Madeireira Haas, Frigorífico Sapé e Fundição Venâncio Aires. Infraestrutura Transporte O município está às margens da rodovia RSC-287, com o qual se conecta com sua cidade polo, Santa Cruz do Sul, com a RSC-453, que liga-se com Lajeado e com a RSC-422, para Soledade. A sua Estação Rodoviária é o principal ponto de transporte de passageiros para outras localidades do Rio Grande do Sul e do Brasil. O Aeroporto de Venâncio Aires possuía uma pista pavimentada de 1 200 metros e podia receber aviões de médio porte. Atualmente, um condomínio ocupa o lugar ao aeroporto. As águas do rio Taquari são navegáveis, sendo que, antigamente, havia o porto de Mariante. Atualmente, tal porto está desativado. Esporte e lazer Na atualidade, o principal destaque esportivo é a Assoeva (Associação Esportiva de Venâncio Aires), que, atualmente, disputa a Liga Nacional de Futsal, a principal competição do salonismo brasileiro. A equipe também é a atual vice-campeã nacional da LNF (Liga Nacional de Futsal) e campeã da Liga Gaúcha de Futsal Serie Ouro. No futebol de campo, o principal clube esportivo de Venâncio Aires é o Esporte Clube Guarani, popularmente conhecido como Guarani de Venâncio'', que, atualmente, disputa a segunda divisão gaúcha. No clube, surgiram o técnico Mano Menezes e o zagueiro Bolívar. O município ainda conta com um time de futebol americano: O Bulldogs FA. O time comandado pelo Head Coach Miguel Greiner sagrou-se campeão da II Copa RS organizada pela Federação Gaúcha de Futebol Americano, realizada no segundo semestre de 2017. Turismo Dentre as rotas turísticas e pontos de lazer do município estão a Rota do Chimarrão, que percorre locais de produção e comércio de erva mate, além de igrejas fundadas no início do século XX. A dez quilômetros da cidade localiza-se a Cascata Chuveirão, cena do filme A Paixão de Jacobina, com local para camping e de propriedade de um morador local. No distrito de Vila Deodoro, há o Mirante Lauro Erdmann, e uma figueira de aproximadamente 300 anos e que ocupa uma área de 500 que atrai alguns visitantes. Ver também Vale do Taquari Vale do Rio Pardo Imigração alemã no Rio Grande do Sul Lista de municípios do Rio Grande do Sul por data de criação Secretaria do Turismo do Rio Grande do Sul Fundações no Rio Grande do Sul em 1891
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A bandeira do Gana é constituída por três listras horizontais vermelha, amarela e verde, e no centro da bandeira uma estrela negra. Foi adotada logo após a independência em 1957, as suas cores representam: Vermelho: Representa o sangue derramado nas guerras de independência, Amarelo: Simboliza a riqueza mineral do país, Verde: Representa a riqueza natural e as florestas do país. A estrela negra simboliza a liberdade da África. Outras bandeiras Bandeiras históricas Gana Bandeira
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A bandeira do Níger foi adotada em 23 de novembro de 1959. A bandeira possui três faixas horizontais de mesmo tamanho: laranja na parte de cima, branco ao centro e verde na parte de baixo. No centro da faixa branca existe um círculo de cor laranja. É semelhante a bandeira da Índia. Simbolismo A faixa laranja representa o deserto do saara, que ocupa grandes áreas do norte do país. A faixa branca representa o Rio Níger, de acordo com a quinta edição atualizada do livro Complete Flags of the World, da importante editora DK. A faixa verde representa as férteis regiões do sul do Níger. O círculo laranja representa o sol. Niger Bandeira
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A Bulgária, um ex-país comunista que entrou para a União Europeia em 1 de Janeiro de 2007, tem experimentado estabilidade macroeconômica desde que uma forte recessão em 1996 levou à queda do então governo socialista. Como resultado, o governo tornou-se comprometido com a reforma econômica e com o planejamento fiscal responsável. Os minerais, incluindo carvão, cobre e zinco têm um importante papel na indústria do país. Em 1997, a estabilidade macroeconômica foi reforçada pela imposição de uma taxa fixa de câmbio do lev em relação ao marco alemão – atualmente, a cotação da moeda é fixa em relação ao Euro – e a negociação de um acordo com o FMI. A baixa inflação e o consistente progresso nas reformas estruturais melhoraram o ambiente dos negócios: a Bulgária atingiu um crescimento médio de 5,1% ao ano desde 2000, e começou a atrair significativos investimentos diretos estrangeiros. A corrupção na administração pública, um poder judiciário fraco e a presença do crime organizado permanecem como os maiores desafios para o país. O atual governo, eleito em 2001, prometeu manter os objetivos fundamentais da política econômica adotados pelo governo anterior, ou seja, retendo a moeda corrente, aprofundando políticas financeiras, a aceleração das privatizações e prosseguir as reformas estruturais. História monetária Do socialismo ao capitalismo O processo de transição para uma economia de mercado livre começou a seguir à queda do regime comunista, em 1989. Sobre este contexto, o processo começou na Bulgária em condições particularmente desfavoráveis, devido ao planejamento economico extremamente deficiente das décadas anteriores e ao legado de um setor industrial vasto e ineficaz, assim como a uma negligência sistemática do setor agrícola (que ainda representa mais de 11% do PIB). Ao mesmo tempo, o processo de reformas econômicas nos outros teve também efeitos negativos para a economia búlgara, devido à estreita integração que possuía no âmbito do COMECON. No fim de 1997 a queda acumulada do PIB atingiu os 30% relativamente a 1990. A incapacidade de harmonizar as reformas e planos de estabilização economico com o progresso adequado das reformas estruturais estão na origem dessa crise longa e persistente. A situação agravou-se em finais de 1996 e no começo de 1997 com o colapso de todo a sistema bancário, a forte desvalorização da moeda, a inflação galopante e com os protestos públicos maciços contra o agravamento da evolução econômica. O PIB diminuiu 11% em 1996 e 6,9% em 1997. As repercussões políticas da crise provocaram a queda do governo do Partido Socialista Búlgaro, dois anos apenas depois de ter entrado em funções ativas. Desta forma a gravidade da crise acentuou a urgência de reformas profundas, o novo governo adotou um programa economico radical assistido pelo FMI e pelo Banco Mundial. O programa funcionou em torno do estabelecimento de um acordo monetário, do reforço da disciplina financeira orçamental e de uma série de compromissos sobre a liberalização e a privatização económica das empresas de propriedade estatal. O programa teve início em Julho de 1997. Após um ano de funcionamento do acordo monetário e da aplicação do novo programa economico, a economia búlgara parecia estável. O BGL estabilizou-se e as reservas de divisas estrangeiras aumentaram. Os cálculos da inflação para 1998 são de 11%, as taxa de juro permaneceram estáveis, entre 5,3 e 5,5% durante o primeiro semestre de 1998 e o saldo orçamental tornou-se positivo a partir de Fevereiro de 1998. No entanto, apesar dos resultados positivos de diversos indicadores económicos, a recuperação conjuntural foi fraca e a confiança não se restabeleceu inteiramente. Persistem as apreensões relativamente ao setor industrial, que estava ainda em depressão no primeiro semestre de 1998. O nível de privatização (27% dos ativos do Estado, no fim de 1997) era considerado baixo e havia sérias dúvidas de que o objetivo de privatizar 50% dos ativos totais do Estado seria atingido em 1998. As condições de vida deterioraram-se na década de 1990. De acordo com os números oficiais, cerca de 25% dos búlgaros viviam abaixo do limiar de pobreza e as restrições financeiras dos orçamentos estatais criam dificuldades à aplicação dos programas destinados a minimizar a pobreza. Os salários médios são atualmente de cerca de 90 ECU mensais, enquanto que a reforma média é de 26 ECU mensais. A proporção média do rendimento gasta em alimentação está calculada em 48%. A pobreza afeta uma proporção considerável da população, embora a pequena produção agrícola familiar alivie a situação para muitas famílias das zonas rurais. Os números oficiais mostram que 14% da população se registou no desemprego, com os números do desemprego de longa duração em aumento persistente. Não obstante, é possível que a situação global seja, de fato, ligeiramente melhor, devido às proporções da economia clandestina, que cria um relativo dinamismo, embora dificulte obter-se uma perspetiva clara. É reconhecido por todos que a privatização e a adaptação a uma economia moderna orientada para o mercado constituem a solução para os problemas da Bulgária. O governo em funções parece ter a vontade política de continuar a aplicar a política econômica destinada a conseguir esses objetivos. Setor primário Agricultura A agricultura, que constitui 11% - 13% do PIB, tornou-se um sector importante da economia búlgara. Depois da crise financeira de 1996 a agricultura foi o único sector que cresceu (30% em 1997, por comparação com 1996). Este melhoramento deve-se a recuperação da baixa produção agrícola registada entre 1989 e 1996, estimada em 30%. A agricultura é também uma fonte de emprego importante na Bulgária: 23% da população ativa trabalha no sector agrícola. Há diversas razões para o declínio acentuado da produção agrícola no período pós-reforma. Desde a liberalização dos preços, os produtores agrícolas foram afetados pelo grande aumento dos preços dos fatores de produção, pela redução da procura e pela intervenção governamental destinada a retardar o aumento dos preços no consumidor dos alimentos principais e a garantir a segurança dos alimentos através da limitação da exportação. A incapacidade de coordenar o processo de restituição das terras aos anteriores proprietários com a liquidação das cooperativas de controlo estatal aumentou as dificuldades da transição. A combinação dessa pressão com a pobreza resultante da reforma agrária explica o colapso da produção agrícola. Por outro lado, a gestão política extremamente deficiente dos anos 1995 e 1996 com as condições climáticas negativas originaram uma escassez de cereais nesses anos, com efeitos desastrosos para o sector agrícola e indústria alimentar. A baixa produção foi acompanhada pela reduzida procura interna e por uma mudança dos padrões de consumo, com a passagem principalmente dos produtos de origem animal para os cereais, devido à diminuição geral do poder de compra e à percentagem muito elevada das despesas alimentares nos rendimentos. Em 1997 a recuperação agrícola deveu-se, principalmente, ao rendimento favorável da campanha de cereais de 1997. A Bulgária produziu, em 2018: 5,8 milhões de toneladas de trigo; 3,4 milhões de toneladas de milho; 1,9 milhão de toneladas de girassol (7º maior produtor do mundo); 471 mil toneladas de colza; 437 mil toneladas de cevada; 261 mil toneladas de batata; 195 mil toneladas de uva; 148 mil toneladas de tomate; Além de produções menores de outros produtos agrícolas. Utilização dos solos e produção vegetal Os solos agrícolas abrangem cerca de 6,2 milhões de hectares (55% da superfície do país), dos quais 4,2 milhões de hectares são aráveis e 1,7 milhões de hectares são pastagens permanentes. Cerca de 15% dos solos agrícolas estão atualmente desocupados. A maioria das culturas foram extremamente sensíveis às mudanças sofridas pela agricultura búlgara, tendo o processo de transição determinado a redução das áreas, ou dos níveis da produção. No caso do tabaco, do açúcar e do vinho a diminuição foi extremamente marcada. Os cereais e as sementes de girassol parecem ser as principais culturas de substituição do período de transição. A proporção relativa das duas últimas na produção vegetal aumentou. Os cereais são a principal cultura produzida na Bulgária. Representam habitualmente 30% da produção vegetal total. Em 1997 2 milhões de hectares foram cultivados com cereais. As sementes de girassol são uma das raras culturas cuja produção aumentou substancialmente. Política agrícola A política agrícola do período de transição caracterizou-se principalmente por medidas a curto prazo, como os créditos subsidiados de campanha, destinados a garantir a produção dentro da desestabilização criada pela reforma agrária. A liberalização de preços teve início em princípios de 1990. As políticas de preços e outras medidas com elas relacionadas tiveram, no entanto, um efeito depressivo sobre os preços no produtor, embora o não tivessem sobre os preços de retalho. Os ajustamentos de preços maciços, resultantes da liberalização dos preços, determinaram uma margem de lucro negativa para os produtores. Enquanto que os preços dos fatores de produção aumentaram até ao nível dos preços mundiais, os preços dos produtos agrícolas de base permaneceram inferiores. O novo programa económico que se seguiu à escassez de cereais e ao crash do sector bancário de 1996 afetou também a política agrícola. Desde meados de 1997 a política agrícola dedica-se a criar um regime agrícola competitivo e orientado para a exportação, com medidas baseadas na liberalização dos preços e do comércio, na conclusão da restituição das terras aos proprietários e noutras iniciativas destinadas a acelerar a privatização da indústria alimentar e a liquidação definitiva das empresas de propriedade estatal insolventes. Como o período de execução foi curto, é difícil avaliar os resultados deste programa. A intervenção em matéria de preços limita-se a dois tipos de mecanismos: um "sistema de preços negociados" aplicado a um total de 15 produtos e obrigatório para os retalhistas e um preço mínimo para o trigo, de cerca de 130 dólares por tonelada. Se bem que este preço tenha sido um incentivo para os produtores de cereais, os cereais por vender armazenados nas empresas estatais de compra estão a criar um problema financeiro e podem liquidar as perspetivas a curto prazo neste sector. Além destes tipos de intervenção as isenções de imposto e os subsídios ao crédito para o capital de exploração são as duas outras medidas de apoio aos produtores agrícolas. Como parte do processo de transição econômica, o monopólio de Estado do comércio externo acabou. Embora a Bulgária fosse um país orientado para a exportação alimentar antes de 1989, as medidas comerciais fronteiriças aplicadas durante a transição foram restritivas para exportações agrícolas. Até 1997 o regime das importações foi controlado por meio de direitos aduaneiros e de taxas específicas mínimas. Atualmente a política comercial é regulamentada por diversos acordos bilaterais e multilaterais (Acordo Europeu, acordos CEFTA e GATT - OMC). Desde que esses compromissos comerciais entraram em vigor as medidas fronteiriças e a política do comércio externo tem sido aplicada com maior disciplina e racionalidade. O processo de aproximação da legislação veterinária e fitossanitária da Bulgária à da UE está na fase inicial. A Bulgária tem assim á sua frente um percurso longo até harmonizar a sua legislação com as exigências da CE. Comércio agrícola Em 1997 os produtos agrícolas representaram cerca de 14% das exportações totais, comparando com 8,8% de importações totais. As principais mercadorias exportadas são o tabaco, o vinho, as frutas e produtos hortícolas transformados e produtos de origem animal (principalmente os produtos lácteos). Em 1997 as principais mercadorias importadas foram o açúcar e os cereais. Antes da transição mais de metade do comércio agrícola fez-se com países do COMECON, num volume muito superior ao presente. Até 1989 a Bulgária seguiu uma tendência comercial análoga à doutros países socialistas: o controle do comércio externo por monopólios de Estado e grande parte desse comércio feito com outros países socialistas. Com o fim dos regimes socialistas a Bulgária intensificou seu comércio com os países ocidentais. Mas, desde 1993, pode observar-se uma recuperação das exportações agrícolas para a ex-União Soviética. Os países da OCDE importam cerca de 32% das exportações agrícolas búlgaras e a UE importa cerca de 23%. O comércio com a UE teve um desenvolvimento acentuado. As exportações agrícolas para a UE aumentaram de 6% das exportações totais deste sector em 1989 para 23% em 1997. As importações agrícolas provenientes da UE aumentaram de 18% em 1989 para 21% em 1997, embora tivessem aumentado até ao valor elevado de 54% em 1992. Como outros PECO a Bulgária assinou um Acordo de Associação com a UE, em finais de 1993, para beneficiar do comércio com mercados ocidentais. A Bulgária é uma parte signatária do GATT e da OMC desde 1997. Tornou-se também membro da CEFTA em 17 de Julho de 1998. Estruturas Os novos tipos de unidades agrícolas associativas constituem as estruturas agrícolas dominantes surgidas da reforma agrária. Existem sobretudo cooperativas privadas de produção (com uma média de 700 ha por cooperativa), produzindo essencialmente culturas arvenses anuais. As explorações agrícolas individuais privadas são em grande número também. São pequenas na sua maioria (até 10 ha), sendo 86% delas lotes familiares com menos de um hectare (13% dos solos agrícolas). Representam uma parcela significativa da produção, especialmente nos sectores da produção animal e das frutas e produtos hortícolas. Diversas estruturas agrícolas de tamanho médio (100-400 ha) começaram também a surgir. A maioria dessas estruturas são transitórias, estando em evolução ainda e muitas delas são informais, isto é, não se encontram registadas. Pecuária Desde 1989 o sector da produção animal sofreu, em média, uma redução mais acentuada do que a produção vegetal (mais de 50% dos efetivos). No fim dos anos 80 a produção animal estava extremamente concentrada em grandes cooperativas de controlo estatal e em complexos estatais intensivos de produção animal. O processo de liquidação das cooperativas de controlo estatal e a baixa da procura interna marcaram o início dum fenómeno de descapitalização. A consolidação das pequenas explorações agrícolas, que constituem hoje em dia a estrutura principal das explorações agrícolas de produção animal, não compensou os efeitos de tendência descendente dos efetivos da produção animal. O declínio da produção animal tem sido persistente e não há quaisquer indícios de recuperação. A produção de carne de suíno é a principal produção animal e goza ainda duma relativa importância em complexos ainda não privatizados, mas que, na sua maioria, serão privatizados num futuro próximo. Setor secundário Indústrias Os setores montante e jusante estão em grande parte paralisados, sobretudo devido à sua pouca eficácia, resultante do atraso no processo de privatização e da inexistência de concorrência no mercado interno. A indústria de transformação alimentar é a segunda em importância de entre a indústria na sua totalidade, tendo já representado cerca de 21% da produção industrial total. Em 1996 a indústria alimentar trabalhou a 30%, ou menos da sua capacidade. A indústria alimentar caracteriza-se pela presença de dois tipos de empresas. Por um lado existem as antigas grandes empresas, muitas delas com dificuldades financeiras e por outro pequenas unidades privadas, com uma pequena porção de mercado, que está no entanto em ascensão. O sector da maquinaria agrícola sofreu bastante com a transição. A capacidade de produção do sector diminuiu consideravelmente e a maquinaria disponível está agora quase obsoleta e provavelmente em grande parte não utilizada. A produção de fertilizantes e de produtos químicos fitossanitários baixou consideravelmente desde 1989. A utilização destes fatores de produção diminuiu também de modo drástico no mesmo período, por duas razões principais: 1) a falta de financiamento generalizada e 2) a reação dos utilizadores às mudanças de preços relativos, com uma abordagem económica mais racional do que a habitual até então, o que determinou atualmente níveis de produção extensivos. Ligações externas
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Frederico III, também conhecido como Frederico, o Sábio, (17 de Janeiro de 1463 - 5 de Maio de 1525) foi o Príncipe-eleitor da Saxónia entre 1486 e 1525. Frederico é considerado católico romano por toda a vida, mas gradualmente se inclinando para as doutrinas da Reforma e supostamente se convertendo em seu leito de morte. Biografia Foi o filho de Ernesto, Príncipe-eleitor da Saxónia e da esposa Isabel, filha de Alberto, duque da Baviera. Ele sucedeu ao pai como eleitor em 1486. Em 1502 fundou a Universidade de Wittenberg, onde Martinho Lutero e Melanchthon ensinaram. Também o candidato do papa Leão X para santo imperador romano em 1519, o Papa lhe concedeu a Rosa de Ouro da virtude em 3 de setembro de 1518, em um esforço para persuadi-lo a aceitar o trono. mas ajudou a eleger Carlos V. Frederico conseguiu a isenção da Saxónia do Édito de Worms e assegurou que Lutero fosse ouvido perante a Dieta de Worms em 1521. Frederick colecionou muitas relíquias na igreja de seu castelo; seu inventário de 1518, incluindo um polegar de Santa Ana, um galho da sarça ardente de Moisés, feno da manjedoura sagrada e leite da Virgem Maria. Dinheiro foi pago para venerar essas relíquias e assim escapar anos no purgatório. Dois anos depois coleção ultrapassava 19 mil peças. Ele protegeu Lutero do imperador e do papa ao ordenar que o abrigassem no castelo de Wartburg após a Dieta de Worms. Ele foi conduzido não por convicções religiosas, mas sim por sua crença pessoal em um julgamento justo para qualquer um de seus súditos (um privilégio garantido pela lei imperial) e pelo Estado de Direito. Protegeu Martinho Lutero e permitiu que o luteranismo florescesse em seu reino, protegendo-o do Sacro Imperador Romano. Frederico teve no entanto pouco contato pessoal com Lutero, tendo permanecido católico romano. Frederico morreu solteiro em Lochau, um castelo de caça perto de Annaburg (30 km a sudeste de Wittenberg), em 1525 e foi enterrado na Schlosskirche em Wittenberg junto com um túmulo por Peter Vischer, o Jovem. Ele foi sucedido por seu irmão, o duque João, o Firme, como Eleitor da Saxônia. Seu sucessor, João, eleitor da Saxônia, era apoiador do luteranismo antes mesmo de se tornar eleitor. João tornou a igreja luterana a igreja oficial do estado na Saxônia em 1527. Problema de conversão em 1525 Frederico III foi um católico romano ao longo da vida, mas ele pode ter se convertido ao luteranismo em seu leito de morte em 1525, dependendo de como ele recebeu a comunhão protestante. Ele se inclinou fortemente para o luteranismo ao longo de seus últimos anos, garantindo segurança para seu súdito e reformador protestante Martinho Lutero quando ele foi julgado por heresia e excomungado pelo Papa. Frederico III tomou a comunhão conforme descrito no Luteranismo em seu leito de morte. Isso pode ser visto como uma conversão ao luteranismo, embora ele nunca tenha oficialmente ou claramente indicado que se converteu. No momento de sua morte, ele foi proclamado "convertido à fé evangélica" e a Saxônia agora era "evangélica". Ligações externas Eleitores da Saxônia Casa de Wettin Reforma Protestante Mortos em 1525 Príncipes da Saxônia Agraciados com a Rosa de Ouro Naturais de Torgau
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Artur Rosendo Pereira (Maceió, ? – Recife, 1950), filho de Orixalá, foi iniciado pelo Mestre Inácio, tendo ido à Costa da África, buscar os Axés, em Dacar, no Senegal. Migrou de Alagoas para o Recife, no início da década de 1920, fugindo da perseguição aos terreiros, introduzindo em Pernambuco, os ritos e tradições da Nação Xambá. Abre sua casa na rua da Regeneração, em Água Fria. Na década de 1930, é um dos grandes babalorixás do Recife, contemporâneo de Pai Adão, Anselmo e Oscar. Ao falecer, em 1950, deixa inúmeras casas abertas por suas filhas de santo, que posteriormente migraram para a Nação Nagô, exceto algumas poucas, como Mãe Biu do Terreiro Portão do Gelo. Mortos em 1950 Artur Rosendo Artur Rosendo Artur Rosendo
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A Bula Dourada de 1356 foi um decreto emitido pela Dieta de Nuremberga (Reichstag), presidida pelo imperador Carlos IV (ver Dieta de Nuremberga) que determinou, por um período de mais de 400 anos, um aspecto fulcral da estrutura constituinte do Sacro Império Romano-Germânico. A Bula Dourada nomeava explicitamente os sete príncipes-eleitores que deveriam escolher o Rei dos Romanos, o qual deveria normalmente ser posteriormente coroado Imperador Romano pelo papa. Consequentemente, a bula menciona um rex in imperatorem promovendus, o "rei a ser promovido imperador" - apesar da distinção entre os dois títulos se tornaria progressivamente irrelevante (e virtualmente não existente depois de 1508). Ver também Bula dourada Ligações externas 1356 História do Sacro Império Romano-Germânico Obras de 1356
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O Universo é tudo o que existe fisicamente, a soma do espaço e do tempo e as mais variadas formas de matéria, como planetas, estrelas, galáxias e os componentes do espaço intergaláctico. O termo Universo pode ser usado em sentidos contextuais ligeiramente diferentes, denotando conceitos como o cosmo, o mundo ou a natureza. O universo observável tem de raio cerca de 46 bilhões de anos-luz. A observação científica do Universo levou a inferências de suas fases anteriores. Estas observações sugerem que o Universo é governado pelas mesmas leis físicas e constantes durante a maior parte de sua extensão e história. A teoria do Big Bang é o modelo cosmológico prevalente que descreve como o Universo evoluiu desde os primeiros 10-44 segundos (Tempo de Planck) até hoje. Observações de supernovas têm mostrado que o Universo está se expandindo a uma velocidade acelerada. Os valores anteriores para o número de galáxias no Universo giravam em, aproximadamente, cem bilhões de galáxias. Mas em outubro de 2016 dados reunidos em duas décadas de imagens colhidas pelo Hubble mostraram que o número de galáxias gira em torno de 20 vezes mais, saltando para 2 trilhões de galáxias, aproximadamente. Os espaços vazios do Universo podem estar repletos de matéria escura, de natureza ainda desconhecida. De acordo com o modelo científico vigente, conhecido como Big Bang, o Universo surgiu de um único ponto ou singularidade onde toda a matéria e energia do universo observável encontrava-se concentrada numa fase densa e extremamente quente chamada Era de Planck. A partir dessa era, o Universo vem-se expandindo, possivelmente em curtos períodos (menos que 10−32 segundos) de inflação cósmica. Diversas medições experimentais independentes apoiam teoricamente tal expansão e a teoria do Big Bang. Esta expansão tem-se acelerado por ação da energia escura, uma força contrária à gravidade que está agindo mais que esta devido ao fato das dimensões do Universo serem grandes o bastante para dissipar a força gravitacional. Porém, graças ao escasso conhecimento a respeito da energia escura, é ainda pequeno o entendimento do fenômeno e sua influência no destino do Universo. Há alguns anos, a sonda WMAP coletou dados que levaram à determinação da Idade do Universo em 13,73 (± 0,12) bilhões de anos. Entretanto, com base em dados coletados pelo satélite Planck, as interpretações de observações astronômicas indicam que a idade do Universo seria de 13,799 ± 0,021 bilhões de anos, enquanto o diâmetro do universo observável seria de 91 bilhões de anos-luz ou 8,80 metros. De acordo com a teoria da relatividade geral, o espaço pode expandir-se a uma velocidade superior à da luz, embora possamos ver somente uma pequena fração da matéria visível do Universo devido à limitação imposta pela velocidade da luz. É incerto se a dimensão do espaço é finita ou infinita. Trezentos mil anos depois do Big Bang, teriam surgido átomos de matéria. As formas de vida teriam aparecido 11,2 bilhões de anos depois. Etimologia A palavra Universo deriva do latim universum. A palavra latina foi usada por Cícero e posteriormente por outros autores com o mesmo sentido que é empregada atualmente. A palavra latina é derivada da contração poética unvorsum — utilizada primeiramente por Lucrécio no Livro IV (linha 262) de seu De rerum natura (Sobre a Natureza das coisas) — que conecta un, uni (a forma combinada de unus, ou "one") com vorsum, versum (um substantivo derivado do particípio passivo perfeito de vertere, que significa "algo rodado, rolado ou mudado"). Uma interpretação alternativa de unvorsum é "tudo girando como um" ou "tudo girando através de um". Nesse sentido, pode ser considerada a tradução de uma palavra para Universo no grego antigo, , "algo transportado em um círculo", originalmente utilizada para descrever o percurso de uma refeição, a comida sendo carregada em torno de um círculo de mesas. Cronologia O modelo prevalecente para a evolução do Universo é a teoria do Big Bang. O modelo do Big Bang afirma que o estado mais antigo do Universo era extremamente quente e denso e que posteriormente se expandiu. O modelo baseia-se na relatividade geral e na simplificação de suposições como a homogeneidade e a isotropia do espaço. Uma versão do modelo com uma constante cosmológica (Lambda) e matéria escura fria, conhecida como modelo Lambda-CDM, é o modelo mais simples que fornece um relato razoavelmente bom de várias observações sobre o Universo. O modelo do Big Bang é responsável por observações como a correlação da distância e o desvio para o vermelho das galáxias, a razão entre o número de átomos de hidrogênio e de hélio e a radiação cósmica de fundo. O estado quente e denso inicial é chamado de era de Planck, um breve período que se estende do tempo zero a uma unidade de tempo de Planck de aproximadamente 10-43 segundos. Durante a época de Planck, todos os tipos de matéria e todos os tipos de energia estavam concentrados em um estado denso, onde acredita-se que a gravitação tenha sido tão forte quanto as outras forças fundamentais, sendo que todas as forças podem ter sido unificadas. Desde a época de Planck, o Universo vem se expandindo para sua forma atual, possivelmente com um período muito breve de inflação cósmica que fez com que o Universo atingisse um tamanho muito maior em menos de 10-32 segundos. Depois da época de Planck e da inflação, vieram as épocas de quark, hadron e lépton. Juntas, essas épocas abrangiam menos de dez segundos de tempo após o Big Bang. A abundância observada dos elementos pode ser explicada pela combinação da expansão global do espaço com a física nuclear e atômica. À medida que o Universo se expande, a densidade de energia da radiação eletromagnética diminui mais rapidamente do que a da matéria, porque a energia de um fóton diminui com seu comprimento de onda. À medida que o Universo se expandia e se esfriava, partículas elementares associavam-se de forma estável a combinações cada vez maiores. Assim, na primeira parte da era dominada pela matéria, formaram-se prótons e nêutrons estáveis, que então formaram núcleos atômicos através de reações nucleares. Este processo, conhecido como nucleossíntese do Big Bang, levou à abundância presente de núcleos mais leves, particularmente hidrogênio, deutério e hélio. A nucleossíntese do Big Bang terminou cerca de vinte minutos após o Big Bang, quando o Universo tinha esfriado o suficiente para que a fusão nuclear não pudesse mais ocorrer. Nesta fase, a matéria no Universo era principalmente um plasma quente e denso de elétrons carregados negativamente, neutrinos neutros e núcleos positivos. Esta era, chamada época fotônica, durou cerca de 380 mil anos. Eventualmente, em um momento conhecido como recombinação, elétrons e núcleos formaram átomos estáveis, que são transparentes para a maioria dos comprimentos de onda de radiação. Com os fótons dissociados da matéria, o Universo entrou na era dominada pela matéria. A luz desta era podia viajar livremente e pode ainda ser vista no Universo como radiação cósmica de fundo. Depois de cerca de cem milhões de anos, as primeiras estrelas se formaram; estas eram provavelmente muito maciças, luminosas e responsáveis ​​pela reionização do Universo. Não tendo elementos mais pesados ​​que o lítio, essas estrelas também produziram os primeiros elementos pesados ​​através da nucleossíntese estelar. O Universo também contém uma energia misteriosa chamada energia escura, cuja densidade não muda ao longo do tempo. Após cerca de 9,8 bilhões de anos, o Universo se expandiu suficientemente para que a densidade da matéria fosse menor que a densidade da energia escura, marcando o início da atual era dominada pela energia escura. Nesta época, a expansão do Universo está se acelerando devido à energia escura. Propriedades O espaço-tempo do Universo é geralmente interpretado a partir de uma perspectiva euclidiana, onde o espaço é constituído por três dimensões e o tempo consiste de uma dimensão, a "quarta dimensão". Ao combinar espaço e tempo em uma única variedade chamada espaço de Minkowski, os físicos simplificaram várias teorias da física, bem como descreveram de forma mais uniforme o funcionamento do Universo nos níveis supergaláctico e subatômico. Os eventos do espaço-tempo não são absolutamente definidos espacialmente e temporalmente, mas são conhecidos relativamente ao movimento de um observador. O espaço de Minkowski aproxima o Universo sem gravidade; as variedades pseudoriemannianas da relatividade geral descrevem o espaço-tempo com a matéria e a gravidade. A teoria das cordas postula a existência de dimensões adicionais. Das quatro interações fundamentais, a gravitação é dominante em escalas de comprimento cosmológico, incluindo galáxias e estruturas de maior escala. Os efeitos da gravidade são cumulativos; em contraste, os efeitos das cargas positivas e negativas tendem a se anular mutuamente, tornando o eletromagnetismo relativamente insignificante nas escalas de comprimento cosmológico. As duas interações restantes, as forças nucleares fracas e fortes, declinam muito rapidamente com a distância; seus efeitos estão confinados principalmente a escalas de comprimento subatômico. O Universo parece ter muito mais matéria do que antimatéria, uma assimetria possivelmente relacionada com as observações da violação CP. O Universo também parece não ter Momento linear ou angular. A ausência de carga líquida e impulso resultaria das leis físicas aceitas (lei de Gauss e da não divergência do pseudotensor energia-estresse-momento, respectivamente) se o Universo fosse finito. Forma A relatividade geral descreve o espaço-tempo como curvado e dobrado pela massa e pela energia. A topologia ou geometria do Universo inclui a geometria local no Universo observável e geometria global. Os cosmólogos trabalham frequentemente com uma fatia do espaço-tempo chamada de coordenadas comóveis. A seção do espaço-tempo que pode ser observada é o cone de luz traseiro, que delimita o horizonte cosmológico (também chamado de horizonte de partículas ou de luz), que é a distância máxima a partir da qual as partículas podem ter viajado para o observador na idade do Universo. Este horizonte representa a fronteira entre as regiões observáveis ​​e as não observáveis ​​do Universo. A existência, as propriedades e o significado de um horizonte cosmológico dependem do modelo cosmológico usado. Um parâmetro importante que determina a evolução futura da teoria do Universo é o parâmetro de densidade, Omega (Ω), definido como a densidade média da matéria do Universo dividida por um valor crítico desta densidade. Isto seleciona uma das três geometrias possíveis dependendo se Ω é igual a, menor ou maior que um. Estes são chamados, respectivamente, de universos planos, abertos e fechados. Observações, como as obtidas pelo Cosmic Background Explorer (COBE), Wilkinson Microwave Anisotropy Probe (WMAP) e mapas da Planck da radiação cósmica de fundo sugerem que o Universo é infinito em extensão, mas com uma idade finita, como descrito por Friedmann-Lemaître-Robertson-Walker (FLRW). Estes modelos FLRW assim apoiam modelos inflacionários e o modelo padrão da cosmologia, descrevendo um universo plano e homogêneo atualmente dominado pela matéria escura e pela energia escura. Tamanho e regiões O tamanho do Universo é um pouco difícil de definir. De acordo com uma definição restritiva, o Universo é tudo dentro do nosso espaço-tempo conectado que poderia ter uma chance de interagir conosco e vice-versa. Segundo a teoria geral da relatividade, algumas regiões do espaço podem nunca interagir conosco durante a existência do Universo devido à velocidade finita da luz e à expansão contínua do espaço. Por exemplo, as mensagens de rádio enviadas da Terra talvez nunca cheguem a algumas regiões do espaço, mesmo que o Universo exista para sempre: o espaço pode se expandir mais rápido do que a luz pode atravessá-lo. Supõe-se que regiões distantes do espaço existem e fazem parte da realidade tanto quanto nós, mesmo que nunca possamos interagir com elas. A região espacial que podemos afetar e ser afetada é o Universo observável. O Universo observável depende da localização do observador. Viajando, um observador pode entrar em contato com uma região maior do espaço-tempo do que um observador que permanece imóvel. No entanto, mesmo o viajante mais rápido não será capaz de interagir com todo o espaço. Tipicamente, o Universo observável significa a porção do Universo que é observável de nosso ponto de observação na Via Láctea. A distância apropriada - a distância medida em um momento específico, incluindo o presente - entre a Terra e a borda do Universo observável é de 46 bilhões de anos-luz (14 bilhões de parsecs), fazendo com que o diâmetro do Universo observável seja de cerca de 91 bilhões anos-luz (28 × 109 pc). A distância que a luz da borda do Universo observável percorreu é muito próxima da idade do Universo vezes a velocidade da luz, 13,8 bilhões de anos-luz (4,2 × 109 pc), mas isto não representa a distância a qualquer tempo porque a borda do Universo observável e a Terra se separaram desde então. Para comparação, o diâmetro de uma galáxia típica é de trinta mil anos-luz (9,198 parsecs) e a distância típica entre duas galáxias vizinhas é de três milhões de anos-luz (919,8 mil parsecs). Por exemplo, a Via Láctea tem cerca de cem mil anos-luz de diâmetro e a galáxia mais próxima da Via Láctea, a Galáxia de Andrômeda, está a cerca de 2,5 milhões de anos-luz de distância. Como não podemos observar o espaço além da borda do Universo observável, desconhece-se se o tamanho do Universo é finito ou infinito. Idade e expansão Os astrônomos calculam a idade do Universo assumindo que o modelo Lambda-CDM descreve com precisão a evolução do Universo de um estado primordial muito uniforme, quente, denso para seu estado atual e medindo os parâmetros cosmológicos que constituem o modelo. Este modelo é bem compreendido teoricamente e apoiado por recentes observações astronômicas de alta precisão, como da WMAP e Planck. Comumente, o conjunto de observações montado inclui a anisotropia da radiação cósmica de fundo, a relação de brilho/desvio para o vermelho de supernovas tipo Ia e aglomerados de galáxias em grande escala, incluindo a característica de oscilação acústica de bárions. Outras observações, como a constante de Hubble, a abundância de aglomerados de galáxias, a lente gravitacional fraca e as idades globulares de aglomerados, são geralmente consistentes com estas, fornecendo uma verificação do modelo, mas são medidas com menos precisão. Considerando que o modelo Lambda-CDM esteja correto, as medidas dos parâmetros usando uma variedade de técnicas por inúmeras experiências produzem um melhor valor da idade do Universo a partir de 2015 de 13,799 ± 0,021 bilhões de anos. Com o passar do tempo, o Universo e seus conteúdos evoluíram; por exemplo, a população relativa de quasares e galáxias mudou e o próprio espaço se expandiu. Devido a esta expansão, os cientistas da Terra podem observar a luz de uma galáxia a trinta bilhões de anos-luz de distância mesmo que essa luz tenha viajado por apenas treze bilhões de anos; o próprio espaço entre eles se expandiu. Esta expansão é consistente com a observação de que a luz de galáxias distantes foi desviada para o vermelho; os fótons emitidos foram esticados para comprimentos de onda mais longos e frequência menores durante a sua viagem. As análises das supernovas tipo Ia indicam que a expansão espacial está se acelerando. Quanto mais matéria há no Universo, mais forte é a atração gravitacional mútua da matéria. Se o Universo fosse muito denso, então ele se recolocaria em uma singularidade gravitacional. No entanto, se o Universo contém pouca matéria, então a expansão aceleraria muito rapidamente para que os planetas e os sistemas planetários se formassem. Desde o Big Bang, o Universo se expandiu monotonicamente. Talvez sem surpresas, nosso Universo tem a densidade de massa correta de cerca de cinco prótons por metro cúbico, permitindo que ele se expandisse pelos últimos 13,8 bilhões de anos e dando tempo para formar o Universo como ele é observado hoje. Existem forças dinâmicas que atuam sobre as partículas no Universo que afetam a sua taxa de expansão. Antes de 1998, esperava-se que a taxa de aumento da constante de Hubble estivesse diminuindo com o passar do tempo devido à influência das interações gravitacionais no Universo e, portanto, houvesse uma quantidade observável adicional no Universo chamada de parâmetro de desaceleração, que os cosmólogos acreditavam estar diretamente relacionada à densidade de matéria do Universo. Em 1998, o parâmetro de desaceleração foi medido por dois grupos diferentes como consistente com -1 mas não zero, o que implicava que a taxa de crescimento atual da constante de Hubble está aumentando ao longo do tempo. Espaço-tempo Espaços são as arenas nas quais ocorrem todos os eventos físicos - um evento é um ponto no espaço-tempo especificado por seu tempo e lugar. Os elementos básicos do espaço-tempo são eventos. Em qualquer espaço-tempo, um evento é uma posição única em um único momento. Uma vez que os eventos são pontos do espaço-tempo, na física relativística clássica, a posição de uma partícula elementar (ponto-como) em um momento particular pode ser escrita como (x, y, z, t). Um espaço-tempo é a união de todos os eventos da mesma forma que uma linha é a união de todos os seus pontos, organizada formalmente em uma variedade. O Universo parece ser um contínuo do espaço-tempo que consiste em três dimensões espaciais e uma dimensão temporal (tempo). Em média, observa-se que o espaço é quase plano (perto da curvatura zero), significando que a geometria euclidiana é empiricamente verdadeira com alta precisão em toda a maior parte do Universo. O espaço-tempo também parece ter uma topologia simplesmente conectada, em analogia com uma esfera, pelo menos na escala de comprimento do Universo observável. No entanto, as observações presentes não podem excluir as possibilidades de que o Universo tenha mais dimensões e que seu espaço-tempo possa ter uma topologia global conectada de forma múltipla, em analogia com as topologias cilíndricas ou toroidais de espaços bidimensionais. Componentes O Universo é composto quase completamente de energia escura, matéria escura e matéria ordinária. Outros conteúdos são a radiação eletromagnética (estimada entre 0,005% e perto de 0,01%) e a antimatéria. A quantidade total de radiação eletromagnética gerada no universo diminuiu em 1/2 nos últimos dois bilhões de anos. As proporções de todos os tipos de matéria e energia mudaram ao longo da história do Universo. Hoje, a matéria ordinária, que inclui átomos, estrelas, galáxias e vida, representa apenas 4,9% dos conteúdos do Universo. A densidade global atual deste tipo de matéria é muito baixa, cerca de 4,5 × 10-31 gramas por centímetro cúbico, correspondendo a uma densidade da ordem de apenas um próton para cada quatro metros cúbicos de volume. A natureza da energia escura e da matéria escura é desconhecida. A matéria escura, uma misteriosa forma de matéria que ainda não foi identificada, responde por 26,8% dos conteúdos. A energia escura, que é a energia do espaço vazio e que está causando a aceleração da expansão do Universo, responde pelos restantes 68,3% dos conteúdos. Matéria, matéria escura e energia escura são distribuídas homogeneamente em todo o Universo em escalas de comprimento superiores a trezentos milhões de anos-luz, aproximadamente. Entretanto, em escalas de comprimento mais curtas, a matéria tende a se aglomerar hierarquicamente; muitos átomos são condensados ​​em estrelas, a maioria das estrelas em galáxias, a maioria das galáxias em aglomerados, superaglomerados e, finalmente, em filamentos galácticos em larga escala. O Universo observável contém cerca de trezentas sextilhões (3 × 1023) de estrelas e mais de cem bilhões (1011) de galáxias. As galáxias típicas variam de anãs, com apenas dez milhões (107) estrelas, até gigantes, com um trilhão (1012) de estrelas. Entre as estruturas há vazios, que são tipicamente 10-150 Mpc (33 milhão-490 milhão ly) no diâmetro. A Via Láctea está no Grupo Local de galáxias, que por sua vez está no Superaglomerado de Laniakea. Este superaglomerado abrange mais de quinhentos milhões de anos-luz, enquanto o Grupo Local se estende por mais de dez milhões de anos-luz. O Universo também tem vastas regiões de vazio relativo; o maior vazio conhecido mede 1,8 bilhão ly (550 Mpc) de diâmetro. O Universo observável é isotrópico em escalas significativamente maiores do que os superaglomerados, o que significa que as propriedades estatísticas do Universo são as mesmas em todas as direções observadas da Terra. O Universo é banhado em radiação de micro ondas altamente isotrópica que corresponde a um espectro de corpo negro de equilíbrio térmico de aproximadamente 2,72548 kelvin. A hipótese de que o Universo em grande escala é homogêneo e isotrópico é conhecida como o princípio cosmológico. Um universo que é homogêneo e isotrópico parece o mesmo de todos os pontos de vista e não tem centro. Energia escura A aceleração da expansão do Universo permanecer esquiva é muitas vezes atribuída à "energia escura", uma forma desconhecida de energia que hipoteticamente permeia o espaço, e uma explicação possível para essa aceleração. Numa base de equivalência massa-energia, a densidade de energia escura (~ 7 × 10-30 g / cm3) é muito menor do que a densidade de matéria ordinária ou de matéria escura dentro das galáxias. No entanto, na era atual de energia escura, ela domina a energia da massa do Universo porque é uniforme através do espaço. As duas formas propostas de energia escura são a constante cosmológica, uma constante de densidade de energia que preenche o espaço constantemente e homogeneamente, e campos escalares como quintessência, quantidades dinâmicas cuja densidade de energia pode variar no tempo e no espaço. As contribuições de campos escalares, que são constantes no espaço, são usualmente também incluídas na constante cosmológica. A constante cosmológica pode ser formulada para ser equivalente à energia do vácuo. Os campos escalares que possuíam apenas uma pequena quantidade de inomogeneidade espacial seriam difíceis de distinguir de uma constante cosmológica. Matéria escura A matéria escura é um tipo hipotético de matéria que é invisível a todo o espectro eletromagnético, mas que responde pela maior parte da matéria no Universo. A existência e as propriedades da matéria escura são inferidas por seus efeitos gravitacionais sobre a matéria visível, a radiação e a estrutura em larga escala do Universo. Além de neutrinos, uma forma de matéria escura quente, a matéria escura não foi detectada diretamente, tornando-se um dos maiores mistérios da astrofísica moderna. A matéria escura não emite nem absorve luz ou qualquer outra radiação eletromagnética em qualquer nível significativo. Estima-se que a matéria escura constitua 26,8% da energia total da massa e 84,5% da matéria total no Universo. Matéria ordinária Os restantes 4,9% da massa-energia do Universo é matéria ordinária, isto é, átomos, íons, elétrons e os objetos que eles formam. Esta matéria inclui as estrelas, que produzem quase toda a luz que vemos das galáxias, bem como o gás interestelar nos meios interestelar e intergaláctico, nos planetas e em todos os objetos da vida cotidiana que podemos colidir, tocar ou espremer. De fato, a grande maioria da matéria ordinária no Universo é invisível, já que as estrelas visíveis e o gás dentro de galáxias e aglomerados representam menos de 10% da contribuição da matéria ordinária para a densidade de energia de massa do Universo. A matéria comum geralmente existe em quatro estados (ou fases): sólido, líquido, gás e plasma. No entanto, avanços em técnicas experimentais revelaram outras fases previamente teóricas, tais como condensado de Bose-Einstein e condensado fermiônico. A matéria ordinária é composta de dois tipos de partículas elementares: quarks e léptons. Por exemplo, o próton é formado por dois quarks positivos e um quark negativo; o nêutron é formado de dois quarks negativos e um quark positivo; e o elétron é uma espécie de lépton. Um átomo consiste em um núcleo atômico, composto de prótons e nêutrons, e elétrons que orbitam o núcleo. Como a maior parte da massa de um átomo está concentrada em seu núcleo, que é composto de bário, os astrônomos usam frequentemente o termo matéria bariônica para descrever a matéria ordinária, embora uma pequena fração desta matéria seja composta por elétrons. Logo após o Big Bang, prótons e nêutrons primordiais formaram a partir do plasma de quarks e glúons do Universo primitivo, que se esfriou abaixo de dois trilhões de graus. Alguns minutos depois, em um processo conhecido como nucleossíntese do Big Bang, núcleos formados a partir dos prótons e nêutrons primordiais. Esta nucleossíntese formou elementos mais leves, aqueles com números atômicos pequenos até lítio e berílio, mas a abundância de elementos mais pesados ​​caiu drasticamente com número atômico crescente. Alguma quantidade de boro pode ter sido formada neste momento, mas o elemento mais pesado seguinte, o carbono, não foi formado em quantidades significativas. A nucleossíntese do Big Bang acabou após cerca de vinte minutos devido à rápida queda na temperatura e densidade do Universo em expansão. A formação subsequente de elementos mais pesados ​​resultou da nucleossíntese estelar e da nucleossíntese de supernova. Partículas A matéria ordinária e as forças que agem sobre a matéria podem ser descritas em termos de partículas elementares. Essas partículas são por vezes descritas como sendo fundamentais, uma vez que têm uma subestrutura desconhecida, assim como também é desconhecido se são ou não compostas de partículas menores e ainda mais fundamentais. De importância central é o Modelo Padrão, uma teoria que se ocupa das interações eletromagnéticas e das interações nucleares fracas e fortes. O Modelo Padrão é apoiado pela confirmação experimental da existência de partículas que compõem a matéria: quarks e léptons e seus correspondentes duplos de "antimatéria", bem como as partículas de força que medeiam as interações: o fóton, os bósons W e Z e o glúon. O Modelo Padrão previu a existência do recentemente descoberto bóson de Higgs, uma partícula que é uma manifestação de um campo dentro do Universo que pode dotar partículas com massa. Devido ao seu sucesso em explicar uma grande variedade de resultados experimentais, o Modelo Padrão é às vezes considerado como uma "teoria de quase tudo". O Modelo Padrão, no entanto, não acomoda a gravidade. Uma verdadeira força-partícula da "teoria de tudo" não foi atingida. Hádrons Um hádron é uma partícula composta de quarks mantidos juntos pela força forte. Hádrons são categorizados em duas famílias: bárions (tais como prótons e nêutrons) feitos de três quarks, e mésons (como píons) feitos de um quark e um antiquark. Dos hádrons, os prótons são estáveis e os nêutrons ligados dentro dos núcleos atômicos são estáveis. Outros hádrons são instáveis ​​em condições normais e, portanto, constituintes insignificantes do Universo moderno. De aproximadamente dez a seis segundos após o Big Bang, durante um período conhecido como época hádron, a temperatura do Universo caiu suficientemente para permitir que os quarks se ligassem em hádrons e a massa do Universo fosse dominada por hádrons. Inicialmente, a temperatura foi alta o suficiente para permitir a formação de pares de hádron/anti-hádron, que mantiveram a matéria e a antimatéria em equilíbrio térmico. No entanto, como a temperatura do Universo continuou a cair, pares hádron/anti-hádron não foram mais produzidos. A maioria dos hádrons e anti-hádrons foram então eliminados em reações de aniquilamento partícula-antipartícula, deixando um pequeno resíduo de hádrons quando o Universo tinha cerca de um segundo de idade. Léptons Um lépton é uma partícula elementar de spin semi-inteiro que não sofre interações fortes, mas está sujeita ao princípio de exclusão de Pauli; nenhum dois léptons da mesma espécie pode estar exatamente no mesmo estado ao mesmo tempo. Existem duas classes principais de léptons: léptons carregados (também conhecidos como léptons de tipo elétron) e lépton neutros (mais conhecidos como neutrinos). Os elétrons são estáveis ​​e o lépton carregado o mais comum no Universo, visto que os múons e os taus são partícula instável que deterioram rapidamente após ser produzidos em colisões da energia elevada, tais como aquelas que envolvem raios cósmicos ou realizadas nos aceleradores de partícula. Léptons carregados podem combinar com outras partículas para formar várias partículas compostas, tais como átomos e positrônios. O elétron governa quase toda a química como encontrada nos átomos e está diretamente ligado a todas as propriedades químicas. Neutrinos raramente interagem com qualquer coisa e são, consequentemente, raramente observados. Os neutrinos fluem por todo o universo, mas raramente interagem com a matéria normal. A época lépton foi o período na evolução do Universo primitivo em que os léptons dominaram a massa do Universo. Começou aproximadamente um segundo após o Big Bang, depois que a maioria dos hádrons e anti-hádrons se aniquilaram no final da era hádron. Durante a época do lépton, a temperatura do Universo ainda era alta o suficiente para criar pares de léptons/anti-léptons, portanto léptons e anti-léptons estavam em equilíbrio térmico. Aproximadamente dez segundos após o Big Bang, a temperatura do Universo tinha caído ao ponto onde os pares léptons/anti-léptons não eram mais criados. A maioria dos léptons e anti-léptons foi então eliminada em reações de aniquilamento, deixando um pequeno resíduo de léptons. A massa do Universo foi então dominada por fótons quando entrou na época fóton seguinte. Fótons Um fóton é o quantum da luz e todas as outras formas de radiação eletromagnética. É a partícula mensageira da força eletromagnética, mesmo quando estática através de fótons virtuais. Os efeitos desta força são facilmente observáveis ​​ao nível microscópico e ao nível macroscópico porque o fóton tem massa de repouso zero; isto permite interações de longa distância. Como todas as partículas elementares, os fótons são atualmente melhor explicados pela mecânica quântica e exibem a dualidade onda-partícula, exibindo propriedades de ondas e de partículas. A época dos fótons começou depois que a maioria dos léptons e anti-léptons foram aniquilados no final da época lépton, cerca de dez segundos após o Big Bang. Os núcleos atômicos foram criados no processo de nucleossíntese que ocorreu durante os primeiros minutos da época do fóton. Para o restante da época fotônica o Universo continha um plasma denso quente de núcleos, elétrons e fótons. Cerca de 380 000 anos após o Big Bang, a temperatura do Universo caiu para o ponto onde os núcleos poderiam combinar com elétrons para criar átomos neutros. Como resultado, os fótons já não interagiam com frequência com a matéria e o Universo tornou-se transparente. Os fótons altamente desviados para o vermelho deste período formam a radiação cósmica de fundo em micro-ondas. Pequenas variações na temperatura e densidade detectáveis ​​na radiação cósmica de fundo foram as "sementes" iniciais das quais ocorreram toda a formação estrutural subsequente. Modelos cosmológicos Modelo baseado na relatividade geral A relatividade geral é a teoria geométrica da gravitação publicada por Albert Einstein em 1915 e a descrição atual da gravitação na física moderna. É a base dos modelos cosmológicos atuais do Universo. A relatividade geral generaliza a relatividade restrita e a lei da gravitação universal, proporcionando uma descrição unificada da gravidade como uma propriedade geométrica do espaço e do tempo, ou espaço-tempo. Em particular, a curvatura do espaço-tempo está diretamente relacionada à energia e ao momento de qualquer matéria e radiação presentes. A relação é especificada pelas equações de campo de Einstein, um sistema de equações diferenciais parciais. Na relatividade geral, a distribuição da matéria e da energia determina a geometria do espaço-tempo, que por sua vez descreve a aceleração da matéria. Portanto, as soluções das equações de campo de Einstein descrevem a evolução do Universo. Combinadas com medições da quantidade, tipo e distribuição da matéria no Universo, as equações da relatividade geral descrevem a evolução do Universo ao longo do tempo. Com a suposição do princípio cosmológico de que o Universo é homogêneo e isotrópico em toda parte, uma solução específica das equações de campo que descreve o Universo é o tensor métrico denominado métrica de Friedmann-Lemaître-Robertson-Walker, Onde (r, θ, φ) correspondem a um sistema esférico de coordenadas. Esta métrica tem apenas dois parâmetros indeterminados. Um fator de escala de magnitude adimensional global R descreve a escala de tamanho do Universo em função do tempo; um aumento de R é a expansão do Universo. Um índice de curvatura k descreve a geometria. O índice k é definido de modo que ele pode seja apenas 0, correspondendo a geometria plana euclidiana, 1, correspondendo a um espaço de curvatura positiva, ou -1, um espaço de curvatura positiva ou negativa. O valor de R como uma função do tempo t depende de k e a constante cosmológica Λ. A constante cosmológica representa a densidade energética do vácuo do espaço e pode estar relacionada à energia escura. A equação que descreve como R varia com o tempo é conhecida como a equação de Friedmann em homenagem ao seu inventor, Alexander Friedmann. As soluções para R(t) dependem de k e Λ, mas algumas características qualitativas dessas soluções são gerais. Primeiro e mais importante, a escala de comprimento R do Universo só pode permanecer constante se o Universo for perfeitamente isotrópico com curvatura positiva (k = 1) e tiver um valor preciso de densidade em todos os lugares, como observado pela primeira vez por Albert Einstein. No entanto, este equilíbrio é instável: porque o Universo é conhecido por ser heterogêneo em escalas menores, R deve mudar ao longo do tempo. Quando R muda, todas as distâncias espaciais no Universo mudam tandem; existe uma expansão ou contração global do próprio espaço. Isto explica a observação de galáxias que parecem estar voando sem rumo; o espaço entre elas está se alongando. O alongamento do espaço também explica o aparente paradoxo de que duas galáxias podem estar a quarenta bilhões de anos-luz de distância, embora tenham começado a partir do mesmo ponto há 13,8 bilhões de anos e nunca tenham se movido mais rápido do que a velocidade da luz. Em segundo lugar, todas as soluções sugerem que houve uma singularidade gravitacional no passado, quando R foi para zero e a matéria e a energia eram infinitamente densas. Pode parecer que essa conclusão é incerta porque se baseia em suposições questionáveis ​​de perfeita homogeneidade e isotropia (o princípio cosmológico) e que apenas a interação gravitacional é significativa. No entanto, os teoremas de singularidade Penrose-Hawking mostram que uma singularidade deve existir para condições muito gerais. Assim, de acordo com as equações de campo de Einstein, R cresceu rapidamente de um estado densamente quente e denso que existiu imediatamente após essa singularidade (quando R tinha um valor pequeno e finito); esta é a essência do modelo Big Bang do Universo. Compreender a singularidade do Big Bang provavelmente requer uma teoria quântica da gravidade, que ainda não foi formulada. Em terceiro lugar, o índice de curvatura k determina o sinal da curvatura espacial média do espaço-tempo calculado em média em escalas de comprimento suficientemente grande (maior que cerca de um bilhão de anos-luz). Se k = 1, a curvatura é positiva e o Universo tem um volume finito. Esses Universos são muitas vezes visualizados como uma esfera tridimensional embutida num espaço de quatro dimensões. Inversamente, se k é zero ou negativo, o Universo tem volume infinito. Pode parecer contra-intuitivo que um Universo infinito e infinitamente denso pudesse ser criado em um único instante no Big Bang quando R = 0, mas exatamente isso é predito matematicamente quando k não é igual a 1. Por analogia, um plano infinito tem curvatura zero, mas área infinita, enquanto que um cilindro infinito é finito em uma direção e um toro é finito em ambos. Um Universo toroidal pode se comportar como um Universo normal com condições de fronteira periódicas. O derradeiro destino do Universo ainda é desconhecido, porque depende criticamente do índice de curvatura k e da constante cosmológica Λ. Se o Universo fosse suficientemente denso, k seria igual a +1, o que significa que sua curvatura média é positiva e o Universo acabará colidindo em um Big Crunch, possivelmente iniciando um novo Universo em um Big Bounce. Por outro lado, se o Universo fosse insuficientemente denso, k seria igual a 0 ou -1 e o Universo se expandiria para sempre, esfriando e finalmente atingindo o Big freeze e a morte térmica do Universo. Dados modernos sugerem que a taxa de expansão do Universo não está diminuindo, como inicialmente esperado, mas aumentando; se isto continuar indefinidamente, o Universo pode eventualmente alcançar um Big Rip. Observacionalmente, o Universo parece ser plano (k = 0), com uma densidade geral que é muito próxima do valor crítico entre o colapso e a expansão eterna. Hipótese do multiverso Algumas teorias especulativas propuseram que nosso Universo é apenas um de um conjunto de universos desconectados, coletivamente denotados como multiversos, desafiando ou aprimorando definições mais limitadas do Universo. Os modelos de multiversos científicos são distintos de conceitos como planos alternados de consciência e realidade simulada. Max Tegmark desenvolveu um esquema de classificação em quatro partes para os diferentes tipos de multiversos que os cientistas sugeriram em vários domínios problemáticos. Um exemplo de tal modelo é o modelo da inflação caótica do universo primitivo. Outra é a interpretação de muitos mundos da mecânica quântica. Os mundos paralelos são gerados de forma semelhante à superposição quântica e decoerência, com todos os estados da função de onda sendo realizados em mundos separados. Efetivamente, o multiverso evolui como uma função de onda universal. Se o Big Bang que criou nosso multiverso criou um conjunto de multiversos, a função de onda do conjunto seria enredada nesse sentido. A categoria menos controversa de multiverso no esquema de Tegmark é o Nível I, que descreve eventos distantes do espaço-tempo "em nosso próprio Universo", mas sugere que a análise estatística que explora o princípio antrópico fornece uma oportunidade para testar teorias multiversas em alguns casos. Se o espaço é infinito, ou suficientemente grande e uniforme, instâncias idênticas da história do volume de Hubble inteiro da Terra ocorrem de vez em quando, simplesmente por acaso. Tegmark calculou nosso mais próximo chamado doppelgänger, é 1010115 metros de distância de nós (uma função exponencial dupla maior do que um googolplex). Em princípio, seria impossível verificar cientificamente um volume de Hubble idêntico. Entretanto, segue como uma conseqüência razoavelmente direta das observações e das teorias científicas de outra maneira não relacionadas. É possível conceber espaços-tempo desconectados, cada um existente, mas incapaz de interagir uns com os outros. Uma metáfora facilmente visualizada é um grupo de bolhas de sabão separadas, em que os observadores que vivem em uma bolha de sabão não podem interagir com aqueles que vivem em outras bolhas de sabão, mesmo em princípio. De acordo com uma terminologia comum, cada "bolha de sabão" do espaço-tempo é denotada como um Universo, enquanto o nosso espaço-tempo particular é denotado como o Universo, assim como chamamos nossa lua de a Lua. A coleção inteira destes espaços-tem separados é denotada como o multiverso. Com essa terminologia, diferentes universos não estão causalmente conectados uns aos outros. Em princípio, os outros universos não conectados podem ter diferentes dimensões e topologias do espaço-tempo, diferentes formas de matéria e energia e diferentes leis físicas e constantes físicas, embora tais possibilidades sejam puramente especulativas. Outros consideram cada uma das várias bolhas criadas como parte da inflação caótica como universos separados, embora neste modelo todos esses universos compartilhem uma origem causal. Universo bem afinado O Universo bem afinado é a proposição de que as condições que permitem a vida no Universo só podem ocorrer quando certas constantes físicas fundamentais universais se encontram dentro de um intervalo muito estreito, de modo que se alguma de várias constantes fundamentais fosse apenas ligeiramente diferente, o Universo seria impossibilitado de conduzir ao estabelecimento e ao desenvolvimento da matéria, das estruturas astronômicas, da diversidade elementar ou da vida tal como ela é compreendida. A proposição é discutida entre filósofos, cientistas, teólogos, defensores e detratores do criacionismo. Modelo incluindo energia escura Cientistas da Universidade de Uppsala, em 2019, desenvolveram um modelo para o Universo, que é esperado para resolver o enigma da energia escura. O estudo propõe outro conceito básico, incluindo a energia escura, para um universo que monta uma bolha em expansão em uma medição extra. Este modelo com energia escura e nosso Universo está montado em uma bolha em expansão em uma dimensão extra. Toda a matéria existente no universo se compara ao final das cordas que alcançam a dimensão extra. Desenvolvimento histórico Historicamente, houve muitas ideias sobre o cosmos (cosmologias) e sua origem (cosmogonias). As teorias de um Universo impessoal governado por leis físicas foram propostas pela primeira vez por gregos e indianos. A filosofia chinesa antiga englobava a noção de Universo, incluindo tanto o espaço quanto o tempo. Ao longo dos séculos, melhorias em observações astronômicas e teorias de movimento e gravitação levaram a descrições cada vez mais precisas do Universo. A era moderna da cosmologia começou com a teoria geral da relatividade de Albert Einstein de 1915, que tornou possível predizer quantitativamente a origem, a evolução e a conclusão do Universo como um todo. A maioria das teorias modernas aceitas da cosmologia baseiam-se na relatividade geral e, mais especificamente, no previsto no modelo do Big Bang. Mitologias Muitas culturas têm histórias que descrevem a origem do mundo e do Universo. As culturas geralmente consideram essas histórias como tendo alguma verdade. No entanto, existem muitas crenças diferentes em como estas histórias se aplicam entre aqueles que acreditam em uma origem sobrenatural, que vão desde um deus que teria criado diretamente o Universo como é agora quanto um deus que apenas definiu as "rodas em movimento" (por exemplo, através de mecanismos como o Big Bang e a evolução). Etnólogos e antropólogos estudam muitos dos mitos que desenvolveram vários esquemas de classificação para os vários temas que aparecem nas histórias de criação. Por exemplo, em um tipo de história, o mundo nasce de um ovo cósmico; tais histórias incluem o poema épico finlandês Kalevala; a história chinesa de Pan Ku ou o Brahmanda Purana indiano. Em histórias relacionadas, o Universo é criado por uma única entidade emanando ou produzindo algo por si mesma, como o conceito de Adi-Buda do budismo tibetano; a história grega antiga de Gaia (Mãe Terra); o mito da deusa asteca Coatlicue; a história do antigo egípcio Atum e a narrativa judaico-cristã da criação no Gênesis, na qual o Deus abraâmico criou o Universo. Em outros tipos de histórias, o Universo é criado a partir da união de divindades masculinas e femininas, como no mito maori de Rangi e Papa. Em outros mitos, o Universo é criado criando a partir de materiais pré-existentes, como o cadáver de um deus morto - como de Tiamat na epopeia babilônica Enuma Elish ou do gigante Ymir na mitologia nórdica - ou de materiais caóticos, como em Izanagi e Izanami na mitologia japonesa. Em outras histórias, o Universo emana de princípios fundamentais, como Brâman e Prakriti; o mito da criação do povo serer, ou o yin-yang do Tao. Modelos filosóficos Os filósofos gregos pré-socráticos e os filósofos indianos desenvolveram alguns dos primeiros conceitos filosóficos do Universo. Os primeiros filósofos gregos observaram que as aparências podem ser enganadoras e procuraram compreender a realidade subjacente às aparências. Em particular, eles notaram a capacidade da matéria de mudar de forma (por exemplo, gelo para água até vapor) e vários filósofos propuseram que todos os materiais físicos no mundo são formas diferentes de um único material primordial, ou arché. O primeiro a fazê-lo foi Tales de Mileto, que propôs que este material seria a água. O aluno de Tales, Anaximandro, propôs que tudo vinha do ilimitado ápeiron. Anaximenes propôs que o material primordial seria o ar por causa de suas qualidades atrativas e repulsivas, que fazem com que o ar se condense ou se dissocie em diferentes formas. Anaxágoras propôs o princípio de Nous (Mente), enquanto Heráclito propôs o fogo (e falava de logos). Empédocles propôs os elementos primordiais como sendo a terra, água, ar e fogo. Seu modelo de quatro elementos tornou-se muito popular. Como Pitágoras, Platão acreditava que todas as coisas eram compostas de números, com os elementos de Empédocles tomando a forma dos sólidos platônicos. Demócrito e filósofos posteriores - mais notavelmente Leucipo - propuseram que o Universo é composto por átomos indivisíveis que movem-se através do vazios (vácuo), embora Aristóteles não acreditasse que isto fosse viável porque o ar, como a água, oferece resistência ao movimento. O ar imediatamente preencheria um vazio e, além disso, sem resistência, o faria de maneira indefinidamente rápida. Embora Heráclito defendesse a mudança eterna, seu contemporâneo Parmênides fez a sugestão radical de que toda mudança é uma ilusão, de que a verdadeira realidade subjacente é eternamente imutável e de uma única natureza. Parmênides denotou essa realidade como τὸ ἐν (O Único). A ideia de Parmênides parecia implausível para muitos gregos, mas seu estudante Zenão de Eleia desafiou-os com vários paradoxos famosos. Aristóteles respondeu a esses paradoxos desenvolvendo a noção de um potencial infinito contável, assim como o continuum infinitamente divisível. Ao contrário dos ciclos temporais eternos e imutáveis, ele acreditava que o mundo está limitado pelas esferas celestes e que a magnitude estelar cumulativa é apenas finitamente multiplicativa. O filósofo indiano Kanada, fundador da escola Vaisheshika, desenvolveu uma noção de atomismo e propôs que a luz e o calor fossem variedades da mesma substância. No , o filósofo atomista budista Dignāga propôs átomos de tamanho pontual, sem duração e feitos de energia. Eles negavam a existência de matéria substancial e propuseram que o movimento consistia em lampejos momentâneos de um fluxo de energia. A noção de finitismo temporal foi inspirada pela doutrina da criação compartilhada pelas três religiões abraâmicas: judaísmo, cristianismo e islã. O filósofo cristão, João Filopono, apresentou os argumentos filosóficos contra a antiga noção grega de um passado e futuro infinitos. Os argumentos de Filopono contra um passado infinito foram usados ​​pelo filósofo muçulmano clássico Alquindi (Alquindo); o filósofo judeu, Saadia Gaon (Saadia ben Joseph); e o teólogo muçulmano, Algazali (Algazel). Conceitos astronômicos Modelos astronômicos do Universo foram propostos logo após a astronomia ter começado com os astrônomos babilônicos, que viam o Universo como um disco plano flutuando no oceano, o que formou a premissa para mapas gregos primitivos como os de Anaximandro e Hecateu de Mileto. Filósofos gregos posteriores, observando os movimentos dos corpos celestes, estavam preocupados em desenvolver modelos do Universo baseados mais profundamente em evidências empíricas. O primeiro modelo coerente foi proposto por Eudoxo de Cnido. De acordo com a interpretação física do modelo de Aristóteles, as esferas celestiais rodam eternamente com movimento uniforme em torno de uma Terra estacionária. A matéria normal está inteiramente contida na esfera terrestre. Do Universo (composto antes de 250 ou entre 350 e ), declarou: cinco elementos, situados em esferas em cinco regiões, sendo cada menor cercado pelo maior - ou seja, terra cercada por água, água por ar, ar pelo fogo e fogo pelo éter - são os constituintes do Universo. Este modelo também foi refinado por Calipo e, depois que as esferas concêntricas foram abandonadas, foi trazido em quase perfeito acordo com as observações astronômicas de Ptolomeu. O sucesso de tal modelo deveu-se em grande parte ao fato matemático de que qualquer função (como a posição de um planeta) pode ser decomposta em um conjunto de funções circulares (a série de Fourier). Outros cientistas gregos, como o filósofo pitagórico Filolau de Crotona, postularam (segundo relatos de Estobeu) que no centro do Universo haveria um "Fogo Central" em torno do qual a Terra, Sol, Lua e planetas giravam em movimento circular uniforme. O astrônomo grego Aristarco de Samos foi o primeiro indivíduo conhecido a propor um modelo heliocêntrico do Universo. Embora o texto original tenha sido perdido, uma referência no livro de Arquimedes O Contador de Areia descreve o modelo heliocêntrico de Aristarco, que acreditava que as estrelas estavam muito distantes e via isto como a razão pela qual a paralaxe estelar não havia sido observada, ou seja, as estrelas não eram vistas se movendo umas às outras enquanto a Terra se movia ao redor do Sol. As estrelas são de fato muito mais distantes do que a distância que era geralmente assumida nos tempos antigos, razão pela qual a paralaxe estelar é apenas detectável com instrumentos de precisão. O modelo geocêntrico, consistente com a paralaxe planetária, foi suposto para ser uma explicação para a inobservabilidade do fenômeno paralelo, a paralaxe estelar. O único outro astrônomo da antiguidade conhecido por nome que apoiou o modelo heliocêntrico de Aristarco foi Seleuco de Seleucia, um astrônomo helenístico que viveu um século após Aristarco. De acordo com Plutarco, Seleuco foi o primeiro a provar o sistema heliocêntrico através da razão, mas não se sabe que argumentos ele usou. Os argumentos de Seleuco para uma cosmologia heliocêntrica provavelmente estavam relacionados ao fenômeno das marés. Segundo Estrabão (1.1.9), Seleuco foi o primeiro a afirmar que as marés acontecem devido à atração da Lua e que a altura das marés depende da posição da Lua em relação ao Sol. Alternativamente, ele pode ter provado o heliocentrismo, determinando as constantes de um modelo geométrico e desenvolvendo métodos para calcular posições planetárias usando este modelo, como Nicolau Copérnico fez mais tarde, no . Durante a Idade Média, modelos heliocêntricos também foram propostos pelo astrônomo indiano Aryabhata e pelos astrônomos persas Albumasar e Al-Sijzi. O modelo aristotélico foi aceito no mundo ocidental por aproximadamente dois milênios, até que Copérnico reviveu a perspectiva de Aristarco de que os dados astronômicos poderiam ser explicados mais plausivelmente se a Terra girasse em seu eixo e se o Sol fosse colocado no centro do Universo. Como observou o próprio Copérnico, a noção de que a Terra gira é muito antiga, datando pelo menos de Filolau de Crotona (), Heráclides do Ponto () e Ecfanto, o Pitagórico. Aproximadamente um século antes de Copérnico, o erudito cristão Nicolau de Cusa também propôs que a Terra gira em seu eixo em seu livro Sobre a Ignorância Aprendida (1440). Al-Sijzi também propôs que a Terra gira em seu eixo. A evidência empírica para a rotação da Terra em seu eixo, usando o fenômeno dos cometas, foi dada por Naceradim de Tus (1201-1274) e Ali Cusji (1403-1474). Esta cosmologia foi aceita por Isaac Newton, Christiaan Huygens e cientistas posteriores. Edmund Halley (1720) e Jean-Philippe de Chéseaux (1744) observaram de forma independente que a suposição de um espaço infinito preenchido uniformemente com estrelas levaria à previsão de que o céu noturno seria tão brilhante quanto o próprio Sol; isto se tornou conhecido como paradoxo de Olbers no . Newton acreditava que um espaço infinito, uniformemente cheio de matéria, causaria infinitas forças e instabilidades, fazendo com que a matéria fosse esmagada por sua própria gravidade. Esta instabilidade foi esclarecida em 1902 pelo critério de instabilidade de Jeans. Uma solução para esses paradoxos é o Universo Charlier, no qual a matéria é organizada hierarquicamente (sistemas de corpos em órbita que estão orbitando em um sistema maior, ad infinitum) de maneira fractal, de tal modo que o Universo tem uma densidade geral insignificantemente pequena; tal modelo cosmológico também tinha sido proposto anteriormente em 1761 por Johann Heinrich Lambert. Um importante avanço astronômico do foi a realização por Thomas Wright, Immanuel Kant e outros. A era moderna da cosmologia física começou em 1917, quando Albert Einstein aplicou pela primeira vez a sua teoria geral da relatividade para modelar a estrutura e a dinâmica do Universo. Ver também Abóbada celeste Aceleradores de partículas Aglomerado estelar Aglomerado estelar aberto Análise espectrográfica Big Splash Buraco branco Buraco negro Caudas cometárias Ciclo Solar Cinturão de Kuiper Cometa Cosmogonia Cosmologia Dimensão do universo Eclíptica Espaço-tempo Esfera celeste Esfera armilar Estrela de nêutron Expansão do universo Forma do universo Galáxia Lei de Hubble-Homason Panspermia Universo observável Antiverso Bibliografia Ligações externas Cosmologia Meio ambiente Conceitos em astronomia
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Código-fonte (source code em inglês) é o conjunto de palavras ou símbolos escritos de forma ordenada, contendo instruções em uma das linguagens de programação existentes, de maneira lógica. Existem linguagens que são compiladas e as que são interpretadas. As linguagens compiladas, após ser compilado o código-fonte, transformam-se em software, ou seja, programas executáveis. Este conjunto de palavras que formam linhas de comandos deverá estar dentro da padronização da linguagem escolhida, obedecendo critérios de execução. Atualmente, com a diversificação de linguagens, o código pode ser escrito de forma totalmente modular, podendo um mesmo conjunto de códigos ser compartilhado por diversos programas e, até mesmo, linguagens. Definições O Projeto de Informação do Linux define código-fonte como:O código-fonte (também chamado de fonte ou código) é uma versão do software da forma em que ele foi originalmente escrito (digitado em um computador) por um humano em texto puro (caracteres alfanuméricos humanamente legíveis).A noção de código-fonte também pode ser aplicada de maneira mais abrangente, incluindo linguagem de máquina e notações em linguagens gráficas, nenhuma delas são textuais por natureza. Um exemplo desta definição extraído de um artigo publicado na conferência anual IEEE e na Source Code Analysis and Manipulation.Com o propósito de ser claro, o termo código-fonte é usado significando qualquer definição completamente executável de um sistema de software. Desta forma ele inclui código de máquina, linguagens de alto nível e representações gráficas executáveis de sistemas.Frequentemente são necessárias algumas etapas de tradução ou minificação entre o código-fonte original digitado por um humano e o programa executável. Enquanto algumas entidades como a FSF argumentam que um arquivo intermediário “não é um código-fonte real e não conta como código-fonte”, outras acham conveniente tratar cada arquivo intermediário como código-fonte para a próxima etapa. História Os primeiros programas feitos para computadores capazes de armazená-los eram passados para a máquina em código binário através dos interruptores presentes no painel frontal do computador. Esta linguagem de programação de primeira geração não tinha distinção entre código-fonte e código de máquina. Quando a empresa IBM começou a fornecer softwares que funcionavam em conjunto com suas máquinas, o código-fonte era provido sem qualquer custo adicional. Na época, o custo de manutenção e suporte do software estava embutido no preço do hardware. Por décadas, a IBM distribuiu o código-fonte juntamente suas licenças de uso de software, até o ano de 1983. A maioria das primeiras revistas sobre informática publicavam códigos-fonte impressos para que os leitores os digitassem em seus computadores para executá-los. Ocasionalmente o código-fonte completo de um programa extenso é publicado em forma de livro impresso. Ver também Linguagem de programação Compilador e Interpretador de código fonte. Programação Computação Tecnologia da informação
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Supercivilização é um conceito de classificação de civilizações com base em seu consumo de energia, originalmente relacionado à ficção científica, mas também utilizado por teóricos cientistas.https://brasil.elpais.com/brasil/2015/04/20/ciencia/1429529088_548719.html Descrição Estudos recentes principalmente de cientistas russos, notadamente Nikolai Kardashev, estabeleceram as bases concretas e conceituais de uma supercivilização. Uma civilização qualquer, seja ela terrestre ou alienígena, consome energia, assim temos um dado comum a qualquer tipo de civilização e com base nesse dado é possível traçar as características das mesmas. Assim teríamos as civilizações do tipo 0, aquelas que ainda não dominam todos os recursos energéticos do seu planeta, esse seria o caso da Terra. Teríamos também as civilizações do tipo I, aquelas que dominam todos os recursos energéticos do seu planeta, tendo consequentemente uma tecnologia superior a do tipo 0. Prosseguindo, teríamos as civilizações do tipo II, aquelas que dominam os recursos energéticos do seu sistema solar inteiro, essas civilizações "mineram" o seu sol e extraem energia diretamente dele. As civilizações do tipo III seriam as "supercivilizações", pois extraem energia de uma galáxia inteira e possuiriam por conseguinte estruturas socias e tecnológicas avançadíssimas, além de dominarem perfeitamente a tecnologia dos voos espaciais e interestelares. A classificação baseia-se exclusivamente no consumo de energia dessa civilização e não entra em detalhes sobre o tipo de tecnologia e suas características. Temas da ficção científica
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A península Antártica (anteriormente península de Palmer) é a parte continental mais setentrional da Antártida, e quase a única parte desse continente que se estende para fora do Círculo Polar Antártico. Localiza-se no Hemisfério Ocidental, relativamente perto da América do Sul, e o seu extremo norte designa-se Terra de Graham. Integra assim a Antártida Ocidental. A península é muito montanhosa, com os picos mais altos a atingir cerca de 2 800 metros de altitude. Considera-se que estas montanhas são uma continuação dos Andes, na América do Sul, com uma dorsal submarina a ligar as duas cadeias Uma vez que a península tem o clima mais suave da Antártica, é aí, e nas muitas ilhas próximas, que se localiza a maior concentração de estações de pesquisa. Referências Tundra
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Maceira (Fornos de Algodres) — freguesia portuguesa do concelho de Fornos de Algodres Maceira (Leiria) — freguesia do concelho de Leiria Maceira (Torres Vedras) — freguesia extinta do concelho de Torres Vedras Fornos de Maceira Dão — freguesia do concelho de Mangualde Moimenta de Maceira Dão — freguesia do concelho de Mangualde Maceira (Montelavar) — localidade da freguesia de Montelavar, concelho de Sintra ilha de Maceira — ilha do Omã
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Disciplina, disciplina científica, designam um determinado ramo do conhecimento. Como campos específicos de saber, as disciplinas se referem aos mais diversos âmbitos de produção de conhecimento ou campos de práticas, muitas delas também inseridas como cursos. Neste sentido mais geral, podem ser consideradas disciplinas âmbitos de estudo como a História, a Geografia, Antropologia, Sociologia — para mencionar disciplinas relacionadas à grande área das ciências humanas — ou como a Física, Química, Medicina, Engenharia, Biologia, Oceanografia e inúmeras outras — pertinentes às chamadas ciências exatas e ciências naturais. Segundo José d'Assunção Barros, todas as disciplinas são históricas, no sentido de que foram inventadas pelos seres humanos e precisam ser constantemente reinventadas para continuarem existindo: Quando cada um destes aspectos está bem desenvolvido, tem-se uma disciplina bem constituída, o que se reflete frequentemente em outros desdobramentos, como a formação de uma comunidade científica partilhada pelos diversos praticantes do campo disciplinar, a inserção do campo no âmbito dos cursos de graduação, a fundação e manutenção de revistas científicas especializadas no campo, a ocorrência constante de congressos frequentados pelos praticantes do campo disciplinar em questão, a criação de instituições que representam os profissionais do campo de saber, e assim por diante. Listas Lista de disciplinas acadêmicas do Brasil Lista de disciplinas da biologia Lista de especialidades biológicas Lista de especialidades médicas Ver também Ciência Interdisciplinaridade Bacharelado interdisciplinar Ligações externas Terminologia da educação Disciplinas
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A Guerra dos Camponeses (em alemão, Deutscher Bauernkrieg) foi uma revolta popular generalizada nos países da língua alemã na Europa Central, entre 1524-1525. Falhou por causa da intensa oposição da aristocracia, que abateu até 100 mil dos 300 mil camponeses e agricultores mal-armados e mal conduzidos. Os sobreviventes foram multados e obtiveram poucos ou nenhum de seus objetivos. A guerra consistia, como o movimento precedente Bundschuh e as Guerras Hussitas, em uma série de revoltas econômicas e religiosas em que os camponeses e agricultores, muitas vezes apoiados por membros do clero protestante, assumiram a liderança. A Guerra dos Camponeses Alemães foi a maior e mais generalizada revolta popular da Europa antes da Revolução Francesa de 1789. A luta chegou ao auge na primavera e no verão de 1525. A guerra começou com revoltas separadas, começando na parte sudoeste do que é hoje a Alemanha e a vizinha Alsácia, e se espalhou em insurreições subsequentes às regiões central e oriental da Alemanha e atual Áustria. Após o levante na Alemanha ser suprimido, ele brilhou brevemente em vários cantões suíços. Na montagem de sua revolta, os camponeses enfrentaram obstáculos intransponíveis. A natureza democrática do seu movimento deixou-os sem uma estrutura de comando e eles não tinham artilharia e cavalaria. A maioria delas tinham pouca, se alguma, experiência militar. No combate muitas vezes se viraram e fugiram, e foram massacrados pelos seus perseguidores. A oposição tinha experimentado líderes militares, exércitos bem equipados e disciplinados, e amplo financiamento. Antecedentes A revolta incorporou alguns princípios e retórica na emergente Reforma Protestante, através do qual os camponeses buscavam a liberdade e influência. Os historiadores têm interpretado os aspectos econômicos da Guerra dos Camponeses alemães diferentemente e historiadores sociais e culturais continuam a discordar sobre as suas causas e natureza. No , partes da Europa tinham ligações políticas comuns dentro do Sacro Império Romano, uma entidade descentralizada em que o Sacro Imperador tinha pouca autoridade fora de suas próprias terras dinásticas, que cobriam apenas uma pequena fração do todo. Na época da Guerra Camponesa, Carlos V, Rei de Espanha, ocupou o cargo de imperador do Sacro Império Romano (eleito em 1519). Dinastias nobres governavam centenas de territórios seculares e eclesiásticos, em grande parte independentes no âmbito do Império, e dezenas de outros operado como cidades-estados semi-independentes. A igreja alemã sob o controle dos príncipes não seria capaz de taxá-los como a Igreja Romana fez. Os príncipes só poderiam ganhar, economicamente, pelo rompimento. Mais príncipes alemães romperam com Roma usando o slogan nacionalista "dinheiro alemão para uma igreja alemã". História O conflito, que teve lugar sobretudo em áreas no sul, centro e no oeste da Alemanha mas que também afetou áreas nas vizinhas Suíça e Áustria, envolveu no seu auge, no verão de 1525, cerca de 300 000 camponeses revoltados. Estimativas de então situaram o número de mortes em 100 000. A guerra foi em parte uma expressão da revolta religiosa conhecida como a Reforma Protestante, na qual críticos dos privilégios e da alegada corrupção da Igreja Católica Romana contestaram a ordem religiosa e política estabelecida, mas também reflete o profundo descontentamento social: o descontentamento com o poder dos nobres locais; o desejo de líderes das cidades pela liberdade do poder eclesiástico (Igreja) e dos líderes da nobreza; tensões dentro das cidades entre as massas e as elites urbanas e rivalidades entre a própria nobreza. O movimento camponês acabou por ser derrotado uma vez que as cidades e os nobres fizeram a sua própria paz com os exércitos do imperador que restauraram a velha ordem, frequentemente de forma ainda mais dura sobre a soberania do Sacro-Imperador Romano Carlos V, representado nos assuntos alemães pelo seu irmão mais novo Fernando. O dissidente religioso Martinho Lutero, já condenado como herético pelo Édito de Worms de 1521, e acusado neste tempo de fomentar a disputa, rejeitou as exigências dos revoltosos e sustentou o direito dos líderes alemães de suprimir as revoltas, mas o seu antigo discípulo Thomas Muentzer destacou-se como um agitador radical na Turíngia. Os "profetas" de Zwickau e a Guerra dos Camponeses Em 27 de Dezembro de 1521, três "profetas", influenciados por Thomas Münzer, chegaram a Wittenberg desde Zwickau: Thomas Dreschel, Nicolas Storch e Mark Thomas Stübner. A reforma de Lutero não era suficientemente radical do ponto de vista deles. Tal como a Igreja Católica Romana, os luteranos praticavam o batismo de crianças, que os Anabaptistas consideravam como "não constar das escrituras nem primitivo, nem satisfazendo às principais condições de admissão numa irmandade visível de santos, a saber: penitência, fé, iluminação espiritual e a livre submissão do indivíduo a Cristo". O teólogo reformador e associado de Lutero, Filipe Melanchthon, sem poderes contra os entusiastas com que o seu co-reformador Andreas Karlstadt simpatizava, apelou a Lutero, que ainda estava escondido no Castelo de Wartburg. Lutero foi cauteloso em não condenar desde logo a nova doutrina e aconselhou Melanchthon a tratá-los bem e testar os seus espíritos. Então houve confusão em Wittenberg, onde escolas e Universidade tomaram o lado dos "profetas" e foram fechadas. Daqui surgiu a acusação comum de que os Anabaptistas era inimigos da aprendizagem. Mas essa acusação é substancialmente refutada pelo fato de que a primeira tradução em alemão dos profetas hebreus ter sido feita e impressa por dois deles, Hetzer e Denck, em 1527. Os primeiros líderes do movimento em Zurique (Conrad Grebel, Felix Manz, George Blaurock, Balthasar Hubmaier) eram pessoas que dominavam Grego, Latim e Hebraico. Em 6 de março, Lutero regressou, entrevistou os profetas, desdenhou os seus "espíritos", proibiu-lhes a estadia na cidade e ordenou aos seus seguidores que deixassem Zwickau e Erfurt. Com o acesso negado às igrejas, estes últimos acabaram por celebrar os sacramentos em casas privadas. Expulsos de suas cidades, eles vaguearam pelo campo. Obrigado a deixar Zwickau, Müntzer visitou a Boémia, residiu dois anos em Alltstedt na Turíngia e, em 1524, passou algum tempo na Suíça. Durante este período ele proclamou as suas doutrinas revolucionárias na religião e na política com veemência e sucesso crescentes, sobretudo nas classes baixas. Na sua origem uma revolta contra a opressão feudal, tornou-se debaixo da liderança de Müntzer, numa guerra contra todas as autoridades instituídas, e uma tentativa de estabelecer pela força o seu ideal de irmandade cristã, com a igualdade absoluta e o comunismo dos bens. A derrota total dos insurgentes em Frankenhausen (15 de Maio de 1525), seguida da execução de Müntzer e de vários dos seus líderes, foi apenas uma derrota provisória do movimento Anabaptista. Aqui e acolá na Alemanha, Suíça e na Holanda houve posteriormente vários propagandistas religiosos, cujas doutrinas seriam aceites por muitos, assim que um novo líder surgisse. Ver também Hans Böhm Movimento Bundschuh Revolta camponesa de 1381 Grande revolta irmandinha de 1467, na Galiza. Lista de revoltas camponesas Bibliografia Reforma Protestante Revoltas camponesas Camponeses Camponeses Guerras de religião na Europa 1524 na Europa 1525 na Europa
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Reprodução, em biologia, refere-se à função através da qual os seres vivos produzem descendentes, dando continuidade à sua espécie. Todos os organismos/seres vivos resultam da reprodução a partir de organismos vivos pré-existentes, ao contrário do postulado pela teoria da geração espontânea. Os métodos conhecidos de reprodução podem agrupar-se, genericamente, em dois tipos: reprodução assexuada e reprodução sexuada. No primeiro caso, um indivíduo reproduz-se sem que exista a necessidade de qualquer partilha de material genético entre organismos. A divisão de uma célula em duas é um exemplo comum, ainda que o processo não se limite a organismos unicelulares. A maior parte das plantas tem a capacidade de se reproduzir assexuadamente, tal como alguns animais (ainda que isso seja menos comum). Já a reprodução sexuada implica a partilha de material genético, geralmente providenciado por organismos da mesma espécie classificados geralmente de "macho" e "fêmea". Em várias espécies, fêmeas possuem estratégias para controlar a inseminação do óvulo. Algumas endurecem o caminho do esperma, enquanto outras espécies desenvolveram um sistema reprodutivo para ajudar o esperma para alcançar o seu objetivo, como no caso dos seres humanos. Reprodução assexuada Reprodução assexual (ou assexuada) é um processo biológico através do qual um organismo produz uma cópia geneticamente igual a si próprio, sem que haja recombinação de material genético. Um exemplo simples consiste na clonagem, como no ato de inserir plantas em estacas, caso em que a reprodução é processada artificialmente, ainda que possa ocorrer naturalmente. De fato, muitas espécies de plantas têm esta capacidade, sem necessidade de intervenção humana, gerando estolhos que criam raízes, tornando-se, posteriormente, independentes da planta-mãe. Noutros casos, uma parte do talo ou do soma pode separar-se da planta-mãe e fixar-se noutro lugar, dando origem a uma nova planta. A este tipo de reprodução assexuada dá-se o nome de multiplicação vegetativa, como acontece, naturalmente, com o morangueiro. Note-se que, contudo, a maior parte destas plantas também se pode reproduzir sexuadamente, através de esporos ou de sementes. Muitos animais, ainda que se possam reproduzir também sexuadamente, como a hidra (da ordem Hydroidea), procedem à gemulação, formando gomos na sua superfície externa, que podem se desenvolver originando novos indivíduos. Não se deve confundir esta característica com a capacidade, presente em alguns animais, como os lagartos e os caranguejos, de regenerar partes do seu corpo, como um membro ou parte da cauda que se perderam por acidente. Nestes casos, não se trata de reprodução, já que não há a formação de novos organismos. Muitas espécies de animais, incluindo invertebrados (nomeadamente pulgas-d'água, afídeos, algumas abelhas e vespas parasitas) e vertebrados (como alguns répteis, peixes e, muito raramente, aves e tubarões) capazes de reprodução sexual também têm a capacidade de se reproduzir assexuadamente, nomeadamente através da partenogénese (do Grego παρθένος parthenos, "virgem", + γένεσις genesis, "criação") que consiste na formação e desenvolvimento de um embrião sem necessidade de fertilização dos óvulos por parte do macho. Algumas espermatófitas, em que a norma é a reprodução sexuada, podem igualmente produzir sementes sem que haja fertilização dos óvulos, através de um processo conhecido por apomixia. Nos organismos unicelulares, como as bactérias e as leveduras, a norma é a reprodução assexuada, através da fissão binária das células. Mas mesmo as bactérias têm necessidade de realizar a conjugação genética, que pode ser considerada uma forma de reprodução sexual ou para-sexual, a fim de renovar o seu material genético. Outras formas de reprodução assexuada incluem a esporogénese, no caso da formação de mitosporos (esporos resultantes da mitose) e a fragmentação clonal. A reprodução dos vírus também pode ser considerada como assexuada, já que estes tomam o controle do material genético de células hospedeiras para produzirem novos vírus. Reprodução sexuada A reprodução sexual (ou sexuada) implica a combinação de material genético (normalmente o DNA) de dois seres distintos (os progenitores) através da conjugação de duas células haplóides (os gâmetas) por cariogamia. Esta definição engloba a "reprodução sexual" das bactérias, de muitos protistas e dos fungos, sem que haja a necessidade de definição de sexos. Também se chama este tipo de reprodução sexual indiferenciada. A maior parte dos organismos produzem dois tipos diferentes de gâmetas. Nestas espécies, ditas anisogâmicas, os dois sexos são designados como macho (que produz esperma ou microsporos) e fêmea (que produz óvulos ou megásporos). Nas espécies isogâmicas, os gâmetas são semelhantes ou idênticos na sua forma, podendo apresentar outras propriedades que os distingam, permitindo dar-lhes nomes diferentes. Por exemplo, na alga verde Chlamydomonas reinhardtii, existem os gâmetas arbitrariamente designados como "positivos" (+) e "negativos" (-). Alguns tipos de organismos, como os ciliados, têm mais de dois tipos de gâmetas. A maior parte dos animais (incluindo o ser humano) e das plantas reproduz-se sexuadamente. Estes organismos, ditos diplóides, apresentam dois alelos (variedade de genes) para cada traço genético. Os seus descendentes herdarão um alelo, para cada traço que irão exibir, de cada um dos seus progenitores. Existindo duas cópias de cada gene, só um expressar-se-á, permitindo que alelos com mutações possam ser "mascarados", constituindo uma vantagem que se acredita que poderá ter levado a uma maior capacidade adaptativa dos seres diplóides. Tal hipótese, contudo, tem sido criticada. Chama-se alogamia ao tipo de reprodução sexuada em que os dois gâmetas provêm de seres distintos. A autogamia, pelo contrário, ocorre em organismos hermafroditas que procedem à autofecundação, ou seja, à união dos gâmetas produzidos no mesmo organismo. Em última análise, a reprodução sexual radica na divisão celular, especialmente através dos mecanismos da mitose e meiose. No primeiro caso, o número de células resultantes é o dobro do das células originais. O número de cromossomas nas células resultantes será o mesmo que na célula de origem. Na meiose, porém, o número de células resultantes da divisão será o quádruplo do número de células original, formando-se células com metade do número de cromossomas da célula inicial. Reprodução sexual indiferenciada Nas bactérias e, em geral, em muitos seres unicelulares de sexo indiferenciado, duas células aparentemente iguais conjugam-se e combinam o seu material genético, continuando as duas células a viver independentemente. Em muitas espécies de fungos, geralmente haploides, as hifas de dois "indivíduos" conjugam-se para formar uma estrutura onde, em células especiais, se dá a conjugação dos núcleos e, posteriormente, a meiose, para produzir esporos novamente haploides que vão dar origem a novos "indivíduos". Noutros casos, são libertadas células sexuais iguais e móveis, os isogâmetas, que se conjugam. Reprodução sexual nos animais Nos animais, a reprodução envolve geralmente a união de dois seres de sexos diferentes, o macho e a fêmea. As células sexuais produzidas pelo macho e pela fêmea são designadas por gâmetas, e são produzidas em órgãos sexuais chamados gónadas. Os gâmetas masculinos, ou espermatozoides, fecundam o gâmeta feminino, ou óvulo, da fêmea, dando origem ao ovo, que se desenvolverá num embrião e, posteriormente, no novo filho. Em muitos casos, como nos mamíferos, aves e répteis, a fecundação é interna. Neste caso, o óvulo encontra-se dentro do corpo da fêmea. O macho tem que introduzir aí os espermatozoides, durante a cópula. Em muitos animais, o macho possui para esse fim um órgão copulador que, nos mamíferos, se chama pênis. Na maioria dos animais aquáticos, no entanto, a fertilização é externa: a fêmea liberta os óvulos na água (desova), onde o macho também liberta os espermatozoides. Reprodução sexual nas plantas As plantas (incluindo as algas) têm igualmente órgãos sexuais que produzem gâmetas, tal como acontece com os animais: o gâmeta feminino chama-se oosfera (mas também vulgarmente designado de óvulo) e é igualmente imóvel. O gâmeta masculino chama-se anterozóide. Nas plantas que produzem flores, as angiospermas, a gónada feminina chama-se ovário (tal como nos animais); e a masculina, antera. Noutros grupos de plantas, os nomes variam. Por exemplo, arquegónio nos musgos e megasporófilo nas coníferas. O anterozóide só se liberta do grão de pólen (ou da estrutura correspondente, por exemplo, o anterídeo dos musgos) num ambiente úmido, como o estigma das angiospérmicas ou o ovário aberto das gimnospérmicas. Estratégias de reprodução Um dos problemas principais que os organismos vivos tiveram que resolver ao longo do processo evolutivo para tentarem "perpetuar" a espécie foi o da sobrevivência de um número suficiente de descendentes. Para além de eventuais situações de falta de alimentos e da predação, é necessário pensar que os recém-nascidos são geralmente muito mais sensíveis que os adultos às variações do meio ambiente, como a temperatura, ventos, correntes oceânicas, entre outros. As formas como os organismos resolveram esses problemas designam-se de estratégias reprodutivas. Em geral, os animais "concentraram" as suas atenções na protecção dos óvulos, dos embriões ou das crias. As plantas especializaram-se nas formas de disseminação dos produtos sexuais. Estratégias de reprodução dos animais Uma vez que são "descendentes" das bactérias e dos protistas, os animais começaram como ovíparos, ou seja, o zigoto, com maior ou menor protecção, é lançado no mundo, à sua sorte. Nos animais actuais, a maioria dos invertebrados e dos peixes são ovíparos. As estratégias para a sobrevivência desses zigotos - e dos embriões que deles resultam - incluem: a produção de um grande número de zigotos; o desenvolvimento de estados larvares bem adaptados ao meio ambiente; ou os cuidados parentais - um ou ambos os progenitores cuidam dos ovos até estes eclodirem; ou mesmo até as crias atingirem um tamanho que lhes permita sobreviver por si próprias - é o caso da maioria das aves e mamíferos e de alguns peixes. Uma outra forma de proteger os zigotos consiste em deixá-los desenvolverem-se dentro do corpo do mãe. Esta estratégia foi desenvolvida em duas fases: numa primeira fase, o ovo de facto recebe apenas a protecção física da mãe em relação ao meio ambiente; o ovo tem as suas próprias reservas nutritivas e o embrião desenvolve-se independentemente do metabolismo materno - ovoviviparidade. numa segunda fase, o corpo materno desenvolve um sistema, não só de protecção, mas também de alimentação do embrião (incluindo a passagem de anticorpos contra eventuais doenças), baseado no seu próprio metabolismo - viviparidade. Uma desvantagem destas últimas estratégias é que o número de zigotos não pode ser muito elevado e a mãe não pode repetir o processo com tanta frequência; por outro lado, os embriões têm maior probabilidade de sobreviverem, enquanto a mãe prossegue a sua vida. Chama-se a este tipo de desenvolvimento evolutivo seleção-K, enquanto que a estratégia de produzir um grande número de zigotos evoluiu segundo um processo de seleção-r. Estratégias de reprodução das plantas e em fungos Os fungos, os musgos, as algas e as plantas verdes têm algumas características comuns no que respeita à reprodução, o que justifica que todos fossem considerados como plantas por Lineu e pelos primeiros botânicos. Ao contrário dos animais, as plantas, em geral, têm uma grande capacidade de reprodução vegetativa, ou seja, assexual: as partes vegetativas, ou não-reprodutoras, podem facilmente produzir uma nova planta. Por exemplo, um pedaço de hifa de um fungo transportada na pata de um cão ou de uma mosca pode produzir outro "indivíduo" da mesma espécie noutro local. Um pedaço do talo de uma alga arrastada pelas correntes oceânicas pode produzir uma nova alga noutro local onde as condições sejam adequadas. As plantas verdes rastejantes muitas vezes lançam estolhos que produzem raízes e se podem tornar independentes da planta-mãe. No entanto, todas as plantas - tal como os animais - necessitam da reprodução sexuada para o processo evolutivo, ou seja, necessitam de "renovar" o seu material genético. Mas nas plantas, ao contrário dos animais, os órgãos reprodutores encontram-se em indivíduos diferentes dos órgãos vegetativos. A este processo chama-se alternância de gerações. Mas é na dispersão das várias estruturas que as plantas geram para se reproduzir que encontramos maiores especializações: As espermatófitas (plantas que produzem sementes) desenvolveram estratégias para a disseminação dos seus produtos sexuais a dois níveis: Pólen - os grãos de pólen são as estruturas que transportam os gâmetas masculinos e, para que estes possam fecundar os óvulos, têm formas de actuação diversificadas - diferentes tipos de polinização: Algumas espécies de plantas produzem sementes por autofecundação, ou seja, o anterozoide de uma flor pode fecundar com êxito o óvulo da mesma flor; nestas plantas, a flor pode abrir apenas depois da fecundação; A norma, entretanto, é a fecundação cruzada, em que o pólen duma flor deve fecundar o óvulo de outra; ou de preferência, de outra planta diferente da mesma espécie, a fim de assegurar a recombinação genética; para este fim, os grãos de pólen são geralmente muito pequenos e leves, podendo ser transportados pelo vento (polinização anemófila), pela água (nas plantas aquáticas - polinização hidrófila), ou por animais (polinização zoófila), quer involuntariamente, como fazem os colibris quando vão beber o néctar da flor, quer voluntariamente, como fazem as abelhas e outros insetos, que se alimentam de pólen (polinização entomófila). Nestes últimos casos, o néctar ou outras especializações da flor são desenvolvimentos evolutivos destinados ao sucesso da reprodução sexuada. Sementes - são as estruturas que resultam da fecundação e transportam o embrião que, em condições ambientais favoráveis, irão dar origem a plantas iguais. Para isso, as plantas desenvolveram durante o processo evolutivo várias estratégias, muitas das quais actuam ao mesmo tempo: Vida latente - os embriões das plantas podem ficar muito tempo sem se desenvolverem, enquanto as condições apropriadas de temperatura e humidade não surgem; Pericarpo lenhoso Dispersão das sementes Os outros grupos de plantas, incluindo as samambaias, os fungos, os musgos e as algas, disseminam-se por esporos, que são células haplóides com uma parede celular extremamente resistente, produzidas por meiose em órgãos especiais, chamados esporângios. Ver também Gametogénese Reprodução e gravidez na ficção especulativa Sexo Ações
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O Japão está subdividido em 47 prefeituras. Existem quatro designações diferentes para estas divisões administrativas (chamadas de 都, to; 道, dō; 府, fu; ou 県, ken, daí o nome genérico japonês 都道府県 todōfuken). Elas consistem em 43 prefeituras propriamente ditas (県 ken), duas prefeituras urbanas (府 fu, Osaca e Quioto), um "circuito" ou "território" (道 dō, Hokkaido) e uma "metrópole" (都 to, Tóquio). As 47 prefeituras são maiores que os organismos governamentais cidades, vilas e aldeias. O diretor executivo de cada prefeitura é um governador eleito diretamente (知事, chiji). Portarias e orçamentos são decretadas por uma única câmara-montagem (議会, gikai) cujos membros eleitos em quatro anos a contar servem termos. Segundo a atual Lei de Autonomia Local, cada prefeitura pode subdividir-se em cidades (市, shi) e distritos (郡, gun). Cada distrito é subdividido em vilas (町, chō ou machi) e aldeia (村, son ou mura). Hokkaidō tem 14 subprefeituras e os que atuam como filiais (支庁, shichō) da prefeitura. Algumas outras prefeituras também têm sucursais, que realizam funções administrativas municipais fora da capital. Evolução histórica O atual sistema foi estabelecido pelo governo Meiji em julho de 1871 com a abolição do sistema han e do estabelecimento do sistema de prefeituras (廃藩置県 haihan-chiken). Embora inicialmente houvesse mais de 300 prefeituras, muitas das quais são ex-territórios, esse número foi reduzido para 72 na última parte de 1871 e a 47 em 1888. A Lei de Autonomia Local de 1947 deu maior poder político às prefeituras e instalou governadores provinciais e parlamentos. Em 2003, o então Primeiro-ministro Junichiro Koizumi propôs que o governo consolidasse as atuais prefeituras regionais em cerca de 10 estados. O plano solicitava que cada região tivesse maior autonomia do que as prefeituras existentes. Esse processo iria reduzir o número de regiões administrativas de subprefeituras e cortar custos administrativos. [1] O governo japonês também está considerando um plano pelo qual vários grupos de prefeituras seriam fundidos, criando um sistema de subdivisão administrativa nacional,constituído de entre nove e treze Estados, dando mais autonomia local a esses estados do que gozam as atuais prefeituras. [2] Até julho de 2008, nenhuma reorganização tinha ainda acontecido. Tipos de prefeituras To, Do, Fu, e Ken diferem em nome apenas por razões históricas. Desde 1947, não há diferença entre os quatro tipos administrativos. Normalmente, prefeituras são chamadas somente pelo seu nome, sem o sufixo, com exceção de Hokkaido. No entanto, o sufixo é utilizado quando é necessário distinguir entre a prefeitura e uma cidade de mesmo nome. Por exemplo, Hiroshima-ken em japonês é o nome da prefeitura, e Hiroshima-shi é a sua maior cidade. Fu (Osaka / Kyoto) e Ken Durante o período Edo, o xogunato estabeleceu as zonas de governo bugyō (奉行支配地) em torno das nove maiores cidades do Japão, e 302 zonas de governo em pequenas cidades (郡代支配地) em outras localidades. Quando o governo do Imperador Meiji começou a criar o sistema de prefeituras, em 1868, primeiro ano do período Meiji, as nove zonas de governo bugyō tornaran-se fu (府), prefeituras urbanas, as zonas de governo de pequenas cidades e o resto das zonas de governo bugyō tornaram-se ken (県), prefeituras propriamente ditas: mais tarde, em 1871 o governo designou Tóquio, Osaka e Kyoto como fu, e rebaixou os outros fu ao estado de ken. Durante a II Guerra Mundial, em 1943, Tóquio tornou-se um to, um novo tipo de pseudoprefeitura (cf. abaixo). Antes da Segunda Guerra Mundial, diferentes leis foram aplicadas a fu e ken, mas essa distinção foi abolida após a guerra, e os dois tipos de prefeitura agora são funcionalmente os mesmos. Como resultado, o idioma inglês não costuma distinguir entre fu e ken, chamando a ambos simplesmente de "prefeituras". Hokkaidō O termo dō (circuito) foi originalmente usado para referir-se às regiões do Japão, como as de Tokaido e Saikaidō, constituídas por várias províncias. Hokkaidō, o único dō que permanece até hoje, não foi uma dos sete dō originais (era conhecido como Ezo na era pré-moderna e habitada pela etnia dos ainus). Acredita-se que seu nome atual provenha de Takeshiro Matsuura, um antigo explorador japonês da ilha. Uma vez que Hokkaidō não se encaixa nas classificações de dō existentes, foi criado um novo dō para abrangê-lo. O governo Meiji inicialmente classificou Hokkaidō como um "Comissão de Desenvolvimento" (開拓使, kaitakushi), e mais tarde a ilha dividida em três prefeituras (Sapporo, Hakodate, e Nemuro). Estas foram consolidadas na única prefeitura Hokkaidō em 1886. O sufixo-ken nunca foi adicionado ao seu nome, de modo a sufixo-dō ficou entendido no sentido de "província". Quando Hokkaidō foi incorporado ao Japão, o transporte na ilha era ainda pouco desenvolvido, de forma a prefeitura foi dividido em várias "subprefeituras" (支庁, shichō), que podem cumprir as tarefas administrativas do governo provincial e manter um controlo apertado sobre o desenvolvimento insular. Estas subprefeituras ainda hoje existem, embora elas tenham muito menos poder de quando possuíam antes e durante a Segunda Guerra Mundial: elas já existem principalmente para lidar com papelada burocrática e outras funções. "Hokkaidō Prefeitura" é, tecnicamente falando, um redundância, porém, é por vezes utilizado para diferenciar o governo a partir da própria ilha. O governo da prefeitura se chama "Hokkaidō Governo" em vez do "Hokkaidō Governo Provincial". A maior cidade e capital provincial de Hokkaido é Sapporo, a quinta maior cidade do Japão.Outras cidades importantes incluem Hakodate. Metrópole de Tóquio A única metrópole no Japão é a de Tóquio. Na sequência da abolição do sistema de han, a prefeitura de Tóquio (Tokyo-fu) (uma prefeitura urbana como Quioto e Osaca) englobava uma série de cidades, a maior das quais foi a cidade de Tóquio. A Cidade de Tóquio foi dividida em 15 bairros especiais. Em 1943, Tóquio foi abolida como cidade, Tokyo-fu (Prefeitura Urbana de Tóquio) tornou-se Tokyo-to (Metrópole de Tóquio) e os bairros de Tóquio tornaram-se os bairros especiais, cada um com as suas próprias assembleias eleitas (kugikai) e prefeitos (kucho). Um certo número de aldeias e vilas suburbanas da cidade de Tóquio foram alteradas para bairros, elevando o número total de bairros especiais para 35. A razão para isso foi a consolidar a reorganização da administração do espaço ao redor da capital, eliminando o excesso de níveis de autoridade em Tóquio. O governo central pretendia ter um maior grau de controle sobre Tóquio devido à deterioração da situação na II Guerra Mundial (1939-1945) e da possibilidade de emergência na metrópole. Depois da guerra (1945), o Japão foi obrigado a descentralizar Tóquio novamente, seguindo as linhas gerais de democratização delineada na Declaração de Potsdam. Muitas das características governamentais especiais do Tóquio desapareceram durante este tempo, e os bairros especiais tiveram uma vez mais um caráter municipal nas décadas seguintes à rendição. Administrativamente, os bairros especiais de hoje são quase indistinguíveis de outros municípios. Existem algumas diferenças de terminologia entre Tóquio e de outras prefeituras: polícia e bombeiros são chamados departamentos chō (庁) em vez de honbu (本部), por exemplo. No entanto, a única diferença funcional entre Tokyo-to e de outras prefeituras é que Tóquio administra os bairros especiais, bem como cidades. Hoje, uma vez que os bairros especiais têm quase o mesmo grau de independência como cidades japonesas, a diferença na administração entre Tóquio e de outras prefeituras é bastante menor. O governo japonês ainda traduz Tokyo-to como "Metrópole de Tóquio", em quase todos os casos, e o governo desta divisão administrativa japonesa é oficialmente chamado de "Governo Metropolitano de Tóquio". No entanto, algumas pessoas ainda chamada Tokyo-to de "Prefeitura de Tóquio". Lista de prefeituras As prefeituras também são frequentemente agrupadas em regiões. Essas regiões não são formalmente especificadas, não têm eleitos políticos, nem são pessoas coletivas. No entanto, a prática da ordenação prefeituras com base nas suas características geográficas são comuns: De norte a sul (numeração na norma ISO 3166-2: Ordem JP), as prefeituras do Japão e das suas regiões comumente associadas. Notas: ¹ a partir de 2000; ² km²; ³ por km² Ver também Lista de prefeituras do Japão por população Lista de prefeituras do Japão por superfície Ligações externas Consulado Geral do Japão em São Paulo Prefeituras e maiores cidades
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Órgão (anatomia) — conjunto de tecidos que evoluiu para realizar uma determinada função biológica Órgão (instrumento musical) Órgão de soberania Órgão público — unidade com atribuição específica dentro da organização do Estado Órgão de cores
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Os estados dos Estados Unidos são as cinquenta unidades desse país federal da América do Norte. Compõem aquele país e partilham a soberania com o seu governo federal. Devido a esta soberania dividida, cada cidadão dos Estados Unidos é cidadão tanto da entidade federal quanto do seu estado de domicílio. Quatro estados usam o título oficial de "comunidade" (commonwealth), no lugar de "estado" (state). A cidadania estadual é flexível, e nenhuma aprovação governamental é necessária, bastando para que ela ocorra a mudança de domicílio do cidadão, com exceção dos condenados pela justiça. A Constituição dos Estados Unidos distribui o poder entre estes dois níveis de governo. Ao ratificar a Constituição, o povo transferiu determinados poderes soberanos limitados dos seus estados para o governo federal. Sob a décima emenda, todos os poderes que não foram delegados ao governo estadunidense nem especificamente proibidos aos estados foram mantidos por estes estados e pelo povo. Historicamente, os investimentos em educação, infraestrutura, saúde, segurança, transporte públicos foram consideradas como responsabilidades primordialmente inerentes ao estado, embora hoje em dia, todas contem com uma quantidade significativa de verbas federais, bem como regulamentação, com base principalmente na Cláusula do Comércio, na Cláusula dos Impostos e Gastos e na Cláusula Necessária e Apropriada da Constituição. Com o tempo a constituição do país foi sofrendo emendas, e a interpretação e aplicação de suas provisões foi sendo alterada. A tendência geral é a centralização e incorporação, com o governo federal desempenhando um papel muito maior do que anteriormente. Há um debate contínuo acerca dos direitos dos estados, no que diz respeito à extensão e natureza dos poderes dos estados e da sua soberania, em relação ao governo federal, bem como em relação aos direitos dos indivíduos. O Congresso pode admitir novos estados, que terão o mesmo pé de igualdade que os estados já existentes; isto não ocorre, no entanto, desde 1959. A constituição nada fala sobre a hipótese de um dos estados decidir abandonar unilateralmente a União, porém a Suprema Corte decretou que a secessão é inconstitucional, uma posição motivada, ao menos em parte, pelo resultado da Guerra Civil dos Estados Unidos (1861–1865). Estados Esta lista de estados dos Estados Unidos está ordenada pelos nomes dos estados em português. Cada um dos estados está listado com seu próprio código ISO indicado: o ISO 3166-2:US: Subdivisões dos Estados Unidos, que é usado também como código postal. A relação abaixo inclui também a data de entrada na União, a capital de cada estado, a cidade mais populosa de cada estado, a área em milhas quadradas e quilômetros quadrados, a população segundo o censo de 2011, o órgão governamental anterior à entrada na União como estado e o produto interno bruto de 2010. Embora as 13 colônias tenham sido consideradas como membros dos Estados Unidos desde a Declaração de Independência, em 4 de julho de 1776, elas são apresentadas aqui como sendo "admitidas" no ano de ratificação da Constituição dos Estados Unidos, em 1787. Distrito federal O Distrito de Colúmbia, formado oficialmente em 16 de julho de 1790, é o distrito federal americano, como especificado pela Constituição estadunidense, com limitado poder local. O distrito é governado diretamente pelo Congresso dos Estados Unidos. A intenção dos Pais Fundadores era que a capital dos Estados Unidos estivesse em um local neutro, não dando favor a nenhum estado existente; Como resultado, o Distrito de Columbia foi criado para servir como sede do governo. Seu código ISO 3166-2 é DC. Como não é um estado, o distrito não tem representação no Senado e tem um delegado sem direito a voto na Câmara; nem tem um governo soberano eleito. Além disso, antes da ratificação da 23ª Emenda, em 1961, os cidadãos do distrito não tiveram o direito de votar nas eleições presidenciais. Sua população é de habitantes de acordo com o censo de 2010, maior que a do estado de Wyoming. O Distrito de Colúmbia foi formado através de terras cedidas pelos estados de Maryland e Virgínia. Em 1847, a região que fora cedida pela Virgínia foi devolvida, região que compõe atualmente o Condado de Arlington. A construção de Washington iniciou-se em 1792, sendo inaugurada em 1800, no mesmo ano em que tornou-se a capital americana. Washington foi nomeada em homenagem ao primeiro Presidente americano, George Washington, enquanto que o termo District of Columbia deriva de um antigo nome poético dos Estados Unidos, Colúmbia. Ver também Subdivisões dos Estados Unidos Territórios dos Estados Unidos Lista de governadores dos Estados Unidos Estados Unidos Estado
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Estética (do grego aisthésis: percepção, sensação, sensibilidade) é um ramo da filosofia que tem por objetivo o estudo da natureza, da beleza e dos fundamentos da arte. Ela estuda o julgamento e a percepção do que é considerado beleza, a produção das emoções pelos fenômenos estéticos, bem como: as diferentes formas de arte e da técnica artística; as ideias de obra, de arte e de criação; a relação entre matérias e formas nas artes. Por outro lado, a estética também pode ocupar-se do sublime, ou da privação da beleza, ou seja, o que pode ser considerado feio, ou até mesmo ridículo. Na antiguidade Para Aristóteles e Platão, a estética era estudada e fundida com a lógica e a ética. O belo, o agradável e o verdadeiro formavam uma unidade com a obra. A essência do belo seria alcançada identificando-o com o bom, tendo em conta os valores morais. Na Idade Média surgiu a intenção de estudar a estética independente de outros ramos filosóficos. No âmbito do Belo, dois aspectos fundamentais podem ser particularmente destacados: A estética iniciou-se como teoria que se tornava ciência normativa às custas da lógica e da moral - os valores humanos fundamentais: o verdadeiro, o bom, o belo. Centrava em certo tipo de julgamento de valor que enunciaria as normas gerais do belo (ver cânone estético); A estética assumiu características também de uma metafísica do belo, que se esforçava para desvendar a fonte original de todas as belezas sensíveis: reflexo do inteligível na matéria (Platão), manifestação sensível da ideia (Hegel), o belo natural e o belo arbitrário (humano), etc... Mas este caráter metafísico e consequentemente dogmático da estética transformou-se posteriormente em uma filosofia da arte, onde se procura descobrir as regras da arte na própria ação criadora (Poética) e em sua recepção, sob o risco de impor construções a priori sobre o que é o belo. Neste caso, a filosofia da arte se tornou uma reflexão sobre os procedimentos técnicos elaborados pelo homem, e sobre as condições sociais que fazem um certo tipo de ação ser considerada artística. Para além da obra de Baumgarten, Estética, são importantes as obras Hípias Maior, O Banquete e Fedro, de Platão, a Poética, de Aristóteles, a Crítica da Faculdade do Juízo, de Kant e Cursos de Estética de Hegel. Estéticas na história e na filosofia Embora os pensadores tenham ponderado a beleza e a arte por milhares de anos, o assunto da estética não foi totalmente separado da disciplina filosófica até o século XVIII. Grécia Antiga Sócrates, um dos mais notórios pensadores gregos, foi um dos primeiros a refletir sobre as questões da estética. Nos diálogos de Sócrates com Hípias, há uma refutação dos conceitos tradicionalmente atribuídos ao belo, ele não irá definir o que é belo julgando-se incapaz de explicar o belo em si. Platão entendeu que os objetos incorporavam uma proporção, harmonia, e união, buscou entender estes critérios. O belo para Platão estava no plano do ideal, mais propriamente a ideia do belo em si era colocada por ele como absoluto e eterno, não dependeria dos objetos, ou seja, da materialidade, era a própria ideia de perfeição, estava plenamente completo, restando ao mundo sensível apenas a imitação ou a cópia desta beleza perfeita. Platão dissociava o belo do mundo sensível, sua existência ficava confinada ao mundo das ideias, associando-se ao bem, a verdade, ao imutável e a perfeição. Para Platão somente a partir do ideal de beleza suprema é que seria possível emitir um juízo estético, portanto definir o que era ou não belo, ou o que conteria maior ou menor beleza. Por estar fora do mundo sensível, o belo platônico está separado também da intromissão do julgamento humano cujo estado é passivo diante do belo. Ele estabelecia uma união inseparável entre o belo, a beleza, o amor e o saber. O belo em Platão serviria para conduzir o homem à perfeição, ao qual restaria a cópia fiel e a simulação, estas concepções filosóficas vão permear a arte grega e ocidental por um longo período, até o século XVIII, com momentos históricos de maior ou menor ênfase no fazer artístico. Aristóteles, discípulo de Platão, ao contrário de seu mestre, concebeu o belo a partir da realidade sensível, deixando este de ser algo abstrato para se tornar concreto, o belo materializa-se, a beleza no pensamento aristotélico já não era imutável, nem eterna, podendo evoluir. Aristóteles dará o primeiro passo para a ruptura do belo associado à ideia de perfeição, trará o belo para a esfera mundana, colocará a criação artística sob a égide humana, já não mais separado do homem mas intrínseco a ele. Com Aristóteles abrem-se às perspectivas dos critérios de julgamento do fazer artístico, conferindo ao artista a possibilidade de individuação. O belo aristotélico seguirá critérios de simetria, composição, ordenação, proposição, equilíbrio. As concepções do belo de Aristóteles ficam por um longo período esquecidas, sendo somente retomadas ao final da Idade Média. Modernidade Filosofia do belo na arte é a designação aplicada a partir do século XVIII, por Baumgarten, à ciência filosófica que compreendeu o estudo das obras de arte e o conhecimento dos aspectos da realidade sensorial classificáveis em termos de belo ou feio. Os conceitos do belo seguem o rumo da apreciação, da fruição e da busca pelo juízo universal, pela verdade última de sua definição. A revolução francesa traz novos ares ao mundo, e o engatinhar da revolução industrial traz novas luzes ao pensamento humano. Vários filósofos se preocuparam com o belo durante este período, entre eles cita-se Hume e Burke, que deixaram, cada um contribuições valiosas na tentativa de definição dos conceitos e parâmetros do belo, mas nenhum foi tão importante quanto Kant, cuja contribuição foi decisiva nas tentativas de explicação do belo. A maioria dos autores das teorias estéticas tomam Kant como referencial principal em suas obras: após Kant apresentar suas teorias, nenhum outro filósofo depois dele deixou de o citar - refutando ou concordando, todos o mencionam. Os conceitos sobre o belo elaborados por Kant transformaram em definitivo o juízo estético. Kant irá mudar as bases do juízo estético ocidental que até ele vinculavam as obras de arte e a beleza natural ao sobrenatural. A beleza até então era algo que a razão não poderia compreender, a arte era quem transpunha o incognoscível absoluto e pelos símbolos trazia o ideal para o real. O que tornava a arte apreciável até então era o prazer do deleite com o belo, a influência moral que exercia sobre natureza humana. Para Kant, o juízo estético é oriundo do sentimento e funciona no ser humano como intermediário entre a razão e o intelecto. A função da razão é prática, já a função do intelecto é elaborar teorias sobre os fenômenos. Os fenômenos que são percebidos pelos sentidos através da intuição, transformam-se em algo compreensível o que permitiria a emissão de um juízo estético. Tal juízo não conduziria a um conhecimento intrínseco do objeto, portanto não teria um valor cognitivo, nem tampouco seria um juízo sobre a perfeição do objeto ou fenômeno, sendo correto independentemente dos conceitos ou das sensações produzidas pelos objetos. Os sentimentos de prazer e desprazer em Kant estão ligados às sensações estéticas e pertencem ao sujeito, são estes sentimentos subjetivos, não lógicos que emitem o conceito do belo, são eles que formam o juízo do gosto. A percepção de um objeto ou fenômeno que instiga a sensação de prazer provoca a fruição ou gozo e a essas sensações damos os nomes de belo, bonito e beleza. A questão do belo seria então algo subjetivo, e por ser subjetivo é livremente atribuído, sem parâmetro, fundado na “norma pessoal”. São os sentimentos oriundos das sensações agradáveis que emitem o juízo do belo, induzindo o desejo de permanecer usufruindo tais sensações. O interesse imediato diante das sensações prazerosas é a continuidade. Kant afirmava ser impossível encontrar regras teóricas para a construção de belos objetos. E é impossível porque, quando julgam que um objeto se inclui em certo princípio geral ou se conforma com esta ou aquela regra, estão fazendo um juízo intelectual dessa ordem, não podendo “inferir que ele é belo”. A beleza não dependeria de provas intelectivas, mas sim do senso de prazer gerado. O prazer é a ligação principal que Kant faz com o belo, por ser um prazer subjetivo, ele é desprovido do sentido de conhecimento, não está vinculado à realidade de um objeto ou fenômeno, o prazer que o belo proporciona vem apenas das representações sensivelmente apreendidas. Hegel foi outro grande filósofo que, após Kant, dedicou-se ao estudo do belo. Hegel parece concordar de certa maneira com Platão, ao abordar a questão do ideal e do belo. Sobre a beleza Hegel diz que “a beleza só pode se exprimir na forma, porque ela só é manifestação exterior através do idealismo objetivo do ser vivente e se oferece à nossa intuição e contemplação sensíveis” Uma profunda análise sobre o ideal é um dos focos de Hegel. Ao ideal ele atribui todos os conceitos morais e espirituais, pertencentes à natureza humana que são transfigurados pelo imaginário em formas atribuídas a deuses ou seres superiores a si mesmo. Tal ideal, segundo ele, seria uma tentativa de transpor a realidade dura e cruel da vida cotidiana e ao mesmo tempo projetar para si mesmo exemplos a serem seguidos. A beleza funciona para Hegel como a expressão máxima do Ideal. O ideal clássico “só representa o modo de ser do espírito, o que nele há de sublime funde-se na beleza, é diretamente transformado em beleza”. Para Hegel o belo é algo espiritual. Para esta definição, parte da premissa da inexistência material do belo, colocando-o na categoria de conceito sem realidade física, portanto, pertencente ao plano espiritual, ao plano da imaginação do sujeito. Hegel definiu a estética como a ciência que estuda o belo, conferindo à estética a categoria de ciência filosófica. Sua análise do belo é basicamente sobre o conceito do belo artístico, relegando o belo natural a um segundo plano. “Para justificar esta exclusão, poderíamos dizer que a toda ciência cabe o direito de se definir como queira”. Uma análise detalhada das diferenças do belo artístico e do belo natural foi feita por Hegel, privilegiando o belo artístico por considerá-lo superior, tecendo explicações sobre tal superioridade. Hegel vai tomar como base o belo em si, e deixa de lado os "objetos belos", que segundo ele são tidos como belos por motivos diversos. “Não nos perturbam, portanto, as oposições entre os objetos qualificados de belos: estas oposições são afastadas, suprimidas (…). Nós começamos pelo belo como tal”. Hegel acaba por determinar que “só é belo o que possui expressão artística”. Ver também Kitsch História da arte Teoria da arte Bibliografia Aristóteles. Poética. São Paulo. Ed. Ars Poética. 1993. Burke, Edmund. Uma investigação filosófica sobre a origem de nossas ideias do sublime e do belo. Campinas: Papirus, 1993. Hegel, G. W. Cursos de Estética. São Paulo: Edusp, 2001/06. 4 vols. Hegel, George W. F. Curso de estética: o belo na arte. São Paulo: Martins Fontes, 1996. Jimenez, Marc. Estética, o que é estética. São Leopoldo: Editora Unisinos, 1999. Kant, Immanuel. Crítica da faculdade do juízo. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1993. Osborne, Harold. Estética e teoria da arte. São Paulo: Cultrix, 1993. Suassuna, Ariano. Iniciação á Estética. Rio de Janeiro. Ed. José Olympio, 2004. Teoria da arte
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O design de interiores é uma técnica cenográfica e visual para a composição e decoração de ambientes internos (cômodos de casas, escritórios, palácios, etc.). Consiste na arte de planejar e organizar espaços, escolhendo e/ou combinando os diversos elementos de um ambiente, estabelecendo relações estéticas e funcionais, em relação ao que se pretende produzir. O profissional harmoniza, em um determinado espaço, móveis, objetos e acessórios, como cortinas e tapetes, procurando conciliar conforto, praticidade e beleza. Planeja cores, materiais, acabamentos e iluminação, utilizando tudo de acordo com o ambiente e adequando o projeto às necessidades, ao gosto e à disponibilidade financeira, do cliente. Administra o projeto de decoração, estabelece cronogramas, fixa prazos, define orçamentos e coordena o trabalho de marceneiros, pintores e eletricistas. Pode projetar salas comerciais, residências ou espaços em locais públicos. Esse profissional costuma trabalhar como autônomo, mas pode atuar também como funcionário de empresas especializadas em decoração e design de interiores ou, ainda, como consultor em lojas de móveis. Formação acadêmica A graduação em Bacharel de Design de Interiores ou Composição de Interiores tem duração média de 8 períodos. A graduação Tecnológica de Design de interiores tem duração entre 4 e 6 períodos. O profissional por sua vez pode seguir nos estudos fazendo cursos de pós-graduação latu senso (especialização), MBA (especialização) e strictu senso (mestrado). Mercado de trabalho O salário inicial de um profissional, com nível superior, é de R$ 2 250,00, mas ele pode variar de acordo com a região do país. Um reconhecido profissional, em grandes cidades, poderá ter uma renda maior. Ver também Arquitetura
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Encyclopédie, ou dictionnaire raisonné des sciences, des arts et des métiers (traduzido da língua francesa, Enciclopédia, ou dicionário racional das ciências, artes e profissões) foi uma das primeiras enciclopédias que alguma vez existiram, tendo sido publicada na França no século XVIII. Os últimos volumes foram publicados em 1772. Esta grande obra, compreendendo 35 volumes, 71.818 artigos e 2.885 ilustrações, foi editada por Jean le Rond D'Alembert e Denis Diderot. D'Alembert deixou o projeto antes do seu término, sendo os últimos volumes a obra de Diderot. Muitas das mais notáveis figuras do iluminismo francês contribuíram para a obra, incluindo Voltaire, Rousseau e Montesquieu. De acordo com Denis Diderot no artigo "Encyclopédie", o objectivo da obra era "mudar a maneira como as pessoas pensam". Ele e os outros contribuidores defendiam a secularização da aprendizagem, à distância dos jesuítas. Diderot queria incorporar todo o conhecimento do mundo para a obra, e esperava que o texto pudesse disseminar todas as informações para as gerações atuais e futuras. Origens A Encyclopédie foi originalmente concebida como uma tradução para a língua francesa da Cyclopaedia, or Universal Dictionary of Arts and Sciences (1728), de Ephraim Chambers. Ephraim Chambers havia publicado o seu livro em dois volumes em Londres, em 1728, após vários dicionários de artes e ciências que surgiram na Europa desde o final do século XVII. Os escritores da enciclopédia viram-na como a destruição das superstições e o acesso ao conhecimento humano. Foi um sumário quintessencial do pensamento e das ideias do iluminismo. Na França do Ancien Régime, no entanto, causaria uma tempestade de controvérsia. Isto foi devido em parte pela sua tolerância religiosa. A enciclopédia elogiava pensadores protestantes e desafiava os dogmas da Igreja Católica Romana. A obra foi banida na totalidade, mas, como tinha apoiantes em altos cargos, o trabalho continuou, e cada volume posterior foi entregue clandestinamente aos subscritores. Foi, também, um vasto compêndio das tecnologias do período, descrevendo os instrumentos manuais tradicionais bem como os novos dispositivos da Revolução Industrial no Reino Unido. A Encyclopédie desempenhou um papel importante na actividade intelectual anterior à Revolução Francesa. Em 1750, o título completo era "Encyclopédie, ou Dictionnaire raisonné des sciences, des arts et des métiers, par une société de gens de lettres, mis en ordre par M. Diderot de l'Académie des Sciences et Belles-Lettres de Prusse, et quant à la partie mathématique, par M. d'Alembert de l'Académie royale des Sciences de Paris, de celle de Prusse et de la Société royale de Londres" ("Enciclopédia, ou dicionário racional das ciências, artes e profissões, por uma sociedade de pessoas de letras, ordenado pelo senhor Diderot da Academia de Ciências e Belas-letras da Prússia, e quanto à parte matemática pelo senhor d'Alembert da Academia Real de Ciências de Paris, da Prússia e da Sociedade Real de Londres"). A página-título foi emendada à medida que d'Alembert adquiriu novos títulos. A Encyclopédie continha uma taxonomia do conhecimento humano que era inspirada no "Advancement of Learning" de Francis Bacon. Nela, os três ramos principais do conhecimento são "Memória"/História, "Razão/Filosofia", e "Imaginação"/Poesia. É notável o facto de a teologia se encontrar dentro (abaixo) da "filosofia". Robert Darnton afirma que esta categorização da religião como sujeita à razão humana foi um factor significante na controvérsia que envolveu a obra. Note-se também que "Conhecimento de Deus" está a poucos módulos de distância de "divinação" e "magia negra". Frontispício da Encyclopédie O frontispício da obra está carregada de simbolismo: A figura do centro representa a verdade – rodeada por luz intensa (o símbolo central do iluminismo). Duas outras figuras à direita, a razão e a filosofia, estão a retirar o manto sobre a verdade. Colaboradores A Encyclopédie contou com a participação de mais de 130 contribuidores. Relacionam-se, aqui, os mais notáveis, incluindo suas respectivas áreas de contribuição: Jean le Rond d'Alembert — editor; ciência (especialmente matemática), assuntos contemporâneos, filosofia, religião, entre outros; André Le Breton — editor chefe; Étienne Bonnot de Condillac — filosofia; Louis Daubenton — história natural; Louis de Jaucourt - física, filosofia, medicina, economia, literatura, política. Escreveu 25% de toda a enciclopédia; Denis Diderot — editor chefe; economia, artes mecânicas, filosofia, política, religião, entre outros; Barão d'Holbach — ciência (química, mineralogia), política, religião, entre outros; Barão de Montesquieu — parte do artigo "goût" (conceito de gosto); Jean-Jacques Rousseau — música, economia política; Anne Robert Jacques Turgot — economia, etimologia, filosofia, física; Voltaire — história, literatura, filosofia. Estatísticas Tamanho aproximado da Enciclopédia: 17 volumes de artigos, emitidos de 1751 a 1765 11 volumes de ilustrações, emitidos de 1762 a 1772 18 000 páginas de texto 75 000 entradas 44 000 artigos principais 28 000 artigos secundários 2 500 índices de ilustração 20 000 000 palavras no total Tiragem: 4 250 exemplares (nota: mesmo obras de volume único no século XVIII raramente tiveram uma tiragem superior a 1 500 exemplares). Citações "O objetivo de uma enciclopédia é reunir todo o conhecimento disperso na superfície da terra, demonstrar o sistema geral às pessoas com quem convivemos e transmiti-lo às pessoas que virão depois de nós, para que as obras dos séculos passados ​​não é inútil para os séculos seguintes, para que nossos descendentes, tornando-se mais instruídos, se tornem mais virtuosos e mais felizes, e que não morramos sem ter merecido ser parte da raça humana”. (Encyclopédie, Diderot) "A razão é para o filósofo o que a graça é para o cristão... Outros homens andam nas trevas; o filósofo, que tem as mesmas paixões, age apenas após reflexão; ele caminha pela noite, mas é precedido por uma tocha. O filósofo forma seus princípios sobre uma infinidade de observações particulares. Ele não confunde verdade com plausibilidade; ele toma por verdade o que é verdadeiro, por falsificação o que é falso, por duvidoso o que é duvidoso e provável o que é provável. um espírito de observação e precisão." (Filósofos, Dumarsais) "Se privilégios exclusivos não fossem concedidos, e se o sistema financeiro não tendesse a concentrar riqueza, haveria poucas grandes fortunas e nenhuma riqueza rápida. Quando os meios de enriquecer são divididos entre um número maior de cidadãos, a riqueza também será mais uniformemente distribuídos; pobreza extrema e riqueza extrema também seriam raras." (Riqueza, Diderot) " Aguaxima, uma planta que cresce no Brasil e nas ilhas da América do Sul. Isso é tudo o que nos dizem sobre isso; e gostaria de saber para quem são feitas tais descrições. Não pode ser para os nativos dos países em questão, que provavelmente sabem mais sobre a aguaxima do que está contido nesta descrição, e que não precisam saber que a aguaxima cresce em seu país. É como se você dissesse a um francês que a pereira é uma árvore que cresce na França, na Alemanha, etc. Também não é para nós, que nos importa que exista no Brasil uma árvore chamada aguaxima, se tudo o que sabemos sobre isso é o seu nome? Qual é o ponto de dar o nome? Deixa os ignorantes como eram e não ensina nada ao resto de nós. Se mesmo assim eu mencionar esta planta aqui, juntamente com várias outras que são descritas tão mal, Aguaxima, Diderot) Ver também Iluminismo Reforma Protestante Huguenotes Revolução Francesa Links externos Digitized version of the Encyclopédie University of Chicago on-line version com interface em inglês e datas de publicação Guide to the Engraving "Aiguiller-Bonnetier" from Diderot's Encyclopedia 1762 Encyclopedia of Diderot and d'Alembert Collaborative Translation Project atualmente contém uma coleção crescente de artigos traduzidos para o inglês (3 053 artigos e conjuntos de placas em 30 de setembro de 2020). Online Books Page presentation of the first edition The Encyclopédie, discussão da BBC Radio 4 com Judith Hawley, Caroline Warman e David Wootton (In Our Time, 26 de outubro de 2006) Enciclopédias Livros do século XVIII Iluminismo Jean le Rond d’Alembert Primeiras enciclopédias Enciclopédias da França !Mais Teoria da História na Wiki (Wikiconcurso de edição)
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Frielas é uma antiga freguesia portuguesa do município de Loures, com 5,57 km² de área e 2 171 habitantes (2011). A sua densidade demográfica é de 389,8 hab/km². Desde 2013, faz parte da nova União das Freguesias de Santo António dos Cavaleiros e Frielas. Em Frielas está situada a maior ETAR da Península Ibérica a ETAR de Frielas; que faz o processo de limpeza das águas do Rio Trancão ou Rio de Loures. População Nos anos de 1864 e 1878 pertencia ao concelho dos Olivais, extinto por decreto de 22/07/1886 História A sua origem estará associada à presença da ponte de Frielas enquanto ponto de travessia da via que servia o Vale de Loures. Durante a Idade Média, os reis de Portugal (D. Afonso III e D. Dinis) passaram aqui algumas temporadas, tendo inclusivamente erigido um Paço, de que hoje existem apenas as ruínas. Foi aqui que casaram, a 1 de Novembro de 1401, Afonso I, Duque de Bragança, com Beatriz Pereira de Alvim. Geografia Freguesia muito antiga, Frielas incluía os sítios de Frielas, e ainda da Flamenga e Ponte de Frielas (os quais partilhava com Santo António dos Cavaleiros). Confinava com as freguesias da Apelação, Camarate, Loures, Santo Antão do Tojal, Santo António dos Cavaleiros, Unhos e ainda com o concelho de Odivelas (freguesias do Olival Basto e da Póvoa de Santo Adrião). Património Capela de Santa Catarina (Frielas) Cruzeiro manuelino da Cruz da Pedra ou Cruzeiro de Frielas Estação arqueológica de Frielas ou Sítio arqueológico de Frielas Igreja Matriz Paroquial de São Julião e Santa Bazilisa de Frielas Imóveis da Quinta do Pinto Paço Real de Frielas (vestígios) ou Palácio de Frielas Quinta de Santo António (Frielas) Orago Frielas tem por orago maior o mártir São Julião de Antioquia, e como co-orago, a sua esposa e também mártir Santa Basilissa de Antioquia. Heráldica Frielas usa a seguinte bandeira e brasão de armas: Um escudo de prata, com um cruzeiro de púrpura e uma árvore arrancada de verde e frutada de ouro; duas canoas de vermelho, com remos de ouro, apontadas e atadas de negro, vogantes em contra-chefe ondado de sete faixas, quatro de azul, e três de prata. Uma coroa mural de prata de três torres. Um listel branco, com a legenda a negro, em maiúsculas: «FRIELAS».
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Santo Antão do Tojal (por vezes chamada de Santo António do Tojal) é uma antiga freguesia portuguesa do município de Loures, com 15,13 km² de área e 4 216 habitantes (2011). A sua densidade demográfica é de 278,7 hab/km². Desde 2013, faz parte da nova União das Freguesias de Santo Antão e São Julião do Tojal. Geografia Santo Antão do Tojal incluía os sítios de A-das-Lebres, Manjoeira, Pintéus, Quinta Nova de São Roque, Santo Antão do Tojal e São Roque. Fazia fronteira com as freguesias de Bucelas, Fanhões, Frielas, Loures, São Julião do Tojal e Unhos. População Nos anos de 1864 e 1878 pertencia ao concelho dos Olivais, extinto por decreto de 22/07/1886. História Antigamente chamada Santo António de Santo Antão do Tojal, a povoação é conhecida por ter servido de residência de Verão aos arcebispos (depois Patriarcas de Lisboa), que aqui erigiram o Palácio da Mitra. Em Santo Antão do Tojal nasceu o afamado botânico português Félix de Avelar Brotero (1744-1828), e durante a sua infância residiu na freguesia a poetisa Maria Amália Vaz de Carvalho (1847-1921). Em honra desta última, institiu a Câmara Municipal de Loures um prémio literário com o seu nome. , Sebastião Gonçalves Tibau flibusteiro (Século XVII), e Augusto Dias da Silva (1887-1928), Ministro das Finanças em 1919. Património Cruzeiro de Santo Antão do Tojal Palácio da Mitra ou Palácio dos Arcebispos com a antiga igreja, o chafariz monumental, o aqueduto, o pombal existente na quinta do Palácio, com os seus azulejos decorativos, e ainda o portão que dá entrada directa à quinta Palácio de Pintéus, incluindo a Capela de Nossa Senhora da Apresentação Portal manuelino Quinta de Nossa Senhora da Conceição Heráldica Santo Antão do Tojal usa a seguinte bandeira e brasão de armas: Um escudo de verde, com quatro palas de prata. Chefe de prata, carregado com um aqueduto de cinco arcos de negro. Bordadura de negro carregada de oito ramos de três laranjas de ouro, folhados e ligados por troncos de verde. Uma coroa mural de prata de três torres. Um listel branco com a legenda a negro: «SANTO ANTÃO DO TOJAL». Bandeira de verde; cordões e borlas de prata e verde. Instituições Casa do Gaiato
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Lousa foi uma freguesia portuguesa do município de Castelo Branco, na província da Beira Baixa, região do Centro (Região das Beiras) e sub-região da Beira Interior Sul, com 35,82 km² de área e 621 habitantes (2011). A sua densidade populacional é de 17,3 hab/km². Foi extinta em 2013, no âmbito de uma reforma administrativa nacional, tendo sido agregada à freguesia de Escalos de Cima, para formar uma nova freguesia denominada União das Freguesias de Escalos de Cima e Lousa com a sede em Escalos de Cima. População História Este pequeno povoado do antigo Alfoz da Covilhã, por determinação de el-rei D. Afonso II e por vontade da Ordem do Templo, em 1214, esta localidade da Lousa passou a fazer parte da grande Herdade da Cardosa, que foi depois Vila Franca da Cardosa, em Castelo Branco. Em 1226, igualmente a Ordem do Templo recebia em doação a Vila de Lardosa. Nessa escritura, na parte que diz respeito à Lousa, pode-se ler: «Em nome de Cristo. Seja conhecido de todos, tanto presentes como futuros, que nós, Simão Martinho Nuno, Mestre da Ordem do Templo nos Três Reinos de Espanha, com o concelho e o consentimento dos nossos Irmãos, fazemos um tal pacto com Dona Joana e seus filhos João Raimundo e Joana Raimundo e seu genro R. Martinho, isto é, que damos à Casa do João e Martinho Pedro, em vida deles, a nossa aldeia de Lousa, com todos os seus rendimentos, com os dízimos, assim como as outras coisas que nós aí temos. ... ... na era de 1263, reinando o rei Afonso em Portugal. ... » Património Capelas de Santo António, de S. Sebastião, de Santa Bárbara (e cruzeiro) e de S. Geraldo Casas brasonadas Fonte de Santa Maria Alminhas Cruzeiro Cultura Ligações externas Junta de Freguesia da Lousa Rabiscos Lousenses Lousa - Um Cantinho na Beira Baixa Lousarte - Associação Cultural e Etnográfica da Lousa Antigas freguesias de Castelo Branco Possessões templárias em Portugal
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Esta é a lista de presidentes dos Estados Unidos, o título ao chefe de Estado e chefe de governo dos Estados Unidos e o mais alto cargo político do país por influência e reconhecimento. O presidente lidera o poder executivo do governo federal e é um dos apenas dois membros eleitos do poder executivo (o outro é o vice-presidente). Entre outros poderes e responsabilidades, o Artigo 2.º da Constituição encarga o presidente à "fiel execução" da lei federal, faz do presidente comandante-em-chefe das forças armadas, autoriza-o a nomear oficiais executivos e judiciais com o conselho e consentimento do Senado norte-americano, e permite-lhe conceder indultos ou moratórias. O presidente é eleito indiretamente, através do colégio eleitoral, para um mandato de quatro anos, com um limite de dois mandatos consecutivos imposto pela Vigésima Segunda Emenda Constitucional, ratificada em 1951. Após a morte, renúncia ou remoção do cargo de um presidente incumbente, o vice-presidente assume o cargo. Desde a adoção da Constituição, 46 indivíduos foram eleitos ou sucedidos ao cargo de Presidente, servindo um total de 59 mandatos de quatro anos. Grover Cleveland serviu dois mandatos não-consecutivos e é contado como ambos o 22.º e o 24.º presidentes. Por causa disto, todos os presidentes após o 23.º têm sua listagem oficial acrescida de uma unidade. Dos indivíduos eleitos presidentes, quatro vieram a falecer no cargo por causas naturais, um renunciou e quatro foram assassinados. O primeiro presidente foi George Washington, o qual empossou o cargo em 1789 após uma votação unânime do Colégio Eleitoral. William Henry Harrison foi o presidente com o mandato mais curto, vindo a falecer 30 dias após sua posse. Durante doze anos, Franklin Delano Roosevelt teve o mandato mais longo, e foi o único presidente a servir por mais de dois mandatos. Atualmente, existem cinco ex-presidentes vivos. O mais recente ex-presidente a morrer foi George H. W. Bush em 30 de novembro de 2018. O presidente atual é Joe Biden, empossado no cargo em 20 de janeiro de 2021. Presidentes Legenda: Ver também Presidente dos Estados Unidos Lista de vice-presidentes dos Estados Unidos Lista de governadores dos Estados Unidos Lista de Secretários de Estado dos Estados Unidos Linha de sucessão presidencial dos Estados Unidos Referências adicionais Ligações externas Estados Unidos Presidentes
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Francis Bacon, 1°. Visconde de Alban, também referido como Bacon de Verulâmio (Londres, 22 de janeiro de 1561 — Londres, 9 de abril de 1626) foi um político, filósofo empirista, cientista, ensaísta inglês, barão de Verulam (ou Verulamo ou ainda Verulâmio) e visconde de Saint Alban. É considerado como um dos fundadores da Revolução Científica. Desde cedo, sua educação orientou-o para a vida política, na qual exerceu posições elevadas. Em 1584 foi eleito para a câmara dos comuns. Sucessivamente, durante o reinado de Jaime I, desempenhou as funções de procurador-geral (1607), fiscal-geral (1613), guarda do selo (1617) e grande chanceler (1618). Neste mesmo ano, foi nomeado barão de Verulam e em 1621, barão de Saint Alban. Também em 1621, Bacon foi acusado de corrupção. Condenado ao pagamento de pesada multa, foi também proibido de exercer cargos públicos. Como filósofo, destacou-se com uma obra onde a ciência era exaltada como benéfica para o homem. Em suas investigações, ocupou-se especialmente da metodologia científica e do empirismo, sendo muitas vezes chamado de "fundador da ciência moderna". Sua principal obra filosófica é o Novum Organum. Francis Bacon foi um dos mais conhecidos e influentes rosacruzes e também um alquimista, tendo ocupado o posto mais elevado da Ordem Rosacruz, o de Imperator. Estudiosos apontam como sendo o real autor dos famosos manifestos rosacruzes, Fama Fraternitatis (1614), Confessio Fraternitatis (1615) e Núpcias Alquímicas de Christian Rozenkreuz (1616). Filosofia O pensamento filosófico de Bacon representa a tentativa de realizar aquilo que ele mesmo chamou de Instauratio magna (Grande restauração). A realização desse plano compreendia uma série de tratados que, partindo do estado em que se encontrava a ciência da época, acabariam por apresentar um novo método que deveria superar e substituir o de Aristóteles. Esses tratados deveriam apresentar um modo específico de investigação dos fatos, passando, a seguir, para a investigação das leis e retornavam para o mundo dos fatos para nele promover as ações que se revelassem possíveis. Bacon desejava uma reforma completa do conhecimento. A tarefa era, obviamente, gigantesca e o filósofo produziu apenas certo número de tratados. Não obstante, a primeira parte da Instauratio foi concluída. A reforma do conhecimento é justificada em uma crítica à filosofia anterior (especialmente a Escolástica), considerada estéril por não apresentar nenhum resultado prático para a vida do homem. O conhecimento científico, para Bacon, tem por finalidade servir o homem e dar-lhe poder sobre a natureza. A ciência antiga, de origem aristotélica, também é criticada. Demócrito, contudo, era tido em alta conta por Bacon, que o considerava mais importante que Platão e Aristóteles. A ciência deve restabelecer o imperium hominis (império do homem) sobre as coisas. A filosofia verdadeira não é apenas a ciência das coisas divinas e humanas. É também algo prático. Saber é poder. A mentalidade científica somente será alcançada através do expurgo de uma série de preconceitos por Bacon chamados ídolos. O conhecimento, o saber, é apenas um meio vigoroso e seguro de conquistar poder sobre a natureza. Classificação das ciências Preliminarmente, Bacon propõe a classificação das ciências em três grupos: Poesia ou ciência da imaginação; História ou ciência da memória; Filosofia ou ciência da razão. A história é subdividida em natural e civil e a filosofia é subdividida em filosofia da natureza e em antropologia. Ídolos No que se refere ao Novum Organum, Bacon preocupou-se inicialmente com a análise de falsas noções (ídolos) que se revelam responsáveis pelos erros cometidos pela ciência ou pelos homens que dizem fazer ciência. É um dos aspectos mais fascinantes e de interesse permanente na filosofia de Bacon. Esses ídolos foram classificados em quatro grupos: Idola Tribus (ídolos da tribo): Ocorrem por conta das deficiências do próprio espírito humano e se revelam pela facilidade com que generalizamos com base nos casos favoráveis, omitindo os desfavoráveis. O homem é o padrão das coisas, faz com que todas as percepções dos sentidos e da mente sejam tomadas como verdade, sendo que pertencem apenas ao homem e não ao universo. Dizia que a mente se desfigura da realidade. São assim chamados porque são inerentes à natureza humana, à própria tribo ou raça humana; Idola Specus (ídolos da caverna): De acordo com Bacon, cada pessoa possui sua própria caverna, que interpreta e distorce a luz particular, à qual estão acostumados. Isso quer dizer que, da mesma maneira presente na obra 'República' de Platão, os indivíduos, cada um, possui a sua crença, sua verdade particular, tida como única e indiscutível. Portanto, os ídolos da caverna perturbam o conhecimento, uma vez que mantêm o homem preso em preconceitos e singularidades; Idola Fori (ídolos do foro ou de mercado): Segundo Bacon, os ídolos do foro são os mais perturbadores, já que estes alojam-se no intelecto graças ao pacto de palavras e de nomes. Para os teóricos matemáticos um modo de restaurar a ordem seria através das definições. Porém de acordo com a teoria baconiana, nem mesmo as definições poderiam remediar totalmente esse mal, tratando-se de coisas materiais e naturais posto que as próprias definições constam de palavras e as palavras engendram palavras. Percebe-se portanto, que as palavras possuem certo grau de distorção e erro, sendo que umas possuem maior distorção e erro que outras; Idola Theatri (ídolos do teatro): Os ídolos do teatro têm suas causas nos sistemas filosóficos e em regras falseadas de demonstrações. Os falsos conceitos, são as ideologias, essas são produzidas por engendramentos filosóficos, teológicos, políticos e científicos, todos ilusórios. Os ídolos do teatro, para Bacon, eram os mais perigosos, porque, em sua época, predominava o princípio da autoridade – os livros da antiguidade e os livros sagrados eram considerados a fonte de todo o conhecimento. O método indutivo: a verdadeira interpretação da natureza A análise do título “Novum Organum” informa 2 questões importantes da obra baconiana: Apresentar um novo arcabouço instrumentário (tradução do grego “Órganon”) para o novo campo da ciência que está para emergir na Idade Moderna; Crítica ao sistema lógico aristotélico (Órganon também diz respeito às obras sobre lógica de Aristóteles) o qual foi tradicionalmente usado na ciência, rejeitando ou abafando a filosofia natural cuja base é a experiência. A intenção de Francis Bacon nessa obra não é apresentar um sistema inovador, mas é apontar para as recorrências dos equívocos na filosofia e ciência para, com isso, afastar-se deles; como ele mesmo afirma no prefácio do Novum Organum “Cessam o cuidado e os partidos, ficando a nós reservado o papel de guia apenas”. Tendo em vista a definição de indução, é tácito frisar que o método indutivo é sumamente importante e inerente ao método empírico, o qual Francis Bacon adota, em sua obra “Novum Organum”, para a interpretação da natureza – em contraposição ao método enganoso, danoso, inerte e precário de se fazer ciência, os quais Bacon denomina de antecipações da mente. Segundo o filósofo moderno, praticamente toda a filosofia anterior a sua pecavam em suas teorias e se dedicavam ao método de antecipações e não ao “verdadeiro método de interpretação da natureza” O filósofo destaca o afastamento da filosofia da verdadeira ciência, uma vez que está presa ao método dedutivo e ao silogismo e, assim, afasta-se da verdade. O método indutivo proposto por Bacon é o único possível para o desenvolvimento saudável da ciência, a qual se encaminhará rumo ao seu progresso – diferentemente das diversas falsidades criadas pela tradição da dedução (ou demonstração), as quais são inúteis e danosas para a ciência e desvia o homem de seu caminho, dizendo mais sobre o homem do que sobre o universo. Bacon apresenta o que seria a verdadeira indução, diferentemente das falaciosas que perpetuam os erros. Crítica o método das antecipações e todo aquele que, de algum modo, submete a experiência à meditação. Atenta para o dever de o observador ater-se apenas aos dados empíricos, os quais devem ser diversificados e amplos. Além disso, destaca a importância dos axiomas médios para chegar ao mais geral, dando uma certa ideia de processo científico, deserdando os “saltos” lógicos diretamente para o axioma geral – por isso ele sublinha a necessidade de um método científico rígido para que o cientista não desvie do seu caminho, assim como aconteceu com Atalanta que se distraiu com as maçãs douradas. A crítica de Bacon vai desde os gregos, passando pelos medievais e chega até sua contemporaneidade, a qual, segundo ele, encontra-se num momento muito mais oportuno e maduro para propor um novo modo de fazer ciência, em relação aos tempos passados. Essa crítica se deve ao fato de que os filósofos naturais não baseavam toda sua ciência nos fatores sensíveis, mas, ao contrário, submetiam os poucos fatos que reuniam da experiência à sua teoria ou à religião ou magia – o que, de acordo com ele, causou a corrupção das ciências. Portanto, a crítica de Bacon se direciona para o fato da desonestidade de tais experimentos que se afirmam empíricos, contudo, na realidade, não estão fundados na empiria, mas na meditação e dedução ou, por vezes, na magia ou superstição - por isso os erros e aberrações criados pela mente humana desnuda e desprotegida dos ídolos. Bacon apresenta, então, os "três tipos (d)as fontes dos erros e das falsas filosofias": a sofística, a empírica e a supersticiosa - Respectivamente, Aristóteles, os alquimistas e a arte supersticiosa ou magia. À Aristóteles – exemplo de sofística - a crítica se faz bastante ferrenha. Segundo Bacon, a Física de Aristóteles nada mais era do que evidências empíricas arbitrárias para a comprovação de sua dialética. Portanto, a indução aristotélica “submetia a experiência como a uma escrava para conformá-la às suas opiniões” e, assim, a experiência é inútil em Aristóteles, na visão baconiana. Tal afirmação é de crucial importância, pois as obras aristotélicas (redescobertas e traduzidas na segunda metade da Idade Média) eram tidas como umas das mais notórias no campo da filosofia natural e, por isso, o esforço de Bacon em atentar para o fato de a indução de Aristóteles não ser verdadeira e que ela dificulta o progresso das ciências. Aos escolásticos, grandes leitores de Aristóteles, Bacon critica o abandono total da experiência e a mistura com a religião. Os alquimistas – exemplos da escola empírica -, embora seu ofício tivesse um certo grau de empiria, além de misturarem sua arte com superstição, seus experimentos eram variados e não coletavam um número suficiente dados sensíveis, deixando as descobertas nas mãos do acaso, pois não haviam prescrito um método seguro que garantisse a eficácia (ou desvelasse o fracasso) de suas práticas. E sobre as supersticiosas Bacon nem se dispõe a comentá-las, uma vez que, “só puderam afetar em algo apenas um porção reduzida e bem definida de objetos”. Para isso, no entanto, deve-se descrever de modo pormenorizado os fatos observados para, em seguida, confrontá-los com três tábuas que disciplinarão o método indutivo: a tábua da presença (responsável pelo registro de presenças das formas que se investigam), a tábua de ausência (responsável pelo controle de situações nas quais as formas pesquisadas se revelam ausentes) e a tábua da comparação (responsável pelo registro das variações que as referidas formas manifestam). Com isso, seria possível eliminar causas que não se relacionam com o efeito ou com o fenômeno analisado e, pelo registro da presença e variações seria possível chegar à verdadeira causa de um fenômeno. Estas tábuas não apenas dão suporte ao método indutivo mas fazem uma distinção entre a experiência vaga (noções recolhidas ao acaso) e a experiência escriturada (observação metódica e passível de verificações empíricas). Mesmo que a indução fosse conhecida dos antigos, é com Bacon que ela ganha amplitude e eficácia. O método, no entanto, possui pelo menos duas falhas importantes. Em primeiro lugar, Bacon não dá muito valor à hipótese. De acordo com seu método, a simples disposição ordenada dos dados nas três tábuas acabaria por levar à hipótese correta. Isso, contudo, raramente ocorre. Em segundo lugar, Bacon não imaginou a importância da dedução matemática para o avanço das ciências. A origem para isso, talvez, foi o fato de ter estudado em Cambridge, reduto platônico que costumava ligar a matemática ao uso que dela fizera Platão. Obras A produção intelectual de Bacon foi vasta e variada. De modo geral, pode ser dividida em três partes: jurídica, literária e filosófica. Obras jurídicas Figuram entre seus principais trabalhos jurídicos os seguintes títulos: The Elements of the common lawes of England (Elementos das leis comuns da Inglaterra), Cases of treason (Casos de traição), The Learned reading of Sir Francis Bacon upon the statute os uses (Douta leitura do código de costumes por Sir Francis Bacon). Obras literárias Sua obra literária fundamental são os Essays (Ensaios), publicados em 1597, 1612 e 1625 e cujo tema é familiar e prático. Alguns de seus ditos tornaram-se proverbiais e os Essays tornaram-se tão famosos quanto os de Montaigne. Outros opúsculos, no âmbito literário: Colours of good and evil (Estandartes do bem e do mal), De sapientia veterum (Da sabedoria dos antigos). No âmbito histórico destaca-se History of Henry VII (História de Henrique VII). Obras filosóficas As obras filosóficas mais importantes de Bacon são Instauratio magna (Grande restauração) e Novum organum. Nesta última, Bacon apresenta e descreve seu método para as ciências. Este novo método deverá substituir o Organon aristotélico. Seus escritos no âmbito filosófico podem ser agrupados do seguinte modo: Escritos que faziam parte da Instauratio magna e que foram ou superados ou postos de lado, como: De interpretatione naturae (Da interpretação da natureza), Inquisitio de motu (Pesquisas sobre o movimento), Historia naturalis (História natural), onde tenta aplicar seu método pela primeira vez; Escritos relacionados com a Instauratio magna, mas não incluídos em seu plano original. O escrito mais importante é New Atlantis (Nova Atlântida), onde Bacon apresenta uma concepção do Estado ideal regulado por ideias de caráter científico. Além deste, destacam-se Cogitationes de natura rerum (Reflexões sobre a natureza das coisas) e De fluxu et refluxu (Das marés); Instauratio magna, onde Bacon procura desenvolver o seu pensamento filosófico-científico e que consta de seis partes:a) Partitiones scientiarum (Classificação das ciências), sistematização do conjunto do saber humano, de acordo com as faculdades que o produzem;b) Novum organum sive Indicia de interpretatione naturae (Novo método ou Manifestações sobre a interpretação da natureza), exposição do método indutivo, trabalho esse que reformula e repete o Novum organum;c) Phaenomena universi sive Historia naturalis et experimentalis ad condendam philosophiam (Fenômenos do universo ou História natural e experimental para a fundamentação da filosofia), versa sobre a coleta de dados empíricos;d) Scala intellectus, sive Filum labyrinthi (Escala do entendimento ou O Fio do labirinto), contém exemplos de investigação conduzida de acordo com o novo método;e) Prodromi sive Antecipationes philosophiae secundae (Introdução ou Antecipações à filosofia segunda), onde faz considerações à margem do novo método, visando mostrar o avanço por ele permitido;f) Philosophia secunda, sive Scientia activa e o resultado final, organizado em um sistema de axiomas. Morte e legado de Bacon Francis Bacon esteve envolvido com investigações naturais até o fim de sua vida, tentando realizar na prática seu método. No inverno de 1626, estava envolvido com experiências sobre o frio e a conservação. Desejava saber por quanto tempo o frio poderia preservar a carne. A idade havia debilitado a saúde do filósofo e ele acabou não resistindo ao rigoroso inverno daquele ano. Morreu em 9 de abril, vítima de uma bronquite. Encontra-se sepultado em St Michael Churchyard, St Albans, Hertfordshire na Inglaterra. Efetivamente, Bacon não realizou nenhum grande progresso nas ciências naturais. Mas foi ele quem primeiro esboçou uma metodologia racional para a atividade científica. Sua teoria dos idola antecipa, pelo menos potencialmente, a moderna Sociologia do Conhecimento. Foi um pioneiro no campo científico e um marco entre o homem da Idade Média e o homem moderno. Ademais, Bacon foi um escritor notável. Seus Essays são os primeiros modelos da prosa inglesa moderna. Há muitos que acreditam que tenha sido ele o verdadeiro autor das peças de Shakespeare, teoria surgida há séculos, na chamada Questão da autoria de Shakespeare. Linha do tempo 1558 — Morte de Maria I, que é sucedida por Elizabeth I. 1561 — Nasce Francis Bacon. 1564 — Nasce Galileu Galilei. 1576 — Bacon viaja para França. 1588 — Derrota da Invencível Armada. 1596 — Nasce Descartes. 1618 — Bacon é Lorde Chanceler e barão de Verulam. 1620 — Publicação de Novum Organum. 1621 — Bacon é acusado de corrupção. 1624 — Publicação de Nova Atlantis. 1626 — Morte de Bacon. Ver também Francis Bacon no Wikisource Diferenças entre o método científico de Francis Bacon e o definido por Karl Popper Bibliografia . SPINELLI, Miguel. Bacon, Galileu e Descartes. O renascimento da filosofia grega. São Paulo: Loyola, 2013, pp.23-130 Ligações externas (texto formato pdf, em português) Francis Bacon Francis Bacon Sir Francis Bacon and the Rose Cross Francis Bacon Imperator of the Rosicrucian Order in the XVII Century The Making of Gold (Francis Bacon) Naturais de Westminster Francis Bacon Alunos da Universidade de Poitiers Filósofos da Inglaterra Ensaístas da Inglaterra Francis Bacon Francis Bacon Francis Bacon Francis Bacon Cristãos do Reino Unido Anglicanos do Reino Unido Filosofia da ciência Filósofos cristãos
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A Andaluzia é uma comunidade autônoma de Espanha. Está localizada na parte meridional do país. É limitada, a Oeste, por Portugal (regiões do Alentejo e Algarve); a norte pela Estremadura e Castela-Mancha, a este pela Múrcia; e a Sul por Gibraltar e é banhada por Oceano Atlântico e Mar Mediterrâneo, numa costa com cerca de 910 quilômetros. A sua capital é a cidade de Sevilha, onde tem, a sua sede, a Junta de Andaluzia, enquanto que o Tribunal Superior de Justiça de Andaluzia tem a sua sede na cidade de Granada. O seu nome provém de Al-Andalus, nome que os muçulmanos davam à Península Ibérica no . É a segunda maior comunidade autônoma espanhola e a mais populosa. Tornou-se comunidade autónoma em 1982. Segundo o seu estatuto autonômico, possui a condição de "nacionalidade histórica". História A sua origem remonta à Pré-História: o primeiro povoamento da Andaluzia data do período paleolítico. Por volta de 1000 a.C., estabeleceram-se diversos povos na região, entre eles os fenícios, gregos e cartagineses. Reino de Tartessos foi o nome pelo qual os gregos denominaram a região que tinha, por linha central, o vale do rio Tartessos, que, depois, os romanos chamaram de Bétis e os árabes de Guadalquivir. No , Tartessos desapareceu abruptamente e, quando os romanos lá chegaram, o reino já não existia mais. Os cartagineses abandonaram a região quando Cartago foi derrotada pelos romanos na Segunda guerra púnica. Os romanos dominaram a região e lhe deram o nome de Bética, ficando ali até as invasões dos vândalos e visigodos. Na época do domínio romano, a região era rica e exportava vinho e, principalmente, azeite de oliva. Enquanto os vândalos permaneceram por pouco tempo na região, os visigodos fundaram um reino que durou até a chegada dos muçulmanos oriundos do Norte de África e do Próximo Oriente. Em 711, os árabes invadiram a região, num domínio que durou oito séculos e que deixou marcas na população e na cultura da Andaluzia. Estabeleceram um emirado com capital em Córdova que se tornou independente de Damasco no ano de 929. Este período foi de grande prosperidade sociocultural. A agricultura desenvolveu-se muito, tal como as indústrias naval, de papel, do vidro, dos tecidos e da cerâmica. Provavelmente o nome Andaluzia seria uma denominação dos árabes relacionada aos vândalos. Durante o , o califado debilitou-se em guerras civis, sendo a região conquistada pelos Reis Católicos, facto conhecido como a conquista de Granada, em 1492. A presença árabe na região pode ser constatada por vários monumentos (como as fortalezas de Alhambra e mesquitas como a de Córdova), assim como palavras incorporadas ao dicionário espanhol. A gênese da cultura andaluza moderna pode ser rastreada até a última fase da Reconquista e os dois séculos que se seguiram (séculos XIII a XVII), quando houve uma maior adoção do cristianismo católico pela população. As outras religiões que haviam sido encontradas na região durante os sete ou oito séculos anteriores declinaram, nomeadamente o islamismo sunita e o judaísmo sefárdico, principalmente devido a política de conversão forçada da inquisição espanhola. Também coincidiu com a chegada dos ciganos no meio do século XV, que também contribuíram para a cultura da Andaluzia moderna. A Andaluzia foi fortemente reassentada pelos castelhanos, leoneses e outros povos das regiões central e norte da Espanha e é hoje talvez a região mais fervorosa da Espanha. Depois da conquista castelhana, o território da atual Andaluzia estava ocupado por quatro reinos: Sevilha, Córdoba, Jaén e Granada. Porém, na época o termo Andaluzia só designava os reinos de Jaén, Sevilha e Córdoba. O que é conhecido como território atual só se formou após a Guerra das Alpujarras de 1570-72, quando se deu a total expulsão dos mouriscos da região. Primeiro, os mouriscos (espanhóis descendentes de muçulmanos) se dispersaram pelo Reino de Castela, sendo depois totalmente expulsos da Península Ibérica em 1609. A expulsão foi levada a cabo durante 7 anos, até 1616. Nessa data terminou a existência dos mouriscos na Espanha, que foram quer expulsos ou transladados. A grande maioria dos que foram expulsos permanentemente se estabeleceram a margem ocidental do Império Otomano e no Reino de Marrocos. Já outros decidiram emigrar para as colônias espanholas nas Américas junto com outros espanhóis. Os andaluzes formaram o principal componente da imigração colonial espanhola para certas partes do Império Espanhol nas Américas e Ásia e foram também o maior grupo na participação da colonização das ilhas Canárias. Principalmente, os andaluzes e os seus descendentes predominam nas ilhas Canárias (Espanha), nas ilhas do Caribe (Porto Rico, República Dominicana) e Guatemala, Costa Rica, Panamá, a costa caribenha da Colômbia (conhecida como Nova Granada nos tempos coloniais) e na Venezuela. Também foram predominantes na região do Rio de la Plata (Argentina e Uruguai) e nas áreas costeiras do Chile. Na Ásia, os andaluzes predominaram na população espanhola das Filipinas, evidenciado pelo forte componente andaluz dos colonizadores espanhóis desta nação, apesar do fato de que as Filipinas estavam sob a supervisão colonial do vice-rei de Nova Espanha (México). A campanha de expansão castelhana na América durante o causará um período de esplendor na Andaluzia ocidental, especialmente em Huelva, Sevilha e Cádiz, devido a sua situação como porta de saída até a América. Granada, pelo contrário, tinha seus interesses no Mediterrâneo. No , algumas partes da Andaluzia foram repovoadas por povos vindos de diversas partes de outros países europeus e da região atualmente conhecida como Espanha. Até o , a Andaluzia viveu um período dourado, porém a Guerra pela Independência Espanhola (ou Guerra Peninsular) e a independência das colônias espanholas foram fatais. Várias revoltas surgem no território da Andaluzia, entre eles o bandoleirismo (quadrilhas que atacavam viajantes). A grave crise econômica conduziu aos andaluzes a apoiar a revolução de 1868 ("la Gloriosa" ou "la Setembrina") que acabou por destronar a rainha Isabel II. A Primeira República Espanhola fracassa, a monarquia é restituída, assumindo Afonso XII, filho de Isabel II. Em 1883, é aprovada a Constituição Federal de Antequera, que foi um intento falido por dotar a Andaluzia de um estado independente que se integraria voluntariamente como estado federal em uma federação hispânica. Foi fruto das convulsões vividas desde a revolução de 1868. É neste momento que muitos situam o nascimento do nacionalismo andaluz. Com apoio do rei Afonso XIII, o general Primo de Rivera inicia uma ditadura na Espanha que durou de 1923 a 1930 mas foi só com a proclamação da Segunda República Espanhola que se tentou resolver alguns problemas da Andaluzia (analfabetismo e reforma agrária). Em 1939 após a Guerra Civil Espanhola, o General Francisco Franco assumiu o poder espanhol e os pequenos avanços feitos a favor da reforma agrária se perderam. Houve avanços na região com desenvolvimento da indústria, turismo e transporte. Com a morte de Franco, a Espanha institui o regime de monarquia parlamentarista e começou uma transição para a democracia. Em 1980, a Andaluzia adquiriu sua condição atual de comunidade autônoma espanhola e começou sua lenta recuperação. Em 1992, inaugurou-se o trem de alta velocidade entre Sevilha e Madri e se celebrou a Exposição Universal de Sevilha. Geografia É a segunda comunidade autônoma espanhola em extensão territorial, perdendo apenas para Castela e Leão. Clima A região é influenciada por um clima temperado mediterrânico cujas características variam conforme o relevo. Na Costa do Sol, é o mediterrânico subtropical, com temperaturas amenas no Inverno e não muito elevadas no Verão. A área de Almeria é a mais árida de toda a Europa e, nas montanhas, a temperatura é muito baixa no Inverno, sendo acompanhada de precipitação abundante em forma de neve. Relevo Compreende três unidades fundamentais: Serra Morena; Cordilheiras Béticas: paralela ao mediterrâneo, seu ponto mais alto é Serra Nevada; Vale de Guadalquivir; Hidrografia O maior rio da Andaluzia é o Guadalquivir (657 km), que nasce na serra de Cazorla (Xaém), passa pelas cidades de Córdova e Sevilha, e desemboca em Sanlúcar de Barrameda (Cádis). Outros rios importantes: Guadiana, Odiel-Tinto, Rio Genil e Guadalete-Barbate. Demografia A Andaluzia é a primeira comunidade autónoma espanhola quanto à população, que, em 2006, era de 7 975 672 habitantes. Esta concentra-se sobretudo nas capitais provinciais e na costa, pelo que o nível de urbanização da Andaluzia é bastante alto: metade da população andaluza concentra-se nas 26 cidades com mais de 50 000 habitantes. Em termos de população, é importante demarcar as seguintes áreas (em 2006): Área de Sevilha (1 332 669 habitantes) Área de Málaga (1 099 004 habitantes) Baía de Cádis (621 712 habitantes) A cidade mais populosa da Andaluzia é Sevilha, com 704 414 habitantes, seguida por Málaga (560 631 habitantes), Córdova (322 867 habitantes), Granada (237 929 habitantes) e Jerez de la Frontera (206 274 habitantes). A Andaluzia concentra a atual população cigana na Espanha, que é calculada entre 500 000 e 800 000 indivíduos, população esta que teve grande influência na criação de um dos principais elementos da cultura espanhola contemporânea: o flamenco. No que toca às crenças religiosas, de acordo com um inquérito do Centro de Investigações Sociológicas (CIS), realizado em outubro de 2019, a grande maioria da população andaluza segue o Catolicismo (76,5%), ainda que na sua maior parte não sejam praticantes. Mais de um quinto dos andaluzes não possui religião (21,2%), distribuídos por indiferentes (9,1%), ateus (6,7%) e agnósticos (5,4%). Menos de 2% da população segue outras religiões. Política O seu Estatuto de Autonomia estabelecem de governa da região a Junta da Andaluzia, o Parlamento da Andaluzia e o Tribunal Superior de Justiça da Andaluzia. O órgão executivo é o Conselho de Governo da Andaluzia e o Parlamento elege 109 deputados. Divisão política-administrativa A Andaluzia adquiriu sua autonomia em 1980 após recorrer ao artigo 151 da Constituição espanhola de 1978. Províncias A comunidade da Andaluzia divide-se em oito províncias (atualmente são 50 províncias espanholas), segundo o Decreto de 1833 de División Provincial, planejada por Javier de Burgos. Estas províncias, por sua vez, dividem-se em 774 municípios. As províncias são as seguintes: Almeria (635 850 habitantes, 102 municípios) Cádis (1 194 062 habitantes, 44 municípios) Córdova (788 287 habitantes, 75 municípios) Granada (876 184 habitantes, 170 municípios) Huelva (492 174 habitantes, 79 municípios) Xaém (662 751 habitantes, 97 municípios) Málaga (1 491 287 habitantes, 102 municípios) Sevilha (1 835 077 habitantes, 105 municípios) Economia A Andaluzia é rica em recursos minerais como carvão, chumbo, cobre, ferro, quartzo, prata, mármore e também exporta sal a partir de Cádis e Huelva. Os recursos pesqueiros estão quase esgotados e a indústria está pouco desenvolvida, exceptuando a do turismo, que é a mais rentável. É sobretudo forte na produção de azeite (70% do total espanhol), arroz, frutas, trigo, plantas industriais e na produção de gado. Os vinhos finos de Xerez são muito famosos e de grande qualidade. O comércio está muito desenvolvido e ocupa mais de 50% da população activa. Turismo Situada ao sul da Espanha em uma das regiões mais quentes e com várias praias, a Andaluzia proporciona turismo de "sol e praia". A sua costa é dividida em Costa da Luz (Huelva e Cádis), banhada pelo oceano Atlântico, Costa do Sol (parte de Cádis e Málaga), Costa Tropical (Granada e parte de Almería) e Costa de Almeria, banhadas pelo mar Mediterrâneo. O turismo cultural mais conhecidos são Alhambra (Granada), a Giralda e a Catedral de Santa Maria (que é a maior catedral da Espanha) em Sevilha e a mesquita de Córdova. A tourada e o flamenco também atraem a muitos turistas ao Sul da Espanha. Ainda incluem algumas catedrais, igrejas, castelos e fortalezas. Transportes O Comércio com o exterior faz-se por via marítima através dos portos de Cádis, Málaga, Algeciras, Huelva e Sevilha. As auto-estradas asseguram a sua acessibilidade ao resto do país. Através da linha ferroviária de alta velocidade - AVE -, a Andaluzia estabelece ligação directa com o centro do território e num futuro breve fá-lo-á com toda a Europa. Os aeroportos de Málaga e de Sevilha concentram 70% do tráfego aéreo. Em Sevilha, o metro é uma realidade desde 2009, e em Málaga e em Granada está também a ser construído. Ver também Região de Granada Rota das aldeias brancas Ligações externas CIS - Centro de Investigaciones Sociológicas. Macrobarómetro de Outubro de 2019 Museus Junta da Andaluzia Conselho da Cultura Estados e territórios fundados em 1981 Estados e territórios fundados em 2007
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Em termos políticos, a República Francesa é uma república democrática semi-presidencialista regulamentada pela Constituição da Quinta República Francesa. A nação se autodeclara uma "República indivisível, laica, democrática e social" que preza pela separação de poderes e busca sustentar em seu território o legado dos Direitos humanos e os princípios de soberania nacional de acordo com o defendido anteriormente pela Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão. O sistema político francês consiste em um poder executivo, um poder legislativo e um poder judiciário. O poder executivo é liderado pelo Presidente da República e pelo Governo que, por sua vez, é constituído pelo Primeiro-Ministro e seus ministros. O Primeiro-ministro é nomeado pelo Presidente, sendo responsável perante o Parlamento da França e incumbido de formar um governo. Governo este que - incluindo o próprio primeiro-ministro - pode eventualmente ser revogado pela Assembleia Nacional Francesa, a câmara baixa do parlamento, por meio de uma "moção de censura"; tal sistema assegura que o governo encabeçado pelo primeiro-ministro seja sempre apoiado pela maioria da câmara baixa. O Parlamento é formado pela Assembleia Nacional Francesa e pelo Senado da França e tem a incumbência de votar novos estatutos e leis e aprovar o plano orçamentário nacional. Os parlamentares regulamentam a ação do poder executivo por meio de comissões de inquérito regulares. A constitucionalidade destes estatutos é verificada pelo Conselho Constitucional, cujos membros são nomeados pelo Presidente da República, pelo Presidente da Assembleia Nacional e pelo Presidente do Senado. O judiciário independente é baseado no sistema de direito civil que evoluiu do sistema de leis que formaram o Código Napoleônico no século XIX. O sistema judiciário francês é dividido em poder judicial (lidando com direito civil e direito penal) e o ramo administrativo (lidando com recursos sobre operações executivas), cada um com seu próprio tribunal de apelação independente: o Tribunal de Cassação para os tribunais judiciais e o Conselho de Estado (Conseil d'Etat) para os tribunais administrativos. O governo francês engloba vários órgãos e agências independentes que verificam eventuais abusos de poder. Embora a França seja um Estado unitário, suas subdivisões administrativas – regiões, departamentos e comunas – possuem várias funções legais, e o governo nacional está proibido de interferir em suas operações normais. A França é membro-fundador da Comunidade Europeia do Carvão e do Aço, que evoluiu posteriormente para a presente União Europeia. Como tal, a França transferiu parte de sua soberania para instituições europeias, conforme previsto em sua constituição. O governo francês, portanto, deve respeitar os tratados, diretivas e regulamentos europeus. Poder legislativo O Parlamento francês é o mais alto órgão legislativo do país e segue o sistema bicameral, ou seja, possui duas câmaras independentes. Estas são o Senado da França (câmara alta), composto por 348 senadores eleitos indiretamente; e a Assembleia Nacional (câmara baixa), composta por 577 deputados eleitos pelo sistema a duas voltas; sendo a Assembleia Nacional o órgão mais preeminente no funcionamento de ambas as casas. O Parlamento é convocado por uma sessão de nove meses a cada ano: em circunstâncias especiais, o Presidente pode convocar uma sessão adicional. Embora os poderes parlamentares tenham diminuído em relação aos existentes na Quarta República Francesa, a Assembleia Nacional ainda pode influenciar a dissolução de um governo se a maioria absoluta do total de membros desta casa votar pela moção de censura. Isto ocorreu unicamente em 1962, quando a maioria parlamentar daquela legislatura votou uma moção de censura contra o governo de George Pompidou. O governo tem uma forte influência na definição da agenda do Parlamento. O governo também pode vincular seu mandato a um texto legislativo que proponha e, a menos que uma moção de censura seja apresentada (dentro de 24 horas após a proposta) e aprovada (dentro de 48 horas após a apresentação - portanto, os procedimentos completos duram no máximo 72 horas), o texto é considerado aprovado sem votação. Os membros do Parlamento gozam de imunidade parlamentar. Ambas as assembleias possuem comitês que elaboram relatórios sobre uma variedade de temas centrais. Caso necessário, podem constituir comissões parlamentares de inquérito com amplo poder de investigação. O Congresso Francês ou Congrès du Parlement Français é a denominação dada à união periódica das duas câmaras do Parlamento, que ocorre sempre no Palácio de Versalhes - outrora reduto da nobreza francesa. Estas reuniões ocorrem visando revisões na Constituição e sessões com o Presidente do país, tendo como modelo o Estado da União (nos Estados Unidos) e do Discurso do trono (em monarquias parlamentaristas). Durante as Terceira e Quarta Repúblicas, as câmaras reuniam em Congresso para eleger o Presidente, como na eleição de René Coty em 1953. Assembleia Nacional Francesa A Assembleia Nacional é o principal órgão legislativo. Seus 577 deputados são eleitos diretamente para mandatos de cinco anos em votos de maioria local, e todos os assentos disponíveis da casa são votados em cada eleição. A Assembleia Nacional pode levar à dissolução do Governo votando uma moção de censura. Por esta razão, o primeiro-ministro e seu governo são necessariamente do partido ou coalizão dominante na assembleia. O caso de um Presidente e Assembleia Nacional de partidos opostos leva à uma situação delicada conhecida como "coabitação" (cohabitation). Embora moções de censura sejam periodicamente propostas pela oposição após ações do governo que ela considera altamente inadequadas, elas são puramente retóricas; a disciplina partidária garante que, ao longo de uma legislatura, o governo nunca seja derrubado forçadamente pela Assembleia. Senado da França Os senadores franceses são escolhidos por um colégio eleitoral de cerca de 165.000 eleitos locais para mandatos de seis anos, sendo metade do Senado renovada a cada três anos. Antes da lei de 30 de julho de 2004, os senadores eram eleitos por nove anos, renovados por terços a cada três anos. Existem atualmente 348 senadores: 326 representam os departamentos metropolitanos e ultramarinos, 10 as outras dependências e 12 os cidadãos franceses residentes no exterior. Os poderes legislativos do Senado são limitados; na maioria das questões legislativas, a Assembleia Nacional possui a precedência em caso de desacordo entre as duas casas. Desde o início da Quinta República, o Senado quase sempre teve maioria de direita. Isso se deve principalmente à sobre-representação de pequenas aldeias em comparação aos grandes centros urbanos. O sistema indireto de eleição levou o socialista Lionel Jospin, que era o primeiro-ministro na época, a declarar o Senado uma "anomalia". Poder Executivo Presidência da República O presidente de França é o chefe de estado do país, é eleito para um mandato de 5 anos com possibilidade de uma reeleição. Desde que a eleição do presidente começou a ser realizada por sufrágio universal direto em 1962, a presidência passou a ser a função política de maior prestígio e maior respeito na França. O presidente é o Chefe de Estado, Comandante-em-chefe das forças armadas, Copríncipe de Andorra, Grão-mestre da Ordem da Legião de Honra e Proto-Cónego da Basílica de São João de Latrão, como garante a Constituição da Quinta República Francesa. Suas funções, atribuições e modos de nomeação mudaram significativamente ao longo do tempo, dependendo das circunstâncias e dos homens que preencheram esse cargo. Até a instauração da Quinta República, em vigor desde desde 1958, seu poder nunca havia sido tão importante. O cargo é ocupado por Emmanuel Macron, do partido Renascimento, desde 14 de maio de 2017. Governo Antes da constituição da Quinta República Francesa (1958), não havia a posição oficial denominada primeiro-ministro no governo francês, mas sim o título semioficial de Presidente do Conselho de Ministros (Président du Conseil de Ministres), e conhecido extra-oficialmente como Primeiro-Ministro (premier ministre). Mesmo este não era uma realidade política, já que é o Presidente da França que realmente preside o conselho de ministros. Cabe ao Primeiro-Ministro dirigir a ação governamental - decidida pelo presidente da República, em suas grandes linhas. O primeiro-ministro é teoricamente o chefe de governo mas, de fato, o presidente da República é quem desempenha este papel, enquanto o Primeiro-Ministro aplica a política de Chefe de Estado. Normalmente o Primeiro-Ministro é escolhido porque lidera a corrente política mais poderosa, dentro da maioria parlamentar da Assembléia Nacional Francesa. Mas o presidente da República pode nomear uma personalidade que não seja nem deputado, nem senador. Foi o caso de Georges Pompidou ou de Raymond Barre ou, mais recentemente, de Dominique de Villepin. Poder Judiciário O fluxo judicial dos tribunais julga casos civis e criminais. A corte judicial é composta por tribunais inferiores, tribunais de apelação intermediários e a Corte de Cassação francesa, a suprema corte. O Conselho Constitucional (Conseil Constitutionnel'', em francês) é a mais alta autoridade constitucional da França e tem como função fiscalizar a aplicação da Constituição. Foi estabelecido oficialmente em 4 de outubro de 1958 pela Constituição da Quinta República. Baseia-se também na Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão. Estrutura Os governos são formados pelos conselhos regionais, cujo órgão legislativo são as Assembleias Regionais e o executivo é chamado de Presidente do Conselho Regional. Num nível hierárquico imediatamente inferior, existem os departamentos, cujo poder legislativo é formado pelos Conselhos Gerais. Seguidamente existem as comunas, que são o nível local de administração. Ver também Lista de partidos políticos na França Missões diplomáticas da França Ligações externas Assembleia Nacional da França Senado da França Presidência da França Corte de Cassação da França
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A Demanda do Santo Graal (em francês La Queste del Saint Graal) é o nome de algumas obras literárias medievais sobre as lendas do rei Artur e os cavaleiros da Távola Redonda escritos originalmente em francês antigo no século XIII. Os livros da Demanda são seções de obras maiores, compostas de vários livros, chamados atualmente Ciclo do Lancelote-Graal (escrito entre 1210 e 1230) e o Ciclo da Post-Vulgata (escrito entre 1230-1240). Origem As demandas do Santo Graal - parte da Matéria da Bretanha - tem sua origem nas Ilhas Britânicas, mas tornaram-se populares em toda a Europa devido a romances em verso escritos a partir do século XII na França e na Inglaterra. Já no século XIII surgem também versões em prosa das lendas. Duas prosificações importantes ocorreram entre 1220 e 1240 na França, denominadas atualmente Lancelote-Graal e Post-Vulgata, logo traduzidas e adaptadas para outras línguas europeias. A Demanda da Post-Vulgata caracteriza-se por incorporar elementos de outro livro da época, o Tristão em Prosa, incluindo assim personagens como Tristão e Palamedes, ausentes da Demanda da Vulgata. Atualmente o texto da Demanda da Post-Vulgata está preservada parcialmente em francês antigo e em castelhano, mas uma versão completa existe em português. Versão portuguesa Em língua portuguesa medieval se preserva um manuscrito da Demanda do século XV, resultado de uma adaptação do texto francês da Post-Vulgata. A obra é uma das mais importantes da prosa novelística da literatura medieval portuguesa. O texto original em francês da Demanda não foi preservado intacto, e o manuscrito português tem importância excepcional por ser o mais completo entre todas as versões da Post-Vulgata existentes. Atualmente, o manuscrito sobrevive numa cópia do século XV preservada na Biblioteca Nacional de Viena, catalogado com o número 2594. Indícios históricos e linguísticos no texto indicam que a tradução original foi feita ainda no século XIII, durante o reinado de Afonso III. A versão portuguesa foi utilizada como fonte para a versão em castelhano da Demanda, atualmente preservada numa edição já renascentista, do século XVI. Bibliografia Miranda, José Carlos Ribeiro, Galaaz e a Ideologia da Linhagem, Porto, Granito Editores, 1998. ISBN 972-97530-7-5. Miranda, José Carlos Ribeiro, A Demanda do Santo Graal e o Ciclo Arturiano da Vulgata, Porto, Granito Editores, 1998. ISBN 972-97530-6-7. Nunes, Irene Freire (ed.), A Demanda do Santo Graal, Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 2005. ISBN 972-27-1126-1. Heitor Megale (Organização e modernização do português). A Demanda do Santo Graal. Companhia de Bolso, 2008. ISBN 978-85-359-1320-0. Ver também Lista de livros sobre o Rei Artur Ligações externas A historia dos cavalleiros da mesa redonda e da demanda do santo Graal (onb.ac.at) Demanda do Santo Graal no Projecto Vercial (inclui pequeno trecho). Textos do ciclo arturiano Literatura portuguesa medieval
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O chá é uma bebida preparada através da infusão de folhas, flores, raízes de planta do chá (Camellia sinensis), geralmente preparada com água quente. Cada variedade adquire um sabor definido, de acordo com o processamento utilizado, que pode incluir oxidação, fermentação, e o contato com outras ervas, especiarias e frutos. A palavra "chá" é usada popularmente em Portugal e no Brasil, como sinónimo de infusão de frutos, folhas, raízes e ervas, contendo ou não folhas de chá (ver tisana). Este artigo trata do chá em sentido estrito e, portanto, não se refere a infusões como, por exemplo, a camomila ou a cidreira. História Historicamente, a origem do chá como erva medicinal útil para se manter desperto não é clara. O uso do chá, enquanto bebida social, data, pelo menos, da época da dinastia Tang. Os primeiros europeus a contactar com o chá foram os portugueses, que chegaram ao Japão em 1543. Em breve, a Europa começou a importar as folhas, tornando-se a bebida rapidamente popular, especialmente entre as classes mais abastadas na França e nos Países Baixos. O uso do chá na Inglaterra é atribuído a Catarina de Bragança, princesa portuguesa que casou com Carlos II da Inglaterra e, assim, pode ser situado cerca de 1660. Catarina patrocinava "Tea parties", onde o chá passou a ser apreciado pelas mulheres e, posteriormente, daí passou a ser também do gosto masculino. O chá era bebido em cafés e o seu consumo foi crescendo desde o final do , sendo bebido a qualquer hora do dia até o início do , quando a tradição chá da tarde ("five o'clock tea") foi instituída pela sétima Duquesa de Bedford em Londres. Etimologia O caractere chinês para chá é 茶, mas tem duas formas completamente distintas de se pronunciar. Uma é 'te' que vem da palavra malaia para a bebida, usada pelo Dialeto Min que se encontra em Amoy. Outra é usada em cantonês e mandarim, que soa como cha e significa 'apanhar, colher'. Esta duplicidade fez com que o nome do chá nas línguas não chinesas as dividisse em dois grupos: (1) línguas que usam derivados da palavra Te: alemão, inglês, francês, dinamarquês, hebraico, húngaro, finlandês, indonésio, italiano, islandês, letão, tamil, sinhala, holandês, castelhano, arménio, galês e latim científico; (2) línguas que usam derivados da palavra Cha: hindi, japonês, português, persa, albanês, checo, russo, turco, tibetano, árabe, vietnamita, coreano, tailandês, grego, romeno, suaíli e croata. Cultura do chá Beber chá é tido como um evento social. O chá também pode ser bebido durante o dia e principalmente pela manhã, a fim de aumentar o estado de alerta, já que contém teofilina e cafeína. Na Índia, a segunda maior produtora mundial, o chá é popular em todo o Norte, no café da manhã e à noite. Chamado popularmente de chaai, é servido quente com leite e açúcar. Quase todo o chá consumido é do tipo preto. Na China, no mínimo a partir da Dinastia Song, o chá foi objeto de festas de degustação e de grande estudo, comparável ao que se faz hoje com o vinho. Assim como a enologia hoje em dia, o recipiente próprio para se beber é importante; o chá branco era bebido em uma tigela escura onde as folhas de chá e a água quente eram misturados com um batedor. O melhor destas tigelas, cobertas com um verniz especial à base de casca de tartaruga, pintadas com pincel de pelo de lebre são muito valiosas hoje em dia. Os rituais e a tradicional cerâmica escura foram adotadas no Japão, no início do século XII, e gerou a cerimônia do chá japonesa, que tomou sua forma final no século XVI. Na Grã-Bretanha, o chá não é só o nome de uma bebida, mas também uma refeição leve no final da tarde, mesmo quando as pessoas bebem cerveja, cidra ou suco. No Sri Lanka o chá é servido no estilo inglês, com leite e açúcar, mas o leite sempre é aquecido. Existem muitas cerimônias do chá, em várias culturas, sendo as mais famosas, a complexa e serena cerimônia do chá japonesa e a comercial, barulhenta e cheia de gente Yum Cha. Uma cultura de chá específica se desenvolveu na República Checa, nos últimos anos, incluindo a abertura de muitas casas de chá. Chás puros são geralmente preparados com respeito aos hábitos do país de origem. Várias salas de chá também criaram misturas e métodos próprios de preparo. O chá Devonshire é sabor de chá relacionado a cerimônia do chá nos países que falam inglês, disponível em lojas por todo Reino Unido, Austrália, Índia e Nova Zelândia, mas quase desconhecido nos Estados Unidos. Nos Estados Unidos, o chá é servido geralmente gelado; o chá gelado é uma bebida comum para acompanhar as refeições ou para se refrescar em várias regiões. Às vezes, ele é servido com limão, e pode ser adoçado ou sem açúcar, variando em cada região. O Sun tea é feito deixando-se a água com as folhas para serem aquecidas diretamente pela luz solar como fonte de calor e demora-se muito tempo para a sua feitura. Recentemente, o chá com leite Boba, de Taiwan, tornou-se extremamente popular entre os jovens. Esta marca asiática se espalhou pelos Estados Unidos, onde é chamado de "bubble tea" (chá de bolhas). Cultivo Nativo de regiões subtropicais com clima de monções, o chá também é cultivado em climas tropicais, obtendo maior sucesso em regiões de altitude elevada. Quantitativamente, das cerca de 3 000 000 de toneladas produzidas anualmente, metade é produzida pela China e Índia, em proporções iguais. 60% do restante é produzido pelo Quénia, Turquia, Indonésia e Sri Lanka. Na Europa apenas é cultivado nos Açores, onde são produzidas anualmente cerca de 40 t. Em todas as regiões produtoras de chá, o cultivo é semelhante, utilizando árvores podadas, para facilitar a colheita, e relativamente jovens, sendo substituídas quando começam a perder produtividade, com cerca de 50 anos. Notáveis exceções incluem o Gyokuro, chá verde japonês, protegido do sol durante o cultivo, e o Pu-erh, tradicional chá do sudoeste da China, que utiliza árvores com dezenas de metros e centenas de anos, muitas delas selvagens. Brasil O cultivo do chá começou no Brasil no século XIX, porém mesmo com uma excelente qualidade, não conseguiu ser uma cultura de tanto sucesso graças à competição com os preços dos chás provenientes da Ásia. A maior parte da produção brasileira está na região do Vale do Ribeira, no estado de São Paulo, sendo que a maior parte da produção é voltada à exportação, mesmo sendo inferior à qualidade do chá nos primórdios do cultivo. Portugal Portugal teve duas primazias em relação à introdução do chá na Europa. A da introdução do consumo de chá e a introdução, em 1750, do cultivo do chá. Foram produzidos na Ilha de São Miguel em zonas de microclima, como Porto Formoso e Capelas, 10 kg de chá preto e 8 kg de chá verde. No entanto, seria só um século depois que, com a chegada de mão de obra especializada, a produção se tornaria consequente, passando a haver uma aposta na industrialização do processamento após a coleta das folhas. Atualmente, o chá produzido nos Açores, sob as marcas Gorreana e Porto Formoso, é considerado um chá biológico, o que em muitos mercados provoca uma ideia de novidade que não é atual. O processamento deste, desde o cuidado dos arbustos até à colheita, é o mesmo há 250 anos. Este chá tem praticamente toda a sua produção dividida entre a região dos Açores, a comunidade da ilha na diáspora e o Reino Unido. Na freguesia de Fornelo, Vila do Conde, existe desde 2014 uma plantação de Chá Camélia, única na Europa continental. Em 2019, surgia a primeira produção de chá verde na Chá Camélia. Doze quilos de chá seco a partir de quase 60 quilos de folhas frescas. Processamento do chá Os quatro tipos de chá são distinguíveis pelo seu processamento. Camellia sinensis é um arbusto sempre verde, cujas folhas, se não são logo secas depois de apanhadas, rapidamente começam a oxidar. Este processo lembra a maltização da cevada; as folhas ficam progressivamente escuras, assim que a clorofila se quebra. O processo seguinte no processamento é parar o processo de oxidação num estado predeterminado, removendo a água das folhas via aquecimento. O termo fermentação é frequente e muito usado para descrever este processo, mas na verdade nenhuma verdadeira fermentação acontece (ou seja, o processo não é digerido por micro-organismos). O chá é tradicionalmente classificado em quatro grupos principais, baseados no grau de oxidação: Chá branco: folhas jovens (novos botões que cresceram) que não sofreram efeitos de oxidação; os botões podem estar escudados da luz do sol para prevenir a formação de clorofila; Chá verde: a oxidação é parada pela aplicação de calor, quer através de vapor, um método tradicional japonês, ou em bandejas quentes — o método tradicional chinês); Oolong (烏龍茶): cuja oxidação é parada algures entre o chá verde e o chá preto; Chá preto: oxidação substancial. A tradução literal da palavra chinesa é chá vermelho, o que pode ser usado entre os fãs de chá. Variações pouco comuns: estão disponíveis várias outras preparações de chá, que não se enquadram na nomenclatura usual Pu-erh (普洱茶): erroneamente considerado como uma subclasse de chá preto, pu-erh é um produto muito invulgar. O Pu-erh é um chá fermentado e envelhecido (pode ter mais de 50 anos), por vezes, descrito como duplamente fermentado, sendo a segunda "fermentação" resultado da ação de bactérias. Existe um método moderno de acelerar o envelhecimento natural que produz pu-erh de menor qualidade, chamado pu-erh cozinhado, que é vendido frequentemente em saquinhos. O pu-erh tradicional é conservado em forma de "tijolo" ou outras formas (as folhas de chá depois de tratadas são prensadas em moldes). Este é o mais apreciado de todos os chás na China, sendo catalogado em função da qualidade das folhas e do ano de produção, tal como um bom vinho no ocidente, e é o chá normalmente utilizado para a cerimônia de chá chinesa (Kung Fu Cha). Para preparar a infusão usa-se água muito quente ou até mesmo a ferver (os tibetanos são conhecidos por deixá-los a ferver durante a noite). O Pu-erh é considerado como um chá medicinal na China. Chá amarelo: é usado como um nome de chá de alta qualidade servido na corte imperial, ou de um chá especial processado similarmente ao chá verde, mas com uma fase de secagem mais demorada. Chong Cha (虫茶): literalmente "chá quente", esta espécie é feita a partir de sementes de botões de chá em vez de folhas. É usado na medicina chinesa para lidar com o calor do verão bem como para tratar sintomas de gripe. Kukicha ou chá de inverno: feita de galhos e folhas velhas podadas da planta de chá durante a época dormente e tostado a seco sob o fogo. É popular na medicina tradicional japonesa e na dieta macrobiótica. Lapsang souchong (正山小种 ou 烟小种) de Fujian, China, é um chá preto fumado, isto é, secado usando fogueiras de pinho. Chá Rize: chá preto forte, produzido na Turquia, com um sabor distinto e preparação específica, incluindo pré-aquecimento, servido com açúcar. Processamento do chá preto O chá preto é processado de duas formas, em CTC (Crush, Tear, Curl — Esmagamento, Rasgo, Enrolamento) ou ortodoxo, isto é, em folhas inteiras, eram os processos usados até 1973. O método CTC é usado para folhas de média e baixa qualidade, que acabam em saquinhos de chá e são processados por máquinas. O processamento manual é usado para chás de qualidade elevada. Este estilo de processamento ortodoxo resulta num chá de qualidade elevada, procurado por muitos conhecedores e apreciadores de chá. Variedades O chá preto produzido fora da China toma normalmente o nome da região de origem: Darjeeling, Assam, Ceilão, Nilgiri, entre outras. Na China, o chá preto mais famoso é provavelmente o Keemun, mas existem muitas outras variedades. A maioria dos chás verdes, contudo, são produzidos na China e Japão e por isso mantiveram o seu nome em japonês ou chinês tradicional: Genmaicha (玄米茶), Houjicha (焙じ茶), Pouchong (包種茶), etc. O chá verde e o chá preto têm antioxidantes, mas de tipos diferentes. O chá verde é mais rico em catequinas, especialmente o galato de epigalocatequina, enquanto que o chá preto contém uma maior variedade de flavonoides. O chá Oolong é intermédio, sendo o mais famoso o chá da Formosa. O chá branco, de folhas de chá muito jovens, é muitas vezes considerado um tipo distinto, embora ocasionalmente seja agrupado como um chá verde devido ao processamento simples. O chá branco produz uma infusão delicada que a maioria das vezes retém uma doçura residual leve. Todos os tipos são vendidos como chás "simples", quando são uma única variedade, ou "misturas" (blends). Adulteração e falsificação são problemas sérios no comércio global de chá; a quantidade de chá vendida como Darjeeling, o mais apreciado dos chás pretos, todos os anos excede grandemente a produção anual de Darjeeling, estimada em toneladas. Entre os chás, o chá branco é considerado o mais raro e mais caro; ele deve ser colhido manualmente apenas durante uma certa fase da vida da planta. Independente disso, no entanto, encontra-se disponível em lojas especializadas e, apenas recentemente, acondicionados em saquinhos de papel. Misturas e aditivos Quase todos os chás em saquetas e a maior parte dos outros chás são misturas. Apesar de recentes melhoramentos na técnica de congelação seca e do método melhorado de infusão, são vendidos o pó de chá e a essência condensada de chá, que apenas necessitam de água quente ou fria para se preparar uma chávena de chá. A mistura pode ocorrer ao nível de uma só área de plantação (por exemplo Assam), ou podem ser misturados chás provenientes de diversas áreas. O objetivo da elaboração de misturas é a obtenção de um sabor estável ao longo dos anos e de melhor preço. Numa mistura, o chá mais caro e mais saboroso pode encobrir o sabor inferior de um chá mais barato. Há vários chás que contêm aditivos e/ou processamentos diferentes das variedades "puras". O chá tem a capacidade de adquirir qualquer aroma facilmente, o que pode trazer problemas no processamento, no transporte, ou na sua armazenagem, mas essa capacidade também deve ser aproveitada vantajosamente para preparar chás aromatizados. O chá de jasmim é espalhado conjuntamente com flores de jasmim durante a oxidação e ocasionalmente são deixadas algumas flores no chá como decoração. Muitas outras flores, como a rosa e outras flores perfumadas, são usadas como aromatizantes do chá na China; O chá Earl Grey é geralmente uma mistura de chás pretos, com adição de essência de bergamota (fruto da família dos cítricos originário de Itália); Chás com especiarias, tais como o indiano massala chai, aromatizados com especiarias tais como o gengibre, o cardamomo, a canela, a pimenta preta, o Cravo-da-índia, o louro indiano e por vezes a noz-moscada são comuns no sul da Ásia e no Médio Oriente; O chá com hortelã é chá verde forte com hortelã-verde, preparado nos países do Magrebe; O Jagertee é chá com adição de rum. Substitutos do chá Infusões de outras plantas também são às vezes chamadas de "chá" e utilizadas em substituição deste: Erva-mate (ou yerba mate, em castelhano) é um arbusto cultivado principalmente na Argentina, Paraguai, Uruguai e Brasil. O seu nome científico é Ilex paraguariensis; Rooibos (Red Bush) é uma planta avermelhada, originária da África do Sul, que faz uma infusão semelhante ao chá preto; Honeybush, relacionada com o rooibos, mas mais doce, cresce também na África do Sul; "chá de ervas" é o termo geral para todas as infusões, feitas a partir de diferentes partes de plantas, não necessariamente ervas. Exemplos mais comuns: chá de camomila, erva-cidreira, tília, príncipe, de menta, etc. Chá de folha de café, feito das folhas secas ou torradas do cafeeiro. Contém menos cafeína que o café, sendo entretanto rico em mangiferina. É consumido tipicamente no Sudão, Etiópia e Sumatra. Preparação Esta seção descreve o método mais comum de se fazer chá. Completamente diferente dos métodos usados no norte da África, Tibete e talvez outros locais. A melhor maneira de se preparar o chá é colocar as folhas em um bule, ao invés de um sachê. Embora seja totalmente aceito o uso de sachês, o resultado com a folha direto é melhor. Adiciona-se água fervente e mantém-se a infusão de 30 segundos a 5 minutos (processo chamado de brewing ou mashing no Reino Unido). Após isso, tanino é liberado, que tem efeito contrário ao da estimulação pela teofilina e cafeína e torna o chá amargo. Alguns chás, especialmente o chá verde e outros delicados como o Oolong ou o Darjeeling precisam de menos tempo, algumas vezes menos de 30 segundos. Usando um coador, separa-se as folhas da água se não estivermos usando um sachê. A fim de preservar o chá do sabor do tanino, deve-se colocar toda a bebida em um segundo copo. De preferência, de faiança sem verniz, sendo os melhores os potes YangXi. O pote para servir o chá deve ser de porcelana pois retem mais o calor. A água para chá preto deve ser adicionada em ponto de ebulição (100 °C) exceto para chás delicados como o chá de Darjeeling, onde temperaturas levemente menores são mais recomendadas. Já que o ponto de ebulição diminui com a altitude, isso torna difícil fazer chá preto em áreas montanhosas. A água para chá verde, de acordo com a maioria, deve estar por volta de 80 a 85 °C, sendo que quanto maior a qualidade das folhas, menor a temperatura. De preferência, o local onde o chá repousa - caneca ou bule - também deve ser aquecido, antes da confecção do chá. Bebedores experientes de chá sempre insistem que o chá não deve ser agitado enquanto é feito. Isso, eles dizem, faz pouco quanto a consistência do chá, mas tem muita relação aos ácidos tânicos. Por esta mesma razão, não se deve chacoalhar muito o sachê de chá; se você quiser um chá mais forte, use mais sachês. Aditivos populares ao chá incluem açúcar ou mel, limão, leite e geleia de frutas. Os mais conhecedores evitam o uso de nata porque ele fica com o gosto mais forte do que o próprio chá. Leite, entretanto, acredita-se ser útil, a fim de neutralizar os taninos remanescentes. Quando tomam chá com leite, os conhecedores adicionam chá ao leite, ao invés do contrário. Isso evita escaldamento do leite, o que torna a emulsão melhor e de melhor sabor. Ligações externas O Chá Em Portugal: História e Hábitos de Consumo, por Rui Manuel Esteves da Silva, Dissertação de Mestrado em Estudos Interculturais Português/Chinês: Tradução, Formação e Comunicação Empresarial, Universidade do Minho, janeiro de 2014
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Les mistons () é um filme de curta-metragem francês de 1957, realizado por François Truffaut dois anos antes do aclamado Os 400 Golpes. O filme é baseado no romance homónimo de Maurice Pons. Os mistons são cinco rapazes que espiam dois amantes, Gerard e Bernardette, seguindo-os para todo o lado. Referências Filmes da França de 1958 Filmes dirigidos por François Truffaut Curtas-metragens da França Filmes de comédia da França Curtas-metragens em língua francesa Filmes em preto e branco Filmes baseados em obras de autores da França
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Gênero típico da lírica galaico-portuguesa (séculos XII-XIV), que inclui os seguintes subgêneros: Cantigas de escárnio e maldizer Cantiga de Amigo Trovadorismo (cantigas de amor) Outros usos Cantiga de candomblé Cantiga de roda — cantigas de brincadeiras infantis. Canção Desambiguações de artes
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Jean-Hugues Anglade (Thouars (Deux-Sèvres), 29 de Julho de 1955) é um actor e cineasta francês. Como actor tem uma filmografia vasta, iniciada na televisão, em 1977, com Un comique né. Como realizador tem um único filme, cujo argumento escreveu e onde também entrou como actor: Tonka (1997) Num ataque a um TGV que ligava Amesterdão a Paris levado a cabo por um homem de origem árabe em agosto de 2015, o ator ficou ferido sem gravidade. O atacante que tramsportava uma AK-47, foi dominado por militares norte-americanos à civil, que ficaram feridos com gravidade. Filmografia seleccionada 1983 : L'Homme blessé 1984 : La Diagonale du Fou 1985 : Subway (Subterrâneo) 1986 : 37º,2 le matin (Betty Blue 37º,2 de manhã) 1987 : Maladie d'amour 1989 : Nocturne indien 1990 : Nikita 1990 : Nuit d'été en ville 1991 : La Domenica specialmente 1994 : A Rainha Margot 1995 : Nelly et Monsieur Arnaud 1996 : Les Menteurs 1996 : Maximum Risk 1997 : Tonka 2001 : Mortel transfert 2002 : Sueurs Atores da França Cineastas da França César de melhor ator secundário Naturais de Deux-Sèvres
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O César () é o prêmio mais importante do cinema francês. A ("Noite dos Césares"), como é conhecida a cerimônia, é realizada anualmente em Paris desde 1976. Os indicados ao prêmio são selecionados pelos membros de doze categorias de profissionais do cinema e apoiados pelo Ministério da Cultura francês. A cerimônia é transmitida nacionalmente pela televisão todos os anos em fevereiro. A premiação é uma iniciativa da Academia das Artes e Técnicas do Cinema, fundada em 1975. O César é considerado a maior honraria cinematográfica da França, com importância no país semelhante ao Molière do teatro e ao Victoires de la Musique da música. No cinema, é o equivalente francês do Óscar. A premiação foi criada por Georges Cravenne, que também criou o Prêmio Molière do teatro. O nome do prêmio vem do escultor César Baldaccini (1921–1998), o criador da estatueta. A 47.ª cerimônia do César decorreu em 25 de fevereiro de 2022. Illusions perdues, dirigido por Xavier Giannoli, ganhou o prêmio de Melhor Filme. História Em 1975 Georges Cravenne (1914–2009) fundou a Academia das Artes e Técnicas do Cinema com o objetivo de premiar as realizações e trabalhos artísticos mais notáveis do cinema francês, um equivalente ao Óscar norte-americano. A primeira cerimônia () foi realizada em 3 de abril de 1976 sob a presidência de Jean Gabin, poucos meses antes da sua morte. O nome do prémio provém do escultor César Baldaccini, criador das estatuetas entregues aos vencedores em cada categoria. É, também, uma homenagem indireta ao ator francês Raimu, que interpretou um personagem chamado César no filme homônimo de Marcel Pagnol.O César substituiu o , um prémio concedido de 1955 a 1975. No entanto, existiram outros prémios concedidos ao cinema francês no passado, dentre eles o Grande Prémio do Cinema Francês (1934–1986), criado pelo pioneiro Louis Lumière, e as Vitórias do Cinema Francês (1946–1964). Na cerimônia inaugural do César, 13 prêmios foram distribuídos (hoje existem 22, divididos em nove subcategorias). As categorias adicionadas nos últimos anos incluem Melhor ator/atriz revelação (Meilleur espoir), Melhor Documentário (Meilleur documentaire) e Melhor Filme de Animação (Meilleur film d'animation). As categorias que foram descontinuadas incluem a de Melhor Cartaz e a de Melhor Produtor, sendo a última atualmente dada pelo Prêmio Daniel Toscan du Plantier. Controvérsias Durante a 45.ª cerimônia do César em 2020, Adèle Haenel, atriz francesa que protagonizou Portrait de la jeune fille en feu, deixou o evento quando Roman Polanski recebeu o prêmio de melhor diretor em protesto contra o fato de que notáveis abusadores sexuais na indústria cinematográfica podem receber prêmios, ao mesmo tempo em que suas vítimas são silenciadas. Polanski foi condenado por manter relações sexuais ilegais com uma garota de 13 anos na Califórnia em 1978, e também foi acusado outras vezes de estupro. A estatueta As estatuetas do César são esculturas comprimidas de peças de metal, desenhadas em 1975 pelo escultor César Baldaccini, amigo de Georges Cravenne. Essas peças forjadas são feitas de bronze natural polido, ao contrário do Óscar, que é banhado a ouro. Este último inspirou diretamente o primeiro troféu da AATC em 1976, que era um rolo de filme fotográfico circundando uma silhueta. Em 1977, diante de uma recepção mista dos atores, Baldaccini apresentou a estatueta atual, pesando 3,5 kg e fundida na fundição Bocquel na Normandia. Processo de votação A votação para o César é feita através de duas votações pelo correio: a primeira para definir as indicações por categoria (três a cinco), e a segunda para decidir o vencedor. Os eleitores consistem em cerca de 4.000 profissionais do ramo, divididos em 12 áreas (atores, diretores, roteiristas, técnicos, produtores, distribuidores e vendedores internacionais, operadores, agentes artísticos, indústrias técnicas, diretores de elenco, assessores de imprensa e membros associados). Os critérios para votar são: ter uma carreira relativamente consistente no cinema e um patrocínio duplo na Academia. Indicados ou vencedores das edições anteriores do César estão isentos dessas formalidades. Para ajudar os eleitores, a Academia identifica a cada ano filmes lançados na França e fornece um guia das obras e dos profissionais elegíveis. Um conjunto de DVDs de produções francesas produzidas durante o ano é enviado em dezembro com o catálogo de filmes aos eleitores. Após a divulgação das indicações, no final de janeiro, os filmes indicados são exibidos em sessões especiais nos cinemas Les 3 Luxembourg no Quartier Latin, e no Le Balzac, próximo à Champs-Élysées. Todos os anos, um almoço especial ("Déjeuner des nommés aux César du cinéma") é realizado no restaurante Fouquet's na Champs-Élysées, algumas semanas antes da cerimônia. Categorias Prêmios ao mérito Melhor filme Melhor diretor Melhor ator Melhor atriz Melhor ator secundário Melhor atriz secundária Melhor ator revelação Melhor atriz revelação Melhor adaptação Melhor roteiro original Melhor primeiro filme Melhor filme estrangeiro Melhor filme de animação Melhor documentário Melhor curta-metragem Melhor curta-metragem de animação Melhor fotografia Melhor figurino Melhor montagem Melhor música original Melhor direção de arte Melhor som Prêmios especiais César honorário César des Césars - entre 1985 e 1995 Prix Daniel Toscan du Plantier - desde 2008 Trophée César & Techniques - desde 2011 Médaille d'Or - apenas em 2015 César & Techniques Special Award - entre 2015 e 2017 César & Techniques Innovation Award - desde 2018 César du public - desde 2018 Prêmios retirados Melhor filme da União Europeia (2002–2004) Melhor cartaz (1986–1990) Melhor produtor (1996–1997) Melhor roteiro original ou adaptação (1976–2005) Melhor filme em língua francesa (1984–1986) Melhor documentário de curta-metragem (1977–1991) Melhor curta-metragem de ficção (1977–1991) Cerimônias No geral Filmes que ganharam cinco ou mais prêmios Filmes que receberam 10 ou mais indicações Diretores com dois ou mais prêmios Atores com 7 ou mais indicações Filmes vencedores e indicados para as cinco principais categorias Vencedores Le dernier métro (1980) Melhor filme: François Truffaut Melhor diretor: François Truffaut Melhor ator: Gérard Depardieu Melhor atriz: Catherine Deneuve Melhor roteiro: Suzanne Schiffman e François Truffaut Amour (2013) Melhor filme: Michael Haneke & Margaret Ménégoz Melhor diretor: Michael Haneke Melhor ator: Jean-Louis Trintignant Melhor atriz: Emmanuelle Riva Melhor roteiro: Michael Haneke Indicados Quatro prêmios vencidos Smoking / No Smoking (1993): Melhor Atriz (Sabine Azéma) Trop belle pour toi (1989): Melhor Ator (Gérard Depardieu) Três prêmios vencidos Cyrano de Bergerac (1990): Melhor Atriz (Anne Brochet) e roteiro (Jean-Claude Carrière e Jean-Paul Rappeneau) On connaît la chanson (1997): Melhor Atriz (Sabine Azéma) e diretor (Alain Resnais) The Artist (2011): Melhor Ator (Jean Dujardin) e roteiro (Michel Hazanavicius) Jusqu'à la garde (2017): Melhor Ator (Denis Ménochet) e diretor (Xavier Legrand) Filmes com mais indicações e vitórias em categorias de atuação Lusofonia no César Em 20 de fevereiro de 2015 o documentário franco-ítalo-brasileiro O Sal da Terra, dirigido por Wim Wenders e Juliano Salgado foi premiado como o melhor documentário. Além disso, dois filmes brasileiros disputaram o prêmio de Melhor Filme Estrangeiro: Central do Brasil (em 1999) e Aquarius (em 2017). Ver também Oscar British Academy Film Awards Prêmio Lumière Prêmio Louis-Delluc Ligações externas Sítio oficial
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Lajes (navio) — cargueiro brasileiro afundado em 1942 Portugal Lajes (Seia) — antiga freguesia Lajes (Gaula) — sítio na ilha da Madeira Lajes (Sátão) — aldeia Municípios dos Açores Lajes das Flores Lajes do Pico Freguesias Lajes (Praia da Vitória) — dos Açores Lajes das Flores (freguesia)— do município homónimo Lajes do Pico (freguesia) Brasil Rio Lajes — em Sergipe Lages (Maranguape) — distrito no Ceará Lages Futsal — clube da cidade de Lages Municípios Lages — em Santa Catarina Lajes (Rio Grande do Norte) Lajes Pintadas — no Rio Grande do Norte Desambiguações de topônimos
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Os condríctios (Chondrichthyes, do grego χονδρος chóndros, "cartilagem", e ιχθύς ichthýs, "peixe") ou peixes cartilagíneos, que incluem os tubarões, as raias e as quimeras, muitas vezes classificadas como Seláceos, são peixes geralmente oceânicos que possuem um esqueleto totalmente formado por cartilagem, mas coberta por um tecido específico, a cartilagem prismática calcificada. Para além disso, apresentam 5-7 fendas branquiais dos lados do corpo ou na região ventral da cabeça, membranas nictitantes nos olhos (excepto nos Lamniformes) e gancho pélvico (também conhecido como clásper) um órgão de copulação dos machos. Muitas espécies de tubarões têm várias fiadas de dentes de substituição, mas outros têm os dentes transformados em placas. As espécies actuais deste grupo de peixes, (além dum grande número de formas extintas, conhecidas pelos seus fósseis), divide-se em dois clados (sub-classes): Elasmobranchii — que inclui os tubarões e as raias. Holocephali — as quimeras. Ecologia dos Seláceos Os tubarões e as raias são os predadores de mais elevada ordem que se conhece no meio ambiente aquático. Por esta razão eles têm um papel muito importante nos ecossistemas aquáticos – principalmente nos oceanos, onde vive a maior parte destes animais, mas com várias espécies capazes de entrar em estuários. Pode dizer-se que a presença destes peixes num determinado biótopo determina o número e abundância das outras espécies de organismos aquáticos. No entanto, o equilíbrio da biocenose em que vivem os tubarões é relativamente frágil, uma vez que eles são canibais, alimentando-se também das suas próprias crias e uns dos outros. Por essa razão, a maioria das suas espécies estão consideradas em perigo, uma vez que foram objecto de pesca excessiva. Para além disso, a diminuição do número de tubarões numa área leva a alterações na composição específica de toda a biocenose, que pode transformar-se num sistema com muito menos biodiversidade e com menos valor económico. esses animais posuem esqueleto cartilaginoso e as fendas branquiais não são protegidas além disso os condrictes não possuem bexiga natatória. Hábitos reprodutivos dos Seláceos Os tubarões e as raias têm uma estratégia reprodutiva muito diferente da maioria dos peixes: em vez de produzirem um grande número de ovos e larvas, estas espécies produzem normalmente um pequeno número de filhotes, as quais nascem já num tamanho que lhes permite alimentarem-se e defenderem-se dos seus inimigos (vivíparos ou ovovivíparos), ou então desenvolvem-se dentro dum ovo com uma casca coriácea, relativamente grande (10–15 cm) portanto sem valor para os predadores. Além disso, as fêmeas produzem uma hormona que se liberta na altura da gestação e que aparentemente as impede de comer durante algum tempo, diminuindo assim o número de inimigos das suas crias. Para além da oviparidade e da viviparidade (semelhante à dos mamíferos), os tubarões e as raias apresentam também casos de ovoviviparidade, em que os fetos se desenvolvem dentro do útero materno, mas se alimentam, quer das substâncias nutritivas existentes no ovo, quer de fluidos segregados por glândulas existentes no oviducto. Em alguns tubarões, o macho morde a fêmea no dorso para imobilizá-la e realizar a fertilização. Não é raro encontrar fêmeas dessas espécies com cicatrizes provenientes dessas mordidas. Acredita-se que isso foi uma pressão seletiva que levou as fêmeas a possuírem uma pele muito mais espessa do que os machos. Classificação dos Seláceos Subclasse Elasmobranchii Superordem Bathoidea - Raias Ordem Batidoidimorpha ou Rajiformes (as "verdadeiras" raias) Ordem Myliobatiformes (jamantas) Ordem Pristiformes (raias-de-serra) Ordem Torpediniformes (raias eléctricas) Superordem Selachimorpha - Tubarões Ordem Hexanchiformes (tubarões mais primitivos, ex.: cação-bruxa) Ordem Squaliformes Ordem Pristiophoriformes (tubarões-serra) Ordem Squatiniformes (tubarões anjo) Ordem Heterodontiformes Ordem Orectolobiformes (ex.: tubarão-baleia) Ordem Carcharhiniformes (ex.: tubarão-azul, tubarão-cabeça-chata, tubarão-tigre, tubarões martelo) Ordem Lamniformes (ex.: tubarão-branco, tubarão-touro, Anequim) Subclasse Holocephali ou Subterbranchialia (quimeras) Ligações externas Taxonomia dos Chondrichthyes Imagens de vários tubarões, raias e outros seres no Morphbank Núcleo de Pesquisa e Estudo em Chondrichthyes
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Central do Brasil é um filme brasileiro de 1998 dirigido por Walter Salles, produzido pela VideoFilmes, escrito por João Emanuel Carneiro e Marcos Bernstein, e estrelado por Fernanda Montenegro e Vinícius de Oliveira. Ambientado no Brasil, o enredo gira em torno de Dora, uma professora aposentada que trabalha como escritora de cartas para pessoas analfabetas na Estação Central do Brasil, a qual ajuda Josué, um garoto cuja mãe morreu atropelada por um ônibus, a encontrar seu pai no Nordeste. A concepção do filme surgiu no início de 1993, após Salles ter lido uma carta enviada a seu amigo Frans Krajcberg por uma, até então, presidiária. O momento de crise econômica pelo qual o Brasil estava passando também foi relevante para a inspiração do roteiro. O diretor tinha em mente trabalhar com alguns profissionais desconhecidos pelo público, de modo que fosse realizado um trabalho autêntico e simples, uma vez que eles não deixariam suas experiências de carreira refletirem na produção. O diretor de fotografia responsável foi Walter Carvalho. Para a música, Antonio Alves Pinto e Jaques Morelenbaum assinaram o contrato. As filmagens começaram em 1996 e tiveram locações no Rio de Janeiro e em alguns estados nordestinos. O longa teve sua pré-estreia mundial em uma mostra regional de cinema na Suíça em 16 de janeiro de 1998, seguido de uma exibição no dia 19 do mesmo mês no Festival Sundance de Cinema, nos Estados Unidos. Seu lançamento no Brasil ocorreu no dia 3 de abril do mesmo ano. Central do Brasil recebeu "aclamação universal" por parte da crítica especializada, que elogiou a direção, o roteiro, as atuações e a trilha sonora, e entrou em diversas publicações dos Melhores do Ano. É considerado um clássico e um dos filmes brasileiros mais importantes já feitos, uma vez que representou um grande marco no período de reflorescimento da produção cinematográfica brasileira, conhecido como "cinema da retomada", e restituiu confiança ao cinema nacional. A interpretação de Montenegro foi aclamada pelos críticos e imprensa nacionais e internacionais e rendeu-lhe uma indicação ao Oscar na categoria de Melhor Atriz — tornando-a a primeira latino-americana, a única brasileira e a única atriz já indicada ao prêmio por uma atuação em língua portuguesa — e uma indicação ao Globo de Ouro de Melhor Atriz em Filme Dramático. O filme recebeu diversos prêmios e indicações ao redor do mundo, dentre eles, uma outra nomeação ao Oscar, na categoria de Melhor Filme Estrangeiro, ao Independent Spirit Award e aos Prêmios César, e venceu o BAFTA, o Globo de Ouro, National Board of Review e o Prêmio Satellite — todos na mesma categoria. Em seu lançamento no Festival internacional de Cinema de Berlim, a produção conquistou o prestigiado prêmio Urso de Ouro de Melhor Filme e o Urso de Prata de Melhor Atriz. Em novembro de 2015, a obra entrou na lista dos 100 Melhores Filmes Brasileiros de Todos os Tempos, realizada pela Associação Brasileira de Críticos de Cinema. Enredo Dora (Fernanda Montenegro) é uma professora aposentada que trabalha como escritora de cartas para analfabetos na Estação Central do Brasil, no Rio de Janeiro. Ela frequentemente perde a paciência com seus clientes e muitas vezes não envia as cartas que escreve, colocando-as em uma gaveta ou até mesmo rasgando-as. Josué (Vinícius de Oliveira) é um pobre garoto com nove anos que nunca conheceu seu pai, Jesus, mas espera fazer isso. Sua mãe, Ana (Sôia Lira), então, contrata os serviços de Dora para poder enviar uma carta para o pai do garoto, na qual afirma que eles esperam se reunir em breve. Contudo, no momento em que a mãe e o garoto deixam a estação, aquela é atropelada por um ônibus e morre às vistas do filho, que fica desabrigado. Tempos depois, Dora leva-o para sua casa e vende-o para Yolanda (Stella Freitas) e seu marido, um casal corrupto — embora não saiba, mas ela se sente culpada após sua vizinha e amiga Irene (Marília Pêra) avisar-lhe que o casal não coloca crianças para adoção, mas sim as matam e vendem seus órgãos no mercado negro. No dia seguinte, a escritora retorna ao apartamento em que negociou Josué, engana Yolanda, e rouba-o de volta. Inicialmente, Dora hesita em se responsabilizar pelo menino, mas acaba por decidir levá-lo ao nordeste do país, a fim de encontrar a casa de seu pai e ali deixá-lo. Já naquela região, a professora tenta deixar Josué no ônibus para que ele continuasse a viagem, mas este abandona o transporte e a segue; no entanto, o garoto esquece nele a sua mochila que continha o dinheiro de Dora lhe dera. Sem recursos financeiro, eles pegam carona com César (Othon Bastos), um caminhoneiro evangélico, por quem a mulher se apaixona; porém, ao Dora encorajá-lo a beber cerveja e se declarar para ele, este os abandona em um restaurante no momento em que a mulher vai ao banheiro arrumar a sua aparência e passar um batom que havia ganhado ali mesmo. A escritora chora por não ter sido correspondida, e, em seguida, troca seu relógio por duas caronas para a cidade de Bom Jesus do Norte. Ela e Josué, na cidade, encontram o endereço de seu pai, mas os moradores atuais dizem que Jesus ganhou uma casa na loteria e que mora em um conjunto habitacional, além de ter perdido a outra moradia e o dinheiro com bebidas. Após a escritora ter brigado com o menino durante uma romaria e, subsequentemente, ter desmaiado, ambos angariam dinheiro dos peregrinos que chegaram na cidade, os quais têm intuitos de pagarem seus votos: Josué proclama os serviços de Dora e ela escreve as cartas para os romeiros. Desta vez ela posta as correspondências no correio. Eles pegam um ônibus para o conjunto habitacional; no entanto, ao chegarem no local, são informados pelos novos moradores que Jesus não mora mais lá e desapareceu. Josué diz a Dora que ele vai esperar pelo pai, mas a mulher o convida para morar consigo; posteriormente, a escritora resolve vender a geladeira, sofá e televisão de seu apartamento no Rio; para isso, ela liga para Irene e lhe pede que o faça. Isaías (Matheus Nachtergaele), um dos meio-irmãos de Josué, está trabalhando em um telhado e descobre que a senhora e o garoto estão procurando por seu pai. Depois de se apresentar, Dora diz que é amiga de Jesus e, como estava na área, pensou em fazer-lhe uma visita. Isaías insiste que ela e Josué, que, desconfiado do estranho, se apresenta como Geraldo, vão jantar em sua casa, onde conhecem Moisés (Caio Junqueira), o outro meio-irmão. Mais tarde, Isaías explica que seu pai se casou com Ana, a quem ele não conhece, mas esta lhe deixou e mudou-se para o Rio e nunca mais voltou. Isaías pede a Dora para ler uma carta que seu pai escreveu para Ana quando ele desapareceu, seis meses antes, caso ela retornasse. Na correspondência, o pai explica que foi ao Rio para encontrar esposa e o filho que nunca conhecera. Jesus promete voltar, e pede que ela lhe espere para que todos pudessem ficar juntos —  ele, Ana, Isaías e Moisés. Nesse ponto, Dora faz uma pausa, olha para Josué e diz: "e Josué, que eu quero tanto conhecer". Isaías e Josué dizem que o parente retornará; apesar de Moisés não pensar assim. Na madrugada seguinte, enquanto os garotos dormem, Dora levanta e coloca, ao lado da carta de Jesus, a que Ana lhe fizera, a qual a escritora carregou consigo desde a Estação Central do Brasil, mas nunca a enviara. Então, ela sai da casa e pega um ônibus para o Rio. Ao acordar, Josué se dá conta de sua partida. No ônibus, Dora escreve uma carta para ele, na qual diz que tem medo que ele a esqueça, e afirma sentir saudades do pai e de tudo. O filme termina com ambos olhando as fotos que eles tiraram na noite posterior à romaria para lembrarem um do outro. Elenco Fernanda Montenegro como Isadora "Dora" Teixeira Vinícius de Oliveira como Josué Fontenele de Paiva Marília Pêra como Irene Othon Bastos como César Matheus Nachtergaele como Isaías de Paiva Caio Junqueira como Moisés de Paiva Otávio Augusto como Pedrão Stella Freitas como Yolanda Soia Lira como Ana Fontenele Harildo Deda como Bené Berto Filho como Romeiro Produção Desenvolvimento O conceito remoto do filme surgiu em janeiro de 1993, logo após Frans Krajcberg ter recebido uma carta da até então presidiária Maria do Socorro Nobre e ter se impressionado com a correspondência, mostrando-a ao diretor Walter Salles, seu amigo desde 1985, quando este rodou o documentário Frans Krajcberg, o Poeta dos Vestígios. Após ter concluído a leitura da carta, o cineasta decidiu transformá-la em um curta, para isso, mandou uma pessoa procurar Socorro no presídio de Salvador e entrou em contato com ela por telefone, pelo qual afirmou que gostaria de fazer um trabalho inspirado em sua vida. Em setembro do mesmo ano, a mulher recebeu a visita de Salles com Krajcberg, a qual resultou no documentário Socorro Nobre (1995), exibido em mostras na Europa e Estados Unidos. O desejo de enviar a carta para Krajcberg manifestou-se assim que Socorro lera uma entrevista realizada com ele, publicada pela revista Veja, na qual o artista plástico contava o quão saíra arrasado da Polônia, visto que sua mãe havia sido morta e ele estava deprimido, desesperançoso. Mas quando chegou ao Brasil, viu que ainda havia vida dentro dele, e, por conseguinte, recuperou-se.Por conta daquele documentário e pelo momento de falta de comunicação pelo qual o Brasil estava presenciando na época, Salles intentou fazer um longa. Ele afirmou que o filme é um reflexo da sociedade brasileira contemporânea — a maioria da população tinha familiares desaparecidos, resultado da emigração em massa do início dos anos noventa (mais de um milhão de pessoas deixaram o país por causa do Plano Collor, cuja intenção era reestruturar a economia nacional) — e seu histórico como diretor de documentários estabeleceu uma forma de fazer filmes que estava intimamente ligada ao que estava acontecendo ao seu redor. Alguns críticos notaram uma certa similaridade com o enredo do filme Alice nas Cidades (1974), dirigido por Wim Wenders, de quem Salles é fã. O escritor brasileiro Marcos Strecker afirmou: "Nos dois casos, os personagens fogem de um futuro irrealizável e se voltam a um passado desconhecido. A falta de raízes e a crise de identidade são fios que comporão o tecido virtuoso de um novo recomeço." Os produtores responsáveis foram Arthur Cohn e Martine de Clermont-Tonnerre. Cohn recebeu o roteiro do filme por meio do Sundance Institute e achou o enredo cativante, fascinante e muito bem desenvolvido, e declarou que tem "muito orgulho de ter trabalhado neste projeto" e que a aprovação do público foi "seu maior prêmio". Apesar de angariar inúmeros argumentos por mês, a produtora-executiva Lilian Birnbaum afirmou que foi o enredo de Central do Brasil que atraiu o interesse de ambos desde o primeiro momento. Por sua vez, a equipe técnica teve um papel bastante participativo na constituição do filme enquanto um todo. Isso aconteceu desde um primeiro momento, quando se partiu para a construção de um roteiro que envolveu novos integrantes. Depois, desse procedimento interativo que a equipe alcançou, houve o planejamento da fotografia, do som, da direção de arte, da direção de atores e da finalização. Roteiro Como Salles já tinha a concepção da história, faltava ele encontrar um roteirista para desenvolver o argumento, uma vez que ele próprio não estava conseguindo evoluí-lo. O diretor então definiu o novato Marcos Bernstein para trabalhar na trama, o qual nunca tinha escrito um roteiro cinematográfico. O interesse de Salles por Bernstein surgiu na época em que este tinha ajudado na elaboração do enredo de Terra Estrangeira (1995) e, consequentemente, tornado-se co-roteirista desse filme. Após sua contratação, Bernstein convidou o também principiante João Emanuel Carneiro para que, juntos, desenvolvessem o enredo, que agradou muito o diretor. A intenção deste em conceber a oportunidade para ambos foi "a curiosidade do novo", dado que, em sua opinião, lidar com alguém que escreveu inúmeros roteiros torna-o mecânico naquilo que faz. De 1990 a 1995, quase nenhum filme tinha sido produzido no Brasil, então a equipe de produção teve que se reinventar. Para Salles, a beleza disso era que os [novos cineastas/roteiristas] eram apaixonados pela área de atuação, "porque naquele momento você tinha que ser muito corajoso para optar pelo cinema, visto que era um meio que quase tinha morrido, [...] e o fato de que essas pessoas vieram com um desejo intenso fez com que surgisse uma nova onda [de conceitos] ... Eu acredito muito mais em talento do que em experiência", declarou. Os roteiristas criaram cerca vinte e cinco versões da história antes de alcançarem o resultado final. O diretor também utilizou, tematicamente, os conteúdos que levaram-no a escolher essa profissão: a questão da identidade, as fronteiras geográficas ou psicológicas, as diversas formas de exílio. Após uma disputa com outros dois mil concorrentes, o roteiro do filme foi premiado com 310 mil dólares em um concurso promovido pelo Sundance Film Institute, convertendo-se, até aquele momento, o maior prêmio e estímulo internacional já recebido por um cineasta brasileiro a um projeto futuro de produção. Ele foi o único argumento escolhido com unanimidade pelos sete jurados internacionais do prêmio. Por intermédio da história de Socorro Nobre e devido ao motivo de a população brasileira naquele momento ter-se acostumado com a violência urbana no país, Salles teve a ideia da personagem Dora, que, por causa dos problemas sociais enfrentados pelas cidades grandes, como o desemprego e violência social, passou ignorar as outras pessoas e perdeu sua própria identidade — assim como muitos que vivem rodeado de milhões de pessoas. Alguns acontecimentos do enredo tiveram que ser alterados durante as gravações, fato que, na opinião do diretor, foi um "orgulho a equipe ter perdido o controle do filme"; à medida em que a produção progredia, novas paisagens e locais eram inclusos nas filmagens, uma vez que os produtores foram atingidos pela realidade de como é a vida na estrada. Seleção de elenco Embora tivesse trabalhado com Fernanda Montenegro em alguns projetos, Walter Salles apresentou interesse em envolver-se com ela em uma produção cinematográfica muito antes da concepção do filme, cerca de dez anos antes; contudo, ainda não tinha achado um projeto adequado para a colaboração. Após o início do roteiro, o cineasta considerou-o perfeito para Montenegro, para quem, nas palavras dele, o filme tinha sido escrito e pensado. Após ter escalado a atriz principal e a dupla de roteirista, Salles queria contratar "não-atores", em virtude de que eles poderiam entrar em si mesmos sem pretensões e não deixariam suas experiências de carreira refletirem na tela. Para o papel de Josué, o diretor procurava por um garoto que soubesse o que era a luta pela sobrevivência, mas que não tivesse perdido a inocência neste processo. A escolha por Vinícius de Oliveira para integrar o elenco aconteceu de forma inusitada, foi enquanto Salles estava no Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, e o menino, que naquela ocasião trabalhava como engraxate, o viu na fila de uma lanchonete — apesar de que não o conhecia — e ofereceu-lhe seus serviços; porém, como o cineasta não estava calçando sapato social, este pagou a Vinícius de Oliveira um hambúrguer. Enquanto o garoto se alimentava, Salles lhe observava; depois que aquele terminou de lanchar, este lhe convidou para fazer um teste para o papel. Uma semana depois, dois membros da produção procuraram pelo garoto no Aeroporto e levaram-no à VideoFilmes para que ele realizasse o teste de elenco. Vinícius o foi selecionado dentre outros 1.500 candidatos. Para a função do fotógrafo que retrata Dora e Josué em Bom Jesus do Norte, Salles desistiu de um ator que já estava cotado e contratou João Brás da Silva, um morador local que já tinha 38 anos dedicados à fotografia. Numa das cenas tomadas na casa da BR-116, um menino da mesma idade de Josué o encara e avisa a mãe que alguém a procura. O garoto foi interpretado por Edvaldo Lima dos Santos, que, após conhecer o diretor em uma das viagens de pré-produção, chegou a ser cogitado como Josué. Edvaldo foi responsável por alterar uma frase dita por sua personagem. O roteiro pedia que ele dissesse: "Mãe, o garoto aí", no entanto, o menino perguntou a Salles se poderia fazer um pequeno ajuste. "Esse mãe não está muito bom, aqui, a gente tem uma forma mais carinhosa de dizer - mãinha.", o diretor aceitou, e a fala ficou como Edvaldo queria: "Mãinha, o garoto aí". Posteriormente, Marília Pêra, Otávio Augusto, Othon Bastos e Matheus Nachtergaele foram contratados. Filmagens Devido ao fato de ser uma coprodução entre o Brasil e a França, o filme foi escolhido pelo Ministério da Cultura francês para receber recursos do Fonds Sud Cinema para que pudessem contribuir em seu financiamento. Em seguida, o governo pernambucano entrou com cerca de oitenta mil reais de patrocínio. Devido aos seus altos custos para os padrões do cinema nacional, houve uma grande operação de financiamento apoiada por leis de incentivo federais: Rouanet e do Audiovisual ( Arts. 1.º e 3.º), da Riofilme, além de recursos próprios e de investidores estrangeiros, os quais somaram um orçamento total de 2,2 milhões de dólares. As filmagens começaram no dia 8 de novembro de 1996 e finalizaram-se em meados de fevereiro do ano seguinte, sendo a própria estação Central do Brasil o primeiro local das gravações. A "turnê nordestina" do filme passou por Vitória da Conquista e em Milagres, interior da Bahia, onde os atores chegaram a enfrentar um calor de mais de quarenta graus, antes que a equipe de produção escolhesse o pequeno distrito de Cruzeiro do Nordeste, da cidade de Sertânia, a trezentos quilômetros de Recife, para representar a fictícia cidade Bom Jesus do Norte. A decisão pelo local aconteceu depois de os produtores terem percorrido cerca de dez mil quilômetros entre os estados da Bahia, Ceará e Pernambuco. Os moradores do distrito ganharam um cachê para interpretarem com os atores profissionais. Alguns momentos do filme foram totalmente improvisados, como o da passagem em que Dora está a escrever as cartas no início do filme. No primeiro dia em que instalou-se a pequena mesa na estação Central, as pessoas apresentavam-se ao local e recitavam suas cartas de verdade, e esqueciam-se das câmeras, "eram inocentes e pediam para escrevermos cartas verdadeiras", disse Salles. Pelo fato de aquelas cartas expuserem uma poesia "tão crua e tão emocionalmente verdadeira", os produtores resolveram incorporá-las ao filme, e isso imediatamente mudou sua densidade. O mesmo aconteceu com a cena da romaria, na qual participaram cerca de oitocentas pessoas, composta por todos os habitantes locais e por indivíduos vindos de cidades vizinhas, os quais trabalharam três noites inteiras. Sua gravação baseou-se na reencenação de uma peregrinação que a equipe de filmagem fizera oito meses antes, e, segundo o diretor, o que começou como uma representação tornou-se a própria peregrinação. Montenegro afirmou que foi intenso registrar essa sequência, uma vez que ela e a equipe produção tinham passado o dia num calor insano, "no fundo de um sertão abandonado, esperando a noite chegar." A produção construiu uma igreja, casa dos milagres, a agência dos Correios e o cabeleireiro. "Montamos o cenário da festa, com inúmeras barraquinhas, usando mão de obra local", declarou a produtora Elisa Tolomelli. Posteriormente, as filmagens beneficiaram a região, como canalização de água tratada e o calçamento; no entanto, as construções retrocederam com o passar dos anos, como a rodoviária local — onde uma multidão de figurantes rezou ao lado de Dora e Josué —, que foi abaixo após rachar, e a agência dos Correios do distrito, inaugurada dois anos após o filme e um dos elementos vitais para ilustrar a troca de cartas no enredo, a qual permaneceu desativada por anos e só retomou as atividades em 2013. Central do Brasil foi a primeira experiência cinematográfica de considerável parte do elenco. Vinícius de Oliveira, com 11 anos na época, nunca entrara em uma sala de cinema ou conhecera os métodos de atuação. Durante as gravações das cenas com ele, o diretor apenas lhe pedia para fazê-las, sem que o ator tivesse tido aulas profissionais de atuação, o que, segundo o ator, foi bom, visto que ele era uma criança e não aprenderia as técnicas naquele momento e que também "o personagem era muito próximo de mim, muito próximo do eu era. Eu daquele jeitinho, marrentinho, chatinho...". Em muitos momentos das filmagens, Fernanda Montenegro o apoiava com relação à performance, não portando-se, na palavras dele, como a super-estrela que ela era, o que trouxe o [bom] resultado final do filme. Em 1995, Socorro saiu do presídio, sob liberdade condicional. No ano seguinte, o cineasta, sem explicar o motivo, a convidou para ir ao Rio de Janeiro, e, quando chegou no local, os ensaios para as filmagens já haviam começado. Salles lhe pediu para escrever uma carta, como se fosse para alguém querido que estivesse preso. No filme, Socorro aparece na primeira cena, na qual dita, para Dora, uma carta de desilusão amorosa. Fotografia O diretor de fotografia responsável foi Walter Carvalho, que já tinha trabalhado no filme anterior de Salles, Terra estrangeira. A escolha por aquele, nas palavras deste, foi devido ao fato de Carvalho dispensar a parafernália técnica dos [fotógrafos] americanos e trabalhar com poucos recursos e uma câmera portátil (a francesa Aaton Digital). Salles comparou-o com o diretor de fotografia mexicano Gabriel Figueroa, cujo trabalho foi de muita importância para a cinematografia latino-americana, já que Carvalho "encarna, rigorosamente, a figura do diretor de fotografia, o homem que dá 'alma' ao filme". A película foi majoritariamente rodada com o tipo de câmera Panaflex e em lentes widescreen. A execução das câmeras foi de grande relevância para exteriorizar a visão que Dora tinha do mundo. Pelo fato de a personagem, inicialmente, não conseguir "ver" além da pessoa que se encontra à sua frente, o foco da lente é exclusivo a ela; isso se comprova, por exemplo, no momento em que a senhora entra no metrô lotado e Josué, pelo lado de fora, a observa. À medida em que a mulher se aproxima do menino e, gradualmente, vai descobrindo que o mundo é mais amplo do que aquele que ela via pela janela de seu apartamento ou na estação e começa a ter interesse pelo próximo, as lentes permitem uma elevada profundidade de campo que não era perceptível anteriormente e uma nova escala de cores se introduz no filme — como o azul do céu, o verde das árvores, o vermelho e outras cores que não fazem parte, em geral, da paisagem carioca, desabrochando um novo olhar de mundo, olhar esse que estava há muito tempo exilado em Dora. Para a sequência em que ela procura Josué na romaria, o fotógrafo logrou essencialmente da luz de setecentas velas carregadas pelos fiéis para criar o clima místico. Apesar de haver uma iluminação adicional que contorna de forma delicada a procissão, Carvalho usou da sensibilidade e emoção para gravar o momento, a fim de causar a impressão de que não há luminosidade artificial. O modo de fotografar algumas sequências em forma de documentário, deixar opções abertas no roteiro, na história e na narrativa, de forma que o ato de filmar em si mesmo permita a incorporação de novos elementos e o formato de viagem terrestre tiveram influencias do Neorrealismo italiano e do Cinema novo. Música A trilha sonora foi composta por Antonio Alves Pinto e Jaques Morelenbaum. Alves Pinto conheceu o projeto por intermédio de sua irmã Daniela Thomas, que co-dirigiu com Salles o filme Terra Estrangeira, e rapidamente interessou-se, uma vez que a produção tratava de um tema adulto e o desafio era maior do que aquele que fora exigido em seu primeiro e mais recente trabalho — Menino Maluquinho - O Filme. Com o intuito de ser contratado, o compositor criou várias músicas, de modo que ele pudesse convencer o diretor "pelo excesso". No entanto, este, por insegurança naquele, contratou José Miguel Wisnik para o trabalho, o qual não vingou devido a uma discrepância entre ambos, o que fez com que Wisnik se retirasse da produção. Novamente outro músico foi admitido, mas, por problemas de conceito entre ele e Salles, desligou-se do projeto. A atenção do cineasta então voltou-se para Alves Pinto, que foi inicialmente contratado para compor músicas adicionais. Porém, como Salles e Daniela estavam envolvidos em outro projeto, intitulado Meia-Noite, o diretor então ofereceu ao compositor a oportunidade de produzir um tema para o filme. O músico trabalhou por cinco dias na elaboração da faixa "Central do Brasil", a qual muito agradou a Salles. Este, em seguida, ofertou-lhe a função de elaborar toda a trilha sonora, proposta que foi prontamente aceita. A trilha levou quase quatro meses para ser realizada e utilizou-se dezesseis cordas, uma rabeca, viola, violão e piano. "Se eu tivesse mais dinheiro pra fazer a trilha, eu usaria 150 cordas", afirmou o compositor. Alguns críticos notaram a influência do minimalismo de Philip Glass – ao menos no tema principal da obra. No entanto, a ISTOÉ publicou que "Mesmo assim não é demérito para os autores Antônio Pinto e Jaques Morelenbaum, que captaram a sensibilidade da história [...] e compuseram um pequeno concerto erudito com uma ótima formação de piano e cordas. É o tipo de música que não só serve de apoio às belas imagens de Central do Brasil como sobrevive perfeitamente fora das telas." Na produção, foram utilizadas ainda algumas canções previamente lançadas por artistas, entre as quais: "Mama África", de Chico César; "Toada e desafio", de Capiba; "Preciso me encontrar", de Candeia; "Ruínas da Babilônia", de Fauzi Beydoun; e "E Deus por nós", de Fátima Leão e Alexandre Neto. Efeitos sonoros Para a criação dos efeitos sonoros, Salles inspirou-se no trabalho do franco-suíço Jean-Luc Godard, que não processava o som de seus filmes de forma repetitiva e nunca deixava o áudio em plena sincronia com as cenas; e foi por meio deste que Salles compreendeu que o som tem um potencial narrativo muito poderoso, sendo Central do Brasil seu primeiro filme em que ele conseguiu aplicar e fazer funcionar esse conceito. Para a cena inicial, a qual se passa na estação, a equipe de sonoplastia criou cerca de 25 a 30 camadas diferentes de som, as quais englobam o barulho dos trens, os alto-falantes, o eco das conversas de centenas de pessoas e as vozes dos clientes de Dora ditando suas cartas; todas essas camadas se somam umas às outras e às vezes até se colidem. À proporção que a história penetra no coração do país, quanto mais perto as personagens principais estão de chegar do hipotético pai de Josué, mais definidas essas camadas de som se tornam, e mais específicas elas ficam. Por exemplo, o público já é capaz de ouvir claramente um cachorro latindo ou uma criança cantando algo no fundo; para se conseguir esse resultado, as camadas foram gradativamente diminuídas para mostrar que as personagens estavam recuperando a compreensão do mundo ao seu redor. Organização da narrativa O filme desenvolve-se em uma narrativa que recebe influências da estrutura clássica, realista, muito adotada no cinema, na qual as personagens se deslocam no mundo movidas por tensões e tentam resolver seus conflitos. Ao fim de suas travessias, precisam terminar a trama modificadas. Tanto do ponto de vista narrativo, como do pessoal, eles devem se encontrar, no fim, longe de onde estavam e transformados emocionalmente; e é isso o que se observa em Dora. O enredo organiza-se ao longo de três atos. No primeiro, também conhecido como Apresentação, exibe-se o argumento, a história, e aponta, de forma introdutória, o que o público precisa saber. Neste ponto são revelados os traços das personagens centrais, e concomitantemente são lançados os elementos que constituem a trama e que determinarão seu desenvolvimento. Essas primeiras informações são mostradas durante a exposição do filme, fase que engloba o conjunto de algumas informações cruciais, aquelas que alavancarão a ação. Na parte em que Dora e Josué entram no ônibus — momento deflagrado por uma tensão (a fuga) que antecipa a história, tirando os protagonistas de um estado de equilíbrio para o momento de confusão, próprio ao desenvolvimento da trama, em que irão se deparar com outros conflitos e novos desafios —, conclui-se o primeiro ato, sendo que cada veículo que tomam, seja ônibus, seja caminhão, os leva para outro caminho da história, até outra fase do roteiro. No momento em que as personagens penetram rumo ao interior, marca-se o segundo ato. Após vários acontecimentos, como a paixão de Dora e a inserção em um ritual religioso, observa-se as mudanças no ser da senhora. A mulher nervosa e aborrecida que escrevia as cartas ditadas na estação mostra-se mais atenciosa diante do povo de Bom Jesus do Norte. Antes, ela redigia as cartas de quem estava na capital e queria mandar notícias para quem estava no interior; agora, ela redige as mensagens de quem está no interior e se corresponde com quem partiu para a cidade grande. Há uma troca da trajetória das cartas, numa mesma inversão pela qual Dora passou, deslocada do seu lugar de quem escrevia de uma agitada estação ferroviária da metrópole e, agora, de uma feira de um pequeno município do Nordeste. O terceiro ato é na ocasião em que as personagens avançam ao final do filme, quando Dora leva Josué ao encontro de suas origens e, por fim, ao encontro dela mesma. Ao chegarem na casa do pai do menino, descobre-se ele não está, apenas os dois irmãos do garoto, uma vez que o pai havia ido ao Rio de Janeiro em busca da mulher. É aqui que se assiste ao clímax da obra, momento em que cabe a Dora, a única letrada entre eles, ler a carta que o pai havia deixado, caso a mãe de Josué retornasse. Este encontra-se acolhido no lar, e, então, a sua peregrinação com Dora se completou, pois ela, finalmente, o conduziu até sua família. Temas e análises Vários críticos e acadêmicos têm analisado Central do Brasil, sendo a busca pela identidade, o analfabetismo no Brasil e a redescoberta própria os temas mais recorrentes em seus estudos. Para Salles, o filme é definido como "uma pequeníssima odisseia: um garoto em busca do pai, uma mulher à procura de seus sentimentos, um país à procura de suas raízes". A procura pelo pai pode ser interpretada com a procura de um outro Brasil, sugerindo que as profundas marcas deixadas pelos males sociais do passado recente poderiam, de alguma forma, ser superadas por uma união criativa: o velho e o novo Brasil. No pôster, a cabeça de Dora no colo do menino Josué pode-se aludir à compaixão do futuro em relação aquele país de 1998, quebrado e estagnado economicamente e prosternado diante do Fundo Monetário Internacional. As cores são usadas de forma simbólica durante todo o filme. No início, para retratar a impessoalidade da estação Central do Brasil, juntou-se a coloração em tons ocre, amarelo desbotado e em bege com a cor natural do ambiente e com a fotografia sem perspectiva, a qual está conectada ao close-up entre Dora e seus fregueses. A figura do trem, dos trilhos, as cartas, as canetas, o pião de Josué e até o lenço de sua mãe definem uma mensagem de uma urbanização desenfreada. Mas para que a monocromia da cena fosse amenizada, utilizou-se elementos azulados para que fossem distribuídos no cenário de modo que desenhassem pontos no enquadramento. No segundo ato, no momento em que Dora e Josué estão dentro de um ônibus em direção ao Nordeste, as cores tornam-se abundantes e diversas e suas densidades permanecem em conjunto com a paleta de cores mais ensolarada. Outro aspecto a se notar é a presença de poeira, que remete ao tempo, à degradação, os quais, por sua vez, demonstram características fundamentais à história, como a região e condições socioeconômicas. As cores azul e violeta auxiliam como ponto de fuga no enquadramento, as quais advêm de planos que realçam o azul das roupas de figurantes, do céu, além do de pinturas na paredes, como aquelas do conjunto habitacional em que moram os irmãos de Josué, as quais dão uma sensação fastidiosa. O vermelho também é importante, uma vez que é uma cor muito emocionalmente intensa. Na cena em Dora se apaixona pelo caminhoneiro e vai ao banheiro e passa o batom, a cor deste simboliza sua paixão, ação e desejo pelo senhor. No final do filme, quando ela está prestes a deixar a casa dos garotos, o vermelho novamente entra em cena e desencadeia certa indagação com relação à sua autoestima, e, no momento em que a senhora sai da moradia, a cor parece agregar um único bloco de azuis — provenientes do seu vestido, das casas e do próprio céu. A viagem das personagens também expõe a necessidade de abandono das cidades, sem esperanças, e a escapada para o interior em busca das raízes. Na verdade, esse é o caminho inverso da migração comum no Brasil, em que os retirantes do Nordeste rumam para as grandes cidades do Sudeste, à procura de uma vida melhor. "A viagem deles exprime o abandono do espaço urbano degenerado, uma fuga para o interior, para o campo. Ao deixar o Brasil industrializado, fracassado pela violência e pelo afeto desaparecido, os personagens tentam retornar ao passado mítico do interior e do Nordeste", observou Marcos Strecker. Nota-se também muitas referências aos meios de transporte e às ocorrências de locomobilidade, a começar pelo próprio trem. Em um momento, a escritora surge no interior vagão da locomotiva, retornando para sua casa, após uma jornada de trabalho na estação. A ação é marcada por uma trilha sonora melancólica ao fundo, ritmada pelo compasso dos movimentos dos passageiros que se seguram em pé. Sobre a cena da romaria, Walter Carvalho afirmou que "a peregrinação específica que reproduzimos foi a da virgem da luz de velas que traz luz à escuridão, ou seja, ao cinema." Lançamento Distribuição e divulgação Central do Brasil foi exibido pela primeira vez em uma mostra regional de cinema na Suíça em 16 de janeiro de 1998, seguido de seu lançamento mundial três dias depois no Festival Sundance de Cinema, nos Estados Unidos, no qual angariou elogios pelo público e pela crítica. Durante sua apresentação, a obra recebeu uma ovação de pé e emocionou os que estavam presentes. O idealizador do festival, o ator Robert Redford, afirmou que o "filme se transformou em uma das atrações mais aguardadas pelos jornalistas e pelo público." Após sua apresentação, a Miramax e a Sony Pictures Classics disputaram acirradamente pelos direitos de distribuição internacional do filme, o que terminou em uma divisão entre as duas empresas: a primeira ficou responsável pelo lançamento em território norte-americano, a segunda, com a Europa e América Latina, via Buena Vista. No dia 14 de fevereiro, a película estrelou no Festival de Berlim, onde foi bem recebida pelos críticos e levou os dois mais prestigiados troféus da cerimônia, o Urso de Ouro e Urso de Prata de Melhor Atriz, tornando-se o primeiro filme brasileiro a ganhar os prêmios no festival, além do Prêmio de Melhor Filme (júri ecumênico). Seu próximo lançamento em um festival no exterior foi no Internacional de Vancouver, em setembro, no qual, ao lado de A Vida É Bela, foi o mais procurado pelo público. Ainda naquele mês, apresentou-se no Festival de San Sebastián, na Espanha, em que foi agraciado com o prêmio Melhor Filme Júri Público, e no Festival de cinema Manaki Brothers, Macedônia do Norte, onde levou o prêmio Câmera de Ouro, dedicado à criatividade de diretores de fotografia de todo o mundo. No dia 13 de setembro, a obra estreou no Festival Internacional de Cinema de Toronto, na seção "Gala Presentations", que apresenta longas-metragens que receberam destaque ao longo do ano. Em 22 de outubro, apresentou-se no Festival Internacional de Cinema de Chicago como o filme de encerramento da noite, seguido do Festival Internacional de Cinema de Fort Lauderdale, no qual levou o prêmio de Melhor Atriz. No mês seguinte, estreou no Festival Internacional da Arte da Cinematografia (Camerimage), na Polônia, o qual premiou o filme com o Golden Frog, e no Festival Internacional de Cinema de Mar del Plata. Entretanto, antes mesmo do seu lançamento em território brasileiro e da premiação na berlinale, Central do Brasil já tinha os seus direitos vendidos mundialmente, um fato raro até então na cinematografia brasileira. A primeira exibição oficial do filme nos cinemas aconteceu em 3 de abril de 1998 no Brasil, lançado inicialmente com apenas 36 cópias. Inicialmente, a distribuição estava sob a responsabilidade da Riofilme, que se juntou à distribuidora Severiano Ribeiro Distribuição. A estratégia de lançamento ficou a cargo de Bruno Wainer, que preferiu um lançamento prudente. Ele assumiu a tarefa de distribuir o filme em novembro de 1997, ocasião em que já havia uma estratégia em andamento. A concepção original era lançar Central do Brasil em seguida à sua exibição no Festival de Sundance, de modo a aproveitar a repercussão desta exibição junto à mídia. Contudo, quando o distribuidor entrou em contato com a obra, ele logo teve a certeza de estar diante do filme brasileiro mais importante daquele momento e notou que havia ali um grande potencial. Suas sugestões foram sendo aceitas pelos produtores, e o resultado do processo foi uma readequação do projeto original. Wainer agiu para que pudesse ter a oportunidade de aglomerar um maior conhecimento do local em que estava atuando. Como consequência, a data de lançamento foi adiada de janeiro para abril; o motivo é porque janeiro é a época de filmes de férias e fevereiro e março são meses dominados pelos filmes que concorrem ao Oscar. Houve também um poderoso trabalho de propagação boca à boca do filme, através de pré-estreias pelas principais praças do País. O eixo Rio-São Paulo foi o que obteve especial atenção, devido a seu grande público. Sua primeira apresentação em um cinema fora dos circuitos brasileiros ocorreu na Espanha, em 16 de outubro de 1998. No dia 20 de novembro, Central do Brasil estrou oficialmente nos cinemas dos Estados Unidos, em duas salas de Nova Iorque, onde foi batizado de "Central Station" e nas quais recebeu elogios dos críticos. Seis dias depois, ele foi lançado em outras cinco salas na Califórnia. Posteriormente, 85 cópias do filme foram exibidas em 28 cidades de pequeno e médio portes do país. A intenção da Sony foi deixar a obra em cartaz até março, mês em que aconteceu a premiação do Oscar, para que ela fosse a representante brasileira a concorrer à estatueta de Melhor Filme Estrangeiro. O próximo país que exibiu o filme foi a Itália. Na Europa, os maiores públicos foram na França, com um total de 590 mil espectadores; seguido da Alemanha, com 300 mil; Itália, com 242 mil; Suíça e Reino Unido, ambos com 200 mil; e Espanha, com 120 mil pessoas. Classificação indicativa No Brasil, em seu lançamento para os cinemas, Central do Brasil foi classificado como "não recomendado para menores de doze anos", de acordo com o Sistema de Classificação Indicativa Brasileiro do Departamento de Políticas de Justiça (DPJUS). Nos Estados Unidos, o filme recebeu da Motion Picture Association of America (MPAA) uma classificação R (Restrito) por conter "linguagem inapropriada", isto é, "menos de dezessete anos requer o acompanhamento dos pais ou responsável(eis) adulto". O sistema de classificação British Board of Film Classification (BBFC), do Reino Unido, deu uma recomendação para maiores de quinze anos. Em Portugal, a organização de Inspeção-Geral das Atividades Culturais atribuiu-lhe uma classificação M/12. Assim, foi recomendado para maiores de doze anos. A organização Media Development Authority, da Singapura, avaliou-o com o PG, ou seja, "Orientação Parental Recomendada, uma vez que alguns conteúdos podem não ser adequados para pré-adolescente. O Office of Film and Literature Classification, da Austrália, certificou a obra com um M, com outras palavras: Recomendado para públicos maduros, visto contém material que necessita de uma observação adulta. Já a finlandesa Valtion Elokuvatarkastamo classificou-o com K-11: "Somente para onze anos ou mais". Formato doméstico Central do Brasil foi primeiramente distribuído em VHS, em 1999, pela distribuidora Europa-Marcondes. No ano seguinte, o filme foi distribuído em DVD; ainda é possível se encontrar cópias em DVD à venda, já que a VideoFilmes continua distribuindo a obra nas casas especializadas. Esta é uma ocorrência excepcional de verticalização audiovisual na Retomada, e é a carreira mais longa de comercialização de um filme brasileiro no mercado de home video nacional. O lançamento em DVD inclui "menu interativo, notas de produção, seleção de cenas, notas sobre elenco e/ou diretor, trailer de cinema e o making-of". Na América do Norte, foi distribuído em DVD pela Columbia TriStar no dia 13 de julho de 1999 nos formatos anamórfico, Dolby e NTSC. Em território japonês, foi apresentado em 3 de dezembro. Já no Reino Unido, o lançamento em PAL ocorreu em 5 de agosto de 2002, por meio da Buena Vista. Em 24 de fevereiro de 2004, a Homevision lançou uma coleção composta por nove discos. Na França, foi comercializado em formato DVD apenas em 1 de março de 2011. Recepção Bilheteria Central do Brasil foi um sucesso no Brasil. Em seu primeiro final de semana de estreia, cerca de setenta mil pessoas assistiram a obra, o que indicava uma ótima taxa de público por cópia lançada. O filme ultrapassou todas as expectativas, e angariou um público de um milhão e duzentos mil espectadores ao cinema; isso na primeira fase de lançamento. No entanto, ainda assim, Salles encontrou dificuldades para a exposição ao público nacional, visto que quando a película foi lançada, muitas salas estavam exibindo Titanic. Na semana seguinte, mais 250 cinemas começaram a exibir The Man in the Iron Mask — em suma, oitenta por cento das salas brasileiras estavam ocupadas por dois filmes americanos, o que, nas palavras do diretor, "é mais difícil, sem nenhum maniqueísmo, conseguir salas para exibição de um filme brasileiro do que trazer o público para vê-lo. Após sete meses de exibição, Central do Brasil chegou a um número de 1.300.000 espectadores, o que permitiu alcançar uma renda aproximada de sete milhões de reais. Não obstante, teve uma segunda fase em função do êxito alcançado no âmbito internacional. O faturamento do filme ampliou no ano de 1999, em consequência de seu relançamento, por conta de suas indicações ao Oscar. A dimensão do empenho deste relançamento foi de maior força do que a do lançamento original, o que se comprova na cidade de São Paulo, por exemplo, onde o filme retornou ao circuito em vinte salas, no dia 6 de fevereiro. Nessa fase da comercialização, o número de cópias em circulação chegou a oitenta; na sua oitava semana em cartaz, Central do Brasil ainda se mantinha com 54 películas em exibição. Ao fim de sua carreira comercial no país, a obra fez um público total de 1.593.367 e uma receita de 7 666 835 de reais. Nos Estados Unidos, a obra abriu na cinquentésima posição dos filmes mais assistidos de 20 de novembro, recebendo um total de 35 710 dólares arrecadados em dois cinemas, com uma média de 17 855 dólares por sala. Após sete dias em exibição, o qual foi considerado seu segundo fim de semana de abertura, o filme angariou 75 991 em sete salas — um aumento de 113 por cento em relação final de semana anterior, dia 22. Nas semanas seguinte, Central do Brasil apresentou oscilações. Foi no dia 15 de janeiro de 1999 que o filme ultrapassou a marca de um milhão de dólares. Após ter sido anunciado, em 9 de fevereiro, os indicados ao Oscar, sua bilheteria expandiu cerca de 114 por cento em comparação a do final de semana anterior, saltando de 1 735 112 para 2 277 760. Após 34 semanas em exibição, o filme encerrou sua carreira no território americano em 9 de julho, em cinco cinemas, com um público total de 1.300.000 e uma arrecadação de 6 500 000 de dólares. Outras nações que apresentaram uma forte bilheteria em dólares foram França, com 3 440 000; Alemanha, 1 800 000; Itália, 1 300 000; Reino Unido, 1 000 000; Espanha, 720 000; Suíça, 600 000; Argentina, 540 000; Bélgica, 480 000; Uruguai, 260 000; México, 200 000; Chile, 147 000; Venezuela, 112 000; Peru, 110 200; e Coreia do Sul, com 103 000 dólares. Atualmente, Central do Brasil ocupa a 68.ª posição entre os filmes estrangeiros de maiores bilheterias na América do Norte e foi o 154.º mais bem-sucedido mundialmente naquele ano. Resposta da crítica Após sua liberação, Central do Brasil foi frequentemente considerado como um dos melhores filmes de 1998 pelos críticos cinematográficos e pela imprensa nacional e internacional; elogios vieram principalmente para Fernanda Montenegro e Walter Salles. Pela sua grande aceitação por parte da crítica e do público, foi considerado de um "sucesso inesperado." No agregador de resenhas Rotten Tomatoes, o filme recebeu um "Certificado Fresco" e marcou 94 por cento de aprovação com base em comentários de 48 críticos, e registra uma nota 7.9 de 10. De acordo com o site, o consenso crítico do filme diz: "O diretor Salles transcende os clichês de filmes de estrada e produz um filme que é tão flexível quanto universal". No Metacritic, que atribui uma média aritmética ponderada com base em 100 comentários de críticos mainstream, o filme recebeu 80/100 pontos com base em 24 comentários, indicando "análises geralmente favoráveis". Ainda no website, foi classificado como o 11.º melhor filme do ano, assim como o 46.º mais comentado, e o 64.º mais compartilhado. O crítico Rick Groen, do The Globe and Mail, deu-lhe a classificação máxima de cinco estrelas e afirmou: "[Central do Brasil] é um conto simples, mas poderoso [...] e que facilmente integra o grupo dos dez melhores filmes do ano; e finalizou chamando Montenegro de "revelação que nos permite assistir a sua lenta e orgulhosa regressão a um estado de relativa inocência." A nota máxima também veio de Jami Bernard, crítico do New York Daily News, que escreveu: "Normalmente, o som [que se ouve] nos cinemas é de trituração de pipoca. Mas o som nos cinemas onde o filme foi exibido é de corações partidos." Em sua publicação ao San Francisco Chronicle, Edward Guthmann declarou que "deslumbrante, Montenegro dá uma performance marcante no filme, e, mesmo sem maquiagem e esbanjando seus 67 anos, ela é sensacional." Ele observou que, à medida em que as duas personagens principais mergulham no interior brasileiro, Central do Brasil coincide a odisseia física com uma jornada rumo à alma. O brasileiro Pablo Villaça também deu cinco estrelas em cinco e publicou no site Cinema em Cena que: "Walter Salles realiza, enfim, mais um grande trabalho. Sua direção é sincera e hábil ao mostrar um Brasil feio, pobre, mas rico em sentimentos." Sobre Fernanda Montenegro, descreveu sua atuação simplesmente absoluta. "O 'aprendizado' de sua personagem é transmitido de uma maneira tão inteligente que não há como deixarmos de comemorar cada nova vitória, cada pequena alteração em seu comportamento. Além disso, temos as belas atuações de Marília Pêra, que cria uma personagem curiosamente ingênua em meio ao caos e à amargura que imperam em Central do Brasil; e de Othon Bastos, que consegue, durante o pouco tempo em que aparece na tela, deixar uma impressão profunda na mente da platéia graças a seu carisma e à sua gentileza. Mas não posso deixar de destacar o brilhante trabalho de Vinícius de Oliveira. É impressionante o talento deste garoto. Basta citar o momento em que ele vê um homem, que acredita ser seu pai, se aproximar. Ele engole em seco, arqueja quase imperceptivelmente e se cola à parede. São detalhes muito sutis, mas que recheiam toda a atuação do menino." Para o saudoso crítico americano Roger Ebert, em sua análise ao Chicago Sun-Times, o sucesso do filme repousa em grande parte sobre os ombros de Fernanda Montenegro, uma atriz que elimina com sucesso qualquer desejo que possa permitir que o sentimentalismo arruíne seu relacionamento com a criança. Ela entende que o filme não é realmente sobre a busca do menino por seu pai, mas sobre seu próprio despertar. Esse processo é medido com tanto cuidado que nem percebemos o ponto em que ela se torna uma pessoa mais gentil." Com relação à atuação de Vinícius de Oliveira, o crítico afirmou que o ator interpreta Josué tão bem que seu desempenho é transparente. Janet Maslin, escritora do jornal The New York Times, escreveu que o filme é "maravilhosamente desempenhado por Montenegro" e que "Salles traz grande ternura e surpresa para os eventos que pontuam esta odisseia [...] e a Sra. Montenegro lembra Giulietta Masina em ambos mau humor e aparência"; Maslin finaliza que "o cineasta dirige de forma simples e vigilante, com um olhar que parece penetrar em todos as personagens." O jornalista David Denby, em sua matéria à revista The New Yorker, concordou com a escritora e afirmou que "Fernanda Montenegro, a grande estrela do Brasil, rivaliza com atrizes lendárias como Masina e Jeanne Moreau em sua capacidade de atuar; em sua conclusão, escreveu que "este sagaz e resistente filme brasileiro move-se com certeza e convicção da negação absoluta para algo como otimismo." Em sua revisão para o The Guardian, Bob Flynn destacou que "o mais surpreendente é que o filme foi feito por um documentarista, a maior parte do elenco e da equipe nunca tinha trabalhado no cinema antes, e um dos destaques é um menino de nove anos de idade, que nunca tinha ido a um cinema [...] Ainda mais milagroso é que este épico intimista de redescoberta aparece depois de uma década em que o cinema brasileiro quase deixou de existir." Paul Tatara, para o canal de notícias CNN, escreveu que Salles traz à tona o novo neo-realismo em Central do Brasil; e chamou o enredo de "interessante", completando: "todo o filme é extremamente bem executado [...] e não será surpresa se Montenegro for indicada ao prêmio [Oscar] de Melhor Atriz." Owen Gleiberman, da revista Entertainment Weekly, notou que "em linhas gerais [...] Salles, como Vittorio De Sica e Jean Renoir, exibe uma sensação pura em seu filme." A revista britânica Total Film publicou que "o ex-documentarista Walter Salles tem criado uma viagem lírica cativante no filme. [...] Cheia de referências religiosas, a obra também é abençoada por duas excelentes performances da veterana Fernanda Montenegro e do recém-chegado Vinicius de Oliveira." Rafael W. Oliveira, em sua critica de cinema para o site brasileiro Plano Critico, premiou o filme quatro estrelas e meia em cinco e elogiou Salles pela forma como ele captura as paisagens áridas e hipnotizantes "de tal forma [...] que o clima de solidão parece exalar para além da tela." Ainda observou que "a fotografia de Walter Carvalho que cria contrastes belíssimos entre as paisagens, trazendo um ar quase caseiro ao filme, mas que auxilia na convicção dos espaços onde a trama se situa, [além de que] o roteiro de Marcos Berstein e João Emanuel evita estereótipos e mostra o povo brasileiro como ele é, ou apenas como qualquer ser humano é: cada um com seus próprios limites morais, seus dramas, suas angústias e seus desejos." Por fim, o crítico mostrou-se admirado com as interpretações de Oliveira e Montenegro e afirmou que ela "é, de longe, a melhor atriz que o nosso cinema já teve. Sua atuação [...] é impecável, rica em sutilezas e detalhes, onde a atriz consegue dizer muito através de seus olhares e expressões tristes, duras, típicas de alguém que já apanhou bastante da vida. A emoção parece perscrutar não apenas o rosto da atriz, mas também os próprios sentimentos do espectador. E qual não foi a injustiça quando a atriz acabou não levando a estatueta naquele ano?". Marcelo Camacho, em sua resenha para a revista Veja, concordou com a matéria de Rafael no que se trata de que Salles traçou um retrato do Brasil que evita estereótipos, e finalizou que "com história emocionante, bem alinhavada, interpretações precisas e tecnicamente perfeito, Central do Brasil é um banho de realismo numa cultura cinematográfica profundamente marcada pelo discurso delirante e por metáforas canhestras. [...] Boa parte do sucesso do filme se deve a química entre Fernanda Montenegro e o garoto Vinícius de Oliveira." Prêmios e indicações O êxito comercial e crítico de Central do Brasil também mostrou-se presente nas suas premiações. No circuito internacional e nacional de láureas cinematográficas, a obra acabou arrebatando no total mais de cinquenta prêmios e indicações importantes. Seguidamente a seu lançamento, apresentou-se como um dos favoráveis para receber indicações a prêmios prestigiados do cinema. Logo em sua segunda exposição, ocorrida no Festival de Berlim, o filme já conquistou um dos mais prestigiados troféus do cinema, o Urso de Ouro, fazendo dele a primeira produção brasileira a recebê-lo, além do Urso de Prata de Melhor Atriz e o Prêmio de Melhor Filme (júri ecumênico). A ótima recepção crítica em relação ao desempenho de Fernanda Montenegro lhe garantiu vitórias em diversos festivais e premiações na categoria de "Melhor Atriz". Posteriormente, a obra foi indicada a importantes prêmios do cinema mundial como ao Oscar, BAFTA, César, Globo de Ouro, entre outros. Ao primeiro, em sua 71.ª edição, recebeu nomeações nas categorias de Melhor Filme Estrangeiro e Melhor Atriz, tornando Montenegro a primeira latino-americana a fazê-lo; já na 52.ª cerimônia do BAFTA, ganhou em Melhor Filme em língua não inglesa, o primeiro filme majoritariamente nacional a ser indicado e ganhar na categoria. Nos Prêmios Globo de Ouro de 1999, ganhou Melhor Filme em Língua Estrangeira e foi nomeado a Melhor Atriz em Filme de Drama. Ganhou Melhor Filme Estrangeiro e Melhor Atriz no National Board of Review. Nos Prêmios APCA 1999, oferecidos pela Associação Paulista de Críticos de Arte, a produção ganhou todas as categorias para as quais fora nomeada: Melhor Filme, Melhor Direção, Melhor Atriz e Melhor Fotografia. Na 4.ª edição do Prêmio Guarani de Cinema Brasileiro, o filme se saiu como o grande vencedor e levou sete prêmios — até então, nenhum filme havia vencido em mais de quatro categorias. Das nove indicações, recebeu os seguintes Guaranis: Filme, Direção, Atriz, Roteiro, Fotografia, Trilha Sonora e Revelação; concorreu ainda a Melhor Atriz Coadjuvante (Marília Pêra) e Figurino. Legado Central do Brasil tornou-se um marco na história cinematográfica do Brasil e foi responsável pela inserção do cinema nacional no circuito mundial. Apesar de alguns filme da primeira fase da Retomada do cinema brasileiro (1992-2003) terem alcançado o mercado de exibição audiovisual internacional, como O Quatrilho (1995) e O Que É Isso, Companheiro? (1996) — ambos indicados para Oscar de Melhor Filme Estrangeiro, Central do Brasil destacou-se por ser o pioneiro no seleto grupo de filmes "internacionais". O cineasta Anthony Minghella comentou que: "Este pequeno filme brasileiro tocou mais corações do que praticamente qualquer outra película que eu conheça. Ele trouxe consigo uma voz autêntica para o cinema internacional. [...] E, depois de seu estrondoso sucesso no mundo inteiro, Walter Salles poderia muito bem ter tirado proveito das muitas portas que o filme lhe abriu para filmar em Hollywood, em inglês e com todo o apoio financeiro de que precisasse." O crítico brasileiro Ruy Gardnier observou que "o filme, depois da premiação na Alemanha, passou a ser o fantasma-mór do cinema brasileiro. Para uns é o modelo que o cinema brasileiro deve seguir; para outros é o modelo infame do grande capital. Central do Brasil povoou todos os sonhos e pesadelos da 'classe' cinematográfica para bem e para mal. Poucos, os mais sóbrios, souberam realizar a operação psicanalítica e se livrar do fantasminha camarada que foi Walter Salles com seu Central. Muito se correu atrás de erros no filme, muito se falou de populismo, de violência amenizada, de covardia política; e inversamente, muito se falou de 'saída' para o cinema brasileiro, de importarmos de vez uma forma de cinema que 'é a certa'. Assim, discutiu-se muito pouco o filme e sim o que representava sua ascensão ao título de 'obra exemplar' do cinema brasileiro". O filme foi incluído em diversas listas de "os melhores", e a atuação de Fernanda Montenegro foi considerada uma das melhores do ano. A Associação de Críticos de Cinema do Rio de Janeiro elegeu-o o "Filme do Ano". O National Board of Review, a revista Time e o jornal The Globe and Mail incluíram-no entre os Dez Melhores Filmes do Ano. O website "They Shoot Pictures, Don't They?", dedicado a importantes cineastas, elaborou uma pesquisa com mais de três mil críticos de cinema, diretores, acadêmicos e outros profissionais na área de todo o mundo sobre os "1.000 Melhores Filmes já Produzidos", e a obra foi incluída. No catálogo de mesmo título elaborado por John Walker, a película foi posicionada na 311.ª colocação. Com base na publicação de 2007 dos 400 Melhores Filmes Americanos, realizada pelo Instituto Americano do Cinema, a Alliance of Women Film Journalists compilou uma dos 100 Melhores Filmes de Sempre (em ordem alfabética), na qual Central do Brasil foi inserido. No mesmo ano, o jornal britânico The Guardian colocou-o em uma edição semelhante a dos 1001 Filmes para Ver antes de Morrer, assim também o site especializado "Listology" incluiu-o em sua lista de mesmo nome. Em 2010, a revista de cinema Empire classificou-o 57.º lugar na sua lista de "Os Melhores Filmes de Língua não Inglesa de Todos os Tempos", e destacou as atuações de Fernanda Montenegro e Vinicius Oliveira — "É fácil ver por quê os dois receberam uma chuva de prêmios depois do lançamento" — e a delicadeza do filme: "Sua premissa simples camufla a complexidade desse belo par de personagens, espinhosos e autênticos. É tocante, lindamente filmado, maravilhosamente musicado e ainda sobra tempo para mostrar um lado sombrio e desconhecido do Brasil". A cineasta Gina Prince Bythewood listou-o entre seus "Cinco Filmes Favoritos". No ano de 2015, a obra entrou na lista dos 100 Melhores Filmes Brasileiros de Todos os Tempos, realizada pela Associação Brasileira de Críticos de Cinema. Em 2018, a obra ganhou cópia restaurada em Resolução 4K, cujo intuito foi comemorar seu aniversário de vinte anos. A restauração aconteceu na França e voltou às telas em julho, por ocasião do Festival Ritrovato, mostra dedicada às remasterizações cinematográficas. Ver também Lista de indicações brasileiras ao Oscar Lista de representantes brasileiros para o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro Lista de filmes brasileiros com mais de um milhão de espectadores Bibliografia Ligações externas Filmes distribuídos pela Europa Filmes Filmes ambientados na cidade do Rio de Janeiro Filmes de drama da década de 1990 Filmes de drama do Brasil Filmes de estrada Filmes dirigidos por Walter Salles Filmes do Brasil de 1998 Filmes em língua portuguesa Filmes gravados na cidade do Rio de Janeiro Filmes premiados com o BAFTA de melhor filme em língua não inglesa‎ Filmes premiados com o Globo de Ouro de melhor filme em língua estrangeira Filmes premiados com o Troféu APCA Filmes premiados no Festival de Berlim National Board of Review de melhor filme estrangeiro Satellite de melhor filme estrangeiro Filmes premiados com o Urso de Ouro Troféu APCA de Melhor Filme
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Assembleia Geral das Nações Unidas (AGNU) é um dos seis principais órgãos da Organização das Nações Unidas (ONU) e o único em que todos os países membros têm representação igualitária. Seus poderes são para supervisionar o orçamento da ONU, nomear os membros não permanentes do Conselho de Segurança, receber relatórios de outras instituições da ONU e fazer recomendações sob a forma de resoluções e também mantém vários órgãos subsidiários. A Assembleia Geral se reúne sob o comando de seu presidente ou secretário-geral em sessões anuais regulares, de setembro a dezembro e depois de janeiro até que todas as questões sejam abordadas (o que muitas vezes é um pouco antes do início da sessão seguinte). Ela também pode se reunir para sessões especiais e de emergência. Sua composição, funções, poderes, votos e procedimentos são estabelecidos no Capítulo IV da Carta das Nações Unidas. A votação na Assembleia Geral sobre questões importantes - principalmente recomendações sobre a paz e segurança, preocupações orçamentais e eleição, admissão, suspensão ou expulsão de membros - é por maioria de dois terços dos membros presentes e votantes. Outras questões são decididas por maioria simples. Cada país membro tem um voto. Além da aprovação da matéria orçamental, o que inclui a adoção de uma escala de avaliação, as resoluções da Assembleia não são vinculativas para os membros. A Assembleia pode fazer recomendações sobre quaisquer matérias no âmbito das Nações Unidas, exceto sobre questões de paz e segurança, que são responsabilidade do Conselho de Segurança. O sistema de representação política da instituição permite que países que compreendem apenas 5% da população mundial passem uma resolução pelo voto de dois terços. Durante a década de 1980, a Assembleia tornou-se um fórum para o "diálogo Norte-Sul": a discussão de questões entre países industrializados e países em desenvolvimento. Essas questões vieram à tona por causa do crescimento fenomenal e das mudanças de composição de seus Estados-membros. Em 1945, a ONU tinha 51 membros, enquanto em 2015 havia 193 países que faziam parte da organização, dos quais mais de dois terços são países em desenvolvimento. Por causa de seus números, os países em desenvolvimento são capazes de determinar a agenda da Assembleia (usando grupos de coordenação, como o G77), o caráter de seus debates, bem como a natureza das suas decisões. Para muitos países em desenvolvimento, a ONU é a fonte de grande parte de sua influência diplomática e a principal saída para as suas iniciativas de relações internacionais. História A primeira sessão da Assembleia Geral da ONU foi convocada em 10 de janeiro de 1946 no Westminster Central Hall, em Londres, e contou com representantes de 51 nações. As próximas sessões anuais realizaram-se em cidades diferentes: a segunda sessão em Nova York e a terceira sessão em Paris. Ela mudou-se para a sede das Nações Unidas em Nova Iorque permanentemente no início de sua sétima sessão ordinária anual, em 14 de outubro de 1952. Em dezembro de 1988, a fim de ouvir Yasser Arafat, a Assembleia Geral organizou a sua 29ª sessão no Palácio das Nações, em Genebra, Suíça. Ordem dos Discursos Historicamente, o Brasil sempre faz o primeiro discurso nas Assembleias. A ordem tradicional dos discursos – Brasil primeiro, Estados Unidos em segundo, e depois os demais países, de acordo com um sistema que leva em conta, entre outros critérios, o nível de representação (se é o chefe de Estado quem vai falar, ou um ministro, ou um embaixador) só começou, de fato, em 1955, na Décima Assembleia. Antes disso, México, Estados Unidos, Canadá, Cuba e Filipinas também já haviam feito a abertura. Fato é que esse "privilégio" dado ao Brasil não é uma regra escrita. Nenhum texto ou norma da ONU determina que os brasileiros sempre façam o discurso inaugural da assembleia. É por isso que, depois do estabelecimento da tradição da ordem dos discursos, a partir de 1955, o Brasil não falou primeiro somente em duas oportunidades: nos anos de 1983 e 1984, o então presidente dos Estados Unidos, Ronald Reagan, discursou antes do representante do Brasil, o então ministro das Relações Exteriores do governo João Figueiredo, Ramiro Saraiva Guerreiro. Mas, por que este privilégio foi dado ao Brasil? A página oficial da ONU sobre o protocolo da Assembleia Geral diz apenas que “certas tradições emergiram ao longo do tempo”, incluindo a ordem dos dois primeiros países a falar, Brasil e Estados Unidos. A explicação usual é que os EUA falam em segundo lugar por serem o anfitrião da Assembleia, e o Brasil, em primeiro, em reconhecimento ao papel desempenhado pelo brasileiro Oswaldo Aranha (1894-1960) nos primórdios da Organização das Nações Unidas. Ele presidiu a Primeira Assembleia Geral Especial das Nações Unidas, realizada em 1947, e a Segunda Assembleia Geral Ordinária, no mesmo ano. Essas duas reuniões tiveram o papel histórico de determinar – por meio da resolução 181 da Assembleia Geral – a partição da Palestina entre árabes e judeus, abrindo caminho para a criação do Estado de Israel. Em 2012, porém, o colunista do New York Times, Michael Pollack ofereceu uma interpretação alternativa para a ordem dos discursos. Segundo ele “o astro principal geralmente tem um show de abertura. A Assembleia Geral é um lugar lotado, com delegados de 193 Estados-membros ainda chegando e procurando seus lugares durante os pronunciamentos iniciais. O discurso do Brasil oferece um modo diplomático de todo mundo se ajeitar para o que costuma ser a atração principal: o presidente dos Estados Unidos”. Organização Eleições A Assembleia Geral vota em eleições para os dez membros não permanentes do Conselho de Segurança das Nações Unidas. Estas eleições ocorrem a cada ano e os Estados-membros têm mandato de dois anos, sendo que a cada ano cinco são substituídos. Os candidatos são selecionados por seus grupos regionais. A Assembleia Geral também elege os membros do Conselho Econômico e Social, da Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial e alguns dos membros do Conselho de Administração Fiduciária. A Assembleia Geral nomeia o Secretário-Geral das Nações Unidas sobre a recomendação do Conselho de Segurança, e adota normas que regem a administração da Secretaria. Juntamente com o Conselho de Segurança, a Assembleia Geral elege juízes para o Tribunal Internacional de Justiça em Haia. Sessões especiais As sessões especiais podem ser convocadas a pedido do Conselho de Segurança das Nações Unidas, pela maioria dos Estados-membros das Nações Unidas, ou, se a maioria concordar, de um único membro. Uma sessão especial foi realizada em outubro de 1995 para comemorar o 50º aniversário da ONU. Outra sessão especial foi realizada em setembro de 2000 para comemorar o milênio; ela apresentou uma sessão especial sobre os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio. Outra reunião foi novamente realizada para discutir e admitir propostas para a crise do HIV/AIDS em 2001. Uma outra sessão especial (Cúpula Mundial de 2005) foi realizada em setembro de 2005 para comemorar o 60º aniversário da ONU. A sessão avaliou o progresso sobre dos Objetivos do Milênio e discutiu as propostas de Kofi Annan. Outra sessão especial foi realizada em 2014 para discutir a População e o Desenvolvimento, na sequência da Conferência Internacional sobre População e Desenvolvimento de Ação. Uma outra sessão especial será realizada em 2016, desta vez sobre a discussão da guerra contra as drogas e propostas para reconsiderar os tratados internacionais sobre narcóticos, como a Convenção Única sobre Entorpecentes, bem como a forma de lidar com o tratamento medicamentoso, reabilitação, etc. Na primeira Sessão Especial da Assembleia Geral das Nações Unidas, realizada em 1947, Osvaldo Aranha, então presidente da Sessão Especial, começou uma tradição que se manteve até hoje em que o primeiro orador neste importante fórum internacional é sempre um brasileiro. Ver também Presidente da Assembleia Geral das Nações Unidas Lista de vetos do governo dos Estados Unidos no Conselho de Segurança da ONU Ligações externas Deutsche Welle - 1946: Primeira Assembleia Geral da ONU
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A Guerra de Troia AO 1990 foi, de acordo com a mitologia grega, um grande conflito bélico entre os aqueus das cidade-estados da Grécia e Troia, possivelmente ocorrendo entre e (fim da Idade do Bronze no Mediterrâneo). Segundo a lenda, a guerra teria se originado a partir de uma disputa entre as deusas Hera, Atena e Afrodite, após Éris, a deusa da discórdia, dar a elas o pomo de ouro, também conhecido como "Pomo da Discórdia", marcado para "a mais bela". Zeus mandou as deusas para Páris, que julgou Afrodite como a mais bela. Em troca, Afrodite fez Helena, a mais bonita de todas as mulheres e esposa do rei grego Menelau, se apaixonar por Páris, que então a levou para Troia. Agamenão, rei de Micenas e irmão de Menelau, reuniu os aqueus (gregos), liderou uma expedição contra Troia e cercou a cidade por dez anos, como uma represália pelo insulto de Páris. Após a morte de muitos heróis, incluindo Aquiles e Ájax (entre os gregos) e Heitor e Páris (entre os troianos), a cidade caiu após a introdução do "Cavalo de Troia". Os aqueus massacraram os troianos (exceto as mulheres e crianças, tomados como escravos) e dessacraram seus templos, invocando assim a fúria dos deuses. Poucos dos aqueus conseguiram retornar para casa e muitos tiveram que achar novos lares, fundando novas colônias. Os romanos afirmavam traçar suas origens a Eneias, um troiano filho de Afrodite, que teria levado os sobreviventes de Troia até a região que hoje é conhecida como Itália. Os gregos antigos acreditavam que Troia era localizada próxima de Dardanelos e que a guerra troiana era um evento histórico datado dentre os séculos XIII e , mas até meados do da Era Cristã a cidade e os acontecimentos do conflito eram considerados "não históricos". Em 1868, contudo, o arqueólogo britânico Frank Calvert convenceu o arqueólogo alemão Heinrich Schliemann de que Troia era uma cidade real que estava localizada em Hisarlik, na atual Turquia. Baseado nas escavações de Schliemann e outros estudiosos, os acadêmicos agora acreditam na veracidade histórica de uma cidade-estado grega chamada Troia, mas ainda levantam dúvidas sobre a guerra em si. Se os eventos narrados por Homero e a lenda envolta a respeito da "Guerra de Troia" têm algum fundamento histórico, ainda é motivo de debates entre acadêmicos. Muitos estudiosos e historiadores acreditam que há uma base histórica para a guerra, com os contos Homéricos sendo, na verdade, uma coletânea de cercos e expedições militares feitas pelos gregos micênicos durante a Idade do Bronze. Historiadores indicam que a guerra, se ocorreu, teria acontecido entre os séculos XII e XI a.C., fazendo referência às datas dadas por Eratóstenes, 1194–1184 a.C., que corresponde as evidências arqueológicas encontradas nas ruínas de Troia VII. Causa da guerra Segundo o poeta Homero, a guerra foi causada pelo rapto da rainha Helena (esposa do lendário rei Menelau) por Páris, (filho do rei Príamo). Isso ocorreu quando o príncipe troiano foi a Esparta, em missão diplomática, e acabou apaixonando-se por Helena. Páris havia recebido de Afrodite a recompensa de ter a mulher mais bonita do mundo, que era Helena. O rapto deixou Menelau enfurecido, fazendo com que este organizasse poderoso exército junto a seu irmão Agamenão. O rei de Micenas, Agamenão, aceitou o pedido de seu irmão para comandar o ataque aos troianos. Através do mar Egeu, mais de mil navios foram enviados para Troia. Historicidade A maioria dos gregos antigos dizia que a Guerra de Troia era um evento histórico, embora muitos entendessem que os poemas homéricos continham vários exageros. Por exemplo, o historiador Tucídides, conhecido por seu espírito crítico, considerava-a um evento real, mas duvidava que os gregos houvessem mobilizado a quantidade de navios (mais de mil) mencionada por Homero para atacar os troianos. Por volta de 1870, na Europa, os estudiosos da Antiguidade eram concordes em considerar as narrativas homéricas absolutamente lendárias. Segundo eles, a guerra jamais ocorrera e Troia nunca existira. Mas, quando o arqueólogo alemão Heinrich Schliemann, um apaixonado pelas obras de Homero, descobriu as ruínas de Troia e de Micenas, foi preciso reformular esses conceitos. Ao longo do , tentou-se tirar conclusões baseadas em textos hititas e egípcios, que datam da provável época da guerra. Arquivos hititas, como as Cartas de Tauagalaua, mencionam o reino de Aiaua (Acaia, a moderna Grécia), que se localizava "além do mar" (Egeu) e controlava a cidade de Miliuanda, identificada como Mileto. Igualmente é mencionada, nesses e em outros documentos, a Confederação de Assua, uma liga composta por 22 cidades, uma das quais, Uilussa (Ílio), podendo ter sido Troia. Em um tratado datado de , o rei de Uilussa é chamado de Alexandre ou Alaquesandu, que é o outro nome pelo qual Páris é referido na Ilíada. Após a famosa Batalha de Cadexe (contra o Egito de Ramessés II), essa confederação rompeu sua aliança com os hititas, o que provocou, em , uma campanha punitiva do rei Tudália IV . Mas sob o reinado de Arnuanda III os Hititas foram forçados a abandonar as terras que controlavam na costa do Egeu, abrindo espaço para possíveis invasores d'além-mar. Nesse caso, a Guerra de Troia teria sido o ataque de Aiaua (Acaia) contra a cidade de Uilussa (Ílio) e seus aliados da Confederação de Assua. Os trabalhos dos historiadores Moses Finley e Milman Parry procuraram associar a Guerra de Troia a um amplo fluxo migratório micênico, decorrente da invasão dos dórios no Peloponeso. Poderia também haver uma correlação com o ataque ao Egito pelos "povos do mar", nos tempos do faraó Ramessés III. Mas os céticos quanto à veracidade da guerra glorificada por Homero apoiam-se na ausência de qualquer registro hitita de uma invasão da Anatólia (onde se localizava Troia) por povos vindos do mar. Em resumo, embora Schliemann tenha encontrado as ruínas da cidade de Troia (aliás, várias cidades, uma sobre a outra) no sítio mencionado por Homero, a questão da historicidade da guerra continua dividindo a opinião dos estudiosos. Mitologia A versão mitológica da guerra estava contida nos poemas do Ciclo Épico, formado por oito poemas: Cantos Cípricos de Estasino, Ilíada de Homero, a Etiópida de Arctino de Mileto, a Pequena Ilíada de Lesques de Mitilene, O Saque de Troia de Arctino de Mileto, Os Retornos de Hágias de Trezena, Odisseia de Homero e Telegonia de Eugamão de Cirene; somente restaram completos os poemas de Homero, a Ilíada e Odisseia, dos outros restaram somente fragmentos e informações de fontes secundárias da antiguidade. Segundo essas versões, a guerra se deu quando os aqueus (os gregos da época micênica) atacaram Troia, para recuperar Helena, raptada por Páris. A lenda conta que a (ninfa) do mar Tétis era desejada como esposa por Zeus e por Posidão. Porém Prometeu fez uma profecia que o filho da deusa seria maior que seu pai, então os deuses resolveram dá-la como esposa a Peleu, um mortal já idoso, tencionando enfraquecer o filho, que seria apenas um humano. O filho de ambos foi Aquiles, e sua mãe, visando fortalecer sua natureza mortal, o mergulhou quando ainda bebê nas águas do mitológico e sombrio rio Estige. As águas tornaram o herói invulnerável, exceto no calcanhar, por onde a mãe o segurou para mergulhá-lo no rio (daí a expressão "calcanhar de Aquiles", significando ponto vulnerável). Aquiles se torna o mais poderoso dos guerreiros, porém, ainda é mortal. Mais tarde, sua mãe profetiza que ele poderá escolher entre dois destinos: lutar em Troia e alcançar a glória eterna, mas morrer jovem, ou permanecer em sua terra natal e ter uma longa vida, porém ser logo esquecido. Aquiles escolhe a glória. Para o casamento de Peleu e Tétis todos os deuses foram convidados, menos Éris (ou Discórdia). Ofendida, a deusa compareceu invisível e deixou à mesa um pomo de ouro com a inscrição "À mais bela". As deusas Hera, Atena e Afrodite disputaram o título de mais bela e o pomo. Zeus não quis ser o juiz, para não descontentar duas das deusas, então ordenou que o príncipe troiano Páris, à época sendo criado como um pastor ali perto, resolvesse a disputa. Para ganhar o título de "mais bela", Atena ofereceu a Páris poder na batalha e sabedoria, Hera ofereceu riqueza e poder e Afrodite, o amor da mulher mais bela do mundo. Páris deu o pomo a Afrodite, ganhando sua proteção e o ódio das outras duas deusas contra si e contra Troia. A mulher mais bela do mundo era Helena, filha de Zeus e de Leda, esposa de Menelau, rei de Esparta, que a conquistara disputando contra vários outros reis pretendentes com a ajuda de Ulisses (Odisseu) rei de Ítaca e Agamenão rei supremo de Micenas e de toda a Grécia, tendo todos jurado lealdade ao marido de Helena e sempre protegê-la, qualquer que fosse o vencedor da disputa. Quando Páris foi a Esparta em missão diplomática, apaixonou-se por Helena e ambos fugiram para Troia, enfurecendo Menelau. Este foi pedir ajuda a seu irmão que, a conselho de Nestor (rei de Pilos), um de seus conselheiros, apelou aos antigos pretendentes de Helena, lembrando o juramento que haviam feito. Agamenão então assumiu o comando de um exército de mil navios e atravessou o mar Egeu para atacar Troia com o auxílio de Ulisses (que fingiu-se de louco para não ir a guerra sabendo que se partisse passaria 20 anos sem regressar a seu reino), levando consigo grandes guerreiros como Aquiles, Ajax, o pequeno Ajax, Diomedes, Idomeneu entre outros. As naus gregas desembarcaram na praia próxima a Troia e iniciaram um cerco que iria durar dez anos e custaria a vida a muitos heróis de ambos os lados. Dois dos mais notáveis heróis a perderem a vida na guerra de Troia foram Heitor (que foi morto por Aquiles por vingança por ter matado seu primo Pátroclo) e Aquiles. Finalmente, a cidade foi tomada graças ao artifício concebido por Odisseu (Ulisses): fingindo terem desistido da guerra, os gregos embarcaram em seus navios, deixando na praia um enorme cavalo de madeira, que os troianos decidiram levar para o interior de sua cidade, como símbolo de sua vitória, apesar das advertências de Cassandra. À noite, quando todos dormiam, os soldados gregos, que se escondiam dentro da estrutura oca de madeira do cavalo, saíram e abriram os portões para que todo o exército (cujos navios haviam retornado, secretamente, à praia) invadisse a cidade. Apanhados de surpresa, os troianos foram vencidos e a cidade incendiada. As mulheres (inclusive a rainha Hécuba, a princesa Cassandra e Andrômaca, viúva de Heitor) foram escravizadas. O rei Príamo e a maioria dos homens foram mortos (um dos poucos sobreviventes foi Eneias, príncipe de Lirnesso, que fugiu de Troia carregando seu pai Anquises, já idoso, sobre os ombros). E assim, Menelau recuperou sua esposa, Helena (tendo matado Dêifobo, com quem ela se casara, após a morte de Páris), e levou-a de volta a Esparta. Agamenão foi morto por sua esposa que lhe roubou o trono e Odisseu como profetizado passou com o fim da guerra (que durou dez anos) mais dez anos vagando pelo mar, até chegar a Ítaca vestido de mendigo para provar a fidelidade de Penélope, sua esposa, que estava cheia de pretendentes ao casamento e consequentemente ao trono, porém ela os enganara durante 20 anos até o retorno de seu marido que, ao descobrir tudo o que se passou em sua ausência, matou seus inimigos com a ajuda de seu filho. A Guerra de Troia no cinema Troia: A queda de uma cidade (série do netflix/BBC) (2018) - EUA, Reino Unido. Troia (2004) - EUA The Trojan Women (2004) - EUA The Odyssey (série de televisão) - EUA, Reino Unido, Itália, Grécia, Alemanha Electra (1981) - Alemanha Iphigenia (1981) - Grécia As troianas (1971) - EUA/Grécia/Reino Unido As troianas (1963) - México Electra (1962) - Grécia L'ira di Achille (1962) - Itália A lenda de Eneias (1962) - Itália/França A guerra de Troia (1961) - Itália/França Helena de Troia (1956) - EUA/Itália Ulisses (1954) - Itália A rainha de Esparta (1931) - Itália Bibliografia Homero, Ilíada, tradução do grego de Frederico Lourenço (ISBN 972-795-118-X). Strauss, Barry. The Trojan War: A New History. New York: Simon & Schuster, 2006 (ISBN 0-7432-6441-X). Bowder, Diana - Quem foi quem na Grécia Antiga, São Paulo, Art Editora/Círculo do Livro S/A, s/d. Ligações externas Eneida
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, nascido Eusébio Sofrônio Jerônimo (; ) e também conhecido como Jerônimo de Estridão (Estridão, – Belém, 30 de setembro de 420), foi um sacerdote cristão ilírio, destacado como teólogo, historiador e confessor, e considerado santo e Doutor da Igreja pela Igreja Católica. Filho de Eusébio, da cidade de Estridão, na fronteira entre a Dalmácia e a Panônia, é mais conhecido por sua tradução da Bíblia para o latim (conhecida como Vulgata) e por seus comentários sobre o Evangelho dos Hebreus, mas sua lista de obras é extensa. Jerônimo é reconhecido como santo pelos católicos, ortodoxos e anglicanos. Biografia Eusébio Sofrônio Jerônimo nasceu na cidade de Estridão, na proví­ncia romana da Dalmácia, por volta de 347, mas só foi batizado entre 360 e 366, quando viajou para Roma com seu amigo Bonoso – que pode ou não ser o mesmo Bonoso que Jerônimo identifica como sendo seu companheiro quando foi viver como eremita numa ilha no Adriático – para continuar seus estudos sobre retórica e filosofia. Lá, Jerônimo estudou gramática latina e um pouco de grego com o gramático Élio Donato, embora não tenha adquirido a proficiência na língua grega que, anos depois, alegaria ter obtido como estudante. Jerônimo, tendo nascido em uma região do Império com forte presença romana desde 165 a.C., quando da derrota do último rei da Ilíria, Gêncio, e já completamente latinizada no século IV d.C., teria falado latim como língua materna. Ainda como estudante em Roma, Jerônimo se envolveu no comportamento errático dos colegas mais despreocupados, o que lhe provocava depois terríveis ataques de arrependimento. Para apaziguar a consciência, visitava aos domingos as sepulturas dos mártires e dos apóstolos nas catacumbas, uma experiência que lhe lembrava dos terrores do inferno: Jerônimo utilizou de uma passagem de Virgílio — "Por todos os lados o horror se espalhava; o profundo silêncio inspirava o terror na minh'alma" — para descrever o horror do inferno. No início de sua carreira, ele utilizava termos de autores clássicos para descrever conceitos cristãos (como "Cheol", um termo para o inferno), um indicativo de sua educação clássica. Embora inicialmente cético em relação ao cristianismo, no fim acabou se convertendo. Depois de muitos anos na capital imperial, Jerônimo viajou com Bonoso para a Gália e se assentou em Augusta dos Tréveros (moderna Tréveris, na Alemanha), onde é possível que tenha primeiro se dedicado aos seus estudos teológicos e, depois, a copiar para seu amigo Tirânio Rufino o comentário de Hilário sobre os "Salmos" e o tratado "De Synodis". Depois disso, Jerônimo viveu vários meses (pelo menos) ou, possivelmente, anos, com Rufino em Aquileia, onde fez muitos amigos cristãos. Alguns deles o acompanharam quando ele partiu, por volta de 373, numa viagem através da Trácia e da Ásia Menor até o norte da Síria. Em Antioquia, onde ficou por mais tempo, dois de seus companheiros morreram e ele próprio ficou seriamente doente mais de uma vez. Durante uma destas enfermidades (perto do inverno de 373-374), Jerônimo teve uma visão que levou-a a abandonar seus estudos seculares para dedicar-se completamente a Deus. Ele parece ter trocado uma grande quantidade de tempo que dispendia no estudo dos clássicos para estudar a Bíblia, dirigido por Apolinário de Laodiceia, que na época ensinava em Antioquia e ainda não dava sinais de sua futura condenação por heresia (vide apolinarismo). Tomando por um súbito desejo de viver em penitência asceta, Jerônimo passou um tempo no deserto de Cálcis, para o sudoeste de Antioquia, uma região conhecida como "Tebaida Síria", onde moravam numerosos eremitas. Durante este período, ele parece ter encontrado tempo para estudar e escrever. Lá também dedicou-se a aprender pela primeira vez o hebraico, sob a tutela de um judeu convertido e é possível que ele tenha mantido correspondência com os judeo-cristãos de Antioquia. Por volta desta época, Jerônimo contratou uma cópia de um "Evangelho Hebreu", do qual fragmentos foram preservados em suas notas e que é hoje conhecido como "Evangelho dos Hebreus", considerado o verdadeiro Evangelho de Mateus pelos nazarenos. Depois disso, ele próprio traduziu partes da obra para o grego. De volta em Antioquia em 378 ou 379, foi ordenado pelo bispo Paulino de Antioquia, aparentemente contra sua vontade e sob a condição de poder continuar sua vida asceta. Logo depois, viajou para Constantinopla para continuar seus estudos sobre as Escrituras com Gregório Nazianzeno. Ele passou por volta de uns dois anos por lá e partiu novamente para Roma, onde passou os três anos seguintes (382-385) na corte do papa Dâmaso I e a liderança cristã da cidade. O motivo da viagem foi um convite para que participasse do concílio de 382 realizado para acabar com o cisma na Igreja de Antioquia, que na época tinha mais de um patriarca alegando ser o verdadeiro. Acompanhando um deles, Paulino, pretendia apoiá-lo nos trabalhos, acabou se destacando junto ao papa e passou a exercer um importante papel durante seus concílios. Jerônimo então recebeu diversos encargos em Roma e realizou ali uma revisão da Bíblia Latina (Vetus Latina) baseando-se em manuscritos gregos do Novo Testamento. Ele também atualizou o saltério contendo o "Livro dos Salmos" que era na época utilizado em Roma baseando-se na Septuaginta grega. Embora não tenha ficado claro para ele na ocasião, a tradução de muito do que depois se tornaria a Vulgata latina demoraria ainda muitos anos e tornar-se-ia seu mais importante legado (vide abaixo). Em Roma, Jerônimo estava rodeado por um círculo de mulheres bem-nascidas e bem-educadas, incluindo algumas oriundas das mais nobres famílias patrícias romanas, como as viúvas Leia, Marcela e Paula, com suas filhas Blesila e Eustóquia. Como resultado da crescente inclinação destas mulheres pela vida monástica, da indulgente lascividade que imperava em Roma e mais a crítica feroz de Jerônimo ao clero secular, que não poupava ninguém, logo irrompeu um conflito contra o clero romano e seus aliados. Depois da morte de Dâmaso, seu patrono (10 de dezembro de 384), Jerônimo foi forçado a abdicar de suas funções em Roma quando um inquérito foi aberto pelos seus inimigos para investigar uma suposta relação inapropriada entre ele e Paula. Além disso, sua condenação ao estilo de vida hedonista de Blesila levou-a a adotar práticas ascetas que acabaram afetando sua saúde e a tornaram tão fraca fisicamente que ela morreu apenas quatro meses depois de começar a seguir suas instruções. A maior parte da população romana ficou enfurecida com Jerônimo, acusando-o de causar a morte prematura de uma jovem tão altiva. Para piorar, sua insistência de que Paula não deveria lamentar a morte dela e suas reclamações de que o luto por ela era excessivo foram vistos como cruéis e polarizaram ainda mais a opinião pública contra ele. Em agosto de 385, Jerônimo abandonou Roma definitivamente e voltou para Antioquia com seu irmão Pauliniano e diversos amigos; logo depois vieram Paula e Eustóquia, decididas a terminar suas vidas na Terra Santa. No inverno do mesmo ano, Jerônimo viajou com elas na função de conselheiro espiritual. O grupo, acompanhado do bispo Paulino de Antioquia, peregrinou por Jerusalém, Belém e os lugares santos da Galileia antes de seguir para o Egito, onde viviam os heróis da vida asceta, os monges do deserto. Na Escola Catequética de Alexandria, Jerônimo ouviu Dídimo, o Cego, ensinar sobre o profeta Oseias e contar o que se lembrava de Santo Antão, que morrera trinta anos antes. Depois, passou algum tempo na Nítria admirando a disciplinada vida comunitária dos numerosos habitantes da "cidade do Senhor", percebendo que, mesmo ali, "serpentes escondidas", ou seja, a influência do polêmico teólogo alexandrino Orígenes. No final do verão de 388, voltou para a Terra Santa e passou o resto de sua vida numa cela eremítica perto de Belém rodeado por uns poucos amigos, homens e mulheres (incluindo Santa Paula e Eustóquia), a quem ele atendia como sacerdote e professor. Com recursos financeiros suficientes providenciados pela rica Paula, que investia também em aumentar sua biblioteca, Jerônimo passou a levar uma vida de incessante produção literária. A estes últimos trinta e quatro anos de sua carreira pertencem suas mais importantes obras; sua versão do Antigo Testamento traduzida do original hebraico, o melhor de seus comentários sobre as Escrituras, seu catálogo de autores cristãos (De Viris Illustribus) e o seu diálogo contra os pelagianos, de perfeição reconhecida até pelos seus adversários. A este período também pertence a maior parte de suas polêmicas, obras que o distinguem dos demais Padres da Igreja da época, incluindo tratados contra o origenismo (crença que seria depois anatemizada) do bispo João II de Jerusalém e de seu antigo amigo Rufino. Em 416, como consequência de suas obras contra o pelagianismo, partidários inflamados da crença invadiram os edifícios monásticos perto de onde vivia, atearam-lhes fogo, atacaram os moradores e mataram um diácono, forçando Jerônimo a se refugiar numa fortaleza nas imediações. Jerônimo morreu perto de Belém em 30 de setembro de 420, uma data que aparece na "Crônica" de Próspero da Aquitânia. Diz-se que seus restos, originalmente enterrados em Belém, foram trasladados para a Basílica de Santa Maria Maior, em Roma, embora outros locais no ocidente também reivindiquem a posse de alguma relíquia relacionada ao santo. Traduções e comentários Jerônimo foi um acadêmico numa época que o título implicava fluência em grego, mas ele sabia também alguma coisa de hebraico quando começou seu projeto de tradução. Para reforçar seus conhecimentos, mudou-se para Jerusalém estudando os comentários judaicos sobre as Escrituras. Paula, a rica aristocrata romana que era uma de suas seguidoras, financiou sua estadia num mosteiro em Belém onde ele pôde concluir sua tradução. O trabalho começou em 382, com a correção da versão latina do Novo Testamento utilizada na época, a Vetus Latina. Em 390, iniciou a tradução da Bíblia Hebraica a partir do original, tendo já traduzido algumas partes utilizando a Septuaginta grega originária de Alexandria. Jerônimo acreditava que o Concílio de Jâmnia - da corrente principal do judaísmo rabínico - havia rejeitado a Septuaginta como versão válida das Escrituras judaicas por conta do que ele aferiu serem erros de tradução e elementos heréticos helenísticos. O trabalho terminou em 405. Antes da Vulgata de Jerônimo, todas as traduções do Antigo Testamento eram baseadas na Septuaginta e não na Bíblia Hebraica. Porém, a decisão de utilizar esta ao invés daquela, que era também uma tradução do hebraico, como fonte foi contrária às recomendações da maioria dos cristãos de seu tempo, incluindo Santo Agostinho, que considerava a Septuaginta inspirada. O consenso acadêmico moderno, porém, tem lançado dúvidas sobre o quanto Jerônimo de fato conhecia de hebraico e muitos acreditam que, na realidade, a "Hexapla" grega teria sido a principal fonte para a tradução "iuxta Hebraeos" de Jerônimo do Antigo Testamento. Seus comentários patrísticos se alinham de forma muito próxima à tradição judaica e ele se entrega às sutilezas alegóricas e místicas no estilo de Fílon e da "Escola de Alexandria". Ao contrário de seus contemporâneos, Jerônimo enfatizava a diferença entre os apócrifos da Bíblia Hebraica e os livros protocanônicos da Hebraica veritas ("verdadeira [Bíblia] Hebraica"). Evidências disso aparecem em suas introduções para os apócrifos salomônicos (como os "Salmos de Salomão") e os livros de Tobias e Judite. Mais notável, porém, é sua afirmação na introdução de seu comentário aos Livros de Samuel: Os comentários de Jerônimo se dividem em três grupos principais: Suas traduções ou versões de textos gregos de outros autores, incluindo quatorze homilias sobre o Livro de Jeremias e um mesmo número sobre o Livro de Ezequiel de Orígenes (traduzidas por volta de 380 em Constantinopla); duas homílias de Orígenes sobre os Salmos de Salomão (em Roma, 383); e trinta e nove sobre o Evangelho de Lucas (ca. 389 em Belém). As nove homilias de Orígenes sobre o Livro de Isaías incluídas entre suas obras não são de sua autoria. Deve-se mencionar aqui também, como uma importante contribuição para o estudo da topografia de Israel, sua obra "De situ et nominibus locorum Hebraeorum", uma tradução com algumas adições e algumas infelizes omissões do "Onomasticon" de Eusébio. Ao mesmo período (ca. 390) pertence também a "Liber interpretationis nominum Hebraicorum", baseada numa obra que supostamente remontaria à época de Fílon e que foi expandida por Orígenes. Comentários originais sobre o Antigo Testamento. Ao período anterior de sua mudança para Belém e aos cinco anos depois disso pertencem uma série de curtos estudos sobre o Antigo Testamento: "De seraphim", "De voce Osanna", "De tribus quaestionibus veteris legis" (geralmente incluído entre suas epístolas, as de número 18, 20 e 36); "Quaestiones hebraicae in Genesim"; "Commentarius in Ecclesiasten"; "Tractatus septem in Psalmos 10-16" (perdida); "Explanationes in Michaeam", "Sophoniam", "Nahum", "Habacuc", "Aggaeum". Depois de 395, ele compôs uma série de comentários mais longos e num tom mais derrogatório: primeiro sobre Jonas e Obadias (396), depois sobre Isaías (ca. 395 - ca. 400), Zacarias, Malaquias, Oseias, Joel e Amós (a partir de 406), sobre Daniel (ca. 407), Ezequiel (entre 410 e 415) e Jeremias (depois de 415 e não terminado). Comentários sobre o Novo Testamento. Entre eles sobre as epístolas a Filêmon, Gálatas, Efésios e Tito (escrita apressadamente entre 387 e 388); sobre Mateus (ditada numa quinzena em 398), Marcos, passagens selecionadas de Lucas, do Apocalipse e do prólogo do João. Obras Obras históricas e hagiográficas Jerônimo também é conhecido como historiador. Uma de suas primeiras obras sobre o tema foi sua Crônica (ou ainda Temporum liber), escrita por volta de 380 quando ele estava em Constantinopla. É uma tradução para o latim das tabelas cronológicas da segunda parte da Crônica de Eusébio de Cesareia com um suplemento cobrindo o período entre 325 e 379. Apesar dos diversos erros, alguns herdados de Eusébio e outros próprios, trata-se de uma obra valiosa, menos pelo conteúdo e mais pelo impulso que proporcionou para cronistas posteriores como Próspero, Cassiodoro e Vítor de Tununa, que continuaram complementando os anais. Importante também foi sua "De Viris Illustribus", escrita em Belém em 392, com título e arranjo emprestados da "Vida dos Doze Césares" de Suetônio. Ela contém breves notas biográficas e lista de obras de 135 autores cristãos, de São Pedro até o próprio Jerônimo. Para os primeiros setenta e oito, a "História Eclesiástica" de Eusébio é a fonte principal; no segundo grupo, começando com Arnóbio e Lactâncio, Jerônimo incluiu uma boa quantidade de informações independentes, especialmente para os autores ocidentais. Jerônimo escreveu ainda quatro obras de natureza hagiográfica (biografias de santos): A "Vita Pauli monachi", escrita durante sua primeira passagem por Antioquia (ca. 376), na qual o material lendário deriva da tradição monástica egípcia; A "Vitae Patrum (Vita Pauli primi eremitae)", uma hagiografia de São Paulo de Tebas; A "Vita Malchi monachi captivi" (ca. 391), provavelmente baseada num trabalho anterior, apesar de se propor derivar das conversas com o idoso asceta Malco com o próprio Jerônimo no deserto de Cálcis; A "Vita Hilarionis" (ca. 391), contendo informações históricas mais confiáveis que as anteriores e baseada parcialmente na biografia de Epifânio e parcialmente na tradição oral. O chamado "Martyrologium Hieronymianum" ("Martirológio de Jerônimo") é espúrio; ele foi aparentemente composto por um monge ocidental no final do ou início do VII e faz referência a uma expressão de Jerônimo do primeiro capítulo da "Vita Malchi", na qual ele fala de sua intenção de escrever uma história dos santos e mártires da era apostólica. Epístolas As epístolas de Jerônimo formam uma importante porção do que restou de suas obras literárias, tanto pela enorme variedade de temas quanto pela qualidade estilística. Independente de estar discutindo os problemas do ensino acadêmico ou argumentando em casos de consciência, reconfortando os aflitos ou apenas fazendo elogios aos amigos, atacando os vícios e corrupções de sua época ou a imoralidade sexual no clero, exortando à vida asceta e a renúncia do mundo ou se digladiando com seus adversários, Jerônimo apresenta uma imagem vívida não apenas de sua mente, mas de sua época com características peculiares. Como não existia naquele tempo uma distinção entre documentos pessoais e públicos, frequentemente encontramos em suas cartas tanto confidências pessoais quanto tratados direcionados a terceiros lado a lado. As mais frequentemente republicadas ou citadas são as exortativas, como "Ad Heliodorum de laude vitae solitariae" (Ep. 14), "Ad Eustochium de custodia virginitatis" (Ep. 22), "Ad Nepotianum de vita clericorum et monachorum" (Ep. 52), uma espécie de epítome de teologia pastoral do ponto de vista ascético, "Ad Paulinum de studio scripturarum" (Ep. 53), de mesmo objetivo, De institutione monachi (Ep. 57), "Ad Magnum de scriptoribus ecclesiasticis" (Ep. 70) e "Ad Laetam de institutione filiae" (Ep. 107). Obras teológicas Praticamente todas as obras de Jerônimo no campo do dogma tem um caráter polêmico de tom mais ou menos veemente, direcionadas principalmente contra os defensores de doutrinas contrárias às ortodoxas. Até mesmo a tradução de um tratado de Dídimo, o Cego, sobre o Espírito Santo para o latim (iniciada em Roma em 384 e completada em Belém) revela uma tendência apologética contra os arianos e os pneumatomachoi. O mesmo vale para sua versão para "De principiis", de Orígenes (ca. 399), cujo objetivo era sobrepujar a tradução incorreta de Rufino. Obras mais polêmicas, stricto sensu, foram escritas em todos os períodos de sua vida, em diferentes contextos. Durante suas passagens por Constantinopla e Antioquia, por exemplo, Jerônimo estava mais preocupado com a controvérsia ariana e, especialmente, com o cisma em Antioquia protagonizado por Melécio de Antioquia e Lúcifer Calaritano. Duas cartas ao papa Dâmaso (Ep. 15 & 16) trazem reclamações a ambos os partidos em disputa, os melecianos e os paulinianos, que tentavam atraí-lo para a controvérsia sobre a relação entre Deus Pai e Deus Filho na Trindade e, mais especificamente, à aplicação de termos como ousia (substância) e hipóstase a esta relação. Na mesma época ou pouco depois (373), ele compôs sua "Liber Contra Luciferianos", na qual ele utiliza o diálogo de forma bastante inteligente para combater os princípios da facção dos calaritanos, principalmente sua rejeição ao batismo realizado por heréticos (uma tese de cunho donatista, já rejeitada antes). Em Roma (por volta de 383), Jerônimo escreveu uma apaixonada resposta aos ensinamentos de Helvídio defendendo a doutrina da virgindade perpétua de Maria e da superioridade da castidade sobre o matrimônio. Um adversário de natureza similar foi Joviniano, com quem debateu em 392 ("Adversus Jovinianum" e a defesa desta obra endereçada ao seu amigo Pamáquio - Ep. 48). Em 406, uma vez mais Jerônimo defendeu as práticas piedosas cristãs e sua própria ética asceta contra o presbítero gaulês Vigilâncio, que era contrário à veneração dos mártires e das relíquias, ao voto de pobreza e ao celibato clerical. Em paralelo, participou ainda da controvérsia com João II de Jerusalém e Rufino sobre a ortodoxia do origenismo. A este período pertencem algumas de suas mais apaixonadas e completas obras polêmicas: a "Contra Joannem Hierosolymitanum" (398 ou 399); duas obras intimamente relacionadas, "Apologiae contra Rufinum" (402) e sua "última palavra", escrita poucos meses depois, "Liber tertius seu ultima responsio adversus scripta Rufini". A última obra polêmica de Jerônimo foi sua "Dialogus contra Pelagianos" (415), contra a heresia do pelagianismo. Legado Jerônimo é o segundo autor mais prolífico do cristianismo antigo tardio (depois de Santo Agostinho). Na Igreja Católica, ele é reconhecido como santo padroeiro dos tradutores, bibliotecários e enciclopedistas. Arte Na arte, Jerônimo geralmente aparece representado como um dos quatro doutores latinos, juntamente com Santo Agostinho, Santo Ambrósio e São Gregório Magno. Como um membro proeminente do clero romano, ele foi muitas vezes representado - anacronisticamente - com o hábito vermelho de cardeal. Mesmo quando ele aparece representado como um anacoreta semi-nu, com a cruz, a caveira (símbolo da mortalidade) e a Bíblia como únicas mobílias de sua cela, o chapéu cardinalício ou outro indicativo de sua posição de cardeal aparece, via de regra, em algum lugar da obra. Jerônimo é também geralmente representado na companhia de um leão, uma referência a uma conhecida lenda de como ele teria domado um leão ao curar um ferimento em sua pata. A origem da história, quase idêntica à contada sobre São Gerásimo, foi possivelmente uma confusão entre os nomes em latim dos dois santos, "Gerasimus" e "Geronimus". Hagiografias de Jerônimo contam que ele passou muitos anos nos desertos da Síria romana e diversos artistas intitularam sua obras "São Jerônimo no Deserto", entre eles Pietro Perugino e Lambert Sustris. Ele é por vezes também representado com uma coruja, o símbolo da sabedoria e da erudição. Finalmente, a iconografia de São Jerônimo inclui ainda materiais de escrita (pena, tinteiro, papel etc.) e a trombeta do Juízo Final. Ver também Traduções da Bíblia Ordem de São Jerônimo Notas Eugene Rice sugeriu que, com toda certeza, a história do leão de Gerásimo se ligou à Jerônimo em algum momento no , depois que as invasões militares árabes forçaram muitos monges gregos que viviam nos desertos do Oriente Médio a buscarem refúgio em Roma. Rice conjectura que, "por causa da similaridade entre os nomes 'Gerasimus' e 'Geronimus', este o nome latino de Jerônimo, um sacerdote também latino tornou São Jerônimo o herói da história que ele havia ouvido sobre São Gerásimo; e que o autor da 'Plerosque nimirum', atraído por uma história ao mesmo tempo tão pitoresca, tão aparentemente apropriada e tão ressonante em significado e sugestionamento; e sob a impressão de que ela teria origem em histórias que peregrinos teriam ouvido em Belém, incluiu-a em sua 'vida' de um santo favorito que, não fosse assim, não realizara milagres". Uma reminiscência desta história pode ser encontrada na "Legenda Áurea" (), de Jacobus de Voragine Bibliografia J.N.D. Kelly, "Jerome: His Life, Writings, and Controversies" (Peabody, MA 1998) S. Rebenich, "Jerome" (London and New York, 2002) "Biblia Sacra Vulgata," Stuttgart, 1994. ISBN 3-438-05303-9 Saint Jerome, Three biographies: Malchus, St. Hilarion and Paulus the First Hermit Authored by Saint Jerome, London, 2012. limovia.net. ISBN 978-1-78336-016-1 Ligações externas Padres da Igreja Doutores da Igreja Santos da Igreja Católica Santos anglicanos Santos ortodoxos Tradutores da Bíblia Teólogos do Império Romano Acadêmicos da tradução Pessoas citadas na Divina Comédia (Paraíso) Santos do Império Romano Escritores de cartas da Roma Antiga Romanos antigos do século IV Bizantinos do século V Romanos antigos do século V Teólogos do Império Bizantino Apologética cristã Cronistas Opositores ao arianismo Controvérsia pelagiana Santos da Lenda Dourada !Mais Teoria da História na Wiki (Wikiconcurso de edição)
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Um filme mudo é um filme que não possui a trilha sonora de acompanhamento que corresponde diretamente às imagens exibidas, sendo esta lacuna substituída normalmente por músicas ou rudimentares efeitos sonoros executados no momento da exibição. Nos filmes mudos para o entretenimento, o diálogo é transmitido através de gestos suaves, mímica (pantomima, em inglês: pantomime) e letreiros explicativos. A ideia de combinar filmes com sons gravados é quase tão antiga quanto o próprio cinema, mas antes do fim dos anos 20, os filmes eram mudos em sua maior parte, devido à inexistência de tecnologia para tornar isso possível. Os anos anteriores à chegada do som ao cinema são conhecidos como "era muda" ou “era silenciosa” entre os estudiosos e historiadores. Considera-se que a arte cinematográfica atingiu a maturidade plena antes da substituição dos filmes mudos por "filmes sonoros" e alguns cinéfilos defendem que a qualidade dos filmes baixou durante alguns anos, até que o novo meio sonoro estivesse totalmente adaptado ao cinema. A qualidade visual dos filmes mudos - especialmente aqueles produzidos na década de 1920 - muitas vezes foi alta. No entanto, há um equívoco extensamente divulgado sobre esses filmes serem primitivos e mal assistíveis para os padrões modernos. Este equívoco resulta de filmes mudos sendo reproduzidos na velocidade errada e em estado deteriorado. Muitos desses filmes mudos existem apenas em cópias de segunda ou terceira geração, muitas vezes copiadas do estoque de filmes já danificado e negligenciado. Atuação O filme mudo necessitava ênfase maior na expressão corporal e facial, para que a audiência compreendesse melhor a representação. Atualmente, pode-se considerar estranho o “overacting” ou super-representação dos atores da época, o que pode ter contribuído para que as comédias mudas se tornassem mais populares do que os dramas, haja vista o exagero representativo ser mais próprio a uma comédia. Mesmo assim, há maior ou menor sutileza de representação, dependendo da habilidade do diretor e dos atores do filme. O “overacting” era, muitas vezes, decorrente da atuação teatral, e alguns diretores preferiam, por receio de ousar, manter a tradicional forma de representar. Mediante os exageros, muitos filmes silenciosos mediante as atuais plateias podem parecer simplistas demais ou próprios da Cultura camp. O estilo de atuação melodramática era, em alguns casos, transferido de experiências anteriores de uns atores para outros, de forma que havia uma persistente presença de atores de palco no filme, ao que consta uma explosão do diretor Marshall Neilan, em 1917: "The sooner the stage people who have come into pictures get out, the better for the pictures". Em outros casos, diretores tais como John Griffith Wray pediam aos seus atores expressões maiores para dar ênfase. Porém, já em 1914 os espectadores americanos tinham começado a demonstrar a sua preferência pela maior naturalidade na tela. O alcance da imagem e a intimidade sem precedentes do ator com o público começou a afetar o estilo de agir, trazendo maior sutileza da expressão. Atrizes como Mary Pickford, em todos os seus filmes, Eleonora Duse no filme italiano “Cenere” (1916), Janet Gaynor em “Sunrise: A Song of Two Humans”, Priscilla Dean em “Outside the Law” (1920) e “White Tiger”, Lillian Gish e Greta Garbo na maioria de suas atuações, transformam um naturalismo fácil em uma virtude de qualidade da atuação. Diretores como Albert Capellani (diretor francês que também trabalhou nos Estados Unidos dirigindo Alla Nazimova) e Maurice Tourneur insistiram no naturalismo em seus filmes. Em meados da década de 1920, muitos filmes mudos americanos adotaram um estilo mais naturalista de agir, embora nem todos os atores e diretores tenham aceitado; até 1927, filmes com estilos de atuação expressionista, como "Metropolis", ainda estavam sendo lançados. Mediante a desculpa de que alguns espectadores gostavam da atuação extravagante, vários países foram mais tardios do que os Estados Unidos em abraçar o estilo naturalista em seus filmes. Apenas na época atual, o sucesso de filmes depende da configuração, do humor, do script, das habilidades do diretor e do talento global do elenco. Intertítulos Visto que os filmes mudos não podiam aproveitar o som sincronizado para os diálogos, eram introduzidas legendas em determinadas partes do filme, os “intertítulos”, para clarificar as situações para os espectadores, ou para fornecer diálogo crítico. As projeções dos filmes mudos eram acompanhadas, muitas vezes, por música ambiente, executada por orquestras que acompanhavam os filmes na coxia. Os cinemas das pequenas cidades geralmente possuíam um pianista ou outro instrumentista para acompanhar e sonorizar a projeção, enquanto as grandes cidades possuíam orquestras próprias para produzir os efeitos sonoros necessários. Eventualmente, havia narradores que relatavam ou descreviam as cenas. Velocidade de projeção Os filmes mudos eram mais lentos – normalmente com 16 a 20 quadros por segundo –, do que os filmes sonoros – com 24 quadros por segundo. Tal técnica era utilizada para acelerar a ação, em especial nas comédias. Até a padronização da velocidade de projeção de 24 quadros por segundo para filmes sonoros entre 1926 e 1930, os filmes mudos foram filmados em velocidades variáveis de 12 a 26 quadros por segundo, dependendo do ano e do estúdio. O "Standard silent film speed" muitas vezes defende ser de 16 quadros por segundo o resultado dos filmes do cinematógrafo de Auguste e Louis Lumière, mas na prática industrial isso variava consideravelmente; não havia nenhum padrão real. Cinegrafistas da época insistiam que sua técnica de arranque foi exatamente 16 quadros por segundo, mas os modernos exames dos filmes mostram que isso pode estar equivocado, que eles, muitas vezes, eram mais rápidos. A menos que cuidadosamente mostrados em suas velocidades pretendidas, os filmes mudos podem parecer anormalmente rápidos ou lentos. No entanto, algumas cenas foram intencionalmente rápidas durante a filmagem, para “acelerar a ação” – especialmente de comédias e filmes de ação. A lenta projeção de um filme a base de nitrato representava um risco de incêndio, pois como cada quadro era exposto por mais tempo sob o intenso calor da lâmpada de projeção; mas havia outros motivos para a projeção de um filme em um ritmo maior. Muitas vezes projecionistas recebiam instruções de distribuidores e diretores musicais sobre a velocidade particular com que as bobinas ou cenas deveriam ser projetadas. Em casos raros, geralmente para maiores produções, era providenciado para o projecionista um guia detalhado para a apresentação do filme. Os cinemas também – para maximizar o lucro – às vezes variavam as velocidades de projeção, dependendo da hora do dia ou da popularidade de um filme, para que o mesmo coubesse em um intervalo de tempo prescrito. Por meio de projetores com lâmina dupla e tripla, a taxa projetada era multiplicada duas ou três vezes mais que o número de quadros do filme – cada quadro aparecia duas ou três vezes na tela. Os primeiros estudos feitos por Thomas Edison determinaram que qualquer taxa abaixo de 46 imagens por segundo “forçará o olho”. Um projetor de três lâminas, projetando um filme de 16 quadros por segundo rapidamente, iria superar esta marca, dando ao público 48 imagens por segundo. Na década de 1950, muitas conversões de filmes mudos para taxas incorretas de cadência, para a transmissão televisiva, podem ter alienado espectadores. O diretor Gus Van Sant descreve em seu comentário em Psycho: Collector's Edition (1998) que ele e sua geração foram provavelmente desligados do cinema mudo por causa da incorreção da velocidades de transmissão da TV. A velocidade do filme, muitas vezes, é uma questão polêmica entre estudiosos e cinéfilos na apresentação dos silenciosos hoje, especialmente quando se trata de lançamentos em DVD dos filmes restaurados. A restauração feita em 2002 de "Metropolis", de 1927, pode ser o mais ferozmente debatido exemplo atual. Tintura Com a falta de cor natural de processos disponíveis, os filmes do cinema mudo foram frequentemente mergulhados em corantes e tingidos de vários tons e matizes para sinalizar um humor ou representar a hora do dia. Cenas noturnas eram representadas em azul, enquanto amarelo ou âmbar significavam o dia. O fogo era representado em vermelho e o verde representava uma atmosfera misteriosa. Da mesma forma, a tonificação do filme (como era comum no cinema mudo a tonificação sépia), com soluções especiais, substituía as partículas de prata do filme com sais ou corantes de várias cores. Uma combinação de tingimento e tonificação poderia ser usada como um efeito que poderia ser marcante. Alguns filmes foram pintado à mão, como "Annabelle Serpentine Dance" (1894), do Edison Studios. Nele, Annabelle Whitford, uma jovem dançarina da Broadway, está vestida com véus brancos que parecem mudar de cor enquanto ela dança. Esta técnica foi projetada para capturar o efeito de performances ao vivo de Loie Fuller, a partir de 1891, em que o palco iluminado com gel colorido refletia sobre as roupas brancas em movimento artístico. Coloração à mão era usada frequentemente nos truques e fantasias dos filmes da Europa, especialmente os de Georges Méliès. Méliès começou seu trabalho mais cedo com tingimento a mão, em 1897, tendo em Cendrillon, de 1899, um dos primeiros exemplos de filme pintado à mão, em que a cor era uma parte crítica da cenografia ou mise an scene; para tonalizar era usada a oficina de Elisabeth Thuillier, em Paris, com equipes de artistas do sexo feminino adicionando camadas de cor para cada quadro, à mão. Uma nova versão restaurada de “Le Voyage dans la Lune”, de Méliès, originalmente realizado em 1902, mostra o uso exuberante da cor para fazer a textura da imagem. Antecedentes O cinema desenvolveu-se, sob o ponto de vista científico, antes que as suas possibilidades artísticas e comerciais fossem conhecidas e exploradas. Alguns dos primeiros avanços científicos que levaram ao desenvolvimento do cinema foram as observações de Peter Mark Roget, secretário da Real Sociedade de Londres, que em 1824 publicou um importante trabalho científico com o título "Persistence of Vision with regard to Moving Objects", em que afirmava que o olho humano percebe as imagens uma fração de segundos depois de recebê-las. Esta descoberta levou vários cientistas a pesquisarem o fato. Lanterna mágica É provável que a origem da lanterna mágica seja muito antiga, mas no Século XVII o padre jesuíta alemão Athanasius Kircher foi quem a descreveu. Seu princípio é fazer aparecer, ampliado sobre uma parede branca ou tela estendida num lugar escuro, figuras pintadas em tamanho pequeno, em pedaços de vidro fino, com cores bem transparentes. Em 1840, Auguste Lapierre, funileiro em Paris, fabricou uma lanterna mágica que consistia de uma lanterna de ferro estanhado, a "lanterna quadrada", que era comercializada desde 1843. Seu filho Edouard criou em 1891 um modelo para os adultos, "a lanterna de projeção", que permitia utilizar vistas fotográficas formato 8,5 X 10 cm. De 1901 em diante, René e Maurice, filhos de Edouard, dirigiram o negócio, lançando em 1903 o "lucifone", que compunha-se de uma lanterna mágica e de um fonógrafo de cilindro, unindo imagem e som, fazendo projeções sonoras acompanhadas de cantos e risos. Em 1920, parte do negócio Lapierre foi vendida à Sociedade Ótica e Mecânica do grupo Schneider, para fundar a sociedade chamada "Lanternas mágicas e cinema de amador". Em 1961, René Lapierre, então com 82 anos, ainda explorava a sociedade. Os primeiros experimentos Tanto nos Estados Unidos quanto na Europa, as imagens animadas se tornaram uma espécie de passatempo, através de dispositivos populares nos salões de classe média. Concretamente, descobriu-se que, ao se dispor ante os olhos imagens de movimento que transcorrem em um segundo, sucessivamente, a persistência da visão faz com que pareçam em movimento. O zootropo apresenta uma série de desenhos dispostos lado a lado em sentido horizontal, em tiras de papel colocadas no interior de um tambor giratório, montado sobre um eixo; ao girar, as imagens parecem estar em movimento. Um artefato mais elaborado era o Praxinoscópio, do inventor francês Charles Émile Reynaud, que consistia em um tambor giratório com um anel de espelhos no centro e os desenhos na parte interna do tambor, e na medida em que esse girava, os desenhos pareciam se mover. Na mesma época, William Henry Fox Talbot, no Reino Unido, e Louis Daguerre, na França, trabalhavam em uma nova descoberta que possibilitaria desenvolver, posteriormente, o Cinematógrafo: a fotografia, já que tal invento levou à possibilidade do cinema. A partir de 1852, começou a ser possível fotografar um movimento real em várias poses. Em 1877, o fotógrafo anglo-americano Eadweard Muybridge empregou uma bateria de 24 câmaras para gravar o ciclo de movimentos do galope de um cavalo. Um passo importante no desenvolvimento da primeira câmera de imagens foi dado pelo fisiólogo francês Étienne Jules Marey, com o cronofotógrafo portátil, que permitia obter 12 imagens em uma placa giratória que completava sua rotação em um segundo. No entanto, a película consistia de um papel molhado em azeite que se dobrava e soltava com facilidade; por volta de 1889, os inventores estadunidenses Hannibal Goodwin e George Eastman fizeram tiras de emulsão fotográfica de alta velocidade (que necessitavam pouco tempo para a impressão) num celuloide mais resistente. Thomas Alva Edison e William K. L. Dickson Até 1890, os cientistas estavam mais interessados no desenvolvimento da fotografia do que da cinematografia. Isto mudou quando o inventor Thomas Alva Edison construiu “Black Maria”, um laboratório em West Orange (Nova Jérsei), que se converteu em um lugar de experimentação de imagens em movimento, tornando-se o primeiro estúdio de cinema do mundo. Em 1891, Thomas Edison inventou o cinetógrafo e posteriormente o cinetoscópio. Na realidade, foi William K. L. Dickson foi quem desenhou o sistema de engrenagens que permitia que o filme corresse dentro da câmera, sendo ele também o primeiro a obter, em 1889, uma rudimentar imagem com som. O cinetoscópio patenteado por Edison era uma caixa movida a eletricidade, que continha o filme inventado por Dickson, mas com funções limitadas, pois o cinetoscópio não projetava o filme; tinha uns 15 metros de filme, e o espectador – individual – tinha que ver a imagem através de uma lente de aumento. O artefato, que funcionava depositando uma moeda, não pode ser considerado como um espetáculo público, mas apenas uma curiosidade de salão, que em 1894 se via em Nova Iorque, e antes do ano terminar, em Londres, Berlim e Paris. Narrativa A primeira narrativa filmada foi criada por Louis Le Prince, em 1888. Era um filme de dois segundos com pessoas andando no jardim de ruas de Oakwood, intitulado Roundhay Garden Scene. Os Irmãos Lumière As experiências com projeção de imagens em movimento visíveis para um maior número de espectadores se desenvolveram nos Estados Unidos e na Europa; na França, sem contar com a grande infraestrutura industrial que Edison tinha, os irmãos Auguste e Louis Lumière chegaram ao cinematógrafo, invento que era ao mesmo tempo câmera, filmadora e projetor, e na verdade é o primeiro equipamento que se pode chamar de cinema, mediante a sua apresentação pública em Paris, a 28 de dezembro de 1895, e o nome de seus inventores ficou conhecido internacionalmente como os pioneiros do cinema. Os irmãos Lumière produziram um grande número de curta-metragens documentais com êxito, com diversos elementos em movimento, tais como trabalhadores saindo de uma fábrica e um jardineiro regando plantas. Um dos seus mais efetivos exemplos de curta-metragem foi o que mostrava um trem correndo em direção ao espectador, que assustava o público. Quanto ao cinema de Edison, era mais teatral, apresentando números circenses, bailarinas e atores dramáticos que atuavam para as câmeras. Georges Méliès e Edwin S. Porter Em 1896, o ilusionista francês Georges Méliès demonstrou que o cinema não servia apenas para gravar a realidade, mas também para criar a fantasia. Com tais premissas, produziu filmes narrativos, dando início ao cinema de apenas uma bobina. Em um estúdio em Paris, Méliès rodou o primeiro grande filme encenado, com quase 15 minutos: "L’Affaire Dreyfus" (1899), e “Cendrillon”, com 20 cenas. Méliès é muito lembrado por suas engenhosas fantasias, como "Le Voyage dans la Lune" (1902) e "Les aventures de baron de Munchhausen", em que experimentou as possibilidades da câmera de cinema. Descobriu que poderia, por exemplo, fazer duas tomadas da cena diferentes, fazendo desaparecer um objeto. Seus curta-metragens tiveram êxito junto ao público, e expandiram-se pelo mundo, sendo considerados atualmente como os precursores das técnicas cinematográficas. O estilo documental dos irmãos Lumière e as fantasias teatrais de Méliès fundiram-se nas ficções realistas do inventor estadunidense Edwin S. Porter, a quem se atribui a paternidade do “filme de ficção”. Trabalhando no estúdio de Edison, Porter produziu o primeiro filme estadunidense interessante, "The Great Train Robbery", em 1903. Esse filme, de 8 minutos, influenciou de forma decisiva no desenvolvimento do cinema, pois incluía novidades, tais como a montagem de cenas e lugares adequados para compor a unidade narrativa. Ao fazer isso, Porter transformou a montagem em um dos fundamentos da criação cinematográfica, com o objetivo de dar coerência ao contexto. "The Great Train Robbery" fez muito sucesso e contribuiu notavelmente para que o cinema se tornasse um espetáculo de massas. As pequenas salas de cinema dos Estados Unidos, conhecidas como "nickelodeons", expandiram-se e o cinema começou a ser visto como indústria. A maioria dos filmes, de um só rolo, era composto de comédias curtas, histórias aventurescas ou gravações da atuação dos atores teatrais mais famosos da época. Filmes mudos Entre 1909 e 1912, a indústria nascente do cinema estava sob o controle de um “trust”, do monopólio estadunidense, a MPPC (Motion Pictures Patents Company), formado pelos principais produtores. Esse grupo estipulou a duração dos filmes a um ou dois rolos ou bobinas e negou aos atores que aparecessem seus nomes nos créditos. O trust foi desfeito com êxito em 1912, com a lei anti-trust do governo, que permitiu aos produtores independentes terem suas próprias companhias de distribuição e exibição, dando ao público obras de qualidade, tais como "Quo vadis?" (1912, de Enrico Guazzoni), da Itália, e "La reina Isabel" (1912), da França, protagonizada pela atriz Sarah Bernhardt. Seriados Entre 1908 e 1920, o cinema se desenvolveu através dos chamados filmes em série ou seriados, que se tornaram a grande atração das casas de projeção. Essa inovação não era, porém, uma criação do cinema, pois na época, em especial na França, eram populares os fascículos quinzenais com histórias policiais e de aventuras, os quais se espalharam pela Europa. Foi na França, portanto, que o seriado surgiu, com “Nick Carter, le roi des détectives”, em 1908, baseado nos fascículos, sob direção de Victorin Jasset. Mediante o sucesso da série, várias imitações foram feitas na Europa, tais como “Raffles” e “Sherlock Holmes” na Dinamarca e “Nick Carter” na Alemanha. Em 1910, foi realizado o seriado "Arsène Lupin Contra Sherlock Holmes", drama alemão em 5 capítulos, dirigido por Viggo Larsen e baseado em Arsene Lupin Contre Sherlock Holmes, de Maurice LeBlanc. Os filmes em série chegaram, por volta de 1912, aos Estados Unidos, com "What Happened to Mary?", co-produção do Edison Studios Company e da revista “The Ladies World”, primeiro seriado estadunidense. Os seriados comumente eram acompanhados, enquanto veiculavam nos cinemas, pela mesma história em capítulos nos jornais. Os seriados eram filmes curtos sequenciais, apresentados com um número limitado de episódios, perfazendo no total uma história completa. Foram uma forma de filme B muito comum na primeira metade do Século XX, usualmente contendo entre dez e quinze episódios, e cada episódio terminava com uma proposta extrema, em que o herói (ou a heroína) enfrentava uma situação de perigo, aparentemente sem solução, de forma a prender a atenção do público, levá-lo à curiosidade de ver o episódio seguinte, e conferir a forma com que o perigo seria superado (cliffhanger). Os episódios originalmente eram semanais, e sempre terminavam com um convite ao público para assistir o subsequente. Em 1929, a Mascot Pictures realizou o primeiro seriado com som, porém parcial, “The King of the Kongo” e em seguida a Universal Studios realizou o seu primeiro seriado sonoro (também parcial), “The Ace of Scotland Yard”. O primeiro seriado totalmente falado foi realizado pela Universal Studios no ano seguinte, o Western “The Indians Are Coming”. Cinema mudo estadunidense O exemplo dos europeus, especialmente da Itália, que em 1912, com 717 produções seria o cinema mais potente do mundo, fez com que os produtores estadunidenses reagissem, vendo-se obrigados a fazer filmes mais longos, com maior liberdade artística dos diretores, além de os atores figurarem nos créditos do filme, transformando-os em favoritos do público. Dessa forma, seguiu-se um período de expansão econômica e artística do cinema estadunidense. Primeiros estúdios Os primeiros estúdios de cinema estadunidenses foram localizados na cidade de Nova Iorque. Em dezembro de 1908, Edison formou a Motion Picture Patents Company, em uma tentativa de “controlar” a indústria cinematográfica. O "Edison Trust", como era chamado, era composto das companhias Edison Studios, Biograph Company, Essanay Studios, Kalem Company, George Kleine Productions, Lubin Manufacturing Company, Georges Méliès, Pathé, Selig Studios, e Vitagraph Studios, e dominava a distribuição através da General Film Company. A Motion Picture Patents Co. e a General Film Co. foram considerados culpadas de violações da lei antitrust estadunidense em outubro de 1915, e foram dissolvidas. O Edison Studios foi transferido de West Orange, Nova Jérsei (1892), para o Bronx, em Nova Iorque (1907). A Fox (1909) e a Biograph (1906) se fixaram em Manhattan, com os estúdios em St George Staten Island; alguns filmes foram feitos em Fort Lee, Nova Jérsei. A Thanhouser Film Corporation foi fundada em New Rochelle, Nova Iorque, em 1909, pelo empresário Edwin Thanhouser. A companhia produziu e lançou 1086 filmes entre 1910 e 1917, incluindo o seriado "The Million Dollar Mystery", lançado em 1914. Os primeiros Westerns foram filmados no Scott's Movie Ranch; cowboys e índios galopavam através do rancho de Fred Scott em South Beach, Staten Island, que tinha uma rua principal de fronteira, uma ampla seleção de diligências e uma paliçada de 56 metros. A ilha fornecia um substituto útil para locais tão variados como o deserto do Saara e um campo de cricket britânico. As cenas de guerra eram rodadas em Grasmere, Staten Island. "The Perils of Pauline" e o popular seriado "The Exploits of Elaine" foram filmados na ilha. As filmagens mudaram para a costa oeste em torno de 1911. Hollywood Entre 1915 e 1920, as grandes salas de cinema cresceram através do território estadunidense, mediante uma indústria que se transferia de Nova Iorque para Hollywood, pequena localidade californiana de Los Angeles, e produtores independentes, como Thomas Harper Ince, Cecil B. de Mille e Mack Sennett, construíram seus próprios estúdios. Ince iniciou o sistema de unidades, em que se trabalhava cada obra, separadamente, liderada por um chefe de unidade – o produtor executivo –, de forma a se fazer vários filmes ao mesmo tempo. Dessa foram, produziram-se centenas de filmes por ano, a maioria Westerns, comédias pastelão e melodramas, como o filme de Cecil B. de Mille "Male and Female" (1919) protagonizado por Gloria Swanson. Ince, de sua parte, especializou-se na Guerra Civil Americana e em temas do oeste americano, com o então popular cowboy William S. Hart. O Motion Picture Patents Company, que teve por base Nova Iorque e outras cidades da costa leste dos Estados Unidos, foi indiretamente responsável pelo estabelecimento de Hollywood, na Califórnia, como a "capital do cinema", pois muitos dos cineastas independentes migraram para a região na tentativa de escapar da influência restritiva do "truste". Na guerra entre o truste e os independentes, particularmente a “Guerra das Stars” causou grande mudança na contratação e valorização dos astros, que passaram ao reconhecimento e ao lucro através de seus contratos. Outra razão para a mudança foi o clima, pois na costa oeste poderiam filmar o ano inteiro, sem a interrupção no inverno. Lista dos filmes mudos mais lucrativos dos Estados Unidos A seguir estão os filmes mudos da era do cinema mudo que obtiveram a maior renda bruta na história do cinema. Os montantes de dólar não estão ajustados para a inflação.The Birth of a Nation (1915) - US$ 10 000 000The Big Parade (1925) - US$ 6 400 000Ben-Hur (1925) - US$ 5 500 000Way Down East (1920) - US$ 5 000 000The Gold Rush (1925) - US$ 4 250 000The Four Horsemen of the Apocalypse (1921) - US$ 4 000 000The Circus (1928) - US$ 3 800 000The Covered Wagon (1923) - US$ 3 800 000The Hunchback of Notre Dame (1923) - US$ 3 500 000The Ten Commandments (1923) - US$ 3 400 000Orphans of the Storm (1921) - US$ 3 000 000For Heaven's Sake (1926) - US$ 2 600 000Seventh Heaven (1926) - US$ 2 400 000Abie's Irish Rose (1928) - US$ 1 500 000 Buster KeatonJoseph Francis Keaton nasceu em 1895, em Pickway (Kansas), e morreu em Hollywood em 1966. Filho de dois cômicos ambulantes, Joseph e Myra Keaton, apareceu em cena antes de um ano de idade. Considerado uma das mais importantes figuras da história do cinema, por ter compreendido melhor que todos os seus contemporâneos o significado das possibilidades de cinema. Suas obras, apreciadas pelo público e pela crítica, estabeleceram uma interessante comunicação com o espectador, além de explorar a elasticidade do tempo. O mais admirável foi a sua capacidade de improviso e criatividade, nas inúmeras situações em que combinou um rosto impassível e um corpo capaz de qualquer acrobacia, em situações bastante divertidas. Buster Keaton tem sido considerado um dos três grandes mestres do “pastelão”, ao lado de Charlie Chaplin e Harold Lloyd. Quando se lhe falava sobre o fato, porém, ele retrucava: “Como se pode ser um gênio com um “sombrero” e uns sapatos enormes?”. A sua carreira apresenta obras-primas, tais como "The General" (1927), que costuma entrar na lista das 10 melhores comédias, pelos especialistas da sétima arte. A revista Sight and Sound escolheu-o em 1972 como o oitavo melhor filme da história do cinema. Charles ChaplinSir Charles Spencer Chaplin Jr. foi um ator, diretor e músico de origem britânica. Chaplin era um cômico genial, e sua simples presença era suficiente para o êxito comercial do filme, sendo a primeira lenda viva devido ao seu personagem, o vagabundo Carlitos ou Charlou em Portugal. O personagem mescla a comédia sentimental, a sátira social e o “patético” da natureza humana, tornando-se um arquétipo universal. O personagem foi se firmando ao longo dos filmes "The Tramp" (1915), "A Dog's Life" (1918), "The Kid" (1921) e "The Gold Rush" (1925). Com a chegada do cinema sonoro, os produtores se negam a fazer "City Lights" (1931), então Chaplin o produz por sua própria conta e faz grande sucesso, êxito que se repete em "Modern Times" (1936), sátira sobre a automatização do trabalho, e "The Great Dictator" (1940), primeiro filme falado de Chaplin, uma “paródia” de ditadores, na figura de Adolf Hitler, o que lhe causaria inimizade entre os setores mais reacionários do poder estadunidense, obrigando-o a abandonar o país na década de 1950, quando houve a “caça às bruxas”, promovida por McCarthy. Algum tempo antes, em 1919, Chaplin, junto com D. W. Griffith e os dois mais famosos atores do momento, Mary Pickford e Douglas Fairbanks, formam a produtora United Artists, iniciando a era dourada do cinema mudo dos Estados Unidos. Douglas FairbanksDouglas Fairbanks (1883-1939), ator e produtor estadunidense, célebre pelas habilidades acrobáticas e de espadachim, foi a grande atração de seus filmes. Seu nome verdadeiro era Douglas Elton Ulman, nasceu em Denver, Colorado; depois de trabalhar por um tempo em uma companhia de valores em Wall Street, decidiu-se pela vida artística em 1901. Nos 14 anos seguintes chegou ao estrelato, e em 1919, formou sua própria produtora, ao lado de D.W. Griffith, Mary Pickford, sua segunda esposa, e Charles Chaplin: a United Artists. Entre os mais famosos filmes de Fairbanks estão “The Mark of Zorro” (1922), "Robin Hood" (1922, Allan Dwan), "The Thief of Bagdad" (1924, Raoul Walsh), “Don Q, Son of Zorro” (1925, Donald Crisp), "The Black Pirate" (1926, A. Parker), "The gaucho" (1927, F. Richard Joles), "The Iron Mask" (1929, Allan Dwan) e "The Taming of the Shrew" (1929, Sam Taylor), junto a Mary Pickford. Seu último filme foi "The Private Life of Don Juan", em 1934, dirigido por Alexander Korda. Seu filho, Douglas Fairbanks, Jr. também foi um ator importante, na produção cinematográfica e televisiva. Som e música ao vivo Exibições de filmes mudos quase sempre contaram com música ao vivo, começando com o pianista na primeira projeção pública de filmes dos irmãos Lumière, em 28 de dezembro de 1895, em Paris. Desde o início, a música foi reconhecida como essencial, contribuindo para a atmosfera e dando ao público vitais sugestões emocionais; músicos eram às vezes colocados em sets durante a filmagem por razões semelhantes. Salas de cinema de bairro e cidade pequenas geralmente tinham um pianista. A partir de meados da década de 1910, os cinemas das grandes cidades costumavam ter organistas ou conjuntos de músicos. Órgãos próprios para o cinema foram projetados para preencher uma lacuna entre um solista de piano simples e uma orquestra maior. Esses órgãos tinham uma ampla gama de efeitos especiais; órgãos como a famosa Mighty Wurlitzer poderiam simular alguns sons orquestrais juntamente com uma série de efeitos de percussão, como tambores graves e címbalos e efeitos de som variando de galope de cavalos a trovões. Escores musicais para os filmes mudos foram improvisados ou copiados do repertório clássico. O filme, muitas vezes, era acompanhado de um guia para o maestro ou o músico, com anotações detalhadas sobre efeitos e modos para assistir. Começando com o escore original composto por Joseph Carl Breil para "The Birth of a Nation" (1915), de D. W. Griffith, tornou-se relativamente comum para os filmes de maior orçamento chegarem ao cinema com um escore original, especialmente composto. No entanto, os primeiros escores completos foram compostos antes, em 1908, por Camille Saint-Saëns, para "La Mort du duc de Guise", e por Mikhail Ippolitov-Ivanov para "Stenka Razin". Quando organistas ou pianistas usavam partituras, eles ainda podiam adicionar improvisos para aumentar o drama na tela. Mesmo quando os efeitos especiais não eram indicados na pontuação, se um organista estava tocando um órgão capaz de um efeito de som incomum, como um efeito de cavalos galopando, seria usado para dramáticas perseguições a cavalo. Na época do cinema mudo, os filmes eram a maior fonte de emprego para músicos instrumentais (pelo menos na América), mas a introdução do cinema falado, que aconteceu simultaneamente com o início da Grande Depressão, foi devastadora para muitos músicos. Alguns países desenvolveram outras formas de trazer o som para filmes mudos. O cinema do Brasil teve destaque com filmagem de operetas com cantores executando atrás da tela. No cinema japonês, filmes tiveram não só a música ao vivo, mas também o benshi, um narrador ao vivo que fornecia comentários e vozes para os personagens. O benshi tornou-se, assim, um elemento central no filme japonês, e também fornecia tradução para os filmes estrangeiros. A popularidade do benshi nos filmes mudos persistiu até os anos 1930, no Japão. Recentemente tem ressurgido o interesse na apresentação de filmes mudos com partituras musicais de qualidade, ou regravações de período. Um divisor de águas neste contexto foi a restauração feita em 1980 por Kevin Brownlow do filme de Abel Gance, "Napoléon", com um escore de Carl Davis. A restauração de Brownlow mais tarde foi distribuída na América, re-editada e reduzida por Francis Ford Coppola com uma partitura orquestral ao vivo, composta por seu pai, Carmine Coppola. Em 1984, a restauração de "Metropolis" (1927) com novo escore musical por Giorgio Moroder foi outra prova do moderno interesse pela “era muda”. O escore que incluía som pop de Freddy Mercury do Queen, Pat Benatar e Jon Anderson do Yes, houve controvérsias. Conjuntos de música atuais executam tanto partituras tradicionais quanto contemporâneas para filmes mudos. Os de abordagem tradicional incluem organistas e pianistas como Dennis James, Rick Friend, Chris Elliott, Dennis Scott, Clark Wilson e Jim Riggs. Condutores de orquestras como Gillian B. Anderson, Carl Davis, Carl Daehler e Robert Israel têm escrito e compilado partituras para inúmeros filmes mudos. Além de compor trilhas sonoras para filmes novos, Timothy Brock tem restaurado muitas das partituras de Charlie Chaplin. Conjuntos de música contemporânea estão ajudando a introduzir filmes mudos clássicos para um público mais amplo através de uma ampla gama de abordagens e estilos musicais. Alguns artistas criaram novas composições usando instrumentos musicais tradicionais, enquanto outros adicionam sons eletrônicos, harmonias modernas, ritmos, improvisação e elementos de “design” de som para melhorar a experiência de assistir aos filmes. Entre os conjuntos contemporâneos nesta categoria estão Alloy Orchestra, Club Foot Orchestra, Silent Orchestra, Mont Alto Motion Picture Orchestra e The Reel Music Ensemble. Alloy Orchestra, que começou a atuar em 1990, está entre os primeiros da nova onda de conjuntos de música de cinema mudo. Um dos poucos atores do cinema mudo ainda ativo no século XXI foi o cantor, estrela de cinema holandês-alemão, Johannes Heesters (1903–2011). Cinema mudo latino-americano O cinematógrafo se tornou conhecido nas capitais dos países latino-americanos após a primeira projeção em Paris, pelos Irmãos Lumière. Nenhum deles, porém, teve uma indústria própria até a década de 1940. Desde o início do Século XX, a distribuição e exibição de filmes era feita pelas companhias estadunidenses de cinema, controlando todo o continente. No período da II Guerra Mundial, como aliado, o México beneficiou-se desse importante mercado cedido pelos Estados Unidos en detrimento da Argentina e Espanha, o primeiro neutro e o segundo sob uma ditadura fascista, que viram decair suas respectivas indústrias cinematográficas. Nesse período, o México viu aumentar sua indústria graças a um mercado seguro de língua castelhana, e suas produções em geral eram comédias, dramas populares ou filmes sócio-folclóricos. O cinema no México iniciou com a obra "Riña de hombres en el zócalo" 1897), e depois surgiram noticiários sobre a independência e a Revolução Mexicana, como "El grito de Dolores" 1910, de Felipe Jesús del Haro, ou "Insurrección en México" (1911, dos irmãos Alva). Em 1917, cria-se a produtora Azteca Film, que produz filmes de ficção, como "La obsesión". Cinema mudo no Brasil No Brasil, o inventor Hercule Florence é considerado o precursor brasileiro da fotografia. Observando o descolorimento que sofriam os tecidos expostos à luz do sol e informado pelo jovem boticário (e futuro botânico) Joaquim Correia de Melo das propriedades do nitrato de prata, deu início às suas investigações sobre fotografia. Suas primeiras experiências com a câmera obscura datam de janeiro de 1833 e encontram-se registradas no manuscrito “Livre d'Annotations et de Premier Matériaux”. Mais de 150 anos depois, o exame detalhado desse manuscrito por Boris Kossoy levou-o a comprovar o emprego pioneiro de Florence da palavra "photographie", pelo menos cinco anos antes que o vocábulo fosse utilizado pela primeira vez na Europa. Em São Paulo, em 1889 chega a “lanterna mágica”, que ficou conhecida como “A Maravilha do Século”, trazida do exterior por Benjamin Schalch, que apresentava imagens com movimentos. O cinema mudo no Brasil inicia em 19 de junho de 1898, com os equipamentos e filmes trazidos para o Brasil pelos irmãos Affonso Segretto e Pascoal Segreto, que ao chegar no Rio de Janeiro imediatamente iniciaram a fazer imagens, no próprio porto. Os Segrettos foram, portanto, os pioneiros na captação de imagens em movimento no país, filmando eventos e cerimônias. Destaca-se, entre tais documentos, a visita do Presidente Prudente de Moraes, em 5 de julho de 1898. Em 13 de fevereiro de 1898, o médico José Roberto de Cunha Sales realiza uma das primeiras exibições do cinematógrafo em São Paulo. Em São Paulo, a primeira filmagem foi feita por Afonso Segreto em 20 de setembro de 1899, em uma celebração da colônia de imigrantes italianos. Atualmente, os pesquisadores consideram que os primeiros filmes realizados no Brasil foram "Ancoradouro de Pescadores na Baía de Guanabara",O relato de uma descoberta histórica Portal ClicRBS "Chegada do trem em Petrópolis", "Bailado de Crianças no Colégio, no Andaraí" e "Uma artista trabalhando no trapézio do Politeama".Uma Artista Trabalhando no Trapézio Filmografia Brasileira - Cinemateca Brasileira - Ministério da Cultura Cinema mudo europeu A produção cinematográfica no Reino Unido, Itália e países nórdicos decaiu no fim da I Guerra Mundial mediante os custos de produção e a incapacidade comercial para competir no mercado mundial crescente. Por outro lado, na Alemanha, na recém criada União Soviética e na França, os filmes alcançaram uma nova significação artística, assinalando um período próspero no meio cinematográfico. Alemanha e Áustria Um importante e inovador cinema mudo alemão tomou por base o expressionismo e as técnicas do teatro clássico, tendo como exemplo o filme expressionista que marcou a época, “Das Cabinet des Dr. Caligari” (1919), de Robert Wiene, em que foram utilizadas estilizações visuais e decorativas para contar uma história de terror que identifica a autoridade com a criminalidade. Filmes como "Der Golem, wie er in die Welt kam" (1920), de Paul Wegener e Henrik Galeen, "Nosferatu, Eine Symphonie des Grauens" (1922), de F. W. Murnau e "Metropolis" (1927) de Fritz Lang retratam uma sociedade robotizada, dominada por um grande poder industrial em que os trabalhadores estão reduzidos à posição de escravos. Todos esses filmes criaram escola no cinema comercial estadunidense, com seus temas, decorações e estilo, como provam as contratações posteriores dos diretores pela indústria hollywoodiana. Na metade da década de 1920, a capacidade técnica do cinema alemão se sobrepunha a qualquer outro país do mundo. Os atores e diretores eram financiados pelo Estado, com uma capacitação de estúdios tais como a "UFA" (Universum Film Aktiengesellschaft), de Berlim. Os estudos introspectivos e expressionistas da vida das classes populares se caracterizavam pela sua dignidade, beleza e duração, além de serem acompanhados de avanços nos efeitos visuais e fotográficos. Os diretores alemães liberaram as câmeras dos tripés e as colocaram sobre rodas, alcançando uma mobilidade então inédita. Filmes como os de Murnau Der letzte Mann" (1924), protagonizado por Emil Jannings, “Die freudlose Gasse” (1926), de Georg Wilhelm Pabst, protagonizado por uma jovem Greta Garbo, foram aclamados universalmente pela profundidade das emoções que comunicavam, e pelos avanços técnicos. Mediante a migração dos melhores talentos alemães, austríacos e, em geral, centro-europeus, a produção caiu rapidamente após 1925, convertendo-se em uma indústria que se atinha a imitar a produção de Hollywood. União Soviética Entre 1925 e 1930 houve uma série de grandes produções soviéticas, revolucionárias tanto na sua temática quanto na força visual e métodos empregados. A indústria do cinema soviético foi nacionalizada em 1919 e colocada sob o controle do Estado. Os filmes desse período mostravam a então recente história soviética com uma força, um realismo e uma visão que significava a antítese do cinema introspectivo alemão. Os dois maiores diretores soviéticos, Serguéi Mijáilovich Eisenstein e Vsiévolod Ilariónovich Pudovkin, receberam forte influência da obra de Griffith, sobretudo a montagem, aspecto que analisaram em detalhes, formularam teorias, depuraram e aplicaram de forma a chegar aos mais brilhantes resultados da história do cinema, com tomadas individualizadas de grande força visual e impacto, capazes de deixar uma forte impressão no espectador. O emprego mais espetacular de tais técnicas se pode apreciar na obra de Eisenstein "Bronenosets Potyomkin" (1925), em que se relata o motim dos marinheiros em um barco de guerra, fartos de receber comida estragada, assim como a recepção que o povo de Odessa dá aos rebeldes. Na célebre seqüência das escadarias de Odessa, Eisenstein leva ao clímax os disparos dos soldados czaristas sobre a multidão, com uma série de cenas rápidas, montadas de forma alternada, combinando a descrição geral da cena com detalhes significativos, como a descida de um carrinho de bebê que roda por intermináveis degraus até ser alcançado pela mãe, ou um estudante retrocedendo horrorizado enquanto as tropas avançam sobre o povo com a baioneta armada. O resultado final cria uma emoção única, integrando toda a série de situações simultâneas. No filme The Untouchables de 1987, Brian De Palma faz uma homenagem ao cineasta Eisenstein, recriando a cena das escadarias, em meio a um tiroteio. "The End of St. Petersburg" (1927), de Pudovkin, e "October" (1928), de Eisenstein, também conhecido como "Ten Days That Shook the World", comemoram o décimo aniversário da Revolução Soviética sob pontos de vista extremos. Pudovkin narra a história do indivíduo como um herói, uma personificação das massas. Para Eisenstein, a própria massa em si é a protagonista heróica. Ambos os cineastas eram excelentes teóricos do cinema, que analisaram seus próprios trabalhos e o de outros autores, enriquecendo a crítica cinematográfica e a teoria do cinema através do mundo. França Após a I Guerra Mundial, um grupo de artistas desenvolveu um cinema tanto de vanguarda quanto tradicional, com pouca interferência dos produtores executivos. O escritor, diretor e editor de revistas de cinema Louis Delluc foi um defensor ardente do cinema francês, que teve grandes criadores tais como Abel Gance, René Clair, Jean Epstein e Germaine Dulac. Foi um grupo do qual dependeu a sobrevivência do cinema francês. A obra de Delluc "Fièvre" (1921) apresenta uma visão impressionista da vida das classes pobres, enquanto que "Un chapeau de paille d'Italie" (1927), de René Clair, é uma comédia baseada numa farsa popular do Século XIX, e "Napoleón" (1927), de Abel Gance, é uma obra inovadora com relação à técnica. Uma das produções francesas mais referenciadas da década de 1920 é "La Passion de Jeanne d'Arc" (1928), de Carl Theodor Dreyer, que, trabalhando com uma equipe técnica internacional, escolheu o melhor do cinema escandinavo, cinema alemão e cinema soviético para fazer um cinema em estilo próprio. A interpretação de Renée Falconetti como Joana D’Arc tem sido considerada um dos melhores exemplos de interpretação cinematográfica da era do cinema mudo. Esse filme, junto com "Sunrise: A Song of Two Humans" (1927), filme estadunidense de Murnau, perfazem o período mais derradeiro do cinema mudo, que daria um passo ao advento do sonoro. Maturidade do cinema mudo Nos anos posteriores a I Guerra Mundial, a indústria cinematográfica se converteu em um dos pilares da indústria estadunidense, gerando milhões de dólares aos produtores que tinham sucesso. Os filmes do país se internacionalizaram, dominando o mercado mundial, e os autores europeus mais proeminentes foram contratados pelos estúdios e as suas técnicas espalharam-se por Hollywood, que os adaptou para fins comerciais. O “estrelato” floresceu e os filmes empregaram grandes estrelas, tais como Rodolfo Valentino, John Barrymore, Greta Garbo, Clara Bow e Norma Shearer, como principal atrativo para o público. O período caracterizou-se também pela intenção de regular os valores morais do cinema através de um código de censura interno, criado pela própria indústria de Hollywood em 1930 (o Motion Picture Production Code ou Hays Code, assim chamado por utilizar as normas do político e moralista Will H. Hays). Esse tipo de instrumento de controle político-moralista foi usado nos Estados Unidos até 1968. Nos anos 1920 os filmes estadunidenses começaram a ganhar uma sofisticação e uma suavidade de estilo. Os Westerns românticos, como “The Iron Horse” (1924), de John Ford, utilizavam a economia e a destreza narrativas que assinalariam a trajetória de diretores clássicos como Frank Capra, William Wyler e George Stevens. No entanto, Cecil B. de Mille procurava marcar o erotismo em suas primeiras comédias sexuais, como em "The Affairs of Anatol" (1921), ou por trás da fachada bíblica de espetáculos como "The Ten Commandments" (1923) e “The King of Kings” (1927) nos quais aparecem orgias e cenas de banho sob qualquer pretexto. Dois dos diretores mais populares da época, Ernst Lubitsch e Erich von Stroheim, o primeiro alemão e o segundo austríaco, revelaram suas características sofisticadas nas primeiras obras em Hollywood. O primeiro abandonou os espetáculos que fizera em seu país e passou a fazer comédias leves, românticas, caracterizadas pela sua técnica e encanto pessoal. Em "The Marriage Circle" (1924) e "So This is Paris" (1926) abordou com tanta habilidade o tema sexual que se tornou aceitável aos censores. O trabalho de Von Stroheim, mais duro e mais europeu, foi extravagante, como em "Foolish Wives" (1922), em que contrasta a inocência estadunidense com a vivência europeia. Sonorização A partir das tecnologias que permitiram a sonorização das películas cinematográficas, o som pode ser usado para o tratamento conceitual e estético das cenas. O suspense ou o drama, por exemplo, assim como a alteração sobre a noção espaço-temporal das cenas, foram trabalhados a partir da ambiência sonora criada pelo cineasta. O diálogo sincronizado somente tornou-se uma prática na década de 1920 com a perfeição dos amplificadores do som e a introdução do sistema Vitaphone. Após o lançamento de “The Jazz Singer” em 1927, a sonorização se tornou mais comum a cada ano, e dentro de uma década, a produção de filmes mudos já havia cessado. Transição Apesar de tentativas para criar sincronização de som e movimentos no laboratório de Edison em 1896, a tecnologia tornou-se bem desenvolvida apenas no início de 1920. Os próximos anos viram uma corrida para projetar e implementar projetos rivais de sistemas de som em filme, como Photokinema (1921), Phonofilm (1923), Vitaphone (1926), Fox Movietone (1927) e RCA Photophone (1928). Embora o lançamento de "The Jazz Singer" (1927) pela Warner Brothers tenha marcado o primeiro filme sonoro comercialmente bem sucedido, os filmes mudos ainda eram a maioria dos lançamentos em 1927 e 1928, juntamente com filmes silenciosos com uma seção sonora inserida. Assim, a era do cinema sonoro moderno só pode ser considerada dominante em 1929. A lista a seguir inclui somente os filmes produzidos na era do som, com a intenção artística de serem silenciosos. People on Sunday, Robert Siodmak, 1930 City Girl, F. W. Murnau, 1930 Borderline, Kenneth MacPherson, 1930 Earth, Aleksandr Dovzhenko, 1930 City Lights, Charlie Chaplin, 1931 Tabu, F. W. Murnau, Robert Flaherty, 1931 I Was Born, But..., Yasujirō Ozu, 1932 A Story of Floating Weeds, Yasujirō Ozu, 1934 The Goddess, Wu Yonggang, 1934 Filmes perdidos Nos anos que precederam o cinema sonoro, apesar de milhares de filmes mudos terem sido feitos, estima-se que 80 a 90% se perderam, pois os filmes da primeira metade do Século XX eram feitos à base de nitrato, que era instável, altamente inflamável, e requeria técnicas de conservação para não se destruírem com o tempo. Muitos desses filmes não foram conservados, apenas alguns foram reciclados, e esse fato faz com que a conservação dos filmes encontrados seja uma prioridade entre os historiadores. Entre os maiores filmes da “era muda” considerados perdidos, constam: "Saved from the Titanic" (1912); "The Apostle" (1917); "Cleopatra" (1917); "Arirang" (1926); "Gentlemen Prefer Blondes" (1927); "The Great Gatsby" (1926); e "London After Midnight" (1927). Embora se saiba que muitos filmes mudos jamais serão recuperados, muitos foram descobertos em arquivos de filme ou coleções particulares. Em 1978, em Dawson City, Yukon, um trator descobriu enterradas bobinas de filme de nitrato durante a escavação de um aterro sanitário. Dawson City fora o fim da linha de distribuição de muitos filmes. Os títulos foram armazenados na biblioteca local até 1929, quando foram usados como aterro em uma piscina. Armazenados durante os anos 50, os filmes acabaram sendo bem preservados. Havia filmes de Pearl White, Harold Lloyd, Douglas Fairbanks e Lon Chaney, Sr. Esses filmes agora estão sob os cuidados da Biblioteca do Congresso. A degradação do antigo estoque de filmes pode ser retardado pelo adequado arquivamento, ou os filmes podem ser transferidos para CD-ROM ou outra mídia digital para preservação. Homenagens Vários cineastas homenagearam as comédias da era muda, incluindo Jacques Tati com "Les vacances de Monsieur Hulot" (1953), Jerry Lewis com "The Bellboy" (1960), Mel Brooks, que protagonizou "Silent Movie" (1976), Maurizio Nichetti com "Ratataplan" (1979), Tricicle com "Palace" (1995). O aclamado drama "Three Times" (2005), do diretor de Taiwan Hou Hsiao-Hsien, é silencioso durante um terço do filme, completado com intertítulos; “The Impostors”, de Stanley Tucci, tem uma sequência de abertura silenciosa no estilo das primeiras comédias silenciosas. O filme “A Festa de Margarette” (2003), do cineasta brasileiro Renato Falcão, é silencioso. O diretor e escritor Michael Pleckaitis coloca seu próprio toque no gênero com “Silent” (2007). Apesar de não silencioso, o show de Mr. Bean na TV e nos filmes usa os caracteres de título dos filmes mudos para criar um estilo de humor similar. Um exemplo menos conhecido é Jérôme Savarys, com o filme “La fille du garde-barrière” (1975), uma homenagem aos filmes do período de silêncio que usa intertítulos e mistura comédia, drama e cenas de sexo explícito (o que o levou a ser recusado para um certificado de cinema pelo British Board of Film Classification). Em 1990 Charles Lane dirigiu e estrelou "Sidewalk Stories", um filme de baixo orçamento sobre comédias silenciosas sentimentais, particularmente a de Charlie Chaplin, “The Kid” (1921). O filme alemão de 1999 "Tuvalu" é muito silencioso; a pequena quantidade de diálogo é uma mistura estranha das línguas europeias, aumentando a universalidade dos filmes. Guy Maddin ganhou prêmios por sua homenagem ao cinema mudo da era Soviética, com seu curta The Heart of the World, após ter feito um longa-metragem silencioso, Brand Upon the Brain! (2006), incorporando “Foley artists”, a narração e a orquestra, em shows. "Shadow of the Vampire" (2000) é uma representação ficcional do clássico de Friedrich Wilhelm Murnau, "Nosferatu" (1922). Werner Herzog homenageou o mesmo filme em "Nosferatu: Phantom der Nacht" (1979). Alguns filmes desenham um contraste direto entre a era do cinema mudo e a era do cinema falado. "Sunset Boulevard" (1950) mostra o descompasso entre as duas eras no caráter de Norma Desmond, interpretado pela estrela de cinema mudo, Gloria Swanson, e "Singin' in the Rain" lida com o período onde as pessoas de Hollywood tinham de enfrentar a mudança do cinema mudo para o sonoro. O filme de 1976 de Peter Bogdanovich, "Nickelodeon", lida com a crise do cinema mudo em Hollywood durante a década de 1910, até o lançamento do épico de D. W. Griffith, em 1915, "The Birth of a Nation". Em 1999, o cineasta finlandês Aki Kaurismäki produz "Juha", que segue o estilo do cinema mudo, usando intertítulos no lugar de diálogos. Na Índia, o filme de 1988 "Pushpak", estrelado por Kamal Hassan, foi uma comédia de humor negro totalmente desprovido de diálogo. O filme australiano “Dr Plonk”, de 2007, foi uma comédia silenciosa dirigida por Rolf de Heer. O teatro, por sua vez, tem elaborado, muitas vezes, sobre fontes e estilos de cinema mudo. Os atores e escritores Billy Van Zandt&Jane Milmore encenaram o pastelão "Silent Laughter", um tributo de ação ao vivo para a era do cinema mudo. Geoff Sobelle e Trey Lyford criaram e estrelaram "All Wear Bowlers" (2004), que começou como uma homenagem a Laurel and Hardy e evoluiu para incorporar seqüências de filme mudo alternando entre a ação e a tela de prata. A animação de 1940 "Fantasia", que tem oito seqüências de animação diferentes, com música, pode ser considerado um filme mudo, com apenas uma cena curta envolvendo o diálogo. O filme de espionagem de 1952, “The Thief”, tem música e efeitos sonoros, mas nenhum diálogo. No filme The Untouchables de 1987, Brian De Palma faz uma homenagem ao cineasta Eisenstein, recriando a cena das escadarias de "Bronenosets Potyomkin" (1925), em que um carrinho com um bebê desce lentamente os degraus, em meio a um tiroteio. Em 2005, a H.P. Lovecraft Historical Society produziu uma versão silenciosa da história de Lovecraft "The Call of Cthulhu". Este filme manteve um estilo de filmagem exato e foi recebido como a melhor adaptação de HPL até a data e, referindo-se a decisão de fazê-lo como um filme mudo, "a brilliant conceit". O filme francês de 2011 "The Artist", escrito e dirigido por Michel Hazanavicius, ganhador do Oscar de melhor filme, apresenta-se como um filme silencioso ao mesmo tempo que mostra os sets em Hollywood durante a era silenciosa. Ele também inclui segmentos de filmes mudos fictícios estrelados por seus protagonistas. Também em 2011, a contribuição de Méliès para a história do cinema foi o tema do filme The Invention of Hugo Cabret, de Brian Selznick e Martin Scorsese, com Ben Kingsley interpretando Méliès. O filme estadunidense mudo "Silent life", iniciado em 2006, apresenta atuações de Isabella Rossellini e Galina Jovovich, mãe de Milla Jovovich, e irá estrear em 2013. O filme é baseado na vida do ícone do cinema mudo Rodolfo Valentino, conhecido como o primeiro “Grande Amante” Hollywood. No filme, após a cirurgia de emergência, Valentino perde seu contacto com a realidade e começa a ver as lembranças de sua vida em Hollywood, a partir de uma perspectiva de coma - como um filme mudo, mostrado em um palácio de filme, o portal mágico entre a vida e a eternidade, entre realidade e ilusão. Ver também Cinema sonoro História do cinema Referências bibliográficas GOMES, Paulo Emílio Sales. Cinema: trajetória no subdesenvolvimento. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1980. RAMOS, Fernão. História do Cinema brasileiro. 3ª edição; ArtEditora, 1987/1990. ROCHA, Glauber. Revisão Crítica do Cinema Brasileiro. São Paulo, Cosac e Naify, 2003. DAVIS, Lon. Silent Lives. BearManor Media, Albany, 2008. ISBN 1-59393-124-7. The Late Hollywood Silent Film Melodrama Special Issue, Film International, Issue, 54, Volume 9, Number 6 (2011), Jeffrey Crouse (editor). As análises também incluem: George Toles, "'Cocoon of Fire: Awakening to Love in Murnau's Sunrise"; Diane Stevenson, "Three Versions of Stella Dallas"; e Jonah Corne, "Gods and Nobodies: Extras, the October Jubilee, and Von Sternberg's The Last Command". Ligações externas Silent Era MATTOS, A. C. Gomes de. Histórias de Cinema, Seriados mudos americanos Os Primórdios do Cinema Mudo The History of Film The Pre-1920s Studios and Films Fort Lee: Birthplace of the Motion Picture Industry Mudo História do cinema
source: https://huggingface.co/datasets/graelo/wikipedia
Os Palácios Reais do Abomei são um conjunto de 12 estruturas construídas em argila pelos fons entre meados do e finais do XIX, distribuídos por uma área de 40 hectares no centro da cidade de Abomei, no Benim, capital do antigo Reino do Daomé . O reino foi fundado em 1625 pelos fons que desenvolveu um poderoso império militar e comercial, que dominou o comércio de negros com traficantes europeus (a quem vendiam seus prisioneiros de guerra) Costa dos Escravos até o final do século XIX. No seu apogeu, os palácios podiam acomodar até 8.000 pessoas . O palácio incluía um prédio de dois andares conhecido como a "Casa Búzios" ou akuehue . Um dos locais tradicionais mais famosos e historicamente mais significativos na África ocidental, os palácios constituem um dos sítios considerados pela UNESCO como Patrimônio da Humanidade e também como Patrimônio Mundial em perigo, devido aos estragos provocados por um ciclone em 15 de março de 1984, quando o recinto real e museus, particularmente o "Pórtico de Guezô", a "Sala Assins", o túmulo do arroçu e a "Sala das Joias" foram danificados. No entanto, com o apoio de vários organismos internacionais, o trabalho de restauro e renovação foi concluído. Baseada em avaliações posteriores e dos relatórios recebidos, a UNESCO decidiu remover o conjunto arquitetônico da Lista de Patrimônio Mundial em Perigo em julho de 2007 . Desde 1993, 50 dos 56 baixos-relevos que decoravam as paredes do palácio de Glelê (denominado agora Salle des Bijoux ou "Sala das Jóias") foram removidos e substituídos na estrutura reconstruída. Os baixos-relevos trazem um código iconográfico que expressa a história e o poder dos fons. História Quando a UNESCO designou o complexo de Abomei como Patrimônio da Humanidade em 1985, registou que os opulentos palácios foram construídos pelos 12 arroçus que governaram o poderoso reino do Daomé entre 1695 e 1900, tornando aquele local isolado no centro cultural do império. Uebajá , segundo arroçu do Daomé e fundador de Abomei, foi quem iniciou a construção dos palácios . Segundo a lenda, a família real responsável pela construção dos 12 palácios era descendente da mítica princesa Alibonom de Tadô e de uma pantera . A história documentada, no entanto, remonta ao a dois de seus descendentes, os reis Ganerreçu e Dacodonu. Uebajá foi o arroçu que estabeleceu a sede do reino no planalto de Abomei, definindo os alicerces legais para o funcionamento do reino, os cargos políticos e as regras de sucessão . Agajá derrotou os reinos de Aladá (1724) e Huedá (1727) , resultando na morte de vários prisioneiros. Muitos sobreviventes foram vendidos como escravos em Gleué (atual Uidá). Estas guerras marcaram o início do predomínio do comércio de escravos no Daomé (que era realizado através do porto de Uidá, capital de Savi) com os europeus . No , porém, com o fortalecimento do movimento antiescravidão, Guezô iniciou o desenvolvimento da agricultura no país, resultando em maior prosperidade econômica para o reino, com a exportação de produtos agrícolas como o milho e derivados de palma . Em 1894, a França invadiu o Daomé. Inicialmente, os exércitos daomeanos venceram muitas batalhas (numa delas, o próprio comandante do exército francês foi morto), mas terminaram por sucumbir à superioridade das forças invasoras e o poderoso reino do Daomé tornou-se uma colônia francesa. Beanzim, último arroçu independente do Daomé, ateou fogo a Abomei após ser derrotado pelas forças coloniais francesas, sendo deportado pouco depois para a Martinica. Seu sucessor, Agoli-Agbo, governou até a sua deportação para o Gabão, em 1900. Em 1961, quando o atual Benim alcançou sua independência da França, o esplendor do Daomé ressurgiu com vigor . Todos os eventos do reino foram registrados e acompanhados através de uma série de baixos-relevos de argila policromada . Cultura Na cultura daomeana a intensa reverência aos reis, com grande significado religioso, estava profundamente arraigada. Cerimônias faziam parte da cultura, com o sacrifício humano como uma das práticas . Arquitetura tradicional Traçado A cidade era circundada por uma muralha de lama com uma circunferência estimada em seis milhas (Enciclopédia Britânica, 1911), atravessada por seis portões, e protegida por uma vala de 1,5 m de profundidade, preenchida com uma sebe densa de acácia espinhosa, a defesa usual das fortalezas africanas ocidentais. Dentro das paredes, estavam as vilas separadas por campos, por diversos palácios reais, por uma praça de mercado e por um campo grande que continha as choças. A espessura média das paredes, em torno de 45 cm, mantinha as temperaturas mais baixas no interior do palácio . Cada palácio tinha um design diferenciado para atender aos caprichos dos reis. O Podoji, atravessado pelo Honua, formava o primeiro pátio interno do palácio, enquanto o segundo pátio interno, Jalalahènnou, era atravessado pelo Logodo. O Ajalala, um edifício único com vários tipos de aberturas, ficava no segundo pátio e as paredes continham decorações em baixo-relevo com imagens sugestivas. Os palácios de Glelê e Guezô, que sobreviveram ao incêndio intencional de 1894 provocado por Beanzim, foram restaurados e agora fazem parte do museu . O material utilizado na construção consistiu em terra para as fundações, pisos e estruturas elevadas. O trabalho de marcenaria e carpintaria era feito com madeira de palmeira, bambu, Iroco e variedades de mogno. Os telhados eram feitos com palha e chapas de metal . Baixos-relevos Os baixos-relevos funcionavam como livros de registro (na ausência de documentos escritos) para gravar os eventos significativos na evolução do império, relatando as vitórias militares, o poder de cada rei e os mitos, costumes e rituais dos fons. No entanto, em 1892, em desafio à ocupação francesa, Beanzim ordenou que a cidade e os palácios fossem queimados. Providencialmente, a maioria dos monumentos sobreviveram ao incêndio, e muitos palácios já foram restaurados. Placas de cobre e latão adornavam as paredes . Os baixos-relevos foram embutidos em paredes e pilares. Eles eram feitos de terra de cupinzeiros misturada com óleo de palma e tingidas com pigmentos vegetais e minerais. Eles representam um dos mais impressionantes destaques dos palácios, que estão agora em exposição no museu . Muitos dos objetos expostos no museu, que faziam parte das cerimônias religiosas realizadas pelos reis no passado, são usados ​​até hoje pela família real do Daomé em seus ritos religiosos . Reconhecimento da UNESCO Em reconhecimento à importância cultural única destes monumentos, a UNESCO inscreveu os palácios reais de Abomei, no âmbito da Lista de Patrimônio Mundial em 1985, sob o critério IV . O local inscrito consiste em duas zonas, a saber: os palácios que compõem o zona principal e a zona do Palácio de Acabá, na parte nor-noroeste do complexo; ambas as zonas estão incluídas entre aquelas com paredes parcialmente preservadas. A inscrição UNESCO afirma: "entre 1625 e 1900, doze reis sucederam um ao outro à frente do poderoso reino de Abomei Com a exceção de Acabá , que usou um local separado, cada um tinha seus palácios construídos contiguamente, mantendo o espaço e os materiais utilizados nos palácios anteriores. Os palácios reais de Abomei são a única lembrança deste reino desaparecido.". Os palácios reais de Abomei foram retirados da lista de Patrimônio Mundial em Perigo em julho de 2007 . Museu Histórico de Abomei O Museu Histórico de Abomei foi criado em 1943 pela administração colonial francesa, e ocupa um edifício construído sobre uma área de 2 hectares. Sua cobertura inclui todos os palácios dentro de uma área de 40 hectares, em especial os palácios doe Guezô e Glelê. O museu tem 1.050 peças, a maioria pertenceu aos arroçus que governaram Daomé . O museu abriga diversas exposições que representam a cultura do Reino do Daomé em sua totalidade. Algumas das exposições mais significativas são: os mantos reais bordados, tambores tradicionais e pinturas representando cerimônias e a guerra entre a França e o Daomé . Galeria Nota Ligações externas Arquitetura Patrimônio Mundial da UNESCO no Benim Reino de Daomé
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Constantino II (Arelate, 7 de agosto de 316 – Aquileia, abril de 340) foi imperador romano de 337 até sua morte. Coimperador ao lado de seus irmãos, o seu curto reinado viu o início de conflitos surgirem entre os filhos de Constantino, e sua tentativa de exercer os seus direitos percebidos de primogenitura acabou causando sua morte, em uma tentativa fracassada de invadir a península Itálica em 340. Biografia Flávio Cláudio Constantino nasceu em Arles, em fevereiro de 316. Filho mais velho de Constantino I e Fausta, após a morte de seu meio-irmão Crispo, foi educado como cristão. Em 1 de março de 316, Constantino foi nomeado césar, e, com sete anos de idade, em 323, participou da campanha do pai contra os sármatas. Depois da morte de Crispo, com apenas dez anos de idade, tornou-se comandante da Gália. Uma inscrição datando de 330 registra o título de "Alamânico" (), assim é provável que seus generais tenham ganho uma batalha contra os alamanos. Sua carreira militar continuou quando Constantino I o nomeou comandante da campanha de 332 contra os godos. Em seguida à morte de seu pai, em 337, Constantino II tornou-se imperador juntamente com seus irmãos Constâncio II e Constante I, com o império dividido entre os três e seus primos, os césares Dalmácio e Hanibaliano. Este arranjo perdurou por pouquíssimo tempo, pois os filhos de Constantino rapidamente conseguiram que o exército assassinasse o resto da família. Logo depois, os três irmãos se encontraram na Panônia e decidiram, em 9 de setembro de 337, dividir o mundo romano entre si. Constantino II, proclamado augusto pelas tropas, recebeu a Gália, Britânia e Hispânia. Ele foi envolvido na luta entre diferentes correntes do cristianismo. A porção ocidental do império, influenciada pelo papa em Roma, se inclinou pela ortodoxia doutrinária cristã contra o arianismo. Influenciado pela facção ocidental, Constantino libertou Atanásio de Alexandria e o autorizou a retornar a sé de Alexandria. Esta ação o indispôs com Constâncio II, que era adepto do arianismo. A princípio, Constantino era o guardião de seu irmão menor, Constante, cuja porção do império era a prefeitura pretoriana da Itália e África. Contudo, rapidamente ele reclamou que, sendo o filho mais velho, não teria recebido o território que lhe era devido. Incomodado pelo fato de Constante ter recebido a Trácia e a Macedônia depois da morte de Dalmácio, Constantino exigiu que Constante lhe entregasse as províncias africanas, o que o jovem imperador concordou fazer para manter uma já bastante frágil paz. Logo, porém, os dois começaram a discutir sobre que partes das províncias africanas pertenciam a Cartago e, portanto, a Constantino, e quais pertenciam à Itália, que era propriedade de Constante. A situação se complicou quando Constante atingiu a maioridade e Constantino, acostumado a dominar o irmão caçula, se recusou a abandonar seu cargo de guardião. Em 340, Constantino invadiu a Itália à frente de seu exército e Constante, que estava na Dácia, separou um conjunto de sua melhores tropas ilíricas para contra-atacar e afirmou que marcharia em seguida, em pessoa, com o resto de suas forças. Constantino, que estava envolvido diretamente nas operações militares, acabou morto numa emboscada nas redondezas de Aquileia, deixando seu reino à mercê de seu irmão. Bibliografia Fontes primárias Fontes secundárias Jones, AH.M., Martindale, J.R. The Prosopography of the Later Roman Empire, Vol. I: AD260-395, Cambridge University Press, 1971 |- ! colspan="3" style="background: #FBEC5D;" | Constantino IIDinastia Constantiniana 7 de agosto de 316 – abril de 340 |- Imperadores romanos Opositores ao arianismo Dinastia constantiniana Romanos antigos do século IV Imperadores romanos mortos em combate Claudii
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Politeísmo (do grego: polis, muitos, Théos, deus: muitos deuses) consiste na crença e subsequente adoração a mais do que uma divindade, sendo cada uma considerada uma entidade individual e independente com uma personalidade e vontade próprias, governando sobre diversas atividades, áreas, objetos, instituições, elementos naturais e mesmo relações humanas. Ainda em relação às suas esferas de influência, de notar que nem sempre estas se encontram claramente diferenciadas, podendo naturalmente haver uma sobreposição de funções de várias divindades. O reconhecimento da existência de múltiplos deuses e deusas, no entanto, não equivale necessariamente à adoração de todas as divindades de um ou mais panteões, pois o crente tanto pode adorá-las no seu conjunto, como pode concentrar-se apenas num grupo específico de deidades, determinado por diversas condicionantes como a ocupação do crente, os seus gostos, a experiência pessoal, tradição familiar, etc.. São exemplos de religiões politeístas as da antiga Grécia, Roma, Egito, Escandinávia, Ibéria, Ilhas Britânicas, África Ocidental (religiões africanas como a iorubá) e regiões eslavas, assim como as suas reconstruções modernas como a Wicca, Xamanismo, Druidismo, Dodecateísmo, Candomblé, e ainda o Xintoísmo. Deuses e divindades As divindades das religiões politeístas são agentes da mitologia, onde são retratados como personagens complexos de status de maior ou menor grau, com habilidades individuais, necessidades, desejos e histórias. Estes deuses são muitas vezes vistos como semelhantes aos humanos (antropomórficos), em seus traços de personalidade, mas com poderes individuais a mais, habilidades, conhecimentos ou percepções. O politeísmo não pode ser claramente separado das crenças animistas predominantes na maioria das religiões populares. Os deuses do politeísmo são, em muitos casos, a mais alta ordem de um continuum de seres sobrenaturais ou espíritos, que podem incluir antepassados, demônios, entre outros. Em alguns casos esses espíritos são divididos em classes de celestiais ou ctônicos, sendo que a crença na existência de todos esses seres não implica que todos são adorados. Politeístas são as pessoas que acreditam em vários deuses. Tipos de divindades Tipos de divindades frequentemente encontradas no politeísmo: Divindades celestiais; Divindades da morte; Deusas mães; Divindades do amor e da luxúria; Divindades criadoras; Divindades solares; Divindades das águas; Divindades políticas; Trickster; Deuses da ressurreição; Herói cultural; Deuses da música, artes, ciência, agricultura e outros empreendimentos. Mitologia e religião Na era clássica, Salústio (século IV d.C.) classificou a mitologia em cinco tipos: Teológica; Física; Psicológica; Material; Mista. A teológica são os mitos que não usam forma corpórea, mas contemplam a própria essência dos deuses: por exemplo, Cronos engolindo seus filhos. Uma vez que a divindade é intelectual, e todo o intelecto se volta a si mesmo, esse mito expressa alegoricamente a essência da divindade. Mitos podem ser considerados do ponto de vista físico quando expressam as atividades dos deuses no mundo. A maneira psicológica considera (os mitos como alegorias das) atividades da própria alma e/ou os atos de pensamento da alma. A material considera os objetos materiais realmente como deuses, por exemplo: chamar a terra de gaia, o oceano de Okeanos, ou o calor de Typhon. O tipo misto de mito pode ser visto em muitos casos: por exemplo, diz-se que em um banquete dos deuses, Éris jogou uma maçã dourada, as deusas brigaram por ela e foram enviadas por Zeus a Páris para serem julgadas (julgamento de Paris). Páris achava Afrodite bonita e deu-lhe a maçã. Nesta história, o banquete significa os poderes hipercósmicos dos deuses, é por isso que eles estão todos juntos. A maçã de ouro é o mundo, que sendo formado por opostos, diz-se, naturalmente, que é "lançada por Eris" (ou Discórdia). Os diferentes deuses dão presentes diferentes para o mundo, e diz-se, portanto, que eles "brigam pela maçã '. É a alma que vive de acordo com o sentido - pois é o que Paris é - não vendo as outras potências no mundo exceto a beleza, declara que a maçã pertence a Afrodite. Politeísmo histórico Alguns panteões politeístas históricos bem conhecidos incluem os deuses sumérios e os deuses egípcios, e o panteão dito clássico, que inclui a religião na Grécia Antiga, e a religião romana. Religiões politeístas pós-clássica incluem o Æsir nórdico e Vanir, o Orixá iorubá, os deuses astecas, e muitos outros. Hoje, a maioria das religiões politeístas históricas são pejorativamente chamadas de "mitologia", embora as histórias que as culturas contam sobre seus deuses devem ser diferenciadas de seu culto ou da prática religiosa. Por exemplo, as divindades retratadas em conflito na mitologia ainda seriam adoradas, às vezes, no mesmo templo lado a lado, ilustrando a distinção na mente dos devotos entre o mito e a realidade. Especula-se que havia uma religião protoindo-europeia, a partir da qual as religiões dos vários povos indo-europeus derivam, e que essa religião era essencialmente um religião numenística naturalista. Um exemplo de uma noção religiosa deste passado comum é o conceito de *dyēus, que é atestado em várias distintos sistemas religiosos. Em muitas civilizações, os panteões tenderam a crescer ao longo do tempo. Divindades primeiro eram adoradas como patronos de cidades ou lugares vieram a ser reunidos à medida que os impérios se estenderam por territórios mais vastos. Conquistas podiam levar à subordinação do panteão da cultura mais antiga para uma mais recente, como no grego Titanomachia e, possivelmente, também nos casos de Aesir e Vanir na mitologia nórdica. O intercâmbio cultural poderia levar "à mesma" divindade sendo reconhecida em dois lugares sob nomes diferentes, como com os gregos, etruscos e romanos, e também para a introdução de elementos de uma religião "estrangeira" em um culto local, como acontece com a adoração dos egípcios ao Osíris trazida à Grécia Antiga. A maioria dos antigos sistemas de crença alegavam que os deuses influenciavam a vida humana. No entanto, o filósofo grego Epicuro sustentava que os deuses eram seres vivos felizes e incorruptíveis, que não se preocupam com os assuntos dos mortais, mas que poderiam ser percebidos pela mente, principalmente durante o sono. Epicuro acreditava que esses deuses eram humanos, semelhantes aos humanos, e que habitavam os espaços vazios entre os mundos. A religião helenística ainda pode ser considerada como politeísta, mas com fortes componentes monista, sendo que o monoteísmo finalmente emergiu das tradições helenísticas na Antiguidade tardia na forma do Neoplatonismo e da teologia cristã. Idade do Bronze a Antiguidade clássica Religiões do antigo Oriente Médio Antiga religião egípcia Antiga religião semita Religião védica Religião na Grécia Antiga Religião na Roma Antiga Politeísmo celta Antiguidade tardia a Idade Média Plena Paganismo germânico Mitologia eslava Mitologia báltica Mitologia finlandesa Grécia Antiga O esquema clássico da Grécia Antiga dos deuses olímpicos (Os Doze Canônes da arte e poesia) foram: Zeus, Hera, Posidão, Atena, Ares, Deméter, Apolo, Ártemis, Hefesto, Afrodite, Hermes e Dioniso, Héstia desceram quando foi oferecido um lugar a Dioniso no Monte Olimpo e Hades foi muitas vezes excluído, porque ele morava no submundo. Todos os deuses tinham um poder. Havia, no entanto, um grande nível de fluidez quanto a quem era contado, na antiguidade. Diferentes cidades muitas vezes adoravam as mesmas divindades, às vezes com epítetos que os distinguiam e especificavam sua natureza local. O politeísmo helênico estendia-se para além da Grécia continental, para as ilhas e costas da Jônia na Ásia Menor, a Magna Grécia (Sicília e sul da Itália), e colônias gregas dispersas no Mediterrâneo Ocidental, como a Massalia (Marselha). A religião grega baseou-se na cultura e crença etrusca para formar grande parte da posterior religião romana. Religião popular A natureza animista das crenças populares é uma cultura universal antropológica. A crença em fantasmas e espíritos animando o mundo natural e a prática de culto dos mortos está universalmente presente nas culturas do mundo e reemerge nas sociedades monoteístas ou materialistas como "superstição", a crença em demônios, oragos, fadas ou extraterrestres. A presença de uma religião politeísta plena, completa com um culto ritual conduzido por uma sacerdotal casta, exige um maior nível de organização e não está presente em todas as culturas. Encontra-se explicitamente o politeísmo nas religiões tradicionais africanas, bem como nas religiões afro-americanas. Na Eurásia, o Kalash é um dos muito poucos exemplos de politeísmo ainda existente. Além disso, um grande número de tradições folclóricas politeístas apresentam-se no hinduísmo contemporâneo, embora o hinduísmo seja doutrinariamente dominado pela teologia monista ou monoteísta (Bhakti, Advaita Vedânta). O ritualismo politeísta védico histórico sobrevive como uma corrente menor no hinduísmo, conhecida como Shrauta. O hinduísmo popular é mais difundido, com rituais dedicados a várias divindades locais ou regionais. Ver também Wicca Religião matriarcal Ateísmo Monoteísmo Panenteísmo Panteísmo Teísmo
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A segunda-feira é o 1° dia útil considerado o segundo dia da semana, seguindo o domingo e precedendo a terça-feira. Por ordenação de trabalho, lazer e pela norma ISO, a segunda-feira é considerada o primeiro dia da semana, sendo assim na maioria dos calendários em todo o mundo. A palavra é originária do latim Secunda Feria, que significa "segunda feira", e de mesma acepção existe em galego (segunda feira), mirandês (segunda) e tétum (loron-segunda). Povos pagãos antigos reverenciavam seus deuses dedicando este dia ao astro Lua, o que originou outras denominações, em português antigo lues, espanhol diz-se lunes, no italiano lunedì, em francês lundi, em inglês Monday e em alemão Montag, com os significados de "Lua" e "dia da Lua". Na cultura popular, é considerado o dia mais "aborrecido" da semana pois é o primeiro dia de trabalho após o fim de semana. Origem dos nomes dos dias da semana Os nomes dos dias da semana em português têm a sua origem na liturgia católica. Na maior parte das outras línguas românicas, a sua origem são nomes de deuses pagãos romanos aos quais os dias eram dedicados, neste caso a segunda-feira era dedicada a divindade romana Diana (essa por sua vez inspirada na deusa grega Ártemis). Este também é o caso de muitas línguas germânicas, como o inglês, sendo que neste caso houve simples interpretações germânicas do significado do termo em latim "Lunae dies" ("dia da Lua"). Assim os povos germânicos substituíram Diana por Máni, deus da Lua nas religiões pagãs germânicas. Em alguns casos, os nomes "eclesiásticos" são usados, uma tradição de numerar os dias da semana para evitar a conotação "pagã" dos nomes planetários, em que segunda-feira é o "segundo dia" (em grego Δευτέρα μμέρα; em latim Feria secunda). Em muitos idiomas eslavos, como o russo o nome do dia se traduz em "depois do domingo". Em húngaro, língua que, tal como o português e o latim eclesiástico, também segue um critério numérico para os nomes dos dias da semana, segunda-feira é "hétfő", que quer dizer primeiro dia da semana, terça-feira é "kedd" (segundo), quarta-feira é "szerda" (terceiro), etc. Japoneses e coreanos compartilham os mesmos antigos caracteres chineses '月曜日' (Hiragana: げ つ よ う び, transliterado: Getsuyoubi, Hangul: 월요일) para segunda-feira que significa "dia da lua". Os chineses parecem ter adotado a semana de sete dias do sistema helenístico no século IV, embora por qual caminho não esteja totalmente claro. Foi novamente transmitida à China no século VIII pelos maniqueus, através do país de Kang (uma organização política da Ásia Central perto de Samarcanda). Na China, após a queda da Dinastia Qing e a proclamação da República da China em 1911, de segunda a sábado passaram a ser nomeados implicitamente por números. A transliteração chinesa do sistema planetário helenistico foi logo trazida para o Japão pelo monge japonês Kobo Daishi; Os diários sobreviventes do estadista japonês Fujiwara Michinaga mostram o sistema de sete dias em uso no Período Heian do Japão desde o ano de 1007. Acordo Ortográfico O acordo ortográfico definitivo e obrigatório de 2016 afirma que os dias da semana deverão ser escritos com letra minúscula e não com letra maiúscula, como ocorre em todas as línguas neo-latinas. Como segunda-feira é uma palavra composta por justaposição de palavras sem elementos de ligação e cujos elementos formam uma unidade com significado próprio, mantém-se o hífen nessa palavra. Segunda-feira em outros idiomas Ver também Semana Dias da semana
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A Associação Desportiva São Caetano é um clube de futebol brasileiro da cidade de São Caetano do Sul, região metropolitana do estado de São Paulo, microrregião do ABC Paulista. Foi fundado em 4 de dezembro de 1989 e sua cor principal é o azul, mas tem como outras, o amarelo, o vermelho e o branco. É chamado popularmente de "Azulão", que, além de seu mascote, faz alusão a uma das cores do clube, o azul - a outra é o branco. O clube manda suas partidas no Estádio Municipal Anacleto Campanella, cuja capacidade é para pouco menos de 17 mil torcedores. Seu maior rival no esporte é o Santo André, equipe da cidade vizinha homônima, também na região do ABC Paulista O é outro grande rival com 2 dois títulos Estaduais. Os maiores momentos de sua história foram vividos na primeira metade da década de 2000, quando o clube sagrou-se duas vezes vice-campeão do Campeonato Brasileiro (em 2000 e 2001) e quando também foi vice da Copa Libertadores da América de 2002 pro Olimpia. Sua principal conquista no futebol profissional é o Campeonato Paulista de 2004. Em Novembro de 2022 São Caetano é colocado em leilão por R$ 90 milhões. Em fevereiro de 2023,o leilão do clube é cancelado após a justiça liberar o presidente Manoel Sabino Neto que foi preso durante investigação da polícia federal por suspeita de lavagem de dinheiro ao cargo. História Um grupo de pessoas ligadas a São Caetano do Sul, liderados pela família Tortorello, resolve reerguer o futebol na cidade, que já havia passado por boas fases com o São Caetano Esporte Clube (anos 30), a Associação Atlética São Bento (anos 50) e o Saad Esporte Clube (anos 70), todos ex-integrantes da elite do futebol paulista. Primeiro, o grupo utilizou o nome da Sociedade Esportiva Recreativa União Jabaquara, clube de São Caetano que atendia à principal exigência da FPF (Federação Paulista de Futebol): ter disputado campeonatos nos últimos três anos. Uma vez filiado, o nome mudou para Associação Desportiva São Caetano. As cores azul e branco neve foram adotadas devido à bandeira da cidade. O escudo do São Caetano foi desenhado por Waldemar Zambrana. O time entrou em campo pela primeira vez em jogos oficiais no dia 18 de março de 1990, pela Terceira Divisão do Campeonato Paulista, empatando com o Comercial de Registro em 1–1. O atacante Taloni foi o autor do primeiro gol oficial da história do São Caetano. O São Caetano era apenas mais uma equipe pequena no Brasil até participar da Copa João Havelange em 2000. Entrou no torneio no Módulo Amarelo, equivalente à segunda divisão nacional. Um ano antes, em 1999, disputou a Campeonato Brasileiro de Futebol - Série B, liderou com folga a primeira fase do campeonato, mas caiu diante do Santa Cruz. Na Copa João Havelange, o time conseguiu o Vice-Campeonato do Módulo Amarelo, perdendo para o Paraná. A conquista deu ao clube acesso ao mata-mata decisivo da competição, e a chance de encarar os "grandes" do futebol brasileiro. O primeiro adversário foi o Fluminense. Após empatar por 3–3 o jogo de ida, no Parque Antártica, o clube foi ao Rio de Janeiro e eliminou o tricolor carioca, com uma vitória por 1–0, gol do atacante Adhemar, em pleno Maracanã lotado, com mais de 70.000 torcedores. Posteriormente, o clube perderia o título brasileiro para o Vasco, no Maracanã depois de eliminar grandes equipes, como Palmeiras, Grêmio e o próprio Fluminense. Nascia ali a carreira do São Caetano como um clube "de chegada", referendada com o 2º lugar no Campeonato Brasileiro de 2001. Em 2002, o São Caetano teve o maior feito de sua história, ao ser vice-campeão da Copa Libertadores da América. Eliminado grandes equipes na campanha, chegou na final contra o Olimpia, do Paraguai, que vivia o ano de seu centenário. O Azulão venceu o primeiro jogo da final por 1–0 no Defensores del Chaco em Assunção, mas perdeu o jogo de volta em São Paulo, no estádio do Pacaembu, onde o São Caetano abriu o placar, mas tomou 2–1 no segundo tempo e acabou perdendo nos penâltis. Em 2004, o clube conquistou seu primeiro título de primeira divisão, o Campeonato Paulista, sob o comando de Muricy Ramalho. Outro destaque em 2004 foi a participação do São Caetano na Copa Libertadores. O time foi segundo colocado em seu grupo, passou pela repescagem e pelas oitavas-de-final até ser eliminado nas quartas-de-final pelo Boca Juniors na Argentina, após uma emocionante disputa de pênaltis. Serginho estava jogando em uma partida pelo Campeonato Brasileiro contra o São Paulo, no Estádio do Morumbi em 27 de outubro de 2004 quando sofreu um ataque cardíaco aos quinze minutos do segundo tempo da partida. Depois que ele caiu no gramado, o ex-jogador Grafite, não percebeu e tropeçou em Serginho. Ele morreu no hospital quarenta minutos mais tarde (oito dias após completar trinta anos). O corpo de Serginho foi velado e sepultado no Cemitério do Vale da Saudade, em Coronel Fabriciano, cidade onde cresceu em Minas Gerais. O São Caetano foi punido em 24 pontos, o equivalente a oito vitórias no campeonato, porém o time não foi rebaixado por causa da perda de pontos. Em 2005, o time não repetiu as campanhas brilhantes do passado, ficando em 5º lugar no Paulistão, sendo eliminado pelo Treze na Copa do Brasil e ficando no 18º lugar no Brasileirão, escapando do rebaixamento na última rodada, fato que ocorreria em 2006 com a queda do clube para a Série B de 2007. Em 2007, com o comando de Dorival Júnior, o São Caetano estava dando a volta por cima, pois chegou a final do Campeonato Paulista, depois de eliminar nas semifinais o São Paulo, então o campeão brasileiro, em uma partida impecável em pleno Morumbi. Na final, no primeiro jogo, contra o Santos, no dia 29 de abril, o São Caetano ganhou por 2–0, podendo perder o segundo jogo por 1 gol de diferença ou empatar para ganhar o título. Mas no jogo de volta, o Santos conseguiu igualar o placar anterior, fazendo um resultado de 2–0, o que fez o time do litoral conquistar o Campeonato Paulista de 2007 em função do regulamento. Após as constantes trocas de técnicos, sendo o último Amauri Knevitz na Série B, o São Caetano não conseguiu repetir o mesmo desempenho e ficou em 10º lugar. Em 2008, com o comando do técnico Pintado, o São Caetano faz a sua melhor campanha na Copa do Brasil, passando pela primeira vez da 2ª fase, chegando às quartas de final até ser eliminado pelo Corinthians, que seria vice-campeão do torneio. Em 2010, com o comando de Roberto Fonseca, após uma campanha mediana no Paulistão 2010, ficando na 8ª colocação, o São Caetano consegue a classificação para o Campeonato Paulista do Interior, onde derrotou o Oeste na semifinal por 3–1 em casa. Na final, derrotou o Botafogo-SP por 1–0 em casa, podendo empatar o 2º jogo para levar o título inédito, mas o Botafogo-SP acabou igualando o placar do primeiro jogo, e por causa de sua melhor colocação no campeonato, o São Caetano acabou sendo vice-campeão do interior. Após quase cair para a Série C do Campeonato Brasileiro em 2011, se salvando na última rodada, o São Caetano surpreende ao realizar uma bela campanha na Série B de 2012 quase conseguindo o acesso, terminando na 5ª colocação, com a mesma pontuação de Atlético-PR e Vitória, 3º e 4º colocados respectivamente. Porém em 2013, a história foi o contrário de 2012. Mesmo com a contratação do pentacampeão Rivaldo, o time fez campanhas horríveis nas principais competições, sendo rebaixada para a Série A2 do Campeonato Paulista e para a Série C do Campeonato Brasileiro. Na Copa do Brasil foi eliminado logo na 1ª fase, porém na Copa Paulista fez uma boa campanha jogando com o time B, caindo nas quartas-de-finais. Em 2014, o time continuou com a mesma má fase de 2013, se salvando do rebaixamento para a Série A3 do Campeonato Paulista na última rodada. Porém a equipe não teve a mesma sorte na Série C do Campeonato Brasileiro, quando foi rebaixada para a Série D, eliminados pelo Santo André em pleno Anacleto. Na Série D 2015, o clube fez uma boa campanha durante o campeonato, terminando na liderança os blocos que disputou. Porém no mata-mata, a equipe ficou a 1 vitória para o acesso a Série C de 2016, perdendo para o Botafogo-SP por 2 a 1 de virada no jogo de ida fora de casa e empatando em 0 a 0 no jogo de volta. Em 2017, com uma bela campanha na Série A2, o São Caetano voltou a Série A1 do Campeonato Paulista de 2018, passando pelo Rio Claro, na semifinal e sagrando-se campeão após vencer o Bragantino por 2–1. Em 2018, fez uma boa campanha no Campeonato Paulista de 2018 chegando às quartas de finais, vencendo o São Paulo por 1–0 na ida em casa e sendo eliminado na volta perdendo por 2–0 fora de casa. Por essa boa campanha no torneio, conseguiu voltar ao cenário nacional, conseguindo uma vaga no Campeonato Brasileiro Série D de 2019. Após uma boa campanha no Campeonato Paulista em 2018, tendo conquistado uma vaga na Série D 2019, as expectativas em torno do São Caetano para a temporada 2019 eram grandes, tendo o time anunciado diversos reforços, como o atacante Rafael Marques. Porém, a campanha do Azulão foi péssima, e precisando de uma vitória na última rodada contra o São Paulo, empatou em 1x1, sendo rebaixado à Série A2 de 2020, apenas dois anos após o acesso. No mesmo ano, porém, o time se redimiu ao conquistar o inédito título da Copa Paulista, derrotando o XV de Piracicaba na decisão e garantindo vaga na Série D do Campeonato Brasileiro do ano seguinte. No dia 22 de abril de 2020, o São Caetano chegou a anunciar sua desistência da disputa da Série D devido a problemas financeiros enfrentados durante a pandemia do novo coronavírus, o que foi considerado abandono por parte da CBF, já que qualquer time que quisesse abrir mão de disputar o torneio tinha até 13 de março para anunciar essa decisão para outro time poder disputar a competição em seu lugar. Em 6 de maio, no entanto, a diretoria do time voltou atrás e anunciou a participação do São Caetano na quarta divisão nacional. No mesmo ano, o time foi campeão da Série A-2 do Campeonato Paulista, ao derrotar o São Bento por 4 a 3 nos pênaltis, no estádio Anacleto Campanella, consequentemente garantindo seu retorno à elite do futebol paulista. Logo depois, o comandante do time, Alexandre Gallo, anunciou sua saída do clube pelas redes sociais, sem divulgar os motivos dessa decisão. No dia 24 de outubro de 2020, o São Caetano sofreu a pior derrota de sua história ao ser goleado em casa por 9 a 0 pelo Pelotas, em partida válida pela Série D do Campeonato Brasileiro. Na ocasião, o time entrou em campo com vários jogadores das divisões de base, já que a maior parte dos atletas da equipe profissional entrou em greve devido ao não recebimento de salários atrasados, quase ocasionando uma derrota por W.O., mas que não evitou a goleada dentro das quatro linhas. Depois disso, o Azulão nunca mais disputou qualquer competição a nível nacional, muito menos a elite do Paulistão, já que em 2021, em sua última participação na competição, o São Caetano teve uma participação pífia, sendo disparado o pior time da competição, não conseguindo uma vitória sequer. Com o desempenho medíocre, o São Caetano, caiu para a Série A2 do Paulistão de 2022, fazendo uma das piores campanhas da história da Série A1. Após uma tentativa frustrada de conseguiu o retorno à elite na Série A2 em 2022, no ano seguinte, em 2023, o clube sofreu seu duro golpe de toda a sua história. Com o elenco extremamente fraco, além de erros administrativos no decorrer do começo do ano, o Azulão brigou para não cair para a A3, chegando a última rodada da primeira fase com chances de evitar o rebaixamento, mas após uma derrota de 2 a 0 para o Linense, além de uma combinações de resultados, como a vitória do Monte Azul de 2 a 0 para o Lemense, o Azulão atingiu o seu pior momento da história, caindo para a A3 de 2024. Estádio Antigamente chamado de Estádio Municipal Lauro Gomes de Almeida, o Estádio Municipal Anacleto Campanella é um estádio de futebol da cidade de São Caetano do Sul, e é utilizado pela Associação Desportiva São Caetano. O nome é uma homenagem ao senhor Anacleto Campanella que foi prefeito da cidade durante as décadas de 1950 e 1960. Em 1989 houve uma grande reforma no estádio, para poder ser usado pelo São Caetano, que estava começando a disputar campeonatos. De novembro de 2007 a maio de 2008, passou por reformas estruturais, com isso ficou 6 meses sem jogos. Na reinauguração no dia 30 de maio de 2008, o São Caetano venceu o Vila Nova por 1–0 em jogo válido pela Série B do Campeonato Brasileiro. Títulos Campanhas de destaque Estatísticas Participações Uniformes 1º - Camisa azul com detalhes vermelhos, calção e meias azuis. 2º - Camisa branca com detalhes vermelhos, calção e meias brancas. Material esportivo e patrocinadores Material Esportivo ProOnze: 1991–1995 Mäser: 1996–1997 Atem: 1998 Vettor: 1998–1999 Rhumell: 1999–2000 Penalty: 2001–2003 Wilson: 2004–2007 Stadium Sports: 2008 Champs: 2009 Lupo: 2010–2011 Wilson: 2012 Lupo: 2012–2013 Koontz: 2015–2016 Kanxa: 2016–2018 Sanka Sports: 2019 Icone Sports: 2020–2021 Sanka Sports: 2022– Patrocinadores Consórcio Lider: 1990 Casas Bahia: 1991–1994 Consul: 1996–2009 Universo Tintas: 2010–2015 Acquissima: 2018–2019 Giuliana Flores: 2018–2019 TV Bank, Iron Bank 360, Energis 8 Brasil: 2020–2021 Fictor, Berna, Personal Garage: 2022– Obs 1: Durante os anos 90 o São Caetano teve diversos patrocinadores. Eles não estão listados por não haver fontes suficientes que forneçam os anos exatos de cada patrocinador.Obs 2: Em 2014, o São Caetano não fechou contrato com nenhuma fornecedora de material esportivo. Rivalidade São Caetano x Santo André Jogos: 28 Vitórias do São Caetano: 9 Vitórias do Santo André: 7 Empates: 12 Gols do São Caetano: 27 Gols do Santo André: 27 São Caetano x São Bernardo Jogos: 9 Vitórias do São Caetano: 3 Vitórias do São Bernardo: 2 Empates: 4 Gols do São Caetano: 15 Gols do São Bernardo: 13 Ver também Federação Paulista de Futebol Campeonato Paulista Ligações externas Clubes de futebol fundados em 1989 Fundações em São Paulo em 1989
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Gary Arlen Kildall (19 de maio de 1942 — 11 de julho de 1994) foi um cientista da computação estadunidense e empreendedor de computadores, responsável por criar o sistema operacional CP/M e fundar a Digital Research, Inc. Kildall foi uma das primeiras pessoas a enxergar os microprocessadores como computadores de uso geral ao invés de meros controladores de máquina dedicados, e por organizar uma empresa em torno deste conceito. Ele também coapresentou o programa de TV Computer Chronicles da PBS. Embora sua carreira na computação tenha durado mais de duas décadas, ele é lembrado principalmente por sua ligação com a tentativa malsucedida da IBM em 1980 de licenciar o CP/M para o IBM PC. Infância Gary nasceu e criou-se na cidade de Seattle, nos Estados Unidos, onde sua família administrava uma escola náutica. Seu pai, Joseph Kildall, era um capitão de ascendência norueguesa. A avó de sua mãe Emma era de ascendência sueca e veio da cidade de Långbäck para o Canadá aos 23 anos de idade. Gary entrou na Universidade de Washington pensando em se tornar um professor de matemática, mas acabou por se interessar por computação. Após se formar, ele passou por um período de conscrição na Marinha dos Estados Unidos dando aulas na Naval Postgraduate School na cidade de Monterey. Estando a poucas horas do Vale do Silício, Gary tomou conhecimento do primeiro microprocessador disponível comercialmente, o Intel 4004. Ele comprou um e começou a escrever programas experimentais. Para aprender mais, ele trabalhou como consultor na Intel em seus dias de folga. Gary ainda voltou por algum tempo para a universidade e terminou seu doutorado em Ciência da Computação em 1972, logo em seguida voltando a dar aulas na Marinha. Ele publicou um artigo que introduziu a teoria da análise de fluxo de dados utilizada hoje em dia na otimização de compiladores, e continuou a fazer experimentos com microcomputadores e a emergente tecnologia dos disquetes. A Intel disponibilizou-lhe sistemas com os processadores 8008 e 8080, e em 1973 Gary desenvolveu a primeira linguagem de programação de alto nível para microprocessadores, chamada de PL/M. Ele criou o CP/M no mesmo ano permitindo ao 8080 controlar um drive de disquete, combinando pela primeira vez todos os componentes essenciais do microcomputador. Ele mostrou o CP/M à Intel, mas a Intel demonstrou pouco interesse e preferiu levar a PL/M ao mercado. Carreira de negócio CP/M Gary e sua esposa Dorothy montaram uma empresa, originalmente chamada Intergalactic Digital Research — posteriormente Digital Research, Inc — para vender o CP/M através de anúncios em revistas de entusiastas. A Digital Research licenciou o CP/M para o IMSAI 8080, um popular clone do Altair 8800. À medida que mais fabricantes começaram a licenciar o CP/M, ele acabou por se tornar um padrão de fato e ter de suportar muitas variações de hardware. Em resposta, Kildall acabou por ser o pioneiro no conceito de uma BIOS, um conjunto de programas simples armazenado no hardware que permitia ao CP/M rodar em diferentes sistemas sem modificações. O rápido sucesso do CP/M pegou Gary de surpresa, e ele estava demorando para atualizá-lo para os disquetes de 3½ e os discos rígidos. Após os fabricantes de hardware especularem a criação de um sistema rival, Gary deu início às pressas ao desenvolvimento do CP/M 2. Em 1981, no auge de sua popularidade, o CP/M rodava em 3 mil tipos diferentes de modelos de computadores e rendia cerca de US$ 5,4 milhões ao ano. Junto à IBM A IBM aproximou-se da Digital Research em 1980, por sugestão de Bill Gates, para licenciar uma futura versão do CP/M chamado CP/M-86 para o IBM PC. Gary deixou às negociações a cargo de sua esposa Dorothy como normalmente fazia, enquanto ele e o colega Tom Rolander foram de jatinho particular entregar software ao fabricante Bill Godbout. Antes que os representantes da IBM pudessem explicar o propósito de sua visita, eles insistiram para que a Digital Research aceitasse um acordo de não divulgação da reunião mas permitia à IBM o uso de quaisquer informações nela obtidas. Seguindo orientação do advogado da Digital Reserach, Gerry Davis, Dorothy se recusou a assinar o acordo sem a aprovação de Gary. Gary retornou à tarde e tentou levar adiante a discussão com a IBM, mas não se sabe se ele assinou ou não o acordo ou mesmo se chegou a tempo de participar da reunião. Várias razões foram dadas por ambas as empresas para a falta de um acordo. A Digital Research, que tinha apenas uns poucos produtos, pode ter ficado receosa de licenciar seu produto principal para a IBM por um pagamento único ao invés do sistema de royalties. Dorothy pode ter acreditado que a IBM não iria entregar o CP/M-86 no cronograma proposto, uma vez que a IBM estava ocupada com o desenvolvimento e implementação da linguagem de programação PL/I para a Data General. Ou os representantes da IBM podem ter se chateado pela Digital Reseach ter passado horas discutindo algo que eles consideravam uma mera formalidade. De acordo com Gary Kildall, os representantes da IBM pegaram o mesmo voo para a Flórida que ele e Dorothy iam para sair de férias, e eles negociaram durante o voo, chegando finalmente a um acordo. O chefe de negociação da IBM, Jack Sams, insistiu que ele nunca encontrou Gary pessoalmente, e um colega da IBM confirmou a declaração na época. Ele disse que alguém de seu grupo devia estar no voo, porque ele voltou para Seattle para uma reunião com a Microsoft. Jack Sams contou a história a Bill Gates, que já havia concordado em licenciar o interpretador BASIC e outros programas para o PC. A impressão que Bill teve da história foi que Gary havia viajado em seu jatinho de propósito. Bill acabou ficando com a responsabilidade de encontrar um sistema operacional utilizável, e poucas semanas depois ele propôs o uso de um clone do CP/M chamado 86-DOS da Seattle Computer Products (SCP). Paul Allen negociou um licenciamento com a SCP e eles adaptaram o 86-DOS para o hardware da IBM, e o pacote foi vendido sob o nome de PC-DOS. Gary Kildall obteve uma cópia do PC-DOS, o examinou e concluiu que houve violação de patentes do CP/M. Quando ele consultou o advogado Gerry Davis sobre as opções legais disponíveis, Gerry Davis disse que a lei de propriedade intelectual para softwares ainda não era clara o suficiente. Gary apenas ameaçou processar a IBM, e esta respondeu com uma proposta de oferecer o CP/M-86 como uma alternativa para o PC. Gary aceitou, acreditando que o novo sistema da IBM, da mesma forma que os anteriores, não seria um sucesso comercial. Quando o IBM PC foi lançado, a IBM vendeu seu sistema operacional como um pacote, mas não necessariamente obrigatório: a opção do PC-DOS custava US$ 40. O CP/M passou a ser comercializado alguns meses depois por US$ 240, mas fracassou comercialmente diante do PC-DOS. Trabalhos seguintes Com a perda para a IBM, Gary e Dorothy se viram pressionados para trazer um gerente mais experiente, e a influência de Gary na empresa diminuiu. Ele trabalhou em vários projetos de pesquisa, como uma versão multitarefa do CP/M e uma implementação da linguagem de programação Logo. Ele tinha esperanças de que o Logo — um dialeto educacional do LISP — tomasse o lugar do BASIC na educação, mas isso não aconteceu. Após ver uma demonstração do Apple Lisa, Gary passou a desenvolver uma GUI na Digital Research, chamada Graphics Environment Manager (GEM). A Novell comprou a Digital Research em 1991 em um acordo que rendeu milhões a Gary. Gary ainda continuou com projetos relacionados à computação fora da Digital Research. Em 1983 ele passou a apresentar um programa de TV chamado Computer Chronicles, que acompanhava tendências no mundo da computação. Ele ainda fundou outra empresa, a KnowledgeSet, que adaptou a tecnologia do disco óptico para o uso em computadores, que resultou na criação do drive de CD. Em 1985 ele lançou a primeira enciclopédia para computadores, a Academic American Encyclopedia da Grolier. O último empreendimento de Gary, a Prometheus Light and Sound, baseada na cidade de Austin, no Texas, desenvolveu o sistema PBX doméstico, que integrou os telefones convencionais à telefonia celular. Vida pessoal Os colegas de Gary lembram dele como alguém criativo, de conversa fácil, e aventureiro. Além de voar, ele gostava de carros esportivos, corridas de automóveis e de barcos, e amava o mar. Embora Gary tenha preferido abandonar o negócio com a IBM no passado e ficar conhecido por seu trabalho antes e depois, ele continuamente era comparado a Bill Gates. Uma lenda surgiu do encontro entre a Digital Research e a IBM (encorajada por Bill e vários jornalistas), sugerindo que Gary irresponsavelmente havia tirado o dia para passear de jatinho — Gary refutou esta versão incessantemente. Nos anos seguintes, ele demonstrou ocasionalmente certo desdém em relação à já gigante Microsoft. Gary ficou particularmente chateado quando a Universidade de Washington o convidou para o aniversário da graduação de Ciências da Computação em 1992, mas deu o discurso a Bill Gates — Bill havia abandonado Harvard, enquanto Gary havia se formado com distinção. Em resposta ele começou a escrever suas memórias, Computer Connections, que ele distribuiu apenas para alguns amigos, e onde ele expressava sua frustração de que as pessoas não pareciam apreciar a elegância no software. E disse que Bill Gates era "encrenqueiro, manipulador e um mero usuário, sugando dele e da indústria". No apêndice ele chamou o DOS de "um roubo puro e simples" porque as primeiras 26 chamadas de sistema funcionavam exatamente da mesma forma que as do CP/M. Ele acusou também a IBM de diferenciar muito o preço entre o DOS e o CP/M como uma forma de marginalização. O jornalista britânico Harold Evans usou estas memórias como fonte para um capítulo sobre Gary Kildall em seu livro de 2004, They Made America, concluindo que a Microsoft havia roubado as invenções de Gary. Veteranos da IBM do projeto PC contestam as descrições dos eventos contidas no livro, e a Microsoft o descreveu como "tendencioso e inacurado". A venda da Digital Research para a Novell fez de Gary um homem muito rico, e ele se mudou para uma propriedade no subúrbio da cidade de Austin, uma casa à beira de um lago com garagens para carros esportivos e um estúdio de vídeo no porão. Gary comprou e pilotou seu próprio jatinho Learjet e manteve um barco no lago. Enquanto morou em Austin, ele também participou voluntariamente de programas de assistência a crianças com AIDS. Na Califórnia, ele teve uma mansão com uma vista panorâmica para o oceano em Pebble Beach. Morte Em 8 de julho de 1994, Gary Kildall sofreu uma queda no Franklin Street Bar & Grill, um bar onde se reúnem motociclistas, localizado em Monterey, California e bateu a cabeça. As circunstâncias exatas do acidente continuam não esclarecidas, entretanto, ele lutou contra o alcoolismo em seus últimos anos. Várias fontes disseram que ele havia caído de uma cadeira, caído de uma escada ou sofrido agressão por ter entrado no bar usando jaqueta de couro da Harley-Davidson. Ele deu entrada e saída do hospital duas vezes, e morreu três dias depois no Community Hospital. A causa da morte foi descrita como concussão. Havia também evidência de que ele havia sofrido um infarto, mas a autópsia foi inconclusiva para determinar a causa da morte. Gary Kildall foi enterrado no Evergreen Washelli Memorial Park, no norte de Seattle. Reconhecimento Após o anúncio da morte de Gary, Bill Gates comentou que ele foi "um dos grandes pioneiros da revolução do PC", e "um cientista da computação criativo que fez um excelente trabalho". Em março de 1995, Gary recebeu uma homenagem póstuma da Software and Information Industry Association por suas contribuições à indústria dos microcomputadores. Em agosto de 2012, o pesquisador forense computacional Bob Zeidman declarou que, após realizar investigação na versão original do MS-DOS e do CP/M, não encontrou nenhuma evidência de que a Microsoft copiou conteúdo da Digital Research. Ele afirmou não ter encontrado nenhuma parte do código do CP/M incluído no MS-DOS. Seu trabalho de pesquisa foi publicado no IEEE mas foi contestado, uma vez que Zeidman teria sido contratado pela Microsoft como especialista no caso da disputa de patentes entre Microsoft e Motorola. Kildall, Gary Kildall, Gary Kildall, Gary Kildall, Gary Kildall, Gary Kildall, Gary Kildall, Gary Kildall, Gary Kildall, Gary Naturais de Seattle
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Coronel Ezequiel é um município brasileiro do estado do Rio Grande do Norte. Segundo o censo de 2000, sua população era de 5.409 habitantes. A área territorial é de 203 km². Em Coronel Ezequiel existem 1.334 domicílios permanentes, sendo 346 ligados à rede geral de água, 336 abastecidos por poço ou nascente e 652 por outras fontes. Apenas 43 domicílios são ligados à rede geral de esgotos. As principais atividades econômicas são a agropecuária, o extrativismo e o comércio. Com relação à infra-estrutura, o município possui uma agência bancária, uma agência dos Correios, uma estação repetidora de TV, 1 jornal em circulação e 18 empresas com CNPJ atuantes no comércio varejista. No ranking de desenvolvimento, Coronel Ezequiel está em 130º lugar no estado (130/167 municípios) e em 4.651º lugar no Brasil, de um total de 5.561 municípios. O novo nome do município deve-se a uma homenagem ao coronel Ezequiel Mergelino de Sousa (1866–1953), nascido em Araruna, Paraíba, que viveu durante muito tempo na localidade de Melão, tendo participado efetivamente do desenvolvimento da comunidade. Presidiu a intendência municipal de Santa Cruz de 1911 a 1913, e de 1920 a 1922; foi deputado estadual em muitas legislaturas e na Constituinte em 1915. Segundo o censo realizado no ano 2000, os habitantes estão assim divididos: 2.737 são do sexo masculino (50,60%) e 2.672 do sexo feminino (49,40%), sendo que 2.212 vivem na área urbana (40,90%) e 3.197 na área rural (59,10%). A densidade demográfica é de 26,66 hab/km². Da população total, 61,90% é de alfabetizados. História Em 1808, José Joaquim da Silva, possuidor de uma fazenda de gado bovino conhecida por "Riacho de Melão" fundou a povoação de Melão. Em 1856, a peste grande, conhecida como cólera-morbo, começava a assolar a região. Os moradores de Melão, depois de cinco anos de sofrimento e doença, decidiram apelar para a fé e ergueram em 1861 uma capela, na esperança de dias melhores. O povoado foi crescendo e por conta disso, a capela foi demolida e construída em outro lugar, para dar acesso ao desenvolvimento. Surgiram armazéns para guardar algodão, apareceram várias casas, comércios e em 1925 já existia o alinhamento de três ruas. O povoado de Melão tornou-se distrito de Santa Cruz em outubro de 1938, passando a se chamar oficialmente de Jericó. Cinco anos depois, em dezembro de 1943, o distrito retornou ao seu nome inicial, Melão. Em 11 de dezembro de 1953, por força da Lei nº. 1.029, Coronel Ezequiel conquistou a sua emancipação política, desmembrando-se de Santa Cruz. O município foi instalado em 11 de dezembro de 1954, ocasião em que tomou posse o primeiro prefeito, nomeado pelo governador do estado do Rio Grande do Norte. Municípios do Rio Grande do Norte Fundações no Rio Grande do Norte em 1953
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A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) - (acrônimo de United Nations Educational, Scientific and Cultural Organization) é uma agência especializada das Nações Unidas (ONU) com sede em Paris, fundada em 16 de novembro de 1945 com o objetivo de contribuir para a paz e segurança no mundo mediante a educação, ciências naturais, ciências sociais/humanas e comunicações/informação. As atividades culturais procuram a salvaguarda do patrimônio cultural o estímulo da criação e a criatividade e a preservação das entidades culturais e tradições orais, assim como a promoção dos livros e a leitura. Em matéria de informação, a UNESCO promove a livre circulação de ideias por meios audiovisuais, fomenta a liberdade de imprensa e a independência, o pluralismo e a diversidade dos meios de informação, através do Programa Internacional para a Promoção da Comunicação. UNESCO persegue seus objetivos através de cinco grandes programas: educação, ciências naturais, ciências sociais/humanas, cultura e comunicação/informação. Projetos patrocinados pela UNESCO incluem programas de alfabetização, técnicos e de formação de professores, programas científicos internacionais, promoção de mídia independente e liberdade de imprensa, projetos de história regional e cultural, promoção de diversidade cultural, traduções de literatura mundial, acordos de cooperação internacional para garantir o patrimônio cultural e natural mundial e para preservar os direitos humanos e tenta superar a divisão digital mundial. É também membro do Grupo de Desenvolvimento das Nações Unidas. Seu principal objetivo é reduzir o analfabetismo no mundo. Para isso a UNESCO financia a formação de professores, uma de suas atividades mais antigas, é a criação de escolas em regiões de refugiados. Na área de ciência e tecnologia, promoveu pesquisas para orientar a exploração dos recursos naturais. Outros programas importantes são os de proteção dos patrimônios culturais e naturais além do desenvolvimento dos meios de comunicação. A UNESCO criou o World Heritage Centre para coordenar a preservação e a restauração dos patrimônios históricos da humanidade, com atuação em 112 países. História A UNESCO surgiu ainda no tempo da Liga das Nações que criou uma comissão em 21 de setembro de 1921, para estudar a questão da Educação e Cultura. O Comitê Internacional de Cooperação Intelectual (ICIC) foi oficialmente criado em 4 de janeiro de 1922, como um órgão consultivo composto por pessoas eleitas com base em suas qualificações pessoais. O Instituto Internacional de Cooperação Intelectual (IIIC) foi criado em Paris em 9 de agosto de 1925, para atuar como uma agência executora para a CICI. Em 18 de Dezembro de 1925, o Bureau Internacional de Educação (IBE) começou a trabalhar como uma organização não-governamental a serviço do desenvolvimento educacional internacional. No entanto, o trabalho destas organizações foi interrompida com o início da Segunda Guerra Mundial. Depois a assinatura da Carta do Atlântico e da Declaração das Nações Unidas, a Conferência de Ministros Aliados da Educação (CAME) iniciou reuniões em Londres, que continuaram entre 16 novembro de 1942 a 5 de Dezembro de 1945. Em 30 de outubro de 1943, a necessidade de uma organização internacional foi expressa na Declaração de Moscou, acordado entre a China, o Reino Unido, os Estados Unidos e a União Soviética. Isto foi seguido pelas propostas da Conferência de Dumbarton Oaks, de 9 de outubro de 1944. Sobre a proposta da CAME e de acordo com as recomendações da Conferência das Nações Unidas sobre Organização Internacional (UNCIO), realizada em San Francisco em abril a junho de 1945, uma Conferência das Nações Unidas foi feita para estabelecimento de uma organização educacional e cultural (ECO/CONF), que foi convocada em Londres entre 1 a 16 novembro de 1945. Quarenta e quatro governos estavam representados. Na conferência da Constituição da UNESCO foi apresentada e assinada por 37 países, e uma Comissão Preparatória foi estabelecida. A Comissão Preparatória foi feita entre 16 de novembro de 1945 a 4 de novembro de 1946 - a data em que Constituição da UNESCO entrou em vigor após sua ratificação. A primeira Conferência Geral aconteceu entre 19 deley para o cargo de Diretor-Geral. A Constituição foi alterada em novembro de 1954, quando a Conferência Geral decidiu que os membros do Conselho Executivo seriam representantes pelos governos dos Estados, e não pelos interesses pessoais. Esta mudança distingue a UNESCO de seu antecessor, o CICI, em termos de como os Estados-Membros trabalham juntos em campos da Organização de competência. Como os Estados-Membros trabalharam juntos ao longo do tempo da UNESCO, fatores políticos e históricos moldaram o funcionamento da Organização, em particular durante a Guerra Fria, o processo de descolonização, e a dissolução da URSS. Entre as principais realizações da Organização é o seu trabalho contra o racismo, com declarações e discursos feito pela organização, e concluindo com a Declaração de 1978 sobre a Raça e o Preconceito Racial. Em 1956, a África do Sul se retirou da UNESCO, alegando que algumas das publicações da Organização ascenderam a "interferência" nos "problemas raciais" do país. A África do Sul voltou a ser membro da Organização em 1994, na presidência de Nelson Mandela. Os primeiros trabalhos da UNESCO no campo da educação incluiu o projeto-piloto de ensino fundamental no Vale Marbial, no Haiti, iniciado em 1947. Este projeto foi seguido por missões de peritos em outros países, incluindo, por exemplo, uma missão no Afeganistão em 1949. Em 1948, a UNESCO recomendou que os Estados-Membros deveriam tornar o ensino primário obrigatório e universal. Em 1990 a Conferência Mundial sobre Educação realizada em Jomtien, na Tailândia, lançou um movimento global para oferecer educação básica para todas as crianças, jovens e adultos. Dez anos depois, no Fórum Mundial de Educação de 2000 realizado em Dakar, no Senegal, os governos membros se comprometeram em alcançar a educação básica para todos até 2015. As atividades iniciais da UNESCO no campo da cultura incluem, por exemplo, a Campanha da Núbia, lançada em 1960. O objetivo da campanha era para mover o Grande Templo de Abul-Simbel para ele não ser pelo Rio Nilo depois da construção da Barragem de Aswan. Durante a campanha de 20 anos, 22 monumentos e conjuntos arquitetônicos foram realocados. Esta foi a primeira e maior de uma série de campanhas, incluindo o Moenjodaro (no Paquistão), Fes (no Marrocos), Catmandu (no Nepal), Borobudur (na Indonésia) e a Acrópole (na Grécia). O trabalho da Organização sobre o patrimônio levou à adoção, em 1972, da Convenção para a Proteção do Patrimônio Mundial, Cultural e Natural. O Comitê do Patrimônio Mundial foi criado em 1976 e os primeiros sites inscritos na Lista do Patrimônio Mundial em 1978. Desde então, importantes instrumentos jurídicos sobre o patrimônio cultural e diversidade foram adotadas pessoas e paz e amor da UNESCO em 2003,) e 2005. Uma reunião intergovernamental da UNESCO realizada em Paris em dezembro de 1951 levou à criação do Conselho Europeu para Pesquisas Nucleares (CERN) em 1954. Uma reunião intergovernamental da UNESCO realizada em Paris em dezembro de 1951 levou à criação do Conselho para Pesquisas Nucleares da UNESCO (CERN) em 1954. O Programa Arid Zone (1948-1966), é outro exemplo de um projeto importante da UNESCO no campo das ciências naturais. Em 1968, a UNESCO organizou a primeira conferência intergovernamental que visam conciliar o meio ambiente e o desenvolvimento, um problema que continua a ser abordado no campo do desenvolvimento sustentável. O principal resultado da conferência de 1968 foi a criação do Programa da Biosfera. No campo da comunicação, o livre fluxo de informações tem sido uma prioridade para a UNESCO desde os seus primórdios. Nos anos após a Segunda Guerra Mundial, os esforços foram concentrados na reconstrução e na identificação das necessidades de meios de comunicação ao redor do mundo. A UNESCO começou a organizar a formação e educação para os jornalistas na década de 1950. Em resposta aos apelos para uma "informação do Novo Mundo e pela Ordem no Comunicação" no final de 1970, a UNESCO criou a Comissão Internacional para o Estudo dos Problemas da Comunicação, que produziu o relatório MacBride de 1980 (nomeado após o presidente da Comissão, o Prêmio Nobel da Paz Seán MacBride). Na sequência do relatório MacBride, a UNESCO introduziu a Sociedade da Informação para Todos, o programa às Sociedades do Conhecimento e a criação da Sociedade da Informação em 2003 (Genebra) e em 2005 (Tunis). Em 2011, a Palestina tornou-se membro da UNESCO após uma votação em que 107 Estados-Membros apoiaram e 14 foram contra. As leis aprovadas nos Estados Unidos em 1990 e 1994, significaram que não pode contribuir financeiramente para qualquer organização da ONU que aceita a Palestina como um membro pleno. Como resultado, ele irá retirar o seu financiamento que responde por cerca de 22% do orçamento da UNESCO. Israel também reagiu a admissão da Palestina à UNESCO congelando os bens da UNESCO em Israel e impondo sanções à Autoridade Palestina, alegando que a admissão da Palestina seria prejudicial "para as negociações de paz". Em 12 de outubro de 2017, os Estados Unidos anunciaram oficialmente a decisão de se retirar da Unesco a partir de 2018. Como justificativa, o governo estadunidense alegou que a retirada se deu por conta da "necessidade de reformas fundamentais na organização e pela continuidade do viés anti-Israel na Unesco". No mesmo dia, o Governo de Israel tomou a mesma decisão e se retirou da Unesco. Missões e prioridades A missão da UNESCO é contribuir para a "construção da paz", reduzindo a pobreza, promovendo o desenvolvimento sustentável e o diálogo intercultural, através da educação, ciências, cultura, comunicação e informação. A Organização concentra, em particular, duas prioridades globais: a diminuição da taxa de analfabetismo e a igualdade de gênero. Outras prioridades da Organização incluem a busca da qualidade da educação para todos e da educação continuada, buscando novos desafios éticos e sociais, promovendo a diversidade cultural, construindo sociedades de conhecimento inclusivo através da informação e comunicação. As metas amplas e objetivos concretos da comunidade internacional - tal como estabelecido nas metas de desenvolvimento acordadas internacionalmente, incluindo as metas de desenvolvimento do milênio - apoiam todas as estratégias e atividades da UNESCO. Em 2013 a UNESCO nomeou a Surfista Maya Gabeira, que atualmente detém o título mundial da maior onda já surfada por uma mulher, terá um papel ativo na promoção da defesa da UNESCO em questões relativas à sustentabilidade oceânica. Ela estará na vanguarda dos esforços da Organização para mobilizar as novas gerações, organizando cúpulas de jovens sobre a sustentabilidade oceânica e atuando como porta-voz principal da Gen Ocean, a nova campanha da UNESCO para desencadear mudanças de estilos de vida. Estados membros Em 2011 a UNESCO contava com 193 Estados-membros e 9 membros associados. Alguns membros não são estados independentes e outros membros têm comitês de organização nacional de alguns dos seus territórios dependentes. Os estados integrantes da UNESCO são os estados membros das Organização das Nações Unidas (exceto Estados Unidos, Israel e Liechtenstein), Ilhas Cook, Niue, e o Estado da Palestina. Diretores-gerais da UNESCO ONGs oficiais da UNESCO A UNESCO mantém relações oficiais com 322 organizações não-governamentais internacionais (ONGs). A maioria delas é o que a UNESCO chama de "operacional"; algumas poucos são "formais". A forma mais alta de afiliação à UNESCO é "associado formal". No que diz respeito às parcerias oficiais com ONGs, o quadro estatutário descreve duas categorias: status consultivo, aberto a ONGs ativas nos campos de competência da UNESCO em qualquer nível (internacional, regional, nacional); e status de associado, aberto a organizações internacionais ou regionais que tenham mantido uma parceria contínua e eficaz (status consultivo) com a UNESCO, por pelo menos dois anos e regularmente tenham feito importantes contribuições para a definição dos objetivos da Organização e sua implementação do programa. Conferências-gerais da UNESCO Esta é a lista das conferências-gerais que a Organização realizou desde 1946: 1ª Conferência Geral (Paris, 1946) - presidida por Léon Blum (França) 2ª Conferência Geral (Cidade do México, 1947) - presidida por Manuel Gual Vidal (México) 3ª Conferência Geral (Beirute, 1948) - presidida por Hamid Bey Frangie (Líbano) 1ª sessão extraordinária (Paris, 1948) 4ª Conferência Geral (Paris, 1949) - presidida por Ronald Walker (Austrália) 5ª Conferência Geral (Florença, 1950) - presidida por Count Stefano Jacini (Itália) 6ª Conferência Geral (Paris, 1951) - presidida por Howland Sargeant (Estados Unidos) 7ª Conferência Geral (Paris, 1952) - presidida por Sarvepalli Radhakrishnan (Índia) 2ª sessão extraordinária (Paris, 1953) 8ª Conferência Geral (Montevidéu, 1954) - presidida por Justino Zavala Muñiz (Uruguai) 9ª Conferência Geral (Nova Délhi, 1956) - presidida por Maulana Abul Kalam Azak (Índia) 10ª Conferência Geral (Paris, 1958) - presidida por Jean Berthoin (França) 11ª Conferência Geral (Paris, 1960) - presidida por Akale-Work Abte-Wold (Etiópia) 12ª Conferência Geral (Paris, 1962) - presidida por Paulo de Berrêdo Carneiro (Brasil) 13ª Conferência Geral (Paris, 1964) - presidida por Norair Sissakian (União Soviética) 14ª Conferência Geral (Paris, 1966) - presidida por Bedrettin Tuncel (Turquia) 15ª Conferência Geral (Paris, 1968) - presidida por Willian Eteki-Mboumoua (Camarões) 16ª Conferência Geral (Paris, 1970) - presidida por Atilio Dell'Oro Maini (Argentina) 17ª Conferência Geral (Paris, 1972) - presidida por Toru Haguiwara (Japão) 3ª sessão extraordinária (Paris, 1973) 18ª Conferência Geral (Paris, 1974) - presidida por Magda Joboru (Hungria) 19ª Conferência Geral (Nairóbi, 1976) - presidida por Taaita Toweett (Quênia) 20ª Conferência Geral (Paris, 1978) - presidida por Napoléon LeBlanc (Canadá) 21ª Conferência Geral (Belgrado, 1980) - presidida por Ivo Margan (Iugoslávia) 4ª sessão extraordinária (Paris, 1982) 22ª Conferência Geral (Paris, 1983) - presidida por Saïd Tell (Jordânia) 23ª Conferência Geral (Sófia, 1985) - presidida por Nikolaï Todorov (Bulgária) 24ª Conferência Geral (Paris, 1987) - presidida por Guillermo Putzeys Alvarez (Guatemala) 25ª Conferência Geral (Paris, 1989) - presidida por Anwar Ibrahim (Malásia) 26ª Conferência Geral (Paris, 1991) - presidida por Bethwell Allan Ogot (Quênia) 27ª Conferência Geral (Paris, 1993) - presidida por Ahmed Saleh Sayyad (Iêmen) 28ª Conferência Geral (Paris, 1995) - presidida por Torben Krogh (Dinamarca) 29ª Conferência Geral (Paris, 1997) - presidida por Eduardo Portella (Brasil) 30ª Conferência Geral (Paris, 1999) - presidida por Jaroslava Moserova (República Tcheca) 31ª Conferência Geral (Paris, 2001) - presidida por Ahmad Jalali (Irã) 32ª Conferência Geral (Paris, 2003) - presidida por Laura Bush (Estados Unidos) 33ª Conferência Geral (Paris, 2005) - presidida por António Burity da Silva (Brasil) 34ª Conferência Geral (Paris, 2007) - presidida por George N. Anastassopoulos (Grécia) 35ª Conferência Geral (Paris, 2009) - presidida por Davidson Hepburn (Bahamas) 36ª Conferência Geral (Paris, 2011) - presidida por Katalin Bogyay (Hungria) 37ª Conferência Geral (Paris, 2013) - presidida por Hao Ping (China) 38ª Conferência Geral (Paris, 2015) - presidida por Stanley Mutumba Simataa (Namíbia) 39ª Conferência Geral (Paris, 2017) - presidida por Zohour Alaou (Marrocos) Ver também Organização das Nações Unidas Lista do Patrimônio Mundial da UNESCO Reserva da Biosfera Hey, atualize minha voz Ligações externas Organizações fundadas em 1946
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São José do Egito é um município brasileiro situado no estado de Pernambuco. Localizado na Mesorregião do Sertão Pernambucano e na Microrregião de Pajeú. Administrativamente, o município é composto pelos distritos Sede, Bonfim, Riacho do Meio e pelos povoados de Batatas, Curralinho, Mundo Novo, São Sebastião de Aguiar, Espírito Santo e Juazerinho. Sua população, conforme estimativas do IBGE de 2018, era de habitantes, sendo o 3º município mais populoso da Microrregião do Pajeú, atrás apenas de Serra Talhada e Afogados da Ingazeira. História A povoação do município iniciou-se com a construção de uma capela dedicada a São José por fazendeiros da cabeceira do Rio Pajeú, no lugar Queimadas, vale meridional da Serra da Borborema e ponto de confluência do Riacho São Filipe com o mesmo Pajeú. Fazendeiros vizinhos, que possuíam uma capela dedicada a São Pedro, atacaram e destruíram o templo. Uma nova capela foi erguida. Um novo ataque foi tentado, desta vez sem êxito, pois houve resistência. O povoado foi intitulado São José das Queimadas em 1865. Em 1872, foi criado o distrito com denominação de São José da Ingazeira, que foi elevado à categoria de vila com a denominação de São José da Ingazeira, pela lei provincial nº 1260, de 26 de maio de 1877, desmembrado de Ingazeira mais tarde Afogados da Ingazeira. Pela lei provincial nº 1516, de 11 de abril de 1881, vila passou a denominar-se São José do Egito. Em 1 de julho de 1909, foi elevado à condição de município com a denominação de São José do Egito, pela lei estadual nº 991. Geografia Localiza-se a uma latitude 07º28'44" sul e a uma longitude 37º16'28" oeste, estando a uma altitude de 585 metros. Possui uma área de 792,000 km². Distante da capital pernambucana 404 quilômetros, é servida pelas rodovias PE-275, PE-280, PE-320 e BR-232. Clima O clima é semiárido, a temperatura média anual é de 26 °C, precipitação pluviométrica de 624 mm e os meses mais chuvosos são janeiro a abril. Vegetação A vegetação predominante é a caatinga hiperxerófila, com ocorrência mineral de bauxita e calcário, sendo que a maior extensão de sua área possui um solo apropriado para o cultivo temporário. O abastecimento de água é feito através de 4.340 ligações e a extensão de sua rede é de 41.470m, sendo coletados 29% do lixo domiciliar. Fundações em Pernambuco em 1909
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"God Save the King" (alternativamente "God Save the Queen") é o hino nacional britânico, tendo função semelhante também nos países correspondentes aos Reinos da Comunidade de Nações, além das dependências e territórios britânicos ultramarinos. O autor da música é desconhecido, mas cogita-se ter sido composta por John Bull, em 1619. As palavras e o título são adaptados conforme o gênero do atual monarca do Reino Unido, optando-se entre as palavras "rei" (king) e "rainha" (queen), "ele" (he/him) e "ela" (she/her), e assim por diante, conforme o caso. God Save the King é o hino nacional de facto britânico e dos territórios britânicos ultramarinos. É um dos dois hinos nacionais da Nova Zelândia (desde 1977) e de vários territórios da Grã-Bretanha que têm o seu próprio hino local adicional. É o hino real da Austrália, Canadá (desde 1980), Belize, Papua-Nova Guiné, Tuvalu, Ilhas Salomão, e de várias nações caribenhas independentes: Baamas, Jamaica, Granada, Antígua e Barbuda, São Cristóvão e Névis, São Vicente e Granadinas, Turcas e Caicos e Santa Lúcia. Mesmo em alguns países que não fizeram parte do Império Britânico, a melodia de God Save the King forneceu a base para várias canções patrióticas, geralmente ligadas com a cerimônia real, tal como o hino real da Noruega e o hino nacional de Listenstaina. Nos Estados Unidos, a música é utilizada como base de um hino patriótico chamado "My Country, 'Tis of Thee", que já foi considerado como um dos dois hinos nacionais de facto, antes da adoção oficial do hino atual. A versão tradicional do hino é composta por duas estrofes de sete versos cada; até o século XIX, o hino era cantado em três estrofes, porém a segunda caiu em desuso no século XIX, por ter um tom marcadamente beligerante. Desde a sua primeira publicação, em 1745, versos diferentes foram adicionados e subtraídos esporadicamente, e, ainda hoje, diversas publicações incluem seleções variadas de versos em várias ordens diferentes. Em geral, apenas o primeiro verso é cantado; às vezes dois versos são cantados; e em raras ocasiões, três. Além disso, já foram apresentadas diversas sugestões para novas estrofes e novas versões, algumas compostas por poetas, outra por um clérigo, e até mesmo uma de um gabinete ministerial. O soberano e sua consorte são saudados com o hino inteiro, enquanto que os outros membros da família real que têm direito à Saudação Real (como o Príncipe de Gales) recebem apenas os primeiros seis compassos. Esses primeiros seis também fazem parte da saudação dada aos governadores de territórios britânicos ultramarinos, bem como da saudação ao vice-rei ou governador-geral nos Reinos da Comunidade de Nações além do Reino Unido (por exemplo, no Canadá, em que o governador-geral é saudado em eventos oficiais com a primeira estrofe de "God Save the King", seguindo-se os quatro primeiros e quatro últimos compassos de "O Canada"). História Embora o hino tenha sido publicado pela primeira vez em 1744, há evidências variadas que indicam uma data mais antiga para sua composição. Na obra The Oxford Companion to Music, o pesquisador Percy Scholes dedica cerca de quatro páginas a este assunto, apontando as semelhanças com um início de uma melodia de cantochão, embora o ritmo seja muito parecido com o de uma galharda, e dá exemplos de várias músicas de dança que têm uma semelhança impressionante com God Save the King. Scholes cita uma partitura do compositor John Bull (1619), que tem algumas semelhanças com a música moderna, dependendo da colocação de acidentes que na época não eram escritos em certos casos e deixados ao critério do tocador (ver música ficta). O referido autor também aponta semelhanças encontradas em várias peças do compositor inglês Henry Purcell, uma das quais inclui as notas de abertura da canção atual, prevista para as palavras "God Save the King". Além de Purcell, o compositor alemão Georg Friedrich Händel, radicado na Grã-Bretanha, usou a melodia como tema de variação em um movimento (sarabanda) de sua Suíte nº4 em Mi menor, HWV 429, composta antes do ano de 1720. Não obstante, estudiosos do século XIX e comentaristas mencionam a crença generalizada de que uma velha canção escocesa, "Remember O Thou Man" foi a fonte da música. A primeira versão publicada do que é quase a melodia atual apareceu em 1744 no Musicus Thesaurus. A versão de 1744 da música foi popularizada na Escócia e na Inglaterra no ano seguinte, com o desembarque de Carlos Eduardo Stuart e foi publicado na revista The Gentleman's Magazine. A análise de Scholes inclui menções de reivindicações "insustentáveis" e "duvidosas". Algumas delas são: O francês Marquise de Créquy escreveu em seu livro "Souvenirs" que a música Grand Dieu Sauve Le Roi foi escrita por Jean-Baptiste Lully em gratidão pela sobrevivência de Luís XIV da França depois de uma delicada operação cirúrgica. Lully melodiou as palavras da Duquesa de Brinon para formar a música e Créquy afirma a melodia mais tarde foi plagiada por Händel. Traduzida em latim com o nome de Domine, Salvum Fac Regém, tornou-se o hino francês até 1792. . Depois da Batalha de Culloden, a dinastia de Hanôver supostamente teria adotado esta melodia como hino britânico. James Oswald é um possível autor de Thesaurus Musicus, e isso pode ter desempenhado um papel na história da música, mas não é um candidato forte o suficiente para ser citado como o compositor da melodia. Dr. Henry Carey: Scholes refuta essa atribuição, em primeiro lugar, com o fundamento de que Carey nunca fez tal afirmação. Em segundo lugar, quando o pedido de reconhecimento foi feito pelo filho de Carey (no final de 1795), foi acompanhada por um pedido de pensão do governo britânico a esse respeito. Em terceiro lugar, o mais jovem dos Carey afirmou que seu pai tinha escrito partes dela em 1745, apesar do Carey mais velho tenha vindo a morrer em 1743. Também foi alegado que o trabalho foi tocado pela primeira vez publicamente por Carey durante um jantar em 1740 em honra do almirante Edward "Grog" Vernon, que havia capturado um navio espanhol. Scholes recomenda a atribuição "tradicional" ou "tradicional; mais antiga versão conhecida por John Bull (1562-1628)". O English Hymnal (editor musical Ralph Vaughan Williams) não dá nenhuma atribuição, afirmando apenas “século XVII ou XVIII”. Uso no Reino Unido "God Save the King" é o hino nacional do Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte. Como muitos aspectos da vida constitucional britânica, o seu estatuto oficial deriva do costume e uso, não de proclamação Real ou lei do Parlamento. Em geral apenas um ou dois versos são cantados, mas em raras ocasiões, três. A variação na Grã-Bretanha das letras de "God Save the King" é a mais antiga entre as que são atualmente utilizadas, e forma a base sobre a qual todas as outras versões utilizadas em todo a Comunidade das Nações são formados, embora, mais uma vez, as palavras tenham variado ao longo destes anos. Letras na Grã-Bretanha A frase "God Save the King" é muito mais antiga do que a música, aparecendo, por exemplo, várias vezes na Bíblia do Rei Jaime.Zadoque, o Sacerdote possui base nos versículos da bíblia, "...E todas as pessoas rejubilaram, e disseram: Deus salve o Rei! Vida longa ao Rei! Que o rei viva para sempre, Amém", sendo cantado em toda Coroação do monarca britânico desde o Edgar da Inglaterra em 973. Scholes afirma que em 1545 "God Save the King" era uma senha da Marinha Real Britânica, com a resposta sendo "Long to reign over us". Ele também observa que a oração lida nas igrejas em aniversários da Conspiração da Pólvora inclui palavras que poderiam ter feito parte da base para o segundo verso "Scatter our enemies... assuage their malice and confound their devices". Em 1902, o músico William Hayman Cummings, citando correspondências de meados do século XVIII entre Charles Burney e Sir Joseph Banks, propôs que as palavras foram baseados em um verso latino composto por Jaime II da Inglaterra na Capela Real. Versão padrão no Reino Unido Não há versão definitiva das letras. No entanto, a versão que consiste nos três versos reproduzidos na caixa amarela no lado direito tem sido considerada como a versão "padrão" britânica, aparecendo não só na Gentleman's Magazine de 1745, mas também em publicações como The Book of English Songs: From the Sixteenth to the Nineteenth Century (1851), National Hymns: How They Are Written and How They Are Not Written (1861), Household Book of Poetry (1882), e Hymns Ancient and Modern, Revised Version (1982). Multidões inglesas (por exemplo, em jogos da seleção nacional de futebol) às vezes cantam "God save our Queen/King", em vez de "God save the Queen/King." A mesma versão com o versículo dois omitido aparece em publicações como Scouting for boys (1908), e no site da monarquia do Governo britânico, "Monarchy Today". No jubileu de Ouro da rainha, na festa no concerto do palácio, o rei Carlos III, então Príncipe de Gales, referiu-se em seu discurso ao "politicamente incorreto segundo verso" do hino nacional. De acordo com o "Rule, Britannia," de Alan Michie que foi publicado em 1952 após a morte do rei Jorge VI do Reino Unido, mas antes da coroação da rainha Isabel II, a primeira Assembleia Geral da ONU foi realizada em Londres, em janeiro de 1946, e o Rei, em honra da ocasião, "ordenou que a beligerante e imperiosa segunda estrofe de 'God Save the King' deveria ser reescrita para trazê-la mais para o espírito da fraternidade das nações." No Reino Unido, o primeiro verso é o único verso cantado normalmente, mesmo em ocasiões oficiais; embora o terceiro verso seja cantado em raras ocasiões, e, geralmente, no Last Night of the Proms. Na cerimônia de encerramento dos Jogos Olímpicos de Pequim de 2008, o quarto verso da letra alternativa de William Edward Hickson foi cantada em vez do terceiro verso. Versões britânicas alternativas Existiram várias tentativas para melhorar a música ao reescrever as palavras da letra. No século XIX houve um debate animado sobre o hino nacional. Notavelmente, surgiu a questão sobre a frase "scatter her enemies". Alguns pensaram que para melhor colocar a ênfase no respectivo poder do Parlamento e da Coroa seria bom mudar "her" para "our"; outros mostraram que a teologia mostrava-se duvidosa e queriam inserir a palavra "thine". Sydney G.R. Coles escreveu uma versão completamente nova, assim como Canon FK Harford. Em 1836, William Edward Hickson escreveu quatro versos alternativos. O primeiro, o terceiro e o quarto destes versos são acrescentados ao hino nacional no Hinário Inglês. Versão alternativa de William Hickson A versão alternativa de William Hickson (1836) inclui os seguintes versos, dos quais o primeiro, o terceiro e o quarto têm alguma semelhança como eles são acrescentados ao hino nacional no Hinário Inglês. O quarto verso foi cantado após o primeiro verso tradicional para o King's Golden Jubilee National Service of Thanksgiving em 2002, e durante o hasteamento da bandeira da união durante a cerimônia de encerramento dos Jogos Olímpicos de 2008. Versão oficial da paz Uma versão menos militarista da canção, intitulada "Official peace version, 1919", foi publicada pela primeira vez no livro de hinos Songs of Praise em 1925. Esta era "oficial" no sentido de que foi aprovado pelo Mais Honorável Conselho Privado de Sua Majestade em 1919. No entanto, apesar de ter sido reproduzido em alguns outros livros de hino, é uma versão pouco conhecida atualmente. Versos adicionais históricos Por volta de 1745, o sentimento antijacobita foi capturado em um verso anexado à música, com uma oração para o sucesso do exército do Marechal de campo George Wade, até em então sitiado perto de Newcastle. Esta versão não aparece publicada na Gentleman's Magazine de 1745. A fonte deste verso era de um artigo posterior sobre a canção, publicada na mesma revista em 1837: O artigo de 1837 e outras fontes deixam claro que este verso não foi usado logo após 1745, e certamente antes que a canção se tornasse aceita como o hino nacional britânico na década de 1780 e 1790. Ela foi incluída como parte integrante da canção no Oxford Book of Eighteenth Century Verse de 1926, embora erroneamente referencie o "quarto verso" ao artigo da Gentleman's Magazine de 1745. No lado oposto, as crenças jacobitas foram demonstradas em um verso alternativo utilizado durante o mesmo período: Em maio de 1800, após uma tentativa de assassinar Jorge III no teatro Drury Lane, o dramaturgo Richard Sheridan imediatamente compôs um verso adicional, que foi cantado o palco na mesma noite: Várias outras tentativas foram feitas durante os séculos XVIII e XIX para adicionar versos para comemorar determinados eventos reais ou nacionais. Por exemplo, de acordo com Fitzroy Maclean, quando as forças jacobitas passaram pelas forças do general Wade e chegaram em Derby, mas depois recuaram e quando sua guarnição no Castelo Carlisle se rendeu para um exército do governo liderado pelo filho do Rei Jorge, o Duque de Cumberland, outro verso foi adicionado. Outros versos de curta popularidade eram notavelmente antifranceses, tal como o seguinte, citado no Handel por Edward J. Dent: No entanto, nenhum destes versos adicionais sobreviveram até o século XX. Versos atualizados "completos", incluindo versões de versos adicionais foram publicados mais recentemente, incluindo o padrão de três versos, o quarto verso de Hickson, o verso de Sheridan e o verso do Marechal Wade. Execução no Reino Unido A forma mais comumente ouvida em apresentações oficiais foi proposta como a "interpretação correta" pelo rei Jorge V, o qual, com um toque de humor britânico, considerava-se a si mesmo como um especialista em se tratando da canção, em conta ao número de vezes que ele a tinha ouvido. Por conseguinte, uma ordem do Exército Britânico foi emitida em 1933, estabelecendo regras para o tempo, dinâmica e orquestração da música. Estas instruções incluíam, entre outros elementos, o rufar dos tambores para marcar o início da execução.A rainha Elizabeth II se abstém de cantar a música quando é tocada em sua presença, visto que o hino é prestado em sua homenagem. Até à última parte do século XX, os frequentadores de teatro e de concertos, em tese, deveriam permanecer enquanto o hino era tocado após a conclusão de um espetáculo. Nos cinemas, isto gerou um costume de a audiência sair correndo da sala enquanto os créditos finais eram rodados para evitar esta formalidade de permanecer até que o hino fosse finalizado. O hino continua a ser tocado em alguns eventos tradicionais, como o Torneio de Wimbledon, Royal Ascot, Henley Royal Regatta e nos concertos The Proms. O hino geralmente é tocado antes da Mensagem de Natal da rainha, (embora, em 2007, tenha aparecido no final, tirado de uma gravação de um programa de televisão de 1957), e importantes anúncios reais, como o de mortes reais, quando é tocado em um ritmo mais lento, com um arranjo sombrio. Outros Hinos dos Países Britânicos e Uso Esportivo Nos esportes em que o Reino Unido concorre como uma nação, mais notadamente como Grã-Bretanha nos Jogos Olímpicos, God Save the King é usado para representar qualquer pessoa ou equipe do Reino Unido. A Inglaterra (enquanto distinta do Reino Unido, que abrange Inglaterra, Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte) não tem nenhum hino nacional oficial próprio, por isso "God Save the King" é tratado como o hino nacional inglês quando a Inglaterra é representada em eventos esportivos (apesar de existirem algumas exceções a esta regra). Há um movimento para estabelecer um hino nacional inglês, com a canção "Jerusalem", de William Blake e Hubert Parry, e "Land of Hope and Glory", composta por Edward Elgar. Escócia e Gales têm seus hinos próprios para eventos políticos e nacionais e para uso a nível internacional para futebol, rugby e outros esportes em que essas nações competem de forma independente. Em todas estas ocasiões o hino nacional do País de Gales é "Hen Wlad Fy Nhadau" (“Terra de meus pais”). A Escócia não tinha nenhum hino próprio, porém "Scotland the Brave" foi tradicionalmente usado até a década de 1990, quando "Flower of Scotland" foi adotado. Na Irlanda do Norte, God Save the King ainda é usado como hino oficial. Desde 2003, em Jogos da Commonwealth, God Save the King não mais é utilizado para representar a Grã-Bretanha e Irlanda do Norte, porque também remete inclusivamente aos outros Reinos da Comunidade de Nações. Assim, os atletas da Irlanda do Norte recebem suas medalhas de ouro ao som de "Londonderry Air", popularmente conhecida como "Danny Boy". Em 2006, os vencedores ingleses ouviram a composição de Elgar, Pomp and Circumstance Marches, geralmente conhecida como "Land of Hope and Glory", mas depois de uma pesquisa conduzida pelo Conselho da organização dos jogos antes de 2010, "Jerusalem" foi adotado como novo hino da Inglaterra nos Jogos da Commonwealth. Frequentemente, quando um hino é necessário para um dos países componentes do Reino Unido em um evento esportivo internacional, uma música alternativa é utilizada: A Inglaterra geralmente usa "God Save the King", mas "Jerusalem", "Rule, Britannia!" e "Land of Hope and Glory" também são usadas. Nos jogos internacionais de Test cricket, o time inglês tem utilizado “Jerusalem” desde 2004. Nos jogos internacionais do time de rugby usa-se tanto "God Save the King" como "Jerusalem". Nos jogos internacionais de futebol é usado "God Save the King". Nos jogos da Commonwealth Games, a Inglaterra usa "Jerusalem" como seu hino de vitória. A Escócia usa "Flower of Scotland" como seu hino para a maioria dos eventos esportivos. Gales usa Hen Wlad Fy Nhadau ("Land of My Fathers") para eventos governamentais e esportivos. Todavia, em ocasiões oficiais, em especial relacionados com a monarquia, "God Save the King" é usado. A Irlanda do Norte usa "God Save the King" como seu hino, embora use "Londonderry Air" como canção de vitória nos jogos da comunidade britânica. O time British and Irish Lions de rugby usaram "The Power of Four", mas tal hino foi utilizado apenas para turnê de 2005, não sendo usado novamente. Em abril de 2007, houve uma moção dentro do parlamento a propor que deveria haver um hino para a Inglaterra em separado. O autor propôs que a nova canção deveria ser mais profunda que “God Save the King”, não utilizando mais a palavra “Deus”, porém a proposta foi rejeitada. Uso em outros Reinos da Comunidade "God Save the Queen/King" passou a ser utilizado em todo o mundo devido à expansão do Império Britânico, servindo como hino nacional de cada território que integrava o império. Durante a transformação histórica do império na Comunidade de Nações, a canção caiu em uso na maioria dos estados que se tornaram independentes. Em alguns países, porém, permanece como um dos hinos nacionais, como na Nova Zelândia, ou como um hino real, como é o caso da Austrália, Canadá, Jamaica, e Tuvalu, e nos demais Reinos da Commowealth, sendo tocado em eventos e cerimônias formais envolvendo a realeza ou a vice-realeza, isto é, o governador-geral do respectivo país. Austrália Na Austrália, a canção tornou-se oficial através de uma proclamação real emitida pelo governador-geral Sir Ninian Stephen em 19 de abril de 1984. Ele declarou que "God Save the King" deveria ser o Hino Real e que seria tocado quando o monarca australiano ou um membro da família real estivesse presente, embora não exclusivamente em tais circunstâncias. Canadá No Canadá, "God Save the King" é o hino real do país. Foi adotado como tal, não por estatuto ou proclamação (assim não tem "nenhum status legal no Canadá"), mas por meio de convenção, e às vezes é tocado ou cantado juntamente com o hino nacional, "O Canada", em eventos públicos e privados organizados por grupos como o Governo do Canadá, a Royal Canadian Legion, serviços policiais e grupos de lealdade monárquica. "God Save the King", tem sido cantado no Canadá desde o final de 1700, e em meados do século XX foi, juntamente com "O Canada", um dos dois hinos nacionais de facto do país, tendo sido seguida o padrão britânico de execução. Estatutos e práticas que regulam o uso da música durante eventos públicos em municípios variam; em Toronto, "God Save the King" foi empregado, enquanto que em Montreal o usado é "O Canada". O primeiro-ministro Lester B. Pearson, em 1964, disse que uma canção teria de ser escolhida como hino nacional do país e, três anos depois, ele aconselhou o governador-geral do Canadá, Georges Vanier, a criar uma Comissão Especial Conjunta do Senado do Canadá e da Câmara dos Comuns sobre o hino nacional e real. Dentro de dois meses, em 12 de abril de 1967, a comissão apresentou a sua conclusão de que "God Save the King", cuja letra e música estavam em domínio público, deveria ser designada como o hino real do Canadá e que "O Canada" como o hino nacional; um verso de cada tocado nas duas línguas oficiais, a ser aprovada pelo Parlamento. O grupo foi então encarregado de estabelecer letras oficiais para cada canção, para "God Save the King", as palavras inglesas foram adotadas iguais as usadas no Reino Unido, e as palavras francesas foram extraídas das que haviam sido utilizadas na coroação da Rainha Isabel II. Quando o projeto de lei apontou "O Canada" como o hino nacional e foi aprovado pelo parlamento, as recomendações anteriores do comitê misto para "God Save the King" não foram incluídos. O Departamento de Defesa Nacional do Canadá e as Forças Armadas Canadenses regulam que "God Save the King" deve ser tocado para saudar o monarca e outros membros da família real canadense, embora também possa ser usado como um hino, ou oração. As palavras não devem ser cantadas quando a canção é tocada como uma saudação militar real e é abreviada para as três primeiras linhas enquanto a armada está sendo apresentada. A rainha Isabel II estipulou que o arranjo em G maior do Tenente coronel Basil H. Brown deveria ser utilizada no Canada. Letras no Canada O primeiro verso de "God Save the Queen" foi traduzido para língua francesa, como a seguir: Existe uma versão canadense especial em inglês que foi muito popular com a adição de mais dois versos: Modernamente, no entanto, nas raras ocasiões em que dois versos do hino real são cantados, é quase sempre cantado no Canadá a mesma forma com que é cantado no Reino Unido, com o terceiro verso ("Thy choicest gifts in store", etc.), cantado como segundo verso. Nova Zelândia “God Save the King" foi o hino nacional único até 1977, quando "God Defend New Zealand" foi adicionado como um segundo a ser cantado. "God Save the King" é agora mais frequentemente tocado apenas quando o Soberano, o Governador-Geral da Nova Zelândia ou outros membros da família real estão presentes, ou em certas ocasiões, como o Anzac Day. Na Nova Zelândia, o segundo verso mais militarista é às vezes substituído com o verso de Hickson de "Nor in this land alone..." (muitas vezes cantado como "'Not' in this land alone"), também conhecido como "verso Commonwealth". Rodésia Quando a Rodésia emitiu o sua declaração unilateral de Independência da Grã-Bretanha em 11 de novembro de 1965, fê-lo mantendo a lealdade à rainha Isabel II como chefe de Estado Rodesiano, apesar do não reconhecimento do governo novo governo pela Grã-Bretanha e pelas Nações Unidas; "God Save the King" permaneceu, portanto, como hino nacional da Rodésia. Isso era usado para demonstrar a lealdade continuada das pessoas rodesianas ao monarca, mas a retenção na Rodésia de uma canção tão associada com a Grã-Bretanha enquanto os dois países estavam em desacordo quanto ao seu status constitucional deu ao hino em ocasiões "um tom levemente irônico", nas palavras do jornal londrino Times. No entanto, "God Save the King" permaneceu hino nacional da Rodésia até março de 1970, quando o país declarou-se formalmente uma república. "Rise, O Voices of Rhodesia" foi adotado até que o país voltou ao controle britânico em dezembro de 1979. Desde o reconhecimento internacional da independência da República do Zimbabwe em Abril de 1980, "God Save the King" perdeu seu status oficial. Uso em outros locais "God Save the King" foi a primeira música a ser usada como um hino nacional, embora o hino dos Países Baixos, Het Wilhelmus, seja mais antigo. O seu sucesso levou a uma série de imitações, nomeadamente na França e, mais tarde, na Alemanha. Ambos encomendaram suas próprias músicas para ajudar a construir uma identidade concreta nacional. O primeiro hino nacional alemão usou a melodia de "God Save the King" com as palavras alteradas para Heil dir im Siegerkranz, sendo cantado no mesmo ritmo da versão do Reino Unido. A música foi usada ou adotada oficialmente como o hino nacional para vários outros países, incluindo os da Rússia (Molitva Russkikh, até 1833) da Suíça (Rufst Du, mein Vaterland ou Ô monts indépendants, até 1961). "God Save the King" foi usado como o hino nacional do Reino do Havaí antes de 1860, e de 1860 até 1886 o hino nacional "E Ola Ke Alii Ke Akua" foi definido com a mesma melodia. A melodia é usada no hino patriótico "My Country, 'Tis of Thee"; as letras dos quais foram escritas por Samuel Francis Smith em 1831. A música é muitas vezes citada - ao lado de "Hail, Columbia" - como um hino nacional “de facto” para os Estados Unidos antes da adoção de jure de "The Star-Spangled Banner" em 1930. Também está no hino real da Noruega, intitulado Kongesangen: {|style=wikitable |- | {{quote2| Gud sign vår konge god! Sign ham med kraft og mod sign hjem og slott! Lys for ham ved din Ånd, knytt med din sterke hånd hellige troskapsbånd om folk og drott!}} || |} Foi o hino real sueco entre 1805 e 1880, intitulado como "Bevare Gud vår kung". A música - que estava em uso no hino nacional suíço Rufst du, mein Vaterland até 1961- ainda é usado como o hino nacional de Liechtenstein, Oben am Rhein jungen. A mesma música foi tocada duas vezes, durante as classificatórias da Euro 96,quando houve o jogo da Irlanda do Norte e Liechtenstein, do mesmo modo quando houve o jogo entre a Inglaterra e Liechtenstein na Euro 2004.Quando acontecem jogos entre Inglaterra e Irlanda do Norte,o hino é tocado apenas uma vez. A melodia de "God Save the King" tem sido, e continua a ser, usado como um hino por igrejas cristãs em vários países. As Igrejas Metodistas Unidas do sul dos Estados Unidos, México e América Latina, entre outras denominações (geralmente protestante), tocam a mesma melodia como um hino. O hino cristão "Glory to God on High" é freqüentemente cantado no mesmo ritmo, assim como uma música alternativa que se encaixa com as letras. Note também que na Igreja Protestante da Coreia a canção é cantada sobre o nome de "Since I Have My Retreat". Adaptações musicais No Brasil, a melodia de God Save the King aparece por duas vezes no hinário Cantor Cristão, que é um dos hinários oficiais da tradicional Igreja Batista. Compositores clássicos Cerca de 140 compositores, incluindo Beethoven, Haydn, Clementi, J.C.Bach, Liszt, Brahms, Carl Maria von Weber, Niccolò Paganini, Johann Strauss I, e Edward Elgar usaram a melodia em suas composições. Ludwig van Beethoven compôs um conjunto de sete variações de piano na chave C maior com o tema de "God Save the King", catalogado como WoO 0,78 (1802-1803). Além disso, ele também cita em sua "sinfonia de batalha" Wellington's Victory. Muzio Clementi usou o tema de "God Save the King" em sua sinfonia nº 3 em Sol maior, apelidada de "Grande Sinfonia Nacional" (Great National Symphony), catalogada como WoO 34. Clementi pagou um alto tributo à sua pátria adotiva, o Reino Unido, onde ele cresceu e passou a maior parte de sua vida. A sinfonia, composta entre 1816 e 1824, alude ao hino já no início da obra, como também no segundo movimento, e o anuncia ao final por meio de trombones. Johann Christian Bach compôs um conjunto de variações em cima de "God Save the King" para o final de seu sexto concerto de piano (Op.1), escrito por volta de 1763. Joseph Haydn ficou impressionado com o uso de "God Save the King" como um hino nacional durante sua visita a Londres em 1794, e em seu retorno à Áustria escreveu uma música para o hino nacional, a Gott erhalte Franz den Kaiser ("Deus salve o Imperador Francisco"), para o aniversário do Imperador Francisco da Áustria. A melodia de "God Save the King" foi posteriormente adotada no hino nacional prussiano, Heil dir im Siegerkranz. Franz Liszt escreveu uma paráfrase em piano do hino (S.259 no catálogo oficial, c. 1841). Johann Strauss I citou God Save the King na íntegra, no final de sua valsa Huldigung der Königin Victoria von Grossbritannien ("Homenagem a rainha Vitória da Grã-Bretanha") Op. 103, onde ele também citou Rule, Britannia! Na íntegra, no início da peça. Siegfried August Mahlmann no início do século XIX escreveu letras alternativas para adaptar o hino para o Reino da Saxônia, como "Gott segne Sachsenland" ("God Save Saxony"). Gaetano Donizetti usou este hino em sua ópera "Roberto Devereux". Joachim Raff usou este hino em seu Jubelouverture, Opus 103 (1864) dedicado à Adolf, Herzogs von Nassau no 25º aniversário do seu reinado. Gioachino Rossini usou este hino na última cena de sua "Il viaggio a Reims", quando todos os personagens, provenientes de muitos países europeus, cantam uma canção que lembra sua própria pátria. Lorde Sidney, baixo, canta "Della real pianta" sobre as notas de "God save the King". Samuel Ramey utilizou para interpolar um espetacular virtuoso cadenza no final da canção. Fernando Sor usou o hino em seus 12 Estudos, op. 6: No. 10 em C Maior na seção marcada "Maestoso”. Arthur Sullivan cita o hino no final do seu ballet Victoria and Merrie England. Claude Debussy abre com uma breve introdução de God Save the King em uma de seus prelúdios,Hommage à S. Pickwick Esq. P.P.M.P.C.. Niccolò Paganini escreveu um conjunto de variações altamente virtuosísticas em "God Save the King" como seu Opus 9. Max Reger escreveu "Variations and Fugue on 'Heil dir im Siegerkranz' (God Save the King)" para órgão em 1901, após a morte da Rainha Vitória. Ele não possui um número de opus. Uma semana antes da Ode Coroação estava previsto para ser lançado em junho de 1902 “Coronation Gala Concert” em Covent Garden (foi cancelado, devido a doença do rei); Sir Edward Elgar introduziu um arranjo de Land of Hope and Glory como uma música solo realizada por Clara Butt em um “Coronation Concert” no Albert Hall. Novello aproveitou o patriotismo vigente e solicitou que Elgar organizasse o hino nacional como uma abertura apropriada para um concerto em frente a um Tribunal de numerosos dignitários britânicos e estrangeiros. Esta versão para orquestra e coro, que é animada pelo uso de uma capella e efeitos Marcato, também foi realizada na abertura da Exposição do Império Britânico em Wembley, no dia de São Jorge, de 1924, e gravou sob a batuta do compositor em 1928, com o LSO e o coro da Filarmônica. Elgar também usou o primeiro verso do hino como o clímax de "Civic Procession and Anthem", escrito para acompanhar a procissão principal na abertura do Festival de Música Hereford em 4 de Setembro de 1927. Esta apresentação da estreia foi gravada, e é hoje disponível em CD, o escore foi perdido após o festival, e Elgar recorreu à reconstrução de ouvido da gravação. Carl Maria von Weber usa o "God Save the King" no final de sua "Overture Jubel". Giuseppe Verdi, incluiu "God Save the King" em seu "Inno delle Nazioni" (Hino das Nações), composta para a Exposição Internacional de Londres de 1862. Charles Ives escreveu Variations on "America" para órgão, em 1891, na idade de 17. Ele incluía uma seção politonal em três chaves simultâneas, embora este tenha omitido das apresentações a pedido de seu pai, porque "fazia os meninos rirem em voz alta". Ives gostava da linha pedal rápida na variação final, o que ele afirmou ser "divertido, quase tanto como jogar beisebol". A peça não foi publicada até 1949; a versão final inclui uma introdução, sete variações e um interlúdio politonal. A peça foi adaptada para orquestra em 1963 por William Schuman. Essa versão se tornou popular durante as comemorações do bicentenário, e muitas vezes é ouvida em shows de música pop. Adaptações de Rock A banda de rock britânica Family sampleou "God Save The Queen" no final de seu álbum de estréia de 1968, Music in a Doll's House, após a última faixa, "3 x Time". The Beatles realizaram uma versão improvisada de "God Save the Queen" durante o seu concerto no terraço de 30 de janeiro de 1969, em cima do prédio da Apple. Jimi Hendrix no seu The Jimi Hendrix Experience teve uma versão improvisada de "God Save the Queen" para abrir seu set no Isle of Wight Festival de 1970. Pouco antes de entrar no palco, ele pode ser visto (no DVD) e ouvido perguntar: "Isso pode tocar de novo?", em referência ao dito hino nacional do Reino Unido. Hendrix deu o mesmo tipo de distorção e improvisação de "God Save the Queen", como tinha feito com o hino nacional americano "The Star-Spangled Banner" no Festival Woodstock em 1969. Em 1977, a banda Sex Pistols gravou uma canção intitulada "God Save the Queen", em referência aberta ao hino nacional e ao Jubileu de Prata da rainha Isabel II que tiveram suas comemorações naquele ano, com a intenção de simpatizar com a classe trabalhadora e ressentir da monarquia. A canção foi banida, censurada pela grande mídia, mas alcançou a segunda posição nas paradas de singles oficiais do Reino Unido. A banda de rock Queen gravou uma versão instrumental de "God Save the Queen" em seu álbum de 1975 A Night at the Opera. Foi arranjada pelo guitarrista Brian May e apresenta suas camadas distintas de overdub elétricas. Uma fita de desta versão seria tocado no final de quase todos os concertos, com Freddie Mercury andando pelo palco com uma coroa e um manto de sua turnê Magic Tour em 1986. Em 3 de junho de 2002, durante o jubileu de ouro da rainha, Brian May tocou o hino em sua guitarra para o Party at the Palace, em frente ao Buckingham Palace. Notas Ligações externas Official Royal webpage on the anthem Streaming audio, lyrics and information about God Save the Queen Department of Canadian Heritage– Página do Hino Real God Save Great George our King:– Artigo discutindo as diferentes versões da letra Hinos nacionais Hinos da Escócia Canções do Reino Unido Monarquia britânica História do Canadá Símbolos da Inglaterra Hinos reais
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O Partido Socialista Europeu (PSE) é um partido europeu cujos membros são sociais-democratas socialistas e partidos trabalhistas dos estados-membros da União Europeia assim como da Noruega, Suíça, Moldávia, Turquia, Tunísia, Marrocos, Egito, Israel, Palestina, Geórgia, Arménia, Bósnia e Herzegovina, Albânia, Macedónia do Norte, Moldávia, Montenegro, Islândia, Andorra e San Marino. Forma um dos grupos partidários do Parlamento Europeu, através da Aliança Progressista dos Socialistas e Democratas. O PSE foi fundado em 1992 para suceder a Confederação de Partidos Socialistas da Comunidade Europeia. O seu presidente atual é Sergei Stanishev. Os membros do PSE estão entre as maiores instituições da União, incluindo: Parlamento Europeu, Comissão Europeia, Conselho da União Europeia, Conselho Europeu e o Comité das Regiões. O PSE é constituído por 33 partidos-membros, doze partidos associados e doze partidos com estatuto de observadores. O PSE é uma organização associada da Internacional Socialista. Membros Partidos-membros Partidos Associados Partidos observadores Referências Ligações externas Sítio oficial do Partido Socialista Europeu Partidos políticos pan-europeus Partidos políticos social-democratas
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O taco de hóquei, stick ou stique é um equipamento desportivo utilizado nas mais diversas modalidades de hóquei, como o bandy, hóquei no gelo, hóquei de campo e hóquei em patins. Hóquei No hóquei, consta sempre de uma área mais longa e direita, entre o punho e a parte inferior, e da área de batimento propriamente dita, mais curta, chamada lâmina, ou blade. No hóquei em patins, tem uma forma semelhante a um J, com a lâmina curta e arredondada, enquanto que no hóquei no gelo se assemelha mais a um L, com uma lâmina mais longa e direita. Tradicionalmente era feito de madeira, mas hoje em dia os tacos de hóquei são feitos normalmente de fibra ou kevlar com uma lâmina removível feita de fibra e madeira, pois como está sempre em contacto com o chão ou gelo e bate várias vezes por jogo na bola ou no disco, acabam por se quebrar. Com o sistema duplo, não é necessário trocar o taco inteiro e sim somente a lâmina, que é de metal. Hóquei Tacos
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Nō, nô, nou ou noh (能; habilidade, talento) ou ainda nōgaku (能楽; talento que vem com facilidade) é uma forma clássica de teatro profissional japonês que combina canto, pantomima, música e poesia. Executado desde o século XIV, é uma das formas mais importantes do drama musical clássico japonês. Evoluiu de outras formas teatrais, aristocráticas e populares, incluindo o Dengaku, Shirabyoshi e Gagaku. O termo nō deriva da palavra japonesa que quer dizer talento ou habilidade. Muitas de suas personagens usam máscaras, os shites (protagonista) e seu acompanhante, mas não todas. Suas raízes podem ser encontradas no nuóxì (儺戲), uma forma de teatro da China. Deu origem a outras formas dramáticas, como o Kabuki. Um dos seus mais importantes dramaturgos é Zeami Motokiyo (1363-1443). Zeami também deixou tratados sobre a arte de interpretar. O nō hoje Se uma apresentação de nō costumava durar todo o dia e consistia de cinco peças intercaladas com pequenos textos cômicos de kyōgen (狂言; fala selvagem), nos dias de hoje consistem de apenas duas peças de nō intercaladas com uma de kyōgen. Embora seja uma arte tradicional e não de inovação, algumas companhias compõem textos novos ou apresentam peças tradicionais não comuns ao velho repertório. Apresentações que misturam o nō com outras tradições teatrais também acontecem. As atuais companhias de nō estão localizadas em Tóquio, Osaka e Quioto. Descrição do nō O foco da narrativa se encontra no protagonista (仕手, shite), o único que porta uma máscara. Shite é um espírito errante que exprime, de forma lírica, a nostalgia dos tempos passados. O coadjuvante (脇, waki), geralmente um monge, não interfere no curso da ação, apenas é revelador da essência do shite. Um coro e quatro instrumentos auxiliam na condução da trama, que se soluciona através da dança. Esse coro, vale destacar, possui uma função dramática decisiva, conduzindo a narrativa. O nō é a fusão de poesia, teatro, bailado, música vocal e instrumental e máscaras. Os diversos elementos musicais são estreitamente entrelaçados numa simbiose entre o canto e a pantomima. No nō, a descrição de cada cena repousa unicamente no texto do canto, nos gestos e nos movimentos do ator. A combinação desses elementos obedece a regras corporais e musicais, a teorias sofisticadas, resultando numa estética extremamente refinada, o que gera dificuldade geral em compreendê-lo e apreciá-lo. Isto ocorre sobretudo no que se refere ao libreto, escrito em linguagem arcaica e complexa, na codificação de gestos e movimentos, e na linguagem musical característica, totalmente estranha aos ouvidos comuns. Os movimentos sintéticos do ator, são quase imperceptíveis como, por exemplo, de uma maneira estilizada e sutil, levanta os olhos para a lua, ou num gesto com a mão retira a neve do kimono (着物; vestido, roupa). Esses movimentos fazem surgir aos olhos e espírito do espectador, um universo todo poético, um mundo visto de diversos ângulos envolvendo fenômenos da natureza e da vida. O nō é caracterizado pelo seu estilo lento, de postura ereta, rígida, de movimentos sutis, bem como pelo uso de máscaras típicas, o codificador maior dessa arte. Com um repertório de aproximadamente 250 peças, o universo nō é habitado por deuses, guerreiros e mulheres enlouquecidas, às voltas com os mistérios do espírito. Por tradição os atores de nō não ensaiam juntos; cada ator pratica seus movimentos, canções sozinho ou com a orientação de um membro mais antigo. Entretanto, o ritmo de cada apresentação é determinado pela interação de todos os atores, músicos e pelo coro. Desta forma o nō exemplifica um dos princípios estéticos de tempo e duração, chamado pelo mestre de chá Sen no Rikyu "ichi-go, ichi-e" (一期一会; uma vez, um encontro). Uma das peças mais famosas do repertório nō é Hagoromo (羽衣; O Manto de Plumas), que tem uma transcrição para o português feita pelo escritor Haroldo de Campos. Escolas e Estilos de nō No teatro nō existem estudos específicos para aqueles que exercerão o papel de personagem principal (shite), da coadjuvante (waki) e do tipo cômico (ator kyōgen). Assim como para cada um dos quatro instrumentos que são tocados ao fundo: flauta transversal (nokan), tamboril de ombro (kotsuzumi), tamboril de anca (otsuzumi), tambor de baquetas (taiko), existindo também um coro (jiutai). Existem diferentes estilos de nō. No que se refere ao shite são cinco: kanze, hosho, komparu, kongo e kita. Com exceção da escola kita, todos têm uma história que remonta da época de Kan'ami e de Zeami. A escola hosho é a segunda maior em número de atores, contando atualmente com cerca de pouco menos de 200 profissionais. Infelizmente, no cenário internacional, ela é pouco conhecida e apenas recentemente registra-se a participação da escola em espetáculos e eventos fora do Japão. Segundo consta num dos tratados escritos por Zeami, “Sarugaku Dangi”, um dos irmãos de Kan'ami, teria sido o sucessor da Trupe Tobi, chamada também Hoshoza, na região de Nara. Portanto, segundo os historiadores, seria mais antiga do que o próprio Kanze-za, que tem Kan'ami como seu fundador. Tratados de Zeami sobre a forma de interpretar o nō Português Zeshi Rokuju Igo Sarugaku Dangi - Considerações Sobre o Sarugaku com Zeshi Após seu Sexagésimo Aniversário. Anotações do filho de Zeami, Hada no Motoyoshi, sobre as técnicas de interpretação, conforme relato de seu pai. Tradução em português em Giroux, 1991. Francês/Espanhol Fushi Kaden - da Transmissão da Flor da Atuação - (Zeami, 1960, 1999) Kakio - O Espelho da Flor - (Zeami, 1960, 1999) Shikado Sho - O Livro do Caminho que Leva a Flor - (Zeami, 1960, 1999) Nikyiku Santai Ezu - Estudo Ilustrado dos Dois Elementos e dos Três Tipos - (Zeami, 1960, 1999) Yugaku Shudo Kempu Shô - O Livro do Estudo do Efeito Visual das Atrações Musicais - (Zeami, 1960, 1999) Peças As aproximadamente 250 peças do repertório de nō podem ser classificadas de diferentes formas, pelo conteúdo, pelo clima, pelo estilo. As peças nō decorrem num palco bastante despojado, feito de hinoki liso (cipreste japonês). O cenário é, invariavelmente, constituído apenas pelo "kagami-ita," um pinheiro pintado, no fundo do palco, mesmo que a peça se desenrole noutros locais. Há várias explicações para o uso desta árvore, sendo muito comum a interpretação que se refere aos rituais xintoístas, pelos quais os deuses descem à Terra por este meio. Outro adereço inconfundível é a ponte estreita (a "Hashigakari"), situada à esquerda, que os principais actores utilizam para entrada e saída das personagens. Conteúdo Kami mono (神物) ou waki nō (脇能, peças de divindade). Shura mono (修羅物) ou asura nō (阿修羅能, peças de guerreiros). Katsura mono (鬘物) ou onna mono (女物, peças de mulheres), o shite aparece como uma personagem feminina e apresenta as mais refinadas canções e danças. Há cerca de 94 peças de temas variados como kyōran mono (狂乱物) peças de loucura, onryō mono (怨霊物) peças de vingança de espíritos e genzai mono (現在物), peças que apresentam um tempo atual. Kiri nō (切り能) ou oni mono (鬼物, peças de demonios) apresentam frequentemente o shite no papel de monstro, demônio. Clima Mugen nō (夢幻能) apresenta espíritos, fantasmas e o mundo supernatural. O Tempo é frequentemente desenvolvido de forma não linear e a ação pode mudar entre dois ou mais cenários. Genzai nō (現在能), eventos cotidianos. Estilo Geki nō (劇能) peças dramáticas desenvolvidas no avanço da narrativa e da ação. Furyū nō (風流能) peças dançadas que focam na qualidade estética das danças e canções representadas. Okina ou Kamiuta é uma peça única que combina dança com o ritual xintoísta. É considerada a mais antiga peça e a mais representada, usualmente na abertura de qualquer programa ou festival. O teatro nō no Ocidente A cultura japonesa, principalmente o nō, ficou conhecida no ocidente graças ao trabalho de Ernest Fenollosa (1853-1908), norte-americano que trabalhou na Universidade de Tóquio nos anos de 1878 a 1886. Outros grandes artistas que desenvolveram seu trabalho fortemente influenciados pelo teatro nō e pelo trabalho de Fenollosa foram Ezra Pound e Yeats em 1913 e em 1921 Paul Claudel, embaixador da França no Japão. Stanislavski e Meyerhold foram influênciados por este teatro, com maior influência no teatro cômico Kabuki pelo seu aspecto mais colorido e de gestualidade mais exagerada, ao contrário do no. Bertolt Brecht, adapta em 1930 um no: Taniko, com o título Der Ja-sager (aquele que diz sim), adaptado de uma tradução ao inglês. Artistas de teatro influenciados pelo nō Bertolt Brecht Eugene O'Neill Eugenio Barba Heiner Müller Jacques Copeau Jacques Lecoq Jerzy Grotowski Paul Claudel Peter Brook William Butler Yeats Compositores Benjamin Britten Carlo Forlivesi David Byrne Harry Partch Iannis Xenakis Karlheinz Stockhausen Olivier Messiaen William Henry Bell Poetas Ezra Pound Teatro nō no Brasil Não se pode falar em teatro nō no Brasil sem mencionar o nome hakuyōkai (伯, haku : Brasil; 謠, yō: canto de nō; 会, kai: associação), o grupo pioneiro de praticantes de nō, da cidade de São Paulo que tanto contribuiu para a divulgação desta arte no país. Tudo começou quando Nobuyuki Suzuki, pesquisador e professor universitário, veio ao Brasil a serviço do Ministério da Educação e do Ministério das Relações Exteriores do Japão, em agosto de 1939. O objetivo da viagem era ministrar uma série de palestras em São Paulo e nas colônias japonesas, a respeito da cultura nipônica. Durante sua estada, convocou, através da imprensa, todos que quisessem participar de um encontro de nō. A partir de então, até o início da Segunda Guerra Mundial, houve algumas apresentações, sendo que, nesses encontros, participavam tanto a Escola Kanze quanto a Hosho. Em seu retorno ao Japão, após o término da Guerra, alguns praticantes sucederam-no, inclusive seu filho Takeshi, na organização dos encontros. Takeshi Suzuki, da Escola Hosho, empenhou-se no estudo e na prática desta arte, fazendo apresentações regulares e, em 1984, comemorou a 100ª apresentação do grupo Hakuyokai. Com a morte de Takeshi Suzuki e de Noboru Yoshida (Escola Kanze), os grupos se dispersaram e, as atividades da grande maioria deles ficaram restritas aos treinos de canto de nō e, nos últimos anos, não se registram apresentações conjuntas. Hoje, acredita-se que quatro grupos continuam cantando, bailando e tocando instrumentos na tentativa de preservar essa arte tradicional milenar no seio da comunidade nipo-brasileira. Bibliografia Campos, Haroldo. Hagoromo de Zeami. SP: Estação Liberdade, 2006. Giroux, Sakae. Zeami: Cena e Pensamento Nô. São Paulo: Perspectiva, 1991. Greiner, Christine. O Teatro Nô e o Ocidente. São Paulo: Fapesp/AnnaBlume, 2000. Kusano, Darci. O Que é o Teatro Nô. São Paulo: Brasiliense, 1984. Pronko, L. C. Teatro: Leste Oeste. São Paulo: Perspectiva, 1986. Suzuki, Eiko. Nô Teatro Clássico Japonês. São Paulo: Editora do Escritor. em inglês Noh or Accomplishment: A Study of the Classical Stage of Japan 1999. Fenollosa e Ezra Pound. The Classical Noh Teatre of Japan. Ernest F. Fenollosa e Ezra Pound. A History of Japanese Literature, The High Middle Ages, Volume 3 Jin'ichi Konishi, Earl Roy Miner (ed.) 682 pgs. On the Art of the No Drama: The Major Treatises of Zeami', 1984, M. Yamazaki (ed.), J. T. Rimer Six Circles, One Dewdrop: The Religio-Aesthetic World of Komparu Zenchiku (1405-1468?) Thornhill, A.H. The Artistry of Aeschylus and Zeami: A Comparative Study of Greek Tragedy and No Smethurst, M.J. The Flowering Spirit: Classic Teachings on the Art of Nō, Zeami, William Scott Wilson (tr.), Kodansha International, Tokyo, Japan, 2006, (Fūshi kaden) The House of Kanze, Nobuko Albery, 1985, Simon And Schuster, New York,(romance) The Japanese Theatre: From Shamanistic Ritual to Contemporary Pluralism. Ortolani, B.: Zeami: Performance Notes, 2008, Tom Hare (tr.), Columbia University Press, 528 pgs. Zeami's Style: The Noh Plays of Zeami Motokiyo, Thomas Blenman Hare, Stanford Un. Press, 1986. em italiano Cagnoni, Paola, Scritti teatrali, Venezia, Cafoscarina, 2006. Calza, Gian Carlo, Il fiore nel demone. L'incanto sottile del dramma Nō, Ed. Nuova Milano 1983. Ortolani, B., "Il teatro giapponese-Dal rituale sciamanico alla scena contemporanea", Bulzoni Ed. 1990 Pound, Erza e Fenollosa, E., Il teatro giapponese Nō, Vallecchi Firenze 1966. Zeami, Motokiyo, Il segreto del teatro Nō, a cura di René Sieffert, Milano Adelphi 1966. em espanhol Zeami. La Tradición Secreta del Nô. México, Escenologia, 1999. Zeami. Fūshikaden. Tratado sobre la práctica del teatro Nō. Madrid: Editorial Trotta, 1999. em francês Godel, Armen. Le Maître de Nô. Paris: Armen Godel, 2004 Mishima, Yukio. Cinq Nô modernes. Paris: Gallimard, 1956. Peri, Noël. Le théatre no : études sur le drame lyrique japonais. Paris: 2005 Zeami. La Tradition Secrète du Nô. Paris, Galimmard, 1960. Ver também Zeami Motokiyo Wabi-sabi (Estética da transitoriedade e da imperfeição) Ligações externas Noh - video Maskaras de Noh - Shigeharu Nagasawa / 長澤重春能面集 Japão Palco Noh Máscaras de Noh teatro Noh http://fjsp.org.br/site/wp-content/uploads/2013/03/teatro_tradicional_japones.pdf Espanhol em espanhol, Enciclopedia na web de teatro japonês Teatro Nō, Embaixada do Japão no Chile Noh, Teatro musical japonês Teatro noh "Japón: Nô es clásico", Artigo sobre companhias da atualidade de noh, kabuki, bunraku e kyôgen. Inglês Traduções ao inglês de peças noh Kyōgen: Teatro Clásico Cômico Japonés Teatro Nacional de Noh (Kokuritsu Nōgakudo), Sendagaya, Shibuya-ku, Tokio Teatro Nacional (Kokuritsu Gekijo) próximo a Kudanshita Estudo das máscaras de Noh Obras Noh e símbolos Peças, máscaras, histórias Lista detalhada das 253 peças NOH -- 66 páginas japonês (para aqueles sem familiaridade com o idioma vale a pena ver as fotos e máscaras) Máscaras e intrumentos profissionais (versão inglês) Site comercial Máscaras e intrumentos profissionais (inglês) site Unesco (Inglês e Japones) Nohgaku  鎌倉能舞台 日文 與能相遇 '97 日文 能面 長澤重春能面集 日文'' nota A Fundação Japão, ligada a embaixada no Brasil, disponibiliza para as escolas, por empréstimo, vídeos, filmes e material para divulgação do teatro japonês e da cultura japonesa. clique aqui para ir ao link da fundação Cultura do Japão Teatro do Japão Obras-primas do Patrimônio Oral e Imaterial da Humanidade
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Joanne "Jo" Rowling (; Yate, 31 de julho de 1965), mais conhecida como J. K. Rowling, é uma escritora, roteirista e produtora cinematográfica britânica, notória por escrever a série de livros Harry Potter. Os livros ganharam uma popularidade mundial, recebendo múltiplos prêmios e vendendo mais de 600 milhões de cópias, o que a tornou a série literária mais vendida da história. A Warner Bros. adaptou os livros para o cinema, fazendo com que os filmes entrassem na lista de filmes de maior bilheteria. Rowling já escreveu vários livros para o público adulto, Morte Súbita (2012), e sob o pseudônimo de Robert Galbraith: O Chamado do Cuco (2013), um dentre outros na série Cormoran Strike, de ficção policial. Nascida em Yate, na Inglaterra, Rowling teve a ideia de escrever a série enquanto estava num trem indo de Manchester para Londres, em 1990. Em um período de sete anos, Rowling vivenciou a morte de sua mãe, o nascimento de sua primeira filha, seu divórcio com seu primeiro marido e uma crise financeira pessoal até que, em 1997, finalizou o primeiro dos sete livros da série, Harry Potter e a Pedra Filosofal e o último, Harry Potter e as Relíquias da Morte, em 2007. Depois do sucesso de Harry Potter, Rowling se reergueu financeiramente e foi da pobreza a uma riqueza multimilionária em cinco anos. Ela é a autora britânica com o maior número de vendas, chegando a mais de 238 milhões de libras em livros vendidos. A Lista dos Ricos do Jornal Sunday Times de 2016 estimou a fortuna de Rowling em 500 milhões de libras, classificando-a como a 197ª pessoa mais rica do Reino Unido. Em 2007, a revista Time nomeou-a como Pessoa do Ano, ressaltando a inspiração social, moral e política que ela deu a seus fãs. Em outubro de 2010, Rowling foi nomeada a "Mulher Mais Influente da Grã-Bretanha" pelos principais editores de revista e, no mesmo ano, foi classificada como a 40ª pessoa mais poderosa pela revista Forbes. Ela apoia diversas instituições de caridade, tais como a Comic Relief, a One Parent Families, a Multiple Sclerosis Society of Great Britain e a Lumos (criada pela própria). Nome Embora escreva, geralmente, sob o nome de J. K. Rowling, seu nome verdadeiro é Joanne Rowling. Antes da publicação do primeiro romance, a editora Bloomsbury temia que garotos não se interessassem por um livro escrito por uma mulher, então seus editores pediram que ela utilizasse duas iniciais e seu sobrenome. Como não tinha nome do meio, escolheu a letra K como a segunda inicial de sua pseudônimo, em homenagem a sua avó paterna Kathleen. Rowling gosta de ser chamada de Jo. Depois de seu segundo casamento, a escritora passou a usar, em algumas ocasiões, o nome Joanne Murray para assuntos pessoais. Durante o Leveson Inquiry, ela prestou depoimento sob o nome de Joanne Kathleen Rowling e seu nome na lista do Who's Who se encontra como Joanne Kathleen Rowling. Biografia Nascimento e familia Rowling nasceu de Peter James Rowling, um engenheiro aeronáutico da Rolls-Royce, e Anne Rowling, uma técnica de ciência, no dia 31 de julho de 1965 em Yate, Gloucestershire, Inglaterra. Seus pais se conheceram em um trem que partiu da Estação de King's Cross para Arbroath em 1964. Eles se casaram em 14 de março de 1965. Um de seus bisavôs maternos, Dugald Campbell, era escocês, nascido em Lamlash, Ilha de Arran. O avô materno de sua mãe, Louis Volant, era francês, e foi premiado com a Cruz de Guerra pela bravura que teve em defender a vila Courcelles-le-Comte durante a Primeira Guerra Mundial. Originalmente, Rowling acreditava que ele havia ganho a Legião de Honra durante a guerra, como disse quando recebeu em 2009. Ela, porém, descobriu a verdade seis anos depois, quando participou de um episódio da série britânica de genealogia Who Do You Think You Are?, onde pensou que tivesse sido outro Louis Volant que ganhou a Legião de Honra. Quando ela ouviu sobre a história de bravura e descobriu que a Cruz de Guerra era para soldados "comuns" como seu bisavô, que era garçom, declarou que a Cruz de Guerra era melhor que a Legião de Honra. Infância Diane, a irmã de Rowling, nasceu em casa quando a autora tinha apenas 23 meses de idade. A família se mudou para Winterbourne, uma aldeia próxima, quando Rowling estava com quatro anos. Ela estudou na Escola Primária de St Michael's, fundada pelo abolicionista William Wilberforce e pela educadora Hannah More. Seu diretor na St. Michael's, Alfred Dunn, serviu como inspiração para Alvo Dumbledore, diretor de Harry Potter. Quando criança, Rowling escrevia histórias que lia frequentemente para sua irmã. Com nove anos, ela se mudou para Church Cottage, na pequena aldeia de Tutshill, Gloucestershire, perto de Chepstow, País de Gales. Ela frequentou o ensino secundário na escola Wyedean, onde sua mãe trabalhava no departamento de ciências. Quando era adolescente, sua tia-avó a deu uma cópia da autobiografia de Jessica Mitford, Hons and Rebels. Mitford se tornou a heroína e a maior inspiração de Rowling, que leu todos os seus livros. Rowling disse que sua adolescência foi infeliz. Sua vida caseira se complicou com a doença de sua mãe e com uma relação tensa com seu pai, com quem não estava falando ultimamente. Mais tarde, Rowling revelou que escreveu Hermione Granger se baseando em si mesma na época que tinha 11 anos. Steve Eddy, que lhe ensinou inglês quando chegou em Wyedean, lembra dela como "não tão importante", mas como "uma das mais brilhantes do grupo de garotas, e muito boa em inglês". Sean Harris, seu melhor amigo no Ensino Médio, ganhou um Ford Anglia turquesa, que, segundo ela, a inspirou para a criação do carro voador da família Weasley, em Harry Potter e a Câmara Secreta. Nessa época, ela ouvia The Clash. Rowling tirou A-level em Inglês, Francês e Alemão, recebendo dois A's e um B e foi monitora. Educação Em 1982, Rowling prestou os exames da Universidade de Oxford, porém não foi aceita, e obteve o Bacharelado de artes em Francês e Estudos Clássicos na Universidade de Exeter. Martin Sorrell, professor de Francês nessa universidade, lembra-se da escritora como "uma estudante extremamente competente, que sempre usava uma jaqueta jeans e tinha um cabelo escuro e que, em termos acadêmicos, fazia o que tinha que fazer". Rowling se lembra de não ter trabalhado muito, preferindo ler Dickens e Tolkien. Como muitos adolescentes, ela se interessou pela música pop, ouvindo The Smiths e Siouxsie Sioux, cuja aparência (cabelos penteados e delineador de olhos pretos) adotou e continuou a usar ao chegar à universidade. Depois de um ano estudando em Paris, Rowling se formou em 1986 e se mudou para Londres para trabalhar como secretária e investigadora na Anistia Internacional. Em 1988, Rowling escreveu uma pequena redação sobre a época em que estudou Cultura Clássica, intitulada "What was the Name of that Nymph Again? or Greek and Roman Studies Recalled" ("Qual era o Nome daquela Ninfa Mesmo? ou Estudos Gregos e Romanos Lembrados); ela foi publicada pelo Pegasus, jornal da Universidade de Exeter. Inspiração e morte da mãe Depois de trabalhar na Anistia Internacional em Londres, Rowling e seu namorado decidiram se mudar para Manchester, onde trabalhou na Câmara de Comércio. Em 1990, enquanto estava em uma viagem de trem de Manchester para Londres, a ideia da história de um jovem garoto estudando em uma escola de magia simplesmente "apareceu" em sua cabeça. Quando chegou em seu apartamento em Clapham Junction, ela começou a escrever imediatamente. Em dezembro do mesmo ano, Anne, a mãe de Rowling, morreu depois de sofrer de esclerose múltipla por dez anos. Rowling estava escrevendo Harry Potter na época e nunca havia contado a sua mãe sobre isso. Sua morte afetou drasticamente a escrita de Rowling, e ela conetou seus sentimentos de perda com os de Harry quando escreveu detalhadamente o que ele sentia sobre a perda de seus pais no primeiro livro. Casamento, divórcio e maternidade Um anúncio no The Guardian fez Rowling se mudar para o Porto, Portugal, para ensinar Inglês como língua estrangeira. Ela lecionava à noite e escrevia de dia, ouvindo o concerto para violino e orquestra de Tchaikovski. Depois de 18 meses no Porto, ela conheceu Jorge Arantes, um telejornalista português, em um bar. Eles se casaram em 16 de outubro de 1992 e sua filha, Jessica Isabel Rowling Arantes (em homenagem a Jessica Mitford), nasceu em 27 de julho de 1993 em Portugal. Rowling havia sofrido anteriormente de um aborto espontâneo. O casal se separou em 17 de novembro de 1993. Biógrafos disseram que Rowling sofreu violência doméstica durante o casamento. Tal alegação foi posteriormente confirmada pela própria autora. Em dezembro de 1993, Rowling e sua filha, ainda bebê, se mudaram para Edimburgo, Escócia, para ficarem perto de sua irmã, tendo apenas três capítulos de Harry Potter em sua mala. Sete anos depois de se formar na universidade, Rowling se via como um fracasso. Seu casamento havia falhado e estava desempregada com uma criança dependente, porém ela descreveu o fracasso como a chance de se concentrar totalmente em escrever. Durante esse período, Rowling foi diagnosticada com depressão e admitiu que já pensou em suicídio. Sua doença inspirou alguns personagens, como os Dementadores, criaturas sugadoras de almas introduzidas no terceiro livro. Rowling passou a depender da assistência social, descrevendo sua situação econômica como "mais pobre possível que se pode ficar na Grã-Bretanha moderna, só que eu tinha um lar." Rowling entrou em desespero depois de saber que seu ex-marido estava na Escócia procurando por ela e sua filha. Ela obteve uma Ordem de Restrição, e Arantes retornou a Portugal, com um pedido de divórcio de Rowling em agosto de 1994. Ela começou um curso de formação de professores em agosto de 1995 na Moray House School of Education, na Universidade de Edimburgo, depois de completar seu primeiro romance, ainda vivendo de benefícios do Estado. Ela escreveu em diversos cafés, principalmente no Nicolson's Café (propriedade de seu cunhado, Roger Moore) e no Elephant House, onde ela conseguia fazer Jessica dormir. Em uma entrevista com a BBC no ano de 2001, Rowling negou os rumores de que escrevia em cafés locais para escapar de seu apartamento sem aquecimento, apontando que ele tinha tal equipamento. Na verdade, uma das razões pelas quais escrevia em cafés era que o melhor jeito de fazer sua filha dormir era levando-a para caminhar. Segundo casamento e família Em 26 de dezembro de 2001, Rowling se casou com Neil Murray, um anestesista escocês, em uma cerimônia privada em sua casa. O filho do casal, David Gordon Rowling Murray, nasceu em 24 de março de 2003. Pouco tempo depois de Rowling começar a escrever Harry Potter e o Enigma do Príncipe, ela parou de trabalhar no livro para cuidar de David em sua primeira infância. Rowling é amiga de Sarah Brown, esposa do ex-primeiro-ministro Gordon Brown, que conheceu quando colaborou em um projeto de caridade. Quando o filho de Sarah Brown, Fraser, nasceu em 2003, Rowling foi uma das primeiras pessoas a visitá-la no hospital. A filha caçula de Rowling, Mackenzie Jean Rowling Murray, a quem dedicou Harry Potter e o Enigma do Príncipe, nasceu no dia 23 de janeiro de 2005. Em outubro de 2012, um artigo da revista The New Yorker afirmou que a família de Rowling vivia em uma casa do século XVII em Edimburgo, escondida atrás de altas sebes de conífera. Antes de outubro de 2012, Rowling morava perto do autor Ian Rankin, que mais tarde disse que ela era “muito quieta e muito introspectiva”, e que seu lugar certo era em uma sala cheia de crianças, não adultos, onde se sentia mais confortável. Desde junho de 2014, a família reside na Escócia. Carreira Harry Potter Em 1995, Rowling terminou seu manuscrito de Harry Potter e a Pedra Filosofal em uma velha máquina de escrever. Após a resposta entusiástica de Bryony Evens, um revisor que foi convidado a analisar os três primeiros capítulos do livro, a Christopher Little Literary Agency concordou em representar Rowling em busca de uma editora. O livro foi entregue a doze editoras, das quais todas recusaram o manuscrito. Um ano depois, ela finalmente recebeu sinal verde (e 1500 libras de adiantamento) do editor Barry Cunningham da Bloomsbury, uma editora de Londres. A decisão de publicar o livro de Rowling se deve muito a Alice Newton, a filha de oito de anos do presidente da editora, que leu o primeiro capítulo e imediatamente exigiu o segundo a seu pai. Embora a Bloomsbury tenha concordado em em publicar o livro, Cunningham disse que aconselhou Rowling a procurar um emprego, já que as chances de conseguir dinheiro através de um livro infantil eram mínimas. Logo depois, em 1997, Rowling recebeu uma concessão de 8 mil libras da Scottish Arts Council para continuar escrevendo a série. Em junho de 1997, a Bloomsbury publicou A Pedra Filosofal com uma impressão inicial de mil cópias, sendo que 500 delas foram distribuídas em bibliotecas. Hoje em dia, tais cópias são avaliadas entre 16 e 25 mil libras. Cinco meses mais tarde, o livro ganhou seu primeiro prêmio, um Nestlé Smarties Book Prize. Em fevereiro, o romance ganhou o British Book Awards na categoria de Livro Infantil do Ano, e mais tarde, o Children's Book Award. Em meados de 1998, um leilão foi realizado nos Estados Unidos para vender os direitos de publicação do livro, ganho pela Scholastic Inc., por US$ 105 000. Rowling disse que "quase morreu" quando ouviu a novidade. Em outubro de 1998, a Scholastic publicou A Pedra Filosofal nos Estados Unidos sob o título de Harry Potter and the Sorcerer's Stone (Harry Potter e a Pedra do Feiticeiro), uma mudança que Rowling diz se arrepender de ter feito e que teria tentado alterar se estivesse em uma posição melhor na época. Rowling mudou-se de seu apartamento com o dinheiro da Scholastic para 19 Hazelbank Terrace, em Edimburgo. Sua sequela, Harry Potter e a Câmara Secreta, foi publicada em julho de 1998 e permitiu que Rowling ganhasse outro Nestlé Smarties Prize. Em dezembro de 1999, o terceiro livro, Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban, ganhou o mesmo prêmio, fazendo de Rowling a primeira pessoa a ganhar três vezes seguidas. Ela então retirou o quarto livro de Harry Potter da disputa para permitir que outros livros tivessem uma oportunidade justa. Em janeiro de 2000, o Prisioneiro de Azkaban ganhou o Whitbread Children's Book of the Year, embora tenha perdido o prêmio de livro do ano para a tradução de Beowulf, por Seamus Heaney. O quarto livro, Harry Potter e o Cálice de Fogo, foi lançando simultaneamente no Reino Unido e nos Estados Unidos no dia 8 de julho de 2000 e teve vendagem recorde em ambos os países. Cerca de 372 775 cópias do livro foram vendidas no primeiro dia no Reino Unido, quase se igualando ao número de vendas de O Prisioneiro de Azkaban durante seu primeiro ano. Nos Estados Unidos, o livro vendeu três milhões de cópias em suas primeiras 48 horas, quebrando todos os recordes. Rowling disse que teve uma crise enquanto escrevia o romance e teve que reescrever um capítulo inúmeras vezes para consertar um problema com a trama. Rowling foi nomeada Autora do Ano de 2000 pela British Book Awards. Um espaço de tempo de três anos ocorreu entre o lançamento de O Cálice de Fogo e o quinto romance da série, Harry Potter e a Ordem da Fênix. Esse intervalo levou a imprensa a especular que Rowling havia desenvolvido bloqueio criativo, rumores que ela negou. Mais tarde, Rowling disse que escrever o livro foi um biscate, que poderia ter sido mais curto e que estava ficando sem tempo e energia enquanto tentava terminá-lo. O sexto livro, Harry Potter e o Enigma do Príncipe, foi lançado em 16 de julho de 2005. O romance também quebrou recordes de vendas, vendendo nove milhões de cópias nas primeiras 24 horas de lançamento. Em 2006, O Enigma do Príncipe recebeu o prêmio de Livro do Ano no British Book Awards. O título do sétimo e último livro de Harry Potter foi anunciado em 21 de dezembro de 2006 como Harry Potter e as Relíquias da Morte. Em fevereiro de 2007, foi relatado que Rowling escreveu em um busto de Hermes em seu quarto no Hotel Balmoral que havia terminado o sétimo livro naquele cômodo em 11 de janeiro de 2007. Harry Potter e as Relíquias da Morte foi lançado no dia 21 de julho de 2007 (0:01 BST) e quebrou os recordes de todos os seus antecessores como o livro mais vendido de todos os tempos. Ele vendeu 11 milhões de cópias no primeiro dia de lançamento no Reino Unido e nos Estados Unidos. O último capítulo do livro foi uma das primeiras coisas da série que ela escreveu. Harry Potter é agora uma marca global com um valor estimado em 15 bilhões de dólares, e, a partir do Cálice de Fogo, vem definindo recordes consecutivamente como os livros mais vendidos da história. A série, com um total de 4195 páginas, foi traduzida, ao todo ou em parte, para 65 línguas. Os livros de Harry Potter também ganharam reconhecimento por despertar um interesse na leitura entre os jovens na época em que as crianças são ensinadas a abandonar os livros por computadores e televisões, embora seja relatado que, apesar da enorme absorção dos livros, os adolescentes continuam a recusar a leitura. Filmes de Harry Potter Em outubro de 1998, a Warner Bros. comprou os direitos para os filmes dos dois primeiros livros por uma quantia de sete dígitos. A adaptação de Harry Potter e a Pedra Filosofal foi lançada em 16 de novembro de 2001 e Harry Potter e a Câmara Secreta em 15 de novembro de 2002. Ambos os filmes foram dirigidos por Chris Columbus. A versão cinematográfica de Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban foi lançada no dia 4 de junho de 2004 e dirigida por Alfonso Cuarón. O quarto filme, Harry Potter e o Cálice de Fogo foi dirigido por Mike Newell e lançado em 18 de novembro de 2005. Harry Potter e a Ordem da Fênix foi estreado em 11 de julho de 2007. David Yates dirigiu e Michael Goldenberg escreveu o roteiro, tendo assumido a posição de Steven Kloves. Harry Potter e o Enigma do Príncipe teve sua data de estreia em 15 de julho de 2009. David Yates dirigiu novamente e Kloves voltou a escrever o roteiro. A Warner Bros. filmou o episódio final da série, Harry Potter e as Relíquias da Morte, em duas partes, com a parte um sendo lançada em 19 de novembro de 2010 e a parte dois em 15 de julho de 2011. Yates dirigiu ambos os filmes. A Warner Bros. levou em consideração os desejos de Rowling ao elaborar seu contrato. Uma de suas principais condições era que todo o elenco fosse britânico, que foi atendida. Rowling também exigiu que a Coca-Cola, a empresa que promovia os filmes nos produtos, doasse 18 milhões de dólares para a Reading Is Fundamental, uma instituição de caridade americana, e também para vários outros programas comunitários. O primeiro, o sexto, o sétimo e o oitavo filmes foram escritos por Steve Kloves; Rowling auxiliou-o no processo de escrita para assegurar que os roteiros não comprometessem os livros futuros da série. Ela contou a Alan Rickman (Severo Snape) e Robbie Coltrane (Rúbeo Hagrid) alguns segredos sobre seus personagens que ainda não haviam sido revelados nos livros. Daniel Radcliffe (Harry Potter) perguntou-lhe se Harry morria em algum momento da série, Rowling respondeu que sim, dizendo "Você tem uma cena de morte", não respondendo explicitamente a pergunta. Steven Spielberg recebeu a proposta de dirigir o primeiro filme, porém desistiu. A imprensa tem afirmado repetidamente que Rowling teve algo a ver com sua desistência, porém ela declarou que não tinha voz em quem dirigia os filmes e que não teria vetado Spielberg. A primeira escolha de Rowling para diretor foi Terry Gilliam, membro da Monty Python, porém a Warner Bros. queria alguém familiar e escolheu Columbus. Rowling ganhou certo controle criativo nos filmes, revisando os roteiros e atuando como produtora nas duas partes de As Relíquias da Morte. Rowling e os produtores David Heyman e David Barron, junto com os diretores David Yates, Mike Newell e Alfonso Cuarón, receberam um BAFTA por Melhor Contribuição Britânica para o Cinema em 2011, em homenagem à franquia de filmes de Harry Potter. Em setembro de 2013, a Warner Bros. anunciou uma "parceria criativa" com Rowling, baseada em uma série de filmes sobre Newt Scamander, autor de Animais Fantásticos e Onde Habitam. O primeiro filme, escrito por Rowling, foi lançado em novembro de 2016 e tem seus acontecimentos 70 anos antes dos eventos da série principal. Em 2016, foi anunciado que a série consistiria em cinco filmes, com o segundo programado para ser lançado em novembro de 2018. Sucesso financeiro Em 2004, a Forbes nomeou Rowling como a primeira pessoa a se tornar bilionária somente escrevendo livros, a segunda mulher mais rica do entretenimento (a primeira na Grã-Bretanha) e a 1062ª pessoa mais rica do mundo. Rowling contestou os cálculos e disse que tinha muito dinheiro, porém que não era bilionária. A Lista dos Ricos do Jornal Sunday Times de 2016 estimou a fortuna de Rowling em 600 milhões de libras, classificando-a como a 197ª pessoa mais rica do Reino Unido. Em 2012, a Forbes retirou Rowling da lista de mais ricos, afirmando que seus 160 milhões de dólares doados para caridade e a alta taxa de impostos no Reino Unido apontavam que ela não era mais uma bilionária. Em fevereiro de 2013 ela foi avaliada como a 13ª mulher mais poderosa do Reino Unido pela Woman's Hour na BBC Radio 4. Em 2001, Rowling comprou a Killiechassie House, uma casa do século XIX, nas margens do Rio Tay, perto de Aberfeldy, em Perth and Kinross, por uma fortuna de aproximadamente 1,5 milhão de libras esterlinas. Uma casa georgiana de 4,5 milhões de libras, em Kensington, oeste de Londres, em uma rua com segurança 24 horas, também pertence a Rowling. Morte Súbita Em julho de 2011, Rowling saiu da empresa de seu agente, Christoper Little, e se mudou para uma nova agência fundada por um de seus funcionários, Neil Blair. Em 23 de fevereiro de 2012, sua agência, a Blair Partnership, anunciou no próprio website que Rowling lançaria um novo livro, dessa vez tendo os adultos como público-alvo. Em um comunicado de imprensa, Rowling disse que o novo livro seria bem diferente de Harry Potter. Em abril de 2012, Little, Brown and Company anunciou que o livro era intitulado Morte Súbita e que seria lançado em 27 de setembro de 2012. Rowling deu várias entrevistas e fez aparições para promover o livro, incluindo no Southbank Centre, em Londres, no Festival Literário de Cheltenham, no programa Charlie Rose e no Lennoxlove Book Festival. Em suas três primeiras semanas de lançamento, Morte Súbita vendeu pouco mais de 1 milhão de cópias ao redor do mundo. Em 3 de dezembro de 2012, foi anunciado que a BBC estaria adaptando Morte Súbita para uma minissérie dramática de televisão. O agente de Rowling, Neil Blair, atuou como produtor e Rick Senat como produtor executivo através de sua produtora independente. Rowling colaborou na adaptação, trabalhando como produtora executiva da série. A minissérie teve três partes e foi ao ar de 15 de fevereiro a 1 de março de 2015. Cormoran Strike Ao longo dos anos, Rowling frequentemente falava sobre sobre escrever um romance policial. Em 2007, durante o Festival Internacional do Livro de Edimburgo, o escritor Ian Rankin afirmou que sua esposa viu Rowling "rabiscando" um livro policial em um café. Mais tarde, Rankin retraiu a história, dizendo que foi uma brincadeira, porém o rumor persistiu, com uma notícia do The Guardian especulando que o próximo livro de Rowling seria um romance policial. Em uma entrevista com Stephen Fry em 2005, Rowling afirmou que preferiria escrever quaisquer livros futuros sob um pseudônimo, porém ela reconheceu que se fizesse isso, a imprensa provavelmente iria "descobrir em questão de segundos". Em abril de 2013, Little Brown publicou O Chamado do Cuco, o suposto romance de estreia do escritor Robert Galbraith, que a editora descreveu como "um ex-militar da Polícia Real que havia deixado o cargo em 2003 para trabalhar na indústria de segurança civil". O livro, que conta a história de Cormoran Strike, um detetive particular que desvenda o suposto suicídio de uma supermodelo, vendeu 1500 cópias em capa dura (embora a notícia só tenha sido revelada em 21 de julho de 2013; mais tarde, jornais afirmaram que esse número era o número de cópias que foram impressas no primeiro lote, enquanto o número de vendas totais tenha sido de aproximadamente 500). O livro recebeu elogios de outros autores de romance policial e críticas: uma análise da Publishers Weekly chamou o livro de uma "estréia brilhante", enquanto a seção de mistério do Library Journal's se referiu ao romance como "a estréia do mês". India Knight, uma escritora e colunista da The Sunday Times, tuitou em 9 de julho de 2013 que leu O Chamado do Cuco e que era muito bom para um romance de estreia. Em resposta, uma tuitadora chamada Jude Callegari disse que Rowling era a escritora do livro. Knight notificou Richard Brooks, diretor de artes do Sunday Times e ele começou sua própria investigação. Depois de descobrir que Rowling e Galbraith tinham o mesmo agente e editor, ele enviou os livros para uma análise linguística e achou os resultados muito parecidos, e subsequentemente contatou o agente de Rowling, que confirmou que Galbraith é um pseudônimo de Rowling. Poucos dias depois de Rowling ter sido revelada como a autora, as vendas do livro cresceram em 4000%, e Little Brown imprimiu outras 140 000 cópias para atender ao aumento da demanda. Em 18 de junho de 2013, uma cópia autografada da primeira versão foi vendida por US$ 4453 (R$ 13 881), enquanto uma cópia não vendida, também autografada, estava sendo oferecida por US$ 6188 (R$ 19 290). Rowling disse que gostou de trabalhar sob um pseudônimo. No site de Robert Galbraith, Rowling explicou que pegou o nome de um de seus heróis pessoais, Robert Kennedy, e de um nome que havia inventado para si mesma quando criança, Ella Galbraith. Após a revelação, Brooks ponderou se Jude Callegari era Rowling dando um golpe publicitário. Alguns também observaram que muitos dos escritores que haviam inicialmente elogiado o livro, como Alex Gray e Val McDermid, estavam dentro do círculo de conhecidos de Rowling; ambos negaram veementemente qualquer conhecimento prévio da autoria de Rowling. Judith "Jude" Callegari era a melhor amiga da esposa de Chris Gossage, um sócio da empresa de advocacia Russells Solicitors, representantes legais da escritora. Rowling declarou que estava desapontada e brava; a Russells se desculpou pelo vazamento, confirmando que não era parte de um golpe publicitário e que "eles revelaram confidencialmente para alguém em que ele [Gossage] confiava extremamente". Após um processo judicial contra a empresa, Russells realizou uma 'doação substancial' beneficente à ONG Soldiers' Charity, dedicada a atender soldados reformados ou feridos em combate e suas famílias. Em 26 de novembro de 2013, Christopher Gossage foi multado em £ 1 mil (cerca de RS 3,8 mil) e também sofreu uma advertência da Solicitors Regulation Authority, uma agência reguladora de direito britânico, por quebrar o sigilo de um cliente. Em 17 de fevereiro de 2014, Rowling anunciou que o segundo romance de Cormoran Strike, intitulado O Bicho-da-Seda, seria lançado em junho de 2014. Nele, Strike investiga o desaparecimento de um escritor odiado por muitos de seus velhos amigos por tê-los insultado em seu novo livro. Em 2005, Rowling afirmou no website de Galbraith que o terceiro livro de Cormoran Strike incluiria "uma quantidade insana de planejamento, muito mais do que já fiz por qualquer outro livro que eu tenha escrito até agora. Eu tenho planilhas codificadas por cores, então posso me localizar em qualquer lugar que eu estiver indo." Em 24 de abril de 2015, a autora afirmou que o terceiro livro estava pronto. Intitulado Vocação Para o Mal, o livro foi lançado no dia 20 de outubro de 2015 nos Estados Unidos e em 22 de outubro no Reino Unido. Em 2017, a BBC lançou uma série de televisão baseada nos livros de Cormoran Strike, estrelando Tom Burke como Cormoran Strike. A HBO comprou os direitos de distribuição nos Estados Unidos e no Canadá. Rowling confirmou que lançaria o quarto livro da série em meados de 2017. Em março de 2017, Rowling revelou o título do romance através de um "jogo da forca" no Twitter. Após diversas tentativas, seus seguidores acertaram e ela confirmou que o livro se chama Lethal White (Branco Letal, em tradução livre).{{citar web|url=http://ew.com/books/2017/03/14/jk-rowling-cormoran-strike-book-title-tease/|título=J.K. Rowling sends fans on hilarious hunt for new Cormoran Strike book title|primeiro=Joey|último=Nolfi|data=14 de março de 2017|publicado=Entertainment Weekly|acessodata=31 de março de 2017}} Sequelas de Harry Potter Rowling disse que era improvável que escrevesse mais livros para a série Harry Potter. Em outubro de 2007, ela afirmou que seu futuro trabalho provavelmente seria fora do gênero de fantasia. Em 1 de outubro de 2010, em uma entrevista com Oprah Winfrey, Rowling disse que "poderia certamente escrever um oitavo, nono ou décimo [livro]", e acrescentou "não vou dizer que não vou [escrever um próximo livro]." Em 2007, Rowling declarou que planejava escrever uma enciclopédia do mundo mágico de Harry Potter, consistindo em vários materiais e notas inéditos. Qualquer lucro ganho de tal livro seria doado para a caridade. Durante uma coletiva de imprensa no Teatro Dolby em 2007, Rowling, quando perguntada se a enciclopédia estava chegando, disse, "Ela não está chegando e nem comecei a escrevê-la ainda. Eu nunca disse que seria a próxima coisa que faria." No final de 2007, Rowling disse que a enciclopédia poderia levar dez anos para ser concluída. Em junho de 2011, Rowling anunciou que todos os projetos futuros e downloads eletrônicos de Harry Potter estariam concentrados em um website novo, chamado Pottermore. O site inclui 18 000 palavras sobre informações de personagens, lugares e objetos do universo de Harry Potter. Em outubro de 2015, Rowling anunciou pelo Pottermore que uma peça teatral de duas partes intitulada como Harry Potter e a Criança Amaldiçoada, criada por Jack Thorne, John Tiffany e ela, era a "oitava história de Harry Potter" e teria seu foco na vida do filho caçula de Harry, Alvo, depois do epílogo de Harry Potter e as Relíquias da Morte. Em 28 de outubro de 2015, o primeiro lote de ingressos da peça se esgotou em poucas horas. Filantropia Em 2000, Rowling oficializou o Volant Charitable Trust, que utiliza o seu orçamento anual de £ 5,1 milhões para combater a pobreza e a desigualdade social. O fundo também doa a organizações que cuidam de crianças, famílias monoparentais e pesquisas de esclerose múltipla. Antipobreza e bem-estar infantil Rowling, que já foi mãe solteira, agora é presidente da instituição de caridade Gingerbread (originalmente One Parent Families), tornando-se a primeira Embaixadora do projeto em 2000. Rowling ajudou Sarah Brown escrever um livro de histórias infantis para apoiar a One Parent Families. Em 2001, a organização britânica de caridade Comic Relief pediu a três autores best-sellers britânicos - Delia Smith, Helen Fielding e Rowling - para escreverem livretes relacionados a suas obras mais famosas que serviriam para angariação de fundos. Os dois livretes de Rowling, Animais Fantásticos e Onde Habitam e Quadribol Através dos Séculos, são cópias dos livros encontrados na biblioteca de Hogwarts. Desde que começaram a ser vendidos em março de 2001, os livros arrecadaram £ 15,7 milhões para o fundo. Os £ 10,8 milhões arrecadados fora do Reino Unido foram direcionados para a International Fund for Children and Young People in Crisis. Em 2002, Rowling contribuiu com o prefácio de Magic, uma antologia de ficção da Bloomsbury Publishing, para ajudar a arrecadar dinheiro para o National Council for One Parent Families. Em 2005, Rowling e a eurodeputada Emma Nicholson fundaram o Children's High Level Group (agora Lumos). Em janeiro de 2006, Rowling foi a Bucareste para ressaltar o uso de camas com grades em instituições psiquiátricas infantis. Para um apoiar ainda mais a CHLG, Rowling leiloou um dos sete manuscritos e cópias ilustradas de Os Contos de Beedle, o Bardo, um livro com uma série de contos citado em Harry Potter e as Relíquias da Morte. O livro foi comprado por £ 1,95 milhão pela Amazon.com em 13 de dezembro de 2007, tornando-se o livro moderno mais caro já vendido em um leilão. Rowling deu as outras seis cópias para pessoas próximas que têm uma forte ligação com os livros de Harry Potter. Em 2008, Rowling concordou em publicar o livro e doar os lucros para a Lumos. Em 1 de junho de 2010 (Dia Internacional das Crianças), a Lumos lançou uma campanha chamada “Light a Birthday Candle” (Acenda uma Vela de Aniversário, em tradução literal). Em novembro de 2013, Rowling doou todos os ganhos de Os Contos de Beedle, o Bardo, que totalizaram cerca de 19 milhões de libras. Em julho de 2012, Rowling participou da cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Verão de 2012 em Londres, onde leu algumas linhas de Peter Pan, de J. M. Barrie, como parte de um tributo ao Hospital Infantil Great Ormond Street. Um boneco inflável de Lord Voldemort e de outros personagens da literatura infantil acompanharam sua leitura. Esclerose múltipla Rowling contribuiu financeiramente e apoiou pesquisas e tratamentos de esclerose múltipla, doença que causou a morte de sua mãe em 1990. Em 2006, Rowling contribuiu com uma grande quantia adicional para a criação do novo Centro de Medicina Regenerativa da Universidade de Edimburgo, mais tarde nomeado Clínica de Neurologia Regenerativa Anne Rowling. Em 2010 ela doou mais £ 10 milhões para o centro. Por razões desconhecidas, a Escócia, país onde Rowling passou parte de sua infância, tem o maior número de casos de esclerose múltipla do mundo. Em 2003, Rowling participou de uma campanha para estabelecer um padrão nacional de cuidados com os sofredores de EM. Em abril de 2009, ela anunciou que estava deixando de apoiar a Multiple Sclerosis Society Scotland, afirmando que a instituição estava sendo dividida por uma briga interna. Outros trabalhos filantrópicos Em maio de 2008, a livraria Waterstones convidou Rowling e outros 12 escritores (Sebastian Faulks, Doris Lessing, Lisa Appignanesi, Margaret Atwood, Lauren Child, Richard Ford, Neil Gaiman, Nick Hornby, Michael Rosen, Axel Scheffler, Tom Stoppard e Irvine Welsh) a escreverem uma conto curto de sua própria escolha em um único papel A5, que seria então vendido em leilão para contribuir com as instituições Dyslexia Action e English PEN. A contribuição de Rowling foi uma prequela de Harry Potter de 800 palavras que contava sobre o pai de Harry, Tiago Potter, e seu padrinho, Sirius Black, e acontece três anos antes de Harry nascer. Os contos foram colecionados e vendidos para a caridade em forma de livro em agosto de 2008. Nos dias 1 e 2 de agosto de 2006, ela, junto com Stephen King e John Irving, leram e responderam perguntas dos fãs no Radio City Music Hall. A renda do evento foi doada para a ONG Médicos sem Fronteiras e para a Instituição The Haven, um fundo de caridade que ajuda artistas incapazes de trabalhar. Em maio de 2007, Rowling doou mais de £ 250 mil para uma instituição criada pelo tabloide News of the World, que zelava o retorno seguro de uma jovem britânica, Madeleine McCann, que desapareceu em Portugal. Rowling, junto com Nelson Mandela, Al Gore e Alan Greenspan, escreveu uma introdução para uma coleção de discursos de Gordon Brown, cujos ganhos foram doados para o Jennifer Brown Research Laboratory. Depois de ser revelada como a verdadeira escritora de O Chamado do Cuco, as vendas do livros cresceram massivamente e ela anunciou que iria doar todos os lucros para a Army Benevolent Fund, alegando que sempre teve a intenção de, porém não esperava que o livro iria se torna um best-seller. Rowling é membro tanto da English PEN quanto da Scottish PEN. Ela foi uma de 50 escritores a contribuir para o First Edition, Seconds Thoughts, um leilão de caridade da English PEN. Cada escritor escreveu à mão uma cópia da primeira edição de um de seus livros, no caso de Rowling, Harry Potter e a Pedra Filosofal. O livro foi o lote do evento que obteve mais lucro: 150 mil libras esterlinas. Rowling apoia The Shannon Trust, que executa o Toe by Toe Reading Plan e o Shannon Reading Plan em presídios de toda a Grã-Bretanha, ajudando e dando tutoria a presos analfabetos. Influências Rowling declarou que a comunista e ativista dos direitos civis Jessica Mitford é sua escrita mais influente, dizendo, "Jessica Mitford tem sido minha heroína desde os meus 14 anos de idade, quando entreouvi minha formidável tia avó discutindo sobre como Mitford havia fugido aos 19 anos para lutar com os comunistas na Guerra Civil Espanhola", e afirma que o que a inspira em Mitford é que ela era "incurável e instintivamente rebelde, valente, aventureira, engraçada e irreverente, ela adorava uma boa briga, de preferência contra alguém pomposo e hipócrita". Rowling citou que Jane Austen era sua escritora favorita, declarando Emma como seu livro preferido em O, The Oprah Magazine. Rowling disse que suas primeiras influências quando criança eram O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa, por C. S. Lewis, O Cavalinho Branco, por Elizabeth Goudge e Manxmouse, por Paul Gallico. Opiniões e controvérsias Política Rowling é conhecida por ter um ponto de vista político de esquerda. Em setembro de 2008, na véspera da Labour Party Conference, Rowling anunciou que havia doado £ 1 milhão a Labour Party e apoiou publicamente o primeiro-ministro Gordon Brown do partido Trabalhista britânico, elogiando as políticas trabalhistas sobre a luta contra a pobreza infantil. Rowling é uma amiga intima de Sarah Brown, esposa de Gordon Brown, que conheceu quando colaborou em um projeto para a One Parent Families. Rowling discutiu a eleição presidencial dos Estados Unidos de 2008 com o jornal espanhol El País em fevereiro de 2008, afirmando que a eleição teria um efeito profundo sobre resto do mundo. Ela também disse que Barack Obama e Hillary Clinton seriam "extraordinários" na Casa Branca. Na mesma entrevista, Rowling identificou Robert F. Kennedy como seu herói. Em abril de 2010, Rowling publicou um artigo no The Times, em que critica o plano de David Cameron em encorajar casais casados a continuarem juntos, oferecendo-lhes uma dedução de 150 libras anuais: "Ninguém que tenha experimentado a realidade da pobreza pode dizer 'não é o dinheiro, é a mensagem'. Quando invadem seu apartamento para roubar e você não pode pagar um chaveiro, é o dinheiro. Quando te faltam dois pence para comprar uma lata de feijão e seu filho passa fome, é o dinheiro. Quando você pensa em roubar fraldas em uma loja, é o dinheiro." Como uma residente escocesa, Rowling tinha direito de votar no referendo sobre a independência da Escócia em 2014, e fez uma campanha pelo voto "Não". Ela doou 1 milhão de libras para a Better Together, uma campanha contra a independência (dirigida por sua ex-vizinha Alistair Darling). Em uma postagem em seu site, Rowling afirmou que se preocupou ao ver a carta aberta das cinco escolas de medicina da Escócia apontando vários problemas sobre os planos de independência do Primeiro-Ministro Alex Salmond. Rowling comparou alguns nacionalistas escoceses com os Comensais da Morte, personagens de Harry Potter que não mostram piedade com quem não tem sangue-puro. Em 22 de outubro de 2015, uma carta assinada por Rowling e outras 150 pessoas foi publicada no The Guardian, onde mostrava sua oposição ao boicote cultural de Israel e anunciava a criação de uma rede de conversação, chamada Culture for Coexistence. Mais tarde, Rowling explicou sua posição mais detalhadamente, dizendo que apesar de se opor à maioria das ações de Benjamin Netanyahu, ela não achou que o boicote cultural levaria à remoção do líder de Israel ou ajudaria a melhorar a situação em Israel e na Palestina. Em junho de 2016, Rowling fez campanha contra a saída do Reino Unido da União Europeia, declarando em seu site: "Eu sou um produto mestiço deste continente europeu e sou uma internacionalista. Eu fui criada por uma mãe francófila, cuja família se orgulhava de sua parte francesa. Meus ancestrais franceses viveram na província problemática da Alsácia, que passou centenas de anos sendo anexada pela Alemanha e pela França. Eu morei na França e em Portugal, estudei francês e alemão. Eu amo ter essas múltiplas conexões e associações culturais. Elas me fazem mais forte, não mais fraca. Eu me exulto em associação com as culturas dos meus colegas europeus. Meus valores não estão contidos ou proscritos por fronteiras. A ausência de um visto quando eu cruzo países tem um valor simbólico para mim. Talvez eu não esteja em minha casa, mas eu ainda estou em minha cidade-natal." Religião Ao longo dos anos, alguns religiosos, particularmente os cristãos, condenaram os livros de Rowling por supostamente promover bruxaria. Rowling se identifica como cristã, e participava de uma congregação da Igreja da Escócia enquanto escrevia Harry Potter. Sua filha mais velha, Jessica, foi batizada lá. Uma vez ela disse: "Eu acredito em Deus, não em magia", pois acreditava que se os leitores soubessem de suas crenças cristãs, seriam capazes de profetizar seu enredo. Em 2007, Rowling disse que foi educada na Igreja Anglicana. Ela declarou que era a única de sua família que ia regularmente à Igreja. Quando entrou para a escola, a escritora ficou irritada com a "presunção de pessoas religiosas" e passou a adorar com menos frequência. Mais tarde, ela começou a se envolver com uma igreja na Escócia. Em uma entrevista de 2006 com a revista Tatler, Rowling esclareceu que, "como Graham Greene, minha fé é, às vezes, sobre se a minha fé irá retornar. Ela disse que tem lutado com a dúvida de que acredita em vida após a morte, e que sua fé desempenha um papel em seus livros. Em uma entrevista de rádio em 2012, ela disse que era membro da Igreja Episcopal Escocesa, uma província da Comunhão Anglicana. Imprensa Rowling tem tido uma relação difícil com a imprensa. Ela admite ser "sensível" e não gostar da natureza versátil da reportagem. Rowling contesta sua reputação como uma reclusa que odeia ser entrevistada. Até 2011, Rowling já havia processado a imprensa mais de 50 vezes. No mesmo ano, a Press Complaints Commission confirmou uma queixa da autora sobre uma série de fotografias não-autorizadas dela com sua filha em uma praia de Maurício publicada na revista OK!. Em 2007, o filho caçula de Rowling, David, auxiliado pela escritora e seu marido, perdeu uma briga judicial para banir a publicação de uma fotografia dele. A foto, tirada por um fotógrafo usando lentes de longo alcanço, foi subsequentemente publicada em um artigo da Sunday Express sobre a família e maternidade de Rowling. O julgamento foi anulado em favor de David em maio de 2008. Rowling particularmente não gosta do tabloide britânico Daily Mail. Como um jornalista escreveu: "O tio de Harry, Válter, é um burguês grotesco com tendências violentas que tem um cérebro notavelmente pequeno. Não é difícil adivinhar qual jornal Rowling o dá para ler [em O Cálice de Fogo]." Em janeiro de 2014, ela pediu indenizações ao Daily Mail por calúnia sobre um artigo a respeito da época que era mãe solteira. Alguns especularam que o relacionamento tenso de Rowling com a imprensa foi a grande inspiração por trás da personagem Rita Skeeter, uma jornalista fofoqueira que teve sua primeira aparição em O Cálice de Fogo, porém Rowling disse em 2000 que a personagem já havia sido criada antes de sua ascensão à fama. Em setembro de 2011, Rowling foi nomeada "testemunha principal" no Leveson Inquiry por ser uma de dezenas de celebridades suspeitas de terem tido o telefone grampeado. No dia 24 de novembro de 2011, Rowling apresentou provas antes do inquérito; embora já houvesse sido comprovado que seu telefone não havia sido hackeado, seu testemunho incluía relatos de fotógrafos acampando em sua porta (que conseguiram o endereço após um jornalista ter se disfarçado de um fiscal e enganado seu marido), ela perseguindo um jornalista uma semana após dar à luz, um jornalista deixando um bilhete dentro da mala de sua filha de cinco anos e uma tentativa do The Sun de "chantageá-la", querendo trocar uma foto por um manuscrito roubado. Rowling alegou que teve que se mudar de sua casa em Merchiston por conta da invasão da imprensa. Em novembro de 2012, Rowling escreveu um artigo para o The Guardian respondendo a decisão de David Cameron de não implementar as recomendações do inquérito de Leveson, dizendo que se sentiu "enganada e brava". Pessoas transgênero Desde 2019, a autora vem recebendo críticas devido a posicionamentos considerados transfóbicos. Rowling afirma que parte do ativismo transgênero tem como objetivo o apagamento do conceito de sexo, em prol do conceito de gênero, o que, de alguma forma, deixaria as mulheres cisgênero vulneráveis e destituídas de suas identidades. Em dezembro de 2019, Rowling tuitou seu apoio a Maya Forstater, uma mulher britânica que perdeu um processo contra seu ex-empregador, o Center for Global Development, depois que seu contrato não foi renovado devido a seus comentários sobre pessoas transgênero. O tribunal decidiu que as declarações de Forstater sobre pessoas trans promoveram "um ambiente intimidador, hostil, degradante, humilhante ou ofensivo" e contrárias ao Equality Act 2010. No dia 6 de junho de 2020, Rowling tuitou críticas à expressão "pessoas que menstruam", e afirmou que "se o sexo não é real, a realidade vivida pelas mulheres globalmente é apagada. Eu conheço e amo pessoas trans, mas apagar o conceito de sexo remove a capacidade de muitos de discutir suas vidas de forma significativa." O termo "pessoas que menstruam" é utilizado para incluir alguns homens trans e pessoas não-binárias que também menstruam. Os tuítes de Rowling foram criticados pela associação pró-LGBT americana GLAAD, que os chamou de "cruéis" e "anti-trans". Alguns membros do elenco da série de filmes Harry Potter criticaram as opiniões de Rowling ou falaram em apoio aos direitos das pessoas trans, incluindo Daniel Radcliffe, Emma Watson, Rupert Grint, Bonnie Wright, e Katie Leung, assim como o protagonista de "Fantastic Beasts" Eddie Redmayne. A atriz Noma Dumezweni (que interpretou Hermione Granger em Harry Potter e a Criança Amaldiçoada) inicialmente expressou apoio a Rowling, mas voltou atrás após a reação do público. Em 10 de junho de 2020, Rowling publicou um texto de 3 600 palavras, no seu website, em resposta às críticas. Ela disse que era uma sobrevivente de violência doméstica e violência sexual, e afirmou que "Quando você abre portas de banheiros e vestiários para qualquer homem que acredita ou sente que é mulher (sic)... aí você abre a porta para todo e qualquer homem que quiser entrar", ao mesmo tempo em que afirmou que a maioria das pessoas trans era vulnerável ​​e merecia proteção. Ela também escreveu que muitas mulheres consideram degradantes termos como "pessoas que menstruam". Em várias ocasiões, Rowling foi referida como uma feminista radical trans-excludente ("TERF", na sigla em inglês), embora ela rejeite o rótulo. Rowling recebeu apoio do ator Robbie Coltrane (que interpretou Hagrid) e Brian Cox, e algumas feministas como a ativista Ayaan Hirsi Ali e a feminista radical Julie Bindel. Em agosto de 2020, Rowling devolveu o Prêmio de Direitos Humanos Robert F. Kennedy, depois que Kerry Kennedy divulgou uma declaração expressando seu "profundo desapontamento" com os "ataques à comunidade trans", por parte de Rowling, os quais Kennedy chamou de "inconsistentes com as crenças e valores fundamentais dos Direitos Humanos RFK" e "um repúdio à visão de meu pai". Rowling afirmou que estava "profundamente entristecida" pela declaração de Kerry Kennedy, mas afirmou que nenhum prêmio a faria deixar de seguir o que diz sua consciência. Disputas jurídicas Rowling, seus editores e a Time Warner, que segura os direitos cinematográficos de Harry Potter, já moveram inúmeras ações judiciais para protegerem seu copyright. A fama mundial da série Harry Potter levou ao aparecimento de muitas sequelas e outras obras derivadas não autorizadas produzidas localmente, desencadeando processos para tentar bani-las ou contê-las. Outro tema de disputa jurídica envolve uma série de liminares obtidas por Rowling e seus editores para proibir qualquer pessoa de ler seus livros antes de seus lançamentos oficiais. A liminar irritou ativistas de liberdade de expressão e provocou debates sobre o "direito de ler". Prêmios e honras Rowling recebeu títulos de doctor honoris causa da Universidade de St Andrews, Universidade de Edimburgo, Universidade Edinburgh Napier, Universidade de Exeter (onde trabalhou), Universidade de Aberdeen, e da Universidade Harvard, onde discursou na cerimônia de abertura do ano de 2008. Em 2009, Rowling recebeu a Legião de Honra pelo presidente francês Nicolas Sarkozy. Outros prêmios incluem: 1997: Nestlé Smarties Book Prize, Medalha de Ouro por Harry Potter e a Pedra Filosofal 1998: Nestlé Smarties Book Prize, Medalha de Ouro por Harry Potter e a Câmara Secreta 1998: British Children's Book of the Year, venceu com Harry Potter e a Pedra Filosofal 1999: Nestlé Smarties Book Prize, Medalha de Ouro por Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban 1999: National Book Awards Children's Book of the Year, venceu com Harry Potter e a Câmara Secreta 1999: Whitbread Children's Book of the Year, ganhou com Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban 2000: British Book Awards, Escritora do Ano 2000: Ordem do Império Britânico, por serviços à literatura infantil 2000: Locus Award, ganhou com Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban 2001: Prêmio Hugo de Melhor Romance, ganhou com Harry Potter e o Cálice de Fogo 2003: Prêmios Princesa das Astúrias, Concórdia 2003: Bram Stoker Awards na categoria de Melhor Livro para Leitores Jovens, ganhou com Harry Potter e a Ordem da Fênix 2006: British Book of the Year, ganhou com Harry Potter e o Enigma do Príncipe 2007: Blue Peter, Crachá de Ouro 2007: Nomeada como a Pessoa Mais Fascinante do ano por Barbara Walters 2008: British Book Awards, Prêmio de Honra 2010: Prêmio de literatura Hans Christian Andersen, primeira pessoa a ganhar o prêmio 2011: British Academy Film Awards, Melhor Contribuição Britânica para o Cinema pela série de filmes Harry Potter, dividido com David Heyman, elenco e equipe 2012: Cidadania honorária 2012: Rowling estava entre os ícones culturais britânicos escolhidos pelo artista Sir Peter Blake para aparecer em uma nova versão de sua obra de arte mais famosa - a recriação da capa do álbum Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band dos The Beatles - para homenagear as figuras culturas britânicas de sua vida. Obras Infantis O Ikabog (2020) Jack e o Porquinho de Natal (2021) Série Harry Potter Harry Potter e a Pedra Filosofal, (1997) Harry Potter e a Câmara Secreta, (1998) Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban, (1999) Harry Potter e o Cálice de Fogo, (2000) Harry Potter e a Ordem da Fênix, (2003) Harry Potter e o Enigma do Príncipe, (2005) Harry Potter e as Relíquias da Morte, (2007) Obras relacionadas Animais Fantásticos e Onde Habitam, (2001) Quadribol Através dos Séculos, (2001) Os Contos de Beedle, o Bardo, (2008) Harry Potter e a Criança Amaldiçoada (sequela da série) (roteiro escrito por Jack Thorne), (2016) Short Stories from Hogwarts of Power, Politics and Pesky Poltergeists, (2016) Short Stories from Hogwarts of Heroism, Hardship and Dangerous Hobbies, (2016) Hogwarts: An Incomplete and Unreliable Guide, (2016) Animais Fantásticos e Onde Habitam (roteiro do filme), (2016) Contos A Prequela de Harry Potter, (2008) Dumbledore's Army Reunites at Quidditch World Cup Final, (2014) Adultos The Casual Vacancy (Morte Súbita), (2012) Série Cormoran Strike (como Robert Galbraith) The Cuckoo's Calling (O Chamado do Cuco), (2013) The Silkworm (O Bicho-da-Seda) (2014) Career of Evil (Vocação para o Mal) (2015) Lethal White (Branco Letal) (2018) Troubled Blood (2020) Sangue Revolto (2021) The Ink Black Heart (a publicar, agosto de 2022) Outros Não-ficção McNeil, Gil and Brown, Sarah, editores (2002). Prefácio da antologia Magic. Bloomsbury. Brown, Gordon (2006). Introdução a "Ending Child Poverty" em Moving Britain Forward. Selected Speeches 1997–2006. Bloomsbury. Sussman, Peter Y., editora (26 de julho de 2006). "The First It Girl: J. K. Rowling reviews Decca: the Letters by Jessica Mitford", . The Daily Telegraph. Anelli, Melissa (2008). Prefácio de Harry, e Seus Fãs. Pocket Books. Rowling, J. K. (5 de junho de 2008). "The Fringe Benefits of Failure, and the Importance of Imagination", . Revista de Harvard. J. K. Rowling, Very Good Lives: The Fringe Benefits of Failure and Importance of Imagination, ilustrado por Joel Holland, Sphere, 14 de abril de 2015, 80 páginas (ISBN 978-1-4087-0678-7). Rowling, J. K. (30 de abril de 2009). "Gordon Brown – The 2009 Time 100" . Revista Time. Rowling, J. K. (14 de abril de 2010). "The Single Mother's Manifesto". . The Times. Rowling, J. K. (30 de novembro de 2012). "I feel duped and angry at David Cameron's reaction to Leveson", . The Guardian. Rowling, J. K. (17 de dezembro de 2014). Isn’t it time we left orphanages to fairytales?, . The Guardian. Rowling, J. K. (editora) (28 de abril de 2014). "Woman's Hour Takeover". . Woman's Hour'', BBC Radio 4. Filmografia Referências Bibliografias Ligações externas The Blair Partnership Alunos da Universidade de Edimburgo Alunos da Universidade de Exeter Autores de literatura infantojuvenil da Inglaterra Bilionárias Cavaleiros da Ordem Nacional da Legião de Honra Deístas Educadores da Inglaterra Escritores cristãos Escritores de livros de fantasia Harry Potter Ingleses de ascendência escocesa Ingleses de ascendência francesa Nascidos em 1965 Oficiais da Ordem do Império Britânico Pessoas vivas Mulheres romancistas da Inglaterra Pseudônimos da Inglaterra Britânicos expatriados em Portugal !Mais Teoria da História na Wiki (Mulheres) !Mais Teoria da História na Wiki (Wikiconcurso de edição)
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O Pré-Cambriano (ou Precâmbrico) é o período de tempo desde a formação da Terra há cerca de 4600 milhões de anos (Ga) até ao início do Período Cambriano, há cerca de 541,0 ± 1,0 Ma. Este precede o atual éon Fanerozoico, e é um superéon dividido, na escala de tempo geológico, em: Arqueano e Proterozoico (intervalos geológicos formais), além do Hadeano (intervalo geológico informal). O Pré-Cambriano é assim chamado porque precede o período Cambriano (pertencente ao Éon Fanerozoico), nomeado assim devido a Cambria, nome clássico para o País de Gales, onde as rochas desse período foram estudadas pela primeira vez. Este superéon é responsável por, aproximadamente, 88% do tempo geológico e foi durante ele que os animais macroscópicos de carapaça dura apareceram pela primeira vez em abundância. Como dito anteriormente, o Pré-Cambriano iniciou-se há cerca de 4600 milhões de anos com a formação da Terra e terminou com a explosão da vida no Cambriano e surgimento dos fósseis. Durante este superéon, temos as divisões entre os éons Hadeano, Arqueano e Proterozoico. É marcado por um conjunto de modificações que proporcionaram diversas características do planeta Terra, como a formação dos oceanos, da lua, de muitos depósitos minerais, de sua oxigenação, da formação de algumas vidas multicelulares e das placas tectônicas. Pré-Cambriano é um nome tradicional que, apesar de obsoleto, ainda consta na Tabela Cronoestratigráfica Internacional da Comissão Internacional sobre Estratigrafia da União Internacional de Ciências Geológicas. Já recebeu nomes como Azoico ("sem vida") e Criptozoico (das palavras "cripta" = "escondido" e "zoon" = "vida"), atualmente em desuso. Visão geral Relativamente pouco se conhece sobre o Pré-Cambriano, apesar de fazer parte de cerca de sete oitavos da história da Terra, e o que é conhecido foi descoberto em grande parte, nos últimos 50 anos. O registro fóssil Pré-Cambriano é mais pobre do que o do Fanerozoico, e esses fósseis presentes (por exemplo, estromatólitos) são de uso bioestratigráfico limitado. Isso ocorre porque muitas rochas Pré-Cambrianas foram fortemente metamorfizadas, obscurecendo suas origens, enquanto outras foram destruídas pela erosão ou permanecem profundamente enterradas sob estratos do Fanerozoico. Pensa-se que a própria Terra se formou a partir da acreção de material em órbita em torno do Sol há aproximadamente 4500 milhões de anos (Ma), e pode ter sido atingida por um enorme planetesimal (corpo sólido hipotético), do tamanho de Marte, pouco depois de se ter formado, projetando material que formou a Lua (​​hipótese do grande impacto). A crosta estável estava aparentemente no lugar de 4400 milhões de anos (Ma), uma vez que cristais de zircão da Austrália Ocidental foram datados de 4 404 Ma. O Pré-Cambriano é considerado o único superéon no tempo geológico e é assim chamado porque inclui os éons Hadeano (~4,6 - 4 Ga), Arqueano (4 - 2,5 Ga) e Proterozoico (2,5 Ga - 541 Ma). Fora o Precâmbrico, ainda não se definiu outro superéon no tempo geológico, já que após ele temos apenas um outro éon: o Fanerozoico, que vai desde a explosão cambriana (~541 Ma) ao presente. O termo Pré-Cambriano ainda é usado por geólogos, paleontologistas, geobiólogos e cronoestratígrafos para discussões gerais e debates que não exigem nomes mais específicos. Em 2010, concordando com o que foi dito anteriormente, o Serviço Geológico dos Estados Unidos considerou o termo informal, sem um grau estratigráfico. Paleogeografia O movimento das placas tectônicas causou a formação e a fragmentação dos continentes ao longo do tempo, incluindo a formação ocasional de um supercontinente contendo a maior parte ou toda a massa de terra. O mais antigo supercontinente conhecido foi Vaalbara. Formou-se a partir de proto-continentes e foi um supercontinente há 3636 milhões de anos. Vaalbara se separou há cerca de 2845 a 2803 Ga. O supercontinente Kenorland foi formado há cerca de 2,72 Ga e, provavelmente, quebrou-se em 2,45 - 2,1 Ga nos crátons ou proto-continentes chamados Laurência, Báltica, Cráton de Yilgarn e Calaári. O supercontinente Colúmbia ou Nuna formou-se há 2060 e 1820 milhões de anos e se fragmentou entre 1500 a 1350 milhões de anos. O supercontinente Rodínia pensa-se que tenha sido formado há entre cerca de 1350 a 900 milhões de anos (Ga), para incorporar mais ou todos os continentes da Terra e para serem divididos em oito continentes em torno de há 750-600 milhões de anos. Levando-se em conta a posição geográfica de porções dos continentes no Pré-Cambriano, pode-se inferir que os extensos evaporitos datados em 3500 milhões de anos na região de Pilbara (Austrália Ocidental) não poderiam ter sido formados dentro ou perto dos polos. Também pode-se inferir que dolomitos contendo estromatólitos da sequência sedimentar Rifeana que abrange o período de há 1650 milhões a 800 milhões de anos, foi depositada em águas quentes e tropicais. A sequência Rifeana está localizada principalmente no cráton da Europa Oriental, que se estende desde a Dinamarca até os Montes Urais, e no cráton siberiano na Rússia. Oxigenação e origem dos oceanos No superéon Pré-Cambriano, os registros sedimentares são impulsionados no Éon Proterozoico, e, a partir daqui, pode-se estudar mudanças apreciáveis na composição da atmosfera e dos oceanos . A Terra, quase certamente, possuía uma atmosfera redutora até há 2500 milhões de anos. No entanto, a presença de muitos tipos de microfósseis filamentosos datados de há 3450 milhões de anos nos cherts da região de Pilbara sugere que a fotossíntese começou a liberar oxigênio na atmosfera naquela época. Uma grande explosão na deposição de BIFs de há 3100 milhões a 2500 milhões de anos – com um pico há cerca de 2700 milhões de anos – limpou os oceanos de ferro ferroso (Fe2+). Isso permitiu que o nível de oxigênio atmosférico aumentasse sensivelmente. Na época do aparecimento generalizado de organismos eucariontes, há cerca de 1800 milhões de anos, é possível que a concentração de oxigênio tenha subido para 10 por cento do nível atmosférico atual. Há 600 milhões de anos houve outro pico de elevação dos níveis de oxigênio atmosférico. Todo esse cenário permitiu, durante o Pré-Cambriano, o início da formação da camada de ozônio (O3). Evidências de que a origem dos oceanos da Terra são muito antigos podem ser constatadas pelos sedimentos de há 3850 milhões de anos em Isua, no oeste da Groenlândia, que contêm BIFs que foram depositadas na água. Além disso, esses sedimentos incluem grãos de zircão detríticos desgastados que indicam o transporte pela água. Esses graõs, intercalados com lavas basálticas com estruturas em almofada, também indicam a presença de oceanos. Paleoclima Com a quebra de continentes e formação de supercontinentes (para mais informações veja: Ciclo de Wilson) a todo vapor durante o Pré-Cambriano, tem-se que o arranjo tectônico dos continentes era um importante controlador do clima. Logo, em tempos de formação de supercontinentes, o número total de vulcões era limitado, havia poucos arcos de ilhas e o comprimento total das cordilheiras oceânicas era relativamente curto. Essa relativa escassez de vulcões resultou em baixas emissões do gás de efeito estufa dióxido de carbono (CO2). Isso contribuiu para baixas temperaturas de superfície e extensas glaciações. Em momentos de ruptura continental, que levou a taxas máximas de expansão e subducção do fundo do mar, houveram altas emissões de CO2 de vários vulcões em dorsais oceânicas e arcos insulares. O efeito estufa atmosférico foi aumentado, aquecendo a superfície da Terra, tornando a glaciação ausente. Quanto à temperatura é possível inferir, através da presença de estromatólitos de há 3850 milhões de anos na Austrália, que a superfície terrestre estava a cerca de 7°C (45°F). A presença de sedimentos glaciais em quase todos os escudos continentais datadas do Pré-Cambriano, indicam que extensas glaciações podem ter ocorrido durante este superéon. A mais antiga glaciação conhecida ocorreu há 2900 milhões de anos, durante o Arqueano Superior e é evidenciada por depósitos glaciais em sedimentos do Rift Pongola na África Austral. A mais extensa glaciação pré-cambriana, a Huroniana, ocorreu há entre 2400 milhões e 2100 milhões de anos, durante o início do Proterozoico. Esta é reconhecida pelas rochas e estruturas que as geleiras e as camadas de gelo deixaram para trás em partes da Austrália Ocidental, Finlândia, sul da África e América do Norte. A maior glaciação da história da Terra ocorreu durante o final do Proterozoico, na qual a Terra ficou conhecida como Snowball Earth. Formas de vida Uma data específica para a origem da vida ainda não foi determinada. Em 1996, o geoquímico Gustaf Arrhenius apresentou cristais de carbono orgânico que teriam sido produzidos por organismos vivos e depositados em rochas de 3,8 Ga (éon Arqueano) encontradas na Groenlândia, porém, pouco tempo depois, ele mesmo reconheceu o erro dos dados da pesquisa, permanecendo a busca pela datação do início da vida na Terra. Fósseis microscópicos bem preservados de bactérias datadas com mais de 3460 milhões de anos foram encontradas na Austrália Ocidental. No entanto, há evidências de que a vida poderia ter evoluído há mais de 4280 milhões de anos. Fora evidências e hipóteses, existe um registro bastante sólido de vida bacteriana durante todo o Proterozoico no superéon Pré-Cambriano, provando a explosão de formas de vida sem esqueleto antes do cambriano e, até mesmo, o desenvolvimento da reprodução sexuada. Excluindo alguns relatórios opulentos de formas muito antigas da América do Norte e na Índia, as primeiras formas de vida multicelulares complexas parecem ter aparecido em cerca de 1 500 Ma, na era Mesoproterozoica do éon Proterozoico. A evidência fóssil marcante do período (Fauna) Ediacara pode ter ocorrido posteriormente a uma vida tão complexa, registrada como uma comunidade de criaturas semelhantes a algas marinhas e vermes primitivos que floresceram nas profundezas de um primitivo e tranquilo mar na região que hoje é conhecida como Lantian, pelo menos há 600 milhões de anos. Uma coleção muito diversa de formas de corpo macio é encontrada em uma variedade de locais em todo o mundo e data entre 635 e 542 Ma. Estes são referidos como biota ediacarana ou vendiana. As criaturas duras com desconto apareceram em direção ao final daquele tempo, marcando o início da éon Fanerozoico. No meio do seguinte período de Cambriano, uma fauna muito diversificada é registrada no folhelho Burgess, incluindo alguns que podem representar grupos de caule das taxas modernos. O aumento da diversidade de formas de vida no começo do Cambriano chamado vida da explosão Cambriana. Enquanto a terra parece ter sido desprovida de plantas e animais, cianobactérias e outros micróbios formaram tapetes procarióticos que abrangeram áreas terrestres. Foram encontradas as pegadas de um animal, apresentando algo semelhante a apêndices, e datadas de cerca de 551 Ma . Este animal ainda não foi identificado, mas já representa uma evidência bastante relevante para a paleontologia e entendimento da vida no Pré-Cambriano. No mais, é certo que no Pré-Cambriano existiram duas estruturas biológicas primitivas e simples: os microfósseis, que ocorrem em sílex e folhelhos e são de duas variedades (um tipo consiste em agregados carbonáceos esféricos, que podem medir até 20 mm de diâmetro, se assemelham a algas e cistos de flagelados e são amplamente considerados biogênicos, ou seja, produzidos por organismos vivos. A outra variedade de microfósseis é composta de filamentos carbonáceos, que são tubos ocos curvos de até 150 micrômetros de comprimento, os quais, muito provavelmente, são os restos fósseis de organismos filamentosos). E os estromatólitos, que são estruturas estratiformes, domais ou colunares feitas de tapetes semelhantes a folhas precipitados por comunidades de microorganismos, particularmente algas verde-azuladas filamentosas. Os primeiros exemplos arqueanos formam cúpulas com cerca de 10 cm. Fósseis Ediacaranos Os metazoários se desenvolveram rapidamente desde o início do Cambriano, quando os organismos adquiriram a capacidade de produzir a proteína colágeno e, assim, criarem esqueletos e conchas. No entanto, há metazoários sem esqueletos mais primitivos, originados na Fauna Ediacara há mais de 600 milhões de anos, após o fim da era glacial Varanger-Marinoan. Eles são encontrados como impressões de animais multicelulares de corpo mole nas rochas e têm a forma de pequenas bolhas, discos circulares ou folhas que variam de menos de 1 cm a mais de 1 metro. A localidade tipo é a Ediacara Hills no sul da Austrália, onde mais de 1.500 espécimes bem preservados foram coletados, resultando na nomeação de mais de 60 espécies e 30 gêneros. Eles ocorrem em um quartzito que está estratigraficamente situado a cerca de 500 metros abaixo da base do Sistema Cambriano. Fósseis ediacaranos foram depositados em ambientes que vão desde habitats marinhos de marés até o fundo do mar. Algumas formas evidenciam adaptações sofisticadas, como o uso de múltiplos modos de reprodução. Os organismos ediacaranos foram provavelmente os ancestrais dos organismos com conchas que marcam o início do Fanerozóico. Subdivisões A datação radiométrica permite delimitar as diferentes formações do Pré-Cambriano: Proterozoico: este éon se estende desde 2 500 Ma até 541 Ma, na transição para o Cambriano (este já pertencente ao Éon Fanerozoico). Contrastando com o éon Arqueano, o fator controlador da composição da água do mar foi a descarga fluvial das margens continentais estáveis, que se desenvolveu pela primeira vez há 2500 milhões de anos. Neoproterozoico: este é a era final do Proterozoico; seu início é definido como 1 000 Ma. Corresponde ao antigo "Precambriano Z" da geologia norte-americana . Ediacarano: este período foi oficialmente definido em março de 2004 pela União Internacional de Ciências Geológicas, o mesmo começa em 635 Ma. Evidencia a aparição da fauna de Ediacara de 565 Ma e leva ao período Cambriano em 541 Ma. Criogeniano: uma subdivisão proposta do Neoproterozoico. Toniano: uma subdivisão proposta do Neoproterozoico. Mesoproterozoico: esta é a era central do Proterozoico, durou entre aproximadamente 1 600 a 1 000 Ma. Corresponde ao antigo "Pré-Cambriano Y" da geologia norte-americana . Paleoproterozoico: esta é a era inicial do Proterozoico, durou entre aproximadamente 2 500 e 1 600 Ma. Corresponde ao antigo "Pré-Cambriano X" da geologia norte-americana . Arqueano: este éon central durou, aproximadamente, entre 4 000 e 2 500 Ma. Durante este éon, a composição da água do mar foi influenciada principalmente pelo bombeamento de água através da crosta oceânica basáltica , como ocorre hoje nos centros de expansão oceânica. Hadeano: este éon inicial ocorreu desde a formação da Terra até 4 000 Ma. Seu nome vem do grego "Hades", Deus do inferno ou submundo, o que remete as condições da Terra neste éon. Originalmente, esse éon foi projetado como anterior aos primeiros depósitos de rochas. No entanto, alguns cristais de zircão datados de 4 400 Ma demonstram a presença de uma crosta durante esse éon. Foi proposto dividir o Pré-Cambriano em cinco éons, caracterizada como seguinte: Acreção e diferenciação, antes da grande colisão que originou a Lua. Hadeano, correspondente ao intenso bombardeio tardio (presume entre 4,1 e 3,8 Ga). Arqueano, correspondente às primeiras formações da crosta terrestre (o mais evidente é o Greenstone Belt Isua) para os depósitos ferríferos. Transição, até as primeiras "redbeds" (rochas sedimentares vermelhas devido à presença de óxidos de ferro) continentais. Proterozoico, caracterizada pela tectônica de placas e primeiros animais. Parques Pré-Cambrianos Os parques nacionais que contêm rochas pré-cambrianas são lugares especiais porque revelam um mundo antigo onde os continentes se formaram e a vida primitiva se desenvolveu. Segundo a National Park Service, os Estados Unidos da América conta com diversos parques que contêm rochas ou fósseis preservados do Pré-Cambriano. São eles: Greater Yellowstone de Bighorn Canyon , Grand Teton e Yellowstone (com evidências de eventos de até há 3600 milhões de anos); Parque Nacional Voyageurs (com antigas rochas pré-cambrianas do Escudo Canadense); Parque Nacional Glacier (com estromatólitos de 1 400 Ma); Parque Nacional Shenandoah (com rochas de 1.1 Ga que representam materiais fundidos colocados durante a ascensão e queda de uma cordilheira pré-cambriana); Parque Nacional do Vale da Morte, Califórnia e Nevada Parque Nacional do Grand Canyon, Arizona Parque Nacional Joshua Tree, Califórnia Reserva Nacional de Mojave, Califórnia Monumento Nacional Pipestone, Minnesota Parque Nacional das Montanhas Rochosas, Colorado Monumento Nacional de Tonto, Arizona Ver também Geologia Paleontologia
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Arte e mitologia Vitória (1964) — telenovela brasileira Vitória (2014) — telenovela brasileira Vitória (mitologia) — deusa romana Vitória de Samotrácia — escultura da deusa grega Nice Topônimos Brasil Vitória (Espírito Santo) — município Vitória (Salvador) — bairro Canadá Vitória (Colúmbia Britânica) — cidade Vitória (Ilha do Príncipe Eduardo) — cidade Vitória (Terra Nova e Labrador) — cidade Portugal Vitória (Porto) — antiga freguesia portuguesa Vitória (Santa Cruz da Graciosa) — localidade Outros países Vitória (Austrália) Vitória (Seicheles) Vitoria-Gasteiz — Espanha Lago Vitória — na África Cataratas de Vitória — no rio Zambeze, África Pessoas Vitória (mãe de Vitorino) — nobre romana do século III Vitória Farnésio — princesa de Parma e duquesa consorte de Urbino Vitória Farnésio, Duquesa de Módena Vitória Della Rovere — princesa de Urbino e grã-duquesa consorte da Toscana Vitória de França — princesa Vitória de Rohan — princesa de Guéméné Vitória de Anhalt-Bernburg-Schaumburg-Hoym — princesa Vitória de Saxe-Coburgo-Saalfeld — mãe da rainha Vitória Vitória do Reino Unido — rainha Vitória de Saxe-Coburgo-Koháry — irmã do rei Fernando II de Portugal Vitória, Princesa Real do Reino Unido — filha da rainha Vitória Vitória de Hesse e Reno — neta da rainha Vitória Vitória da Prússia — princesa Vitória de Gales — princesa do Reino Unido Vitória Melita de Saxe-Coburgo-Gota — neta da rainha Vitória Vitória de Baden — rainha consorte da Suécia Vitória, Princesa Herdeira da Suécia — herdeira do trono sueco Clubes esportivos Brasil Associação Acadêmica e Desportiva Vitória das Tabocas — de Pernambuco Esporte Clube Vitória — da Bahia Vitória Rugby Club — clube de rugby do Espírito Santo Portugal Vitória Sport Clube — de Guimarães Outros usos Vitória (carruagem) — tipo de veículo de tração animal Vitória (beisebol) — conceito esportivo Desambiguações de antropônimos Desambiguações de topônimos Desambiguações de televisão
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Ludwig Heinrich Edler von Mises (Leópolis, 29 de Setembro de 1881 – Nova Iorque, 10 de Outubro de 1973) foi um economista teórico de nacionalidade austríaca e, posteriormente, americana, de origem judaica, que foi membro da Escola Austríaca de pensamento econômico. É conhecido principalmente por seu trabalho no campo da praxeologia, o estudo dedutivo das ações e escolhas humanas. Defensor da liberdade econômica como suporte básico da liberdade individual, em seu livro Ação Humana expõe as posições epistemológicas e metodológicas que caracterizam a Escola Austríaca: concepção subjetiva de valor, individualismo metodológico e praxeologia. Além disso, Mises dedicou-se à crítica do Socialismo enquanto sistema econômico, por considera-lo inviável em razão de não apresentar mecanismos de fixação de preço pelo mercado (problema do cálculo econômico). Embora seu trabalho tenha sido amplamente ignorado até meados do século XX, sua obra tem experimentado um certo aumento de popularidade, embora mesmo pensadores ligados ao liberalismo clássico o acusem de ser "um filho do Iluminismo nascido por engano no século XX". É autor de diversos livros sobre economia, dentre os quais o já citado Ação Humana (1949), A Mentalidade Anticapitalista (1956) e As Seis lições (1979). Biografia Ludwig von Mises nasceu em Lemberg, no Império Austro-Húngaro (hoje Leópolis na Ucrânia), filho de pais judeus. O seu pai trabalhava como engenheiro na cidade, e como descendentes de famílias de grande fortuna (seu bisavô paterno havia sido elevado à pequena nobreza e recebido de Francisco José I o título de edler) o jovem Ludwig e seu irmão Richard, que deixou contribuições na área de engenharia mecânica, tiveram uma infância confortável e que lhes proporcionou uma esmerada educação. Assim, aos doze anos, Ludwig falava fluentemente alemão, polonês e francês, lia em latim, e entendia o ucraniano. Quando Ludwig e Richard ainda eram pequenos, sua família voltou para Viena, onde tinha raízes. Em 1900, Mises frequentou a Universidade de Viena, sendo influenciado pelos trabalhos de Carl Menger. Entre 1904 e 1914, Mises assistiu às aulas do economista austríaco Eugen von Boehm-Bawerk, tendo concluído seu doutorado em 1906. Mises lecionou na Universidade de Viena de 1913 a 1934, e também atuou como conselheiro econômico do monarquista Otto von Habsburg e do governo austrofascista de Engelbert Dollfuss. Como judeu, Mises temia pela sua integridade física diante do avanço Nazi na Europa, tendo o assassinato de Dollfuss pelos Nazis convencido a fugir do país em 1934, em direção a Genebra na Suíça, onde passou a lecionar no Instituto Universitário de Altos Estudos Internacionais até 1940. Em 1940, ele imigrou para Nova Iorque, vindo aos Estados Unidos sob o patrocínio da Fundação Rockefeller e, como muitos outros intelectuais representantes do liberalismo clássico, recebeu apoio do Fundo William Volker para obter uma posição nas universidades norte-americanas, finalmente tornando-se professor visitante na New York University de 1945 até sua aposentadoria em 1969, sendo então financiado pelo empresário Lawrence Fertig. Durante parte desse período atuou como consultor acerca de assuntos monetários para a União Pan-europeia e recebeu um doutorado honorário do Grove City College. Ludwig Heinrich von Mises faleceu no dia 10 de outubro de 1973, aos 92 anos de idade, no hospital St. Vincent, em Nova Iorque. Teoria Econômica Entre os amigos e alunos de Mises na Europa, incluem-se Wilhelm Röpke e Alfred Müller-Armack (assessores do chanceler da Alemanha Ludwig Erhard), Jacques Rueff (conselheiro econômico de Charles de Gaulle) e o presidente italiano Luigi Einaudi e Leonid Hurwicz, vencedor do Prêmio Nobel de Economia em 2007 O economista e teórico político F. A. Hayek ao brindar Mises em uma festa disse: "É um dos mais educados e informados homens que eu já conheci ..." Paul Samuelson, um dos mais influentes economistas do século XX, inseriu Mises em sua lista imaginária daqueles que receberiam o Prêmio Nobel, caso a categoria de Economia fosse instituída desde o começo, em 1901, junto às demais. Mises escreveu e lecionou incansavelmente, divulgando o liberalismo clássico, sendo um dos líderes da Escola Austríaca de economia. Em Human Action, Mises revelou o fundamento conceitual da economia, que chamou de praxeologia, a ciência da ação humana. Muitos de seus trabalhos tratavam de dois temas econômicos relacionados: economia monetária e inflação. diferenças entre economias planificadas e livre mercado. Mises defendia que as pessoas demandam dinheiro por causa da sua utilidade como meio para aquisição de outros bens, não por algum valor intrínseco desse, e que qualquer expansão de oferta de crédito causa ciclos econômicos. Era defensor convicto do free banking (sistema bancário não regulado com concorrência inteiramente livre). Mises sugeriu que o socialismo falha no aspecto econômico por causa do problema do cálculo econômico — o uso de uma economia planejada em substituição ao mercado na alocação dos fatores de produção. Em artigo de 1920, Mises argumentou que, sem uma economia de mercado não haveria um sistema de preços funcional, o qual considerava essencial para alcançar uma alocação racional dos bens de capital para os seus usos mais produtivos. O socialismo falha porque a demanda não pode ser conhecida sem preços estabelecidos pelo mercado. A crítica de Mises da via socialista para o desenvolvimento econômico é conhecida: Oskar Lange iniciou a reflexão socialista sobre esse assunto a partir do ponto de vista de Mises, com o ensaio editado em outubro de 1936, On the Economic Theory of Socialism, publicado na Review of Economic Studies. Os argumentos de Mises foram ampliados por economistas austríacos posteriores, como Hayek. Em Intervencionismo, uma Análise Econômica (1940), Ludwig von Mises escreveu: Influenciados Muitos economistas e estudiosos foram influenciados pelas ideias de Von Mises. Entre os mais notáveis podemos destacar Israel Kirzner, Friedrich Hayek, Hans Sennholz, Ralph Raico, Leonard Liggio, George Reisman, Henry Hazlitt e Murray Rothbard. O trabalho de Von Mises também é creditado por influenciar personalidades como Leonard Read (fundador da ONG "Foundation for Economic Education"), o poeta Max Eastman e a dramaturga Ayn Rand. As ideias de Mises foram também considerados uma forte influência para a política Reaganomics do presidente norte-americano Ronald Reagan. Críticas Segundo o historiador econômico Bruce Caldwell, com a ascendência do Positivismo e do Keynesianismo, von Mises veio a ser considerado por muitos como o "economista anticientífico". (carece de explicação). O livro de 1927 von Mises "Liberalismo" tem sido criticado pelos seus supostos comentários favoráveis ao fascismo. Marxistas como Herbert Marcuse e Perry Anderson, assim como o escritor alemão Claus-Dieter Krohn, alegaram que o autor era favorável ao fascismo italiano, por discutir o seu combate ao socialismo. Recentemente o economista J. Bradford DeLong e sociólogo Richard Seymour, repetiram as mesmas críticas. Von Mises escreveu naquele livro: Não se pode negar que o fascismo e movimentos semelhantes, visando o estabelecimento de ditaduras são cheios de boas intenções e que sua intervenção, em dado momento, salvou a civilização europeia. O mérito que o fascismo ganhou assim, por si só viverá eternamente na história. Mas apesar da sua política ter sido a salvação do momento, ela não é do tipo que possa garantir um sucesso contínuo. O Fascismo foi um improviso para fazer face a uma emergência. Entendê-lo como algo mais que isso seria um erro fatal.O biógrafo de Mises Jörg Guido Hülsmann chama a crítica de que Mises justificou o fascismo de "absurda", apontando para o resto da citação na qual ele chamou o fascismo de perigoso e o descreve como um "erro fatal" classificando-o como um "improviso de emergência" contra a crescente ameaça do comunismo e o socialismo, este exemplificado pelos bolcheviques na Rússia. Ver também Filosofia da economia História do pensamento económico Instituto Ludwig von Mises Brasil Revolução marginalista PROUT Bibliografia Em português A Mentalidade Anticapitalista, LVM Editora; 3ª edição (1 janeiro 2017), ISBN-10 8593751059 Ação Humana: Um Tratado de Economia, LVM Editora; 3ª edição (1 janeiro 2010), ISBN-10 8562816833 As Seis Lições, LVM Editora; 9ª edição (16 abril 2018), ISBN-10 8593751253 Intervencionismo: Uma Análise Econômica, LVM Editora; 4ª edição (1 janeiro 2018), ISBN-10 8593751652 Liberalismo: Segundo a Tradição Clássica, LVM Editora; 2ª edição (1 janeiro 2010), ISBN-10 8562816159 O Cálculo Econômico sob o Socialismo, LVM Editora; 1ª edição (1 janeiro 2012), ISBN-10 8581190073 O Mercado. Rio de Janeiro: J. Olympio/Instituto Liberal, 1985. 151p. O Livre Mercado e Seus Inimigos. São Paulo: Vide Editorial. 2016. 140p. Marxismo Desmascarado. São Paulo: Vide Editorial. 2016. 160p. Burocracia. São Paulo: Vide Editorial. 2016. 152p. Socialismo: Uma Análise Econômica e Sociológica. Editora KONKIN. 2021. 590p. Outros idiomas Selected writings of Ludwig von Mises — Between the two World Wars: monetary disorder, interventionism, socialism and the Great Depression. Indianópolis, Liberty Fund, 2002. Socialism. Indianópolis, Liberty Fund, 1981. 569 p. The Theory of Money and Credit. Nova Iorque, Foundation for Economic Education, 1971. 493 p. Planning for Freedom. South Holland, Libertarian Press, 1980. 280 p. Nation, State and Economy — contributions to the politics and history of our time. Nova Iorque, New York University Press, 1983. 231 p. Planned Chaos. Nova Iorque, Foundation for Economic Education, 1977. 90p.[b] Bureaucracy. New Rochell, Arlington House, 1969. 125 p. Money, Method, and the market process. Norwell, Kluwer Academic Publishers, 1990. 325 p. On the Manipulation of money and credit. Dobbs Ferry, Free Market Books, 1978. Omnipotent governmet — the rise of the total state and total war. New Rochell, Arlington House, 1985. 291 p. The ultimate foundation of economic science. Kansas City, Shed Andrews and McMeel, 1976. Economic Freedom and Interventionism — an anthology of articles and essays. Nova Iorque, Foundation for Economic Education, 1990. Epistemological problems of economics. Nova Iorque. New York University Press, 1981. 239 p. Notes and recollections. South Holland, Libertarian Press, 1978. Essays on some unsettled questions of political economic. Clifton: A. M. Kelley, 1974. 164p. The historical setting of the Austrian School of Economics. Auburn: Ludwig von Mises Institute, c1984. 47p. Liberty. Auburn: Ludwig von Mises Institute, c1988. 29p. Ludwig von Mises, notes and recollections. Spring Mills: Libertarian Press, c1978. 181p. Planificación para la libertad: y otros dieciséis ensayos y conferencias. Buenos Aires: Centro de Estudios sobre la libertad, 1986. 350p. Politique economique: reflexions pour aujord’hui et pour demain. Paris: Institut Economique de Paris, 1983. Ligações externas Austríacos expatriados nos Estados Unidos Naturais de Lviv Austro-húngaros Economistas da Áustria Judeus da Áustria Anarcocapitalistas da Áustria Agnósticos Anticomunistas Escola Austríaca Liberais clássicos Economistas do século XX Filósofos do século XX Alunos da Universidade de Viena Professores da Universidade de Viena Professores da Universidade de Genebra Professores da Universidade de Nova York Economistas da Escola Austríaca Escritores da Áustria Filósofos da Áustria !Mais Teoria da História na Wiki (Wikiconcurso de edição) Escritores sobre economia
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A Civilização Fenícia (em fenício: 12px|��‏12px|��‏, Knaˁn; ; ; ; ) foi uma civilização da Antiguidade cujo epicentro se localizava no norte da antiga Canaã, ao longo das regiões litorâneas dos atuais Líbano, Síria e norte de Israel. A civilização fenícia foi uma cultura comercial marítima empreendedora que se espalhou por todo o mar Mediterrâneo durante o período que foi de a . Os fenícios realizavam comércio através da galé, navio movido a velas e remos, e são creditados como os inventores dos birremes. Não se conhece com exatidão a que ponto os fenícios viam a si próprios como uma única etnia; sua civilização estava organizada em cidades-estado, de forma semelhante à Grécia Antiga; cada uma destas constituía uma unidade política independente, que frequentemente entravam em conflito e podiam dominar umas as outras, embora também colaborassem através de ligas e alianças. Embora as fronteiras destas culturas antigas fossem incertas e inconstantes, a cidade de Tiro parece ter marcado seu ponto mais meridional. Sarepta (atual Sarafant), entre Sídon e Tiro, é a cidade mais extensivamente escavada pelos arqueólogos em território fenício. Os fenícios foram a primeira sociedade a fazer uso extenso, em nível estatal, do alfabeto. O alfabeto fonético fenício é tido como o ancestral de todos os alfabetos modernos, embora não representasse as vogais (que foram adicionadas mais tarde pelos gregos). Os fenícios falavam o idioma fenício, que pertence ao grupo canaanita da família linguística semita, e considerada língua irmã do hebraico Através do comércio marítimo, os fenícios espalharam o uso do alfabeto até o Norte da África e Europa, onde foi adotado pelos antigos gregos, que o passaram aos etruscos, que por sua vez o repassaram aos romanos. Além de suas diversas inscrições, os fenícios deixaram diversos outros tipos de fontes escritas, porém poucas sobreviveram até os dias de hoje. A Praeparatio evangelica, de Eusébio de Cesareia, faz citações extensas de Filo de Biblos e Sanconíaton. Etimologia O termo fenício, por intermédio do latim poenicus (posteriormente punicus), vem do grego antigo phoinikes, atestado desde Homero, e influenciado por phoînix, "púrpura tíria", "carmesim"; "murex" (que por sua vez vem de phoinos "vermelho cor de sangue"). O termo foi atestado no Linear B como po-ni-ki-jo, de onde teria sido emprestado do egípcio antigo Fenkhu (Fnkhw), "povo sírio". A associação entre phoinikes e phoînix espelha uma antiga etimologia popular presente no fenício, que associava Kina'ahu ("Canaã", "Fenícia") com kinahu ("carmesim"). A região era conhecida entre os nativos como Kina'ahu, forma citada no por Hecateu sob a forma (influenciada pelo grego) de Khna (χνα), e seu povo como Kena'ani. História Origens: Em termos de arqueologia, língua e religião, pouco separa os fenícios das outras culturas da região de Canaã. Como canaanitas, sua única diferença eram seus notáveis feitos marítimos. Nas tabuletas de Amarna do , chamam-se de Kenaani ou Kinaani ("canaanitas"), embora estas cartas antecedam a invasão dos Povos do Mar em mais de um século. Bem mais tarde, no , Hecateu de Mileto escreve que a Fenícia era chamada anteriormente de χνα, um nome que Filo de Biblos adotou posteriormente em sua mitologia como seu epônimo para os fenícios: "Khna, que posteriormente foi chamado de Phoinix." Já no . expedições marítimas eram feitas pelos egípcios para trazer "cedros-do-líbano". O relato de Heródoto (escrito por volta de ) se refere aos mitos de Io e Europa: Estudos genéticos Spencer Wells, do Genographic Project, realizou estudos genéticos que demonstraram que a população masculina do Líbano, Malta, Espanha, e outras áreas colonizadas pelos fenícios, partilham o mesmo cromossomo-Y M89. As populações masculinas que habitam as áreas associadas com a Civilização Minoica e os Povos do Mar têm marcadores genéticos totalmente diferentes, o que indica que não existia relação ancestral entre os fenícios e estes povos. Em 2004, dois geneticistas da Universidade Harvard, importantes cientistas do Projeto Genográfico da National Geographic, Pierre Zalloua e Wells, identificaram "o haplogrupo dos fenícios" como sendo o haplogrupo J2, deixando aberto o caminho para estudos futuros. A população masculina da Tunísia e de Malta também foi incluída nestes estudos, e mostrou partilhar "contundentes" semelhanças genéticas com os libaneses. Em 2008 cientistas do Genographic Project anunciaram que "até um em cada 17 homens vivendo atualmente no litoral do Norte da África e sul da Europa pode ter um ancestral fenício direto em sua linhagem paterna." Apogeu: 1200–800 a.C. O historiador francês Fernand Braudel comentou em seu livro, A Perspectiva do Mundo, que a Fenícia foi um dos primeiros exemplos de uma "economia-mundial" cercada por impérios. O ponto alto da cultura fenícia e de seu poder marítimo costuma ser datado como o período que vai de a Diversos dos importantes centros urbanos fenícios, no entanto, teriam sido fundados muito antes disso: Biblos, Tiro, Sídon, Simira, Arwad e Beirute (Berytus) são citadas nas tabuletas de Amarna. A arqueologia identificou elementos culturais do zênite fenício já no Uma liga formada por cidades-estado portuárias independentes, juntamente com outras situadas em ilhas ou ao longo dos litorais do mar Mediterrâneo, era muito apropriada para o comércio entre a região do Levante, rica em recursos naturais, e o resto do mundo antigo. Durante o início da Idade do Ferro, por volta de , um evento até agora desconhecido ocorreu, associado historicamente com a chegada de um povo vindo do norte, conhecido pelo exônimo de Povos do Mar. Estes povos enfraqueceram e destruíram as civilizações egípcia e hitita, respectivamente; no vácuo de poder que se seguiu à sua chegada, diversas cidades fenícias adquiriram importância como potências marítimas. As sociedades fenícias estavam fundamentadas em três bases de poder: o rei; o templo e seus sacerdotes; e o conselho de anciãos. Biblos foi a primeira cidade a se tornar um centro predominante, a partir de onde os fenícios saíram para dominar as rotas comerciais dos mares Mediterrâneo e Eritreu (Vermelho). Foi nesta cidade que a primeira inscrição no alfabeto fenício foi encontrada, no sarcófago de Airã (c. ). Posteriormente, Tiro tornou-se a cidade mais poderosa; um de seus reis, o sacerdote Itobaal I () estendeu seu domínio sobre a Fenícia até a cidade de Beirute, e conquistou parte da ilha de Chipre. Cartago foi fundada pelos fenícios; de acordo com Veleio Patérculo, sua fundação ocorreu 65 anos antes da fundação de Roma, pela tíria Elissa, chamada de Dido. O conjunto de cidades-reino que formavam a Fenícia passou a ser conhecido por estrangeiros, e até mesmo pelos próprios fenícios, como Sidônia (Sidonia) ou Tíria (Tyria); os fenícios e cananeus eram chamados de sidônios ou tírios, à medida que uma cidade fenícia sucedeu a outra no poder. Declínio: Ciro, o Grande, rei da Pérsia, conquistou a Fenícia em Os persas dividiram a Fenícia em quatro reinos vassalos: Sídon, Tiro, Arwad, e Biblos. Estes reinos prosperaram, e forneceram frotas navais para os reis persas. A influência fenícia, no entanto, passou a diminuir depois da conquista; é provável que boa parte da população fenícia tenha migrado para Cartago e outras colônias depois do domínio persa. Em 350 e uma rebelião em Sídon liderada por Tennes foi esmagada por Artaxerxes III; sua destruição foi descrita por Diodoro Sículo. Alexandre, o Grande conquistou Tiro em após o Cerco de Tiro. Alexandre foi excepcionalmente cruel com a cidade, executando 2 000 de seus principais cidadãos, embora tenha mantido o rei no poder. Em seguida tomou posse das outras cidades de maneira pacífica; o soberano de Árados submeteu, e o rei de Sídon foi deposto. A ascensão da Grécia helenística gradualmente tomou o lugar dos resquícios do antigo domínio fenício sobre as rotas comerciais do leste do Mediterrâneo. A cultura fenícia acabou por desaparecer totalmente em sua pátria de origem, embora Cartago tenha continuado a florescer no Norte da África, controlando a mineração de ferro e metais preciosos na Ibéria, e utilizando seu poder naval considerável e seus exércitos de mercenários para proteger seus interesses comerciais, até a eventual destruição pelas tropas romanas em , no fim das Guerras Púnicas. Depois de Alexandre, a pátria fenícia foi controlada por uma sucessão de soberanos helenísticos: Laomedonte (), Ptolemeu I (), Antígono II (), Demétrio (), e Seleuco (). Entre , a Fenícia (com a exceção de Árados) foi dominada pelos Ptolemeus do Egito, que instauraram os sumos-sacerdotes da deusa Astarte (Eshmunazar I, Tabnit, Eshmunazar II) como soberanos vassalos de Sídon. Em a Fenícia, juntamente com a Síria, voltou para a mão dos Selêucidas. A região ficou cada vez mais helenizada, embora Tiro tenha se tornado autônoma em , seguida por Sídon em Toda a Síria, incluindo a Fenícia, foi capturada pelo rei Tigranes, o Grande, da Armênia, de 82 a , quando o monarca foi derrotado pelo general romano Lúculo. Em Pompeu, o Grande finalmente incorporou o território à província romana da Síria. Comércio Os fenícios foram alguns dos maiores comerciantes de seu tempo, e deviam muito de sua prosperidade ao comércio. Inicialmente mantinham relações comerciais apenas com os gregos, vendendo madeira, escravos, vidro e a púrpura de Tiro em pó. Esta célebre tinta de forte cor púrpura era muito usada pela elite grega para colorir suas vestes; o termo fenício vem do grego antigo phoínios, que significa "púrpura". À medida que o comércio e o processo de colonização se espalhou sobre o Mediterrâneo, os fenícios e gregos parecem ter, de maneira inconsciente, dividido aquele mar em duas partes; os fenícios navegavam pela (e eventualmente dominaram) parte meridional do mar, enquanto os gregos mantinham suas atividades nas costas setentrionais. As duas culturas se confrontaram muito esporadicamente, como na Sicília, que eventualmente foi repartida em duas esferas de influência, a fenícia no sudoeste e a grega no nordeste da ilha. , os fenícios foram por séculos a principal potência naval e mercantil da região. O comércio fenício foi fundado com base na tinta conhecida como púrpura tíria, uma tinta de um púrpura profundo, derivado da concha do molusco gastrópode Murex, que anteriormente era encontrado com abundância nas águas costeiras do leste do Mediterrâneo, e que acabou sendo extinta. As escavações de James B. Pritchard em Sarepta, no Líbano atual, mostraram conchas esmagadas do molusco, e recipientes de cerâmica manchados com a tinta produzida no local. Os fenícios fundaram um segundo centro de produção da tinta em Mogador, no atual Marrocos. Produtos têxteis de cores brilhantes eram símbolos característicos de riqueza na sociedade fenícia, bem como o vidro, outro importante item de exportação. Os fenícios também trouxeram para a região do Mediterrâneo cães de origem africana e asiática, que acabaram por dar origem a diversas raças locais. O Egito, onde as vinhas não podiam ser cultivadas devido ao clima, comprava vinho dos fenícios do ; este comércio está documentado de maneira destacada nos navios naufragados descobertos em 1997 no alto-mar, a 30 milhas a oeste de Ascalão. Fornos de cerâmica em Tiro e Sarepta produziam as grandes jarras de terracota usadas para o transporte do vinho; o Egito pagava com ouro vindo da Núbia. De outros lugares obtinham diferentes materiais, dos quais talvez os mais importantes sejam a prata, obtida da Península Ibérica, e o estanho, da Grã-Bretanha (este último era fundido com o cobre (do Chipre), criando uma liga metálica mais durável, o bronze. Estrabão afirma que existia um comércio altamente lucrativo entre a Fenícia e a Britânia. Os fenícios estabeleceram entrepostos comerciais ao longo do Mediterrâneo, dos quais o mais importante, estrategicamente, era Cartago, no Norte da África. Antigas mitologias gaélicas mencionam um influxo de fenícios/citas à Irlanda, liderados por Fênio Farsa. Outros fenícios também navegaram para o sul, ao longo da costa africana; uma expedição cartaginesa liderada por Hanão, o Navegador, explorou e colonizou o litoral atlântico da África até o golfo da Guiné, e, de acordo com Heródoto, uma expedição fenícia enviada para o mar Vermelho pelo faraó Necao II, por volta de , chegou até mesmo a circum-navegar o continente e retornar, passando pelos Pilares de Hércules (o estreito de Gibraltar) três anos depois. Em alusão a este périplo, nos anos os cartagineses cunharam moedas em ouro com uma imagem no reverso que muitos julgam representar o mar mediterrâneo e a oeste o continente americano. Cultura Língua e literatura Formado por 22 letras o alfabeto fenício foi um dos primeiros alfabetos a ter uma forma rígida e consistente. Presume-se que seus caracteres lineares simplificados se originaram a partir de um alfabeto semítico pictórico ainda não atestado, que teria sido desenvolvido alguns séculos antes no sul do Levante. O precursor do alfabeto fenício provavelmente tinha origem egípcia, como os alfabetos da Idade do Bronze Média do sul do Levante lembram os hieróglifos egípcios ou, mais especificamente, um sistema alfabético de escrita encontrado em , no Egito central. Além de ter sido antecedido pelo proto-canaanita, o alfabeto fenício também teve como antecessor uma escrita alfabética de origem mesopotâmica chamada ugarítica. O desenvolvimento do alfabeto fenício a partir do proto-canaanita coincidiu com o início da Idade do Ferro, no O alfabeto foi descrito como um abjad, uma escrita que não representa as vogais. As primeiras duas letras, aleph e beth deram o seu nome. A representação mais antiga conhecida do alfabeto fenício foi a inscrição do sarcófago do rei Airã, de Biblos, que data no máximo do Inscrições fenícias foram encontradas no Líbano, Síria, Israel, Chipre e diversas outras localidades até os primeiros séculos da Era Cristã. Os fenícios foram responsáveis por espalhar o uso de seu alfabeto por todo o mundo mediterrâneo. Comerciantes fenícios levaram este sistema de escrita ao longo das rotas comerciais do mar Egeu, chegando a Creta e à Grécia; os gregos adotaram a maior parte das letras, alterando, no entanto, algumas delas para vogais, dando origem ao primeiro alfabeto real. O idioma fenício está classificado no subgrupo canaanita do ramo noroeste da família linguística semita. Seu descendente posterior no Norte da África é conhecido como púnico. Nas colônias fenícias ao redor do Mediterrâneo ocidental, a partir do , o fenício foi definitivamente suplantado pelo púnico, variante que continuava a ser falada no ; Santo Agostinho, por exemplo, cresceu no Norte da África e o idioma lhe era familiar. Arte A arte fenícia não tem as características exclusivas que a distinguem de seus contemporâneos; isto se deve por ter sido altamente influenciada por culturas artísticas estrangeiras, principalmente o Egito, Grécia e Assíria. Os fenícios que estudavam às margens do Nilo e do Eufrates conquistavam uma ampla experiência artística, e acabavam por desenvolver sua própria arte na forma de um amálgama de modelos e perspectivas internacionais. Em artigo do New York Times publicado em 5 de janeiro de 1879, a arte fenícia foi descrita da seguinte maneira: "Ela entrava nos trabalhos dos outros homens e aproveitava ao máximo sua herança. A Esfinge do Egito se tornou asiática, e sua nova forma foi transplantada para Nínive, por um lado, e para a Grécia, no outro. As rosetas e outros padrões dos cilindros babilônios foram introduzidos ao artesanato fenício, e passados desta maneira para o Ocidente, enquanto o herói do antigo épico caldeu primeiro se tornou o Melcarte tírio, e, posteriormente, o Héracles, da Hélade.". Religião Os fenícios eram politeístas, e cultuaram diferentes divindades, muitas oriundas de culturas vizinhas, ao longo de sua história. As evidências do estão Adônis, Amon, Astarte, Baal Safon, Baalat Gebal ("Senhora de Biblos"), Baal Shemen (consorte de Baalat Gebal), El (Deus criador e pai dos deuses) Eshmun (Deus da medicina), Hail , Ísis, Melcarte, Osíris, Shed, o venerável Reshef (Reshef da Flecha, Deus das pragas),Yam (Deus dos Mares e do Caos, inimigo dos Deuses) YHWY e Gebory-Kon. Já no milênio seguinte foram registrados outros, como Chusor(Kothar-wa-Khasis), Dagon (Deus dos grãos), Eshmun-Melcarte, Milkashtart, Reshef-Shed, Shed-Horon e Tanit-Astarte. Os fenícios conservavam ritos bem arcaicos, como a prostituição divina e o sacrifício de crianças (em particular dos primogênitos) e de animais. A maioria dos rituais religiosos eram feitos ao ar livre. Influência na região do Mediterrâneo A cultura fenícia teve um grande impacto sobre as culturas da bacia do Mediterrâneo no início da Idade do Ferro, que por sua vez também os influenciaram enormemente. Na Fenícia, por exemplo, a divisão tripartida entre Baal, Mot e Yam parece ter sido influenciada pela divisão que havia na mitologia grega entre Zeus, Hades e Posídon. Os templos fenícios dedicados a Melcarte nos diversos portos mediterrâneos passaram a ser conhecidos, durante o período clássico da história grega, como sagrados para Héracles. Histórias como o Rapto de Europa e a chegada de Cadmo também apresentam influências fenícias. A recuperação da economia mediterrânea, após o colapso ocorrido no fim da Idade de Bronze, parece ser em grande parte obra dos comerciantes e príncipes-mercadores fenícios, que restabeleceram o comércio de longa distância, como o existente entre o Egito e a Mesopotâmia, durante o A revolução jônia foi, pelo menos na história lendária, liderada por filósofos como Tales de Mileto e Pitágoras, ambos filhos de pais fenícios. Motivos fenícios também estão presentes no período orientalizante da arte grega, e desempenharam um papel formativo na civilização etrusca, na região da Toscana, da península Itálica. Existem diversos países e cidades no mundo cujos nomes são derivados da língua fenícia, como Altiburius, cidade da Argélia, a sudoeste de Cartago, que vem do fenício "Iltabrush"; Bosa, na Sardenha, do fenício "Bis'en"; Cádis, na Espanha, do fenício "Gadir"; Dhali (Idalion), no centro da ilha de Chipre, do fenício "Idyal"; Érice (Erice), na Sicília, do fenício "Eryx"; Malta, ilha no Mediterrâneo, do fenício "Malat" ('refúgio'); Mário, cidade no Chipre ocidental, do fenício "Aymar"; Oed Dekri, na Argélia, do fenício "Idiqra"; e Espanha, do fenício "I-Shaphan" ('Terra dos Híraces'), latinizado posteriromente como Hispania ("Hispânia"). Na Bíblia O fenício Hirão, na Bíblia, foi associado com a construção do Templo de Salomão: Hirão seria Hiram Abiff, arquiteto do Templo segundo a crença maçônica; ambos teriam sido muito famosos por sua tinta púrpura. Posteriormente, profeta Elias execrou Jezebel, princesa de Tiro que se tornou consorte do rei Acabe e introduziu o culto de seus Deuses, entre eles Baal. Muito depois da cultura fenícia ter florescido, ou mesmo da existência da Fenícia como entidade política, os canaanitas helenizados naturais da região ainda eram conhecidos como "siro-fenícios", como no Evangelho de Marcos, 7:26: "E esta mulher era grega, sirofenícia de nação…". O termo Bíblia, que vem do grego antigo "biblion", "livro", deu origem ao nome da cidade fenícia helenizada de Biblos, que até então era chamada de Gebal. Os gregos deram-lhe este nome porque era de lá que vinha o papiro egípcio (Bύβλος, byblos) que era importado pelas cidades da Grécia. A Biblos atual é conhecida em árabe como Jbeil (جبيل, Ǧubayl), que vem de Gebal. Hippoi Os gregos tinham dois nomes para os navios fenícios: hippoi e galloi. Galloi significa "banheiras" e hippoi, "cavalos". Os nomes são facilmente compreensíveis através das ilustrações de navios fenícios nos palácios dos reis assírios dos séculos , onde os navios têm forma de banheiras com cabeças de cavalos em suas extremidades. É possível que estes hippoi estariam relacionados às ligações fenícias com o deus grego Posídon. Ilustrações As portas de Tel Balawat () podem ser encontradas no palácio de Salmanaser III, um rei assírio, próximas a Nimrud. São feitas de bronze, e mostram navios chegando para prestar homenagens a Salmanaser. O baixo-relevo de Corsabade () mostra o transporte de madeira (provavelmente cedro-do-líbano). Encontra-se no palácio construído especificamente para Sargão I, outro rei assírio, em Corsabade, no norte do atual Iraque. Relações com os gregos Comércio No fim da Idade do Bronze (por volta de ), havia intenso comércio entre os canaanitas (ancestrais dos fenícios), egípcios, cipriotas e gregos. Nos restos de um naufrágio ocorrido no litoral da Turquia (Ulu Bulurun), cerâmica canaanita usada para o transporte de mercadoria foi encontrada juntamente com objetos de cerâmica do Chipre e da Grécia. Os fenícios eram célebres por suas habilidades ao trabalhar com o metal, e, ao fim do , as cidades-estado gregas mandavam enviados ao Levante para obter mercadorias de metal. O auge da atividade comercial fenícia se deu por volta dos séculos Nesta altura ocorre uma dispersão das importações (cerâmica, pedra e faiança) do Levante indicando um canal comercial fenício até a Grécia continental, através do Egeu central. Em Atenas existem poucas evidências deste comércio, com apenas algumas importações do Oriente, porém outras cidades litorâneas gregas contém uma quantidade abundante destas mercadorias originárias da região, evidenciando este comércio. Al-Mina é um exemplo específico do comércio que era realizado entre os gregos e fenícios. Já se levantou a hipótese de que, por volta do , comerciantes da Eubeia teriam estabelecido uma ligação comercial com a costa levantina, utilizando-se de Al-Mina, na Síria, como base para este empreendimento, embora ainda não se saiba até que ponto seriam reais estas alegações. Os fenícios até mesmo obtiveram seu nome dos gregos, devido às suas atividades comerciais; seu produto mais célebre era a tinta púrpura, conhecida em grego como phoenos. Alfabeto O alfabeto fonético fenício foi adotado e modificado pelos gregos, provavelmente por volta do (na mesma época das ilustrações dos hippoi fenícios). Isto provavelmente não ocorreu de uma vez, mas sim ao fim de um longo processo de intercâmbios comerciais. Possivelmente neste período também tenha ocorrido igualmente a adaptação de algumas ideias religiosas. Heródoto cita a cidade de Tebas, no centro da Grécia, como o local específico onde esta importação do alfabeto teria ocorrido. O lendário herói fenício Cadmo é quem leva o crédito por ter trazido o alfabeto à Grécia, porém é mais plausível que tenha sido levado por migrantes fenícios para a ilha de Creta, de onde se expandiu gradualmente para o norte. Ligações com a mitologia grega Cadmo Tanto na mitologia fenícia quanto na grega Cadmo é um príncipe fenício, filho de Agenor, rei de Tiro. Heródoto atribui a Cadmo o mérito de levar o alfabeto fenício à Grécia, aproximadamente seiscentos anos antes da época em que o próprio Heródoto viveu, ou seja, por volta de . "Os fenícios que haviam acompanhado Cadmo e no número dos quais figuravam os gefireus, introduziram na Grécia, durante sua permanência nesse país, vários conhecimentos, entre eles os alfabetos que eram, na minha opinião, até então desconhecidos no país. A princípio, os gregos fizeram uso dos caracteres fenícios, mas, com o correr do tempo, as letras foram-se modificando com a língua e tomaram outra forma.". Deuses fenícios do mar Devido ao grande números de divindades que seguem o modelo de "Senhor dos Mares" nas mitologias clássicas, é difícil atribuir um nome específico à divindade marinha da religião fenícia. Esta figura "Posídon-Netuno" é mencionada por autores e em diversas inscrições como muito importante para mercadores e marinheiros, porém o seu nome específico ainda está por ser descoberto. Existem, no entanto, nomes específicos usados para cada cidade-Estado, separadamente, a suas divindades marinhas locais. O deus dos mares de Ugarit, por exemplo, era Yamm. Yamm e Baal, o deus das tempestades da mitologia ugarítica, frequentemente associado a Zeus, se enfrentam numa batalha épica pelo domínio do universo. Como Yamm é o deus dos mares, ele representa o vasto caos. Baal, por outro lado, representa a ordem. Na mitologia ugarítica, Baal derrota Yamm; em algumas versões do mito, ele o mata com uma clava feita especialmente para ele, e, em outras, a deusa Astarte (Athtart) salva Yamm e lhe ordena que fique em seus próprios domínios, já que fora derrotado. Yamm é o irmão do deus da morte, Mot. Alguns estudiosos identificaram Yamm com Posídon, embora ele também tenha sido identificado com Ponto. Notas e referências Bibliografia Aubet, Maria Eugenia, The Phoenicians and the West: Politics, Colonies and Trade, tr. Mary Turton (Bryn Mawr Classical Review, 2001: review) The History of Phoenicia, publicado em 1889 por George Rawlinson, disponível no Project Gutenberg (; o texto de Rawlinson, do , precisa de atualizações para uma compreensão histórica). , para um exame crítico da evidência do comércio fenício com o sudoeste do Reino Unido. Thiollet, Jean-Pierre, Je m'appelle Byblos, H & D, Paris, 2005. ISBN 2 914 266 04 9 Ligações externas Expedição Navio Fenício. phoenicia.org.uk Enciclopedia de História Fenícia. www.ancientopedia.com Rincon, Paul. Legado dos antigos desbravadores do mar. BBC News, 31 de outubro de 2008.
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A letra O (ô ou ó) é a décima quinta letra do alfabeto latino. História Tem sua origem no ain dos fenícios que era representado pelo desenho de um olho (ain em fenício). Os gregos possuíam duas versões para a letra: o ómega (O mega é literalmente "O grande" em grego) que era usado para representar o som de o longo, e o ómicron (O micron, "O pequeno") usado para designar o som de o breve. Desde seu surgimento, a letra O manteve sua forma aproximada de um círculo. Fonética e códigos Em português, a letra O pode ter os valores fonéticos [o] (semicerrada), como em bolo; [ɔ] (semiaberta), como em cobra; [u] como em pato, ou [õ] (semicerrada nasal), como em orações ou ontem. Significados Em química, O é símbolo do elemento oxigênio; Em português, o pode ser: Artigo definido masculino singular; Pronome pessoal oblíquo da terceira pessoa do singular; Pronome demonstrativo equivalente a "aquele"; Com acento agudo (ó), interjeição usada em vocativos. Alfabeto latino
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A letra Y (ípsilon ou i grego) é a vigésima quinta letra do alfabeto latino. Originalmente, no latim, a letra Y representava a vogal grega anterior fechada arredondada. Tal som vocálico não existe mais no grego moderno. História O y tem suas origens no alfabeto fenício onde era representado pela letra waw. Ao chegar aos gregos recebeu o nome de upsilon, letra que representava o som da atual letra u. Com a conquista da Grécia pelos romanos no século I a.C., o ípsilon foi incorporado ao alfabeto latino para transcrever palavras de origem grega, tendo o nome de ī Graeca, porque na época o u grego já anteriorizara-se, assemelhando-se a um i pronunciado com os lábios arredondados, som que é representado no Alfabeto Fonético Internacional por esta mesma letra, []. Na fonologia grega moderna não se arredondam mais os lábios ao pronunciá-la. No Brasil e em Portugal, o Formulário Ortográfico de 1943 aboliu a letra y do alfabeto, substituindo-a pelo i em todos os casos. O Acordo Ortográfico de 1990 restaurou a letra Y no alfabeto português, sem contudo restaurar o seu uso prévio, que continua restrito às abreviaturas, às palavras com origem estrangeira e seus derivados. No Brasil, o AO-1990 entrou em vigor a partir de 1º de janeiro de 2009 e tornou-se a única norma vigente a partir de 1° de janeiro de 2016. Fonética e códigos A informação de que o Formulário Ortográfico de 1943 aboliu o y não corresponde aos fatos. O FO, no item I, número 1, dizia: "O alfabeto do português consta FUNDAMENTALMENTE (destaque adicionado) de vinte e três letras" (cita as letras); e no número 2: "Além dessas letras, há três que só se podem usar em casos especiais: k, w, y." Conclusão: o alfabeto do português, pelo FO de 1943, tem vinte e seis letras: vinte e três fundamentais e três especiais. O Acordo Ortográfico de 1990 não "restaurou" o y. A doutrina é exatamente a mesma: k, w, y continuam só para usos especiais. O AO de 1990 apenas incluiu as três especiais na listagem das letras com a finalidade de deixar clara a sua posição na ordenação sequencial do conjunto do alfabeto. Significados O elemento químico Ítrio tem como símbolo o "Y". É geralmente utilizada na matemática para representar a segunda incógnita (sendo a representação mais usual a forma minúscula, "y"). O cromossomo masculino é representado pela letra Y. Alfabeto latino
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As Ilhas Sanduíche do Sul ou Ilhas Sandwich do Sul (do original South Sandwich Islands) formam um arco de onze pequenas ilhas vulcânicas no Atlântico Sul, a norte do Mar de Weddell, com extensão de 400 km da ilha Zavodovski, ao norte, à ilha Thule no sul, e estão a cerca de 760 km a sudeste da Geórgia do Sul. Desabitadas e cobertas por geleiras, as ilhas são Territórios britânicos ultramarinos, pertencendo ao território das Ilhas Geórgia do Sul e Sandwich do Sul. A sua área total é de apenas 311 km², dividida entre três ilhas principais (Montagu, Bristol e Saunders), e dois grupos de ilhas menores (Thule do Sul, a sul, e Traversay, a norte). As ilhas foram avistadas pela primeira vez em 1775 por James Cook, mas foi só em 1818 que foram pela primeira vez pisadas pelo homem, quando nelas desembarcou um grupo de caçadores de focas. Anexadas pela Grã-Bretanha em 1908, são reivindicadas pela Argentina desde 1943. Ver também Ilhas Geórgia do Sul e Sandwich do Sul História da Geórgia do Sul e Sandwich do Sul Referência Robert K. Headland, The Island of South Georgia, Cambridge University Press, 1984. (em inglês) Ligações externas "Ilhas Sandwich do Sul" em National Geographic Brasil Sandwich do Sul
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Marketing ou mercadologia ou, mais raramente, mercância, é a arte de explorar, criar e entregar valor para satisfazer necessidades e/ou desejos de um mercado consumidor. São usados produtos, serviços ou ideias que possam interessar aos consumidores. Para isso é necessário criar uma estratégia definida que será utilizada nas vendas, comunicações e no desenvolvimento do negócio. A finalidade do marketing é criar valor e chamar a atenção do cliente, gerando relacionamentos lucrativos para ambas as partes. As atividades de um gestor de marketing abrange diversas atividades, desde o estudo de mercado, a definição de uma estratégia de posicionamento de mercado, publicidade, propaganda e técnicas de vendas. Assim como na gestão de relacionamento com os clientes, que constituem uma área relativamente importante em qualquer empresa e exigem métodos e técnicas eficientes. Além disso, os potenciais clientes também são uma área de estudo a ser levada em consideração, pois, não basta confiar na base estabelecida para garantir a sustentabilidade financeira da empresa, tem de haver um esforço contínuo para não perder os clientes atuais e manter a atratividade de novos. Está habilitado (a) a prestar assessoria e consultoria a pequenos, médios e grandes negócios, desde que legalmente registrado em um Conselho de Administração (CFA), pois, desde 1967, a elaboração de pareceres, relatórios, planos, projetos, laudos, são funções privativas da profissão. Além dessas atribuições o encarregado pelo marketing é o zelador da marca, deverá promover e lançar novos produtos, definindo, por exemplo, as estratégias, o público-alvo, o preço a ser estabelecido e os canais de marketing. Em português, marketing, originalmente foi traduzido para mercadologia. Definição Seguem algumas definições consideradas mais significativas: sistematicamente, no uso cotidiano, significa "comercialização", mas também "realização". Engloba todo o conjunto de atividades de planejamento, concepção e concretização que visam à satisfação das necessidades dos clientes, presentes e futuras, através de produtos/serviços existentes ou novos. O marketing identifica a necessidade e cria a oportunidade. Abaixo, algumas definições citadas na literatura mundial: é uma função organizacional e um conjunto de processos que envolvem a criação, a comunicação e a entrega de valor para os clientes, bem como a administração do relacionamento com eles, de modo que beneficie a organização e seu público interessado. (AMA - American Marketing Association - Definição 2005). é a atividade, conjunto de instituições e processos para criar, comunicar, distribuir e efetuar a troca de ofertas que tenham valor para consumidores, clientes, parceiros e a sociedade como um todo. (AMA - American Marketing Association - Definição 2008). é um processo social por meio do qual pessoas e grupos de pessoas obtêm aquilo de que necessitam e o que desejam com a criação, oferta e livre negociação de produtos e serviços de valor com outros. é a entrega de satisfação para o cliente em forma de benefício (KOTLER e ARMSTRONG, 1999). são as actividades sistemáticas de uma organização humana voltadas à busca e realização de trocas para com o seu meio ambiente, visando a benefícios específicos. Marketing é uma atividade destinada a entender e atender as necessidades e desejos dos consumidores. é o conjunto de operações que envolvem a vida do produto, desde a planificação de sua produção até o momento em que é adquirido pelo consumidor (Dicionário Michaelis). é o conjunto de estratégias e acções que provem o desenvolvimento, o lançamento e a sustentação de um produto ou serviço no mercado consumidor (Dicionário Novo Aurélio). conjunto de operações executadas por uma empresa envolvendo a venda de um produto, desde a planificação de sua produção até o momento que é adquirido pelo consumidor (Dicionário Melhoramentos). se observada de forma pragmática, a palavra assume sua tradução literal: "mercado". Pode-se, então, afirmar que marketing é o estudo do mercado. É uma ferramenta administrativa que possibilita a observação de tendências e a criação de novas oportunidades de consumo visando à satisfação do cliente e respondendo aos objetivos financeiros e mercadológicos das empresas de produção ou prestação de serviços (FRAGA, Robson, 2006). é despertar, nos consumidores, suas necessidades reprimidas e demonstrar como supri-las através de produtos e/ou serviços. (NÓBREGA, Moacir, 2008). é a capacidade de identificar, por meio de estudos científicos do mercado, as necessidades e oportunidades de produtos e serviços gerados para um determinado público-alvo, trazendo benefícios financeiros e/ou administrativos aos clientes através de transações bilaterais. (JAQUES, Leonardo, 2009). O marketing de hoje deve ser entendido como uma forma de entender o cliente e satisfazer as suas necessidades e desejos. É o processo pelo qual as empresas criam valor para os clientes e constroem fortes relacionamentos com eles para capturar o seu valor de volta. ( KOTLER & ARMSTRONG, 2007: 4) Marketing é um processo social por meio do qual pessoas e grupos de pessoas obtêm aquilo de que necessitam e o que desejam com a criação, oferta e livre negociação de produtos e serviços de valor com outros (KOTLER, 2000) “Marketing é um processo social e gerencial pelo qual indivíduos e grupos obtêm o que necessitam e desejam através de criação, oferta e troca de produtos de valor com outros’’,diz Kotler (1998 p 27)”.  “Troca é o ato de obter um produto desejado de alguém, oferecendo algo em contrapartida.” (Kotler, 1998 p 29) ''A função básica do marketing é identificar as necessidades do consumidor e desenvolver produtos que os satisfaçam. Assim sendo, a função do marketing dentro de uma organização vai além da identificação das necessidades e desejos do consumidor, determinar quais mercados-alvos a organização pode atender melhor, planejar produtos, serviços e programas mais adequados que satisfaçam estes mercados, mas também convocar todos que participam da organização e pensar e servir os consumidores.'' ( MASO, 2010 p 3) "Marketing é a ciência social que visa potencializar objetivos institucionais e comerciais através de planos estratégicos e táticas, com base nos stakeholders em questão (todos envolvidos)." Ciência social – envolve pessoas, portanto não bastam apenas a lógica e os números, o bom senso, a intuição e a criatividade devem sempre ser levados em conta. Potencializar objetivos – aumentar as possibilidades, ir além dos resultados esperados no relacionamento individual (one to one), conseguir maior amplitude de ação e reação. Institucionais – melhorar e/ou ampliar a imagem. Comerciais – aumentar as transações financeiras. Planos estratégicos e táticas – Teoria e prática – Estudo e execução – Visão e ação. Stakeholders – Cadeia de valor. (Edson Zogbi 2014) Marketing, segundo Kotler (2011, p. 32), "é o processo social e gerencial pelo qual indivíduos e grupos obtêm o que necessitam e desejam através da criação, oferta e troca de produtos de valor com outros". O conceito contemporâneo de marketing engloba a construção de um satisfatório relacionamento a longo prazo do tipo "ganha-ganha" no qual indivíduos e grupos obtêm aquilo que desejam e necessitam. O marketing se originou para atender as necessidades de mercado, mas não está limitado aos bens de consumo. É também amplamente usado para "vender" ideias e programas sociais. Técnicas de marketing são aplicadas em todos os sistemas políticos e em muitos aspectos da vida. História Origens Apesar de encontrarmos suas "raízes" ao longo da história da humanidade, na própria gênese do comércio, o marketing é um campo de estudo novo se comparados com os demais campos dos saberes. Tal realidade manteve-se inalterada até fins da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), quando, então, reagindo ao crescimento da concorrência, mercadólogos começaram a teorizar sobre como atrair e lidar com seus consumidores. Surgiu, então, a cultura de "vender a qualquer preço". P.T. Barnum, autor de The art of money getting, foi um ícone deste período, cheio de truques que faziam da arte de vender quase um espetáculo de charlatanice e que faz com que até hoje os profissionais do mercado sejam vistos com desconfiança. Outros autores da época são W.D. Scott, autor de The psychology of advertising, e H.L Hollingworth, que escreveu Advertising and selling. As técnicas existentes baseavam-se mais na intuição do que na prática. Eram técnicas ingênuas e/ou maliciosas que estavam misturadas a ferramentas eficientes. Um dos fatores mais atuais de marketing encontra-se na parte dos virais e de ações coordenadas, onde a questão ética é fundamentada em fatores básicos da mercadológica. A ação de marketing é coordenada através de um plano de estratégia de marketing. Precursores Nos anos 1940, os primeiros estudos sobre o marketing vieram com trabalhos como o de Walter Dill Scott, sobre a aplicação da psicologia na propaganda e o de William J. Reilly sobre as leis de gravitação do varejo. A questão crucial era se as teorias de mercado podiam ou não se desenvolver. Autores como Roland Vaile e outros afirmavam que nunca seria possível desenvolver uma teoria mercadológica genuína, pois consideravam esta extremamente subjetiva, quase uma forma de arte. Por outro lado, Bartels e outros começavam a admitir que existia uma potencialidade para a teoria mercadológica se tornar uma ciência. Em 1954, pelas mãos de Peter Drucker ao lançar seu livro "A prática da administração", o marketing é colocado como uma força poderosa a ser considerada pelos administradores. Filosofias de administração de marketing Na maior parte das empresas, o marketing ocupava, há 70 anos, apenas um lugar modesto no organograma, o de um serviço comercial, composto por alguns vendedores e empregados e muitas vezes estava subordinado ao diretor de produção ou diretor administrativo, mas aos poucos, essa função foi-se alargando progressivamente e colocada no mesmo plano das outras direções de produção, financeira e de recursos humanos. Atualmente, pode-se ver a mesma empresa praticando diferentes filosofias de marketing ao redor do mundo e ver empresas usando filosofias diferentes do marketing em um mesmo mercado: orientação para produção, produto, venda, cliente e sociedade, podendo-se identificar na evolução do marketing as seguintes filosofias para sua administração. Orientação para produção: A grande questão, para as empresas, era produzir e não vender. O papel do marketing é, essencialmente, entregar produtos em locais onde possam ser comprados. Considera que os consumidores preferem os produtos de melhor qualidade, desempenho e aspectos inovadores. Portanto as organizações deveriam esforçar-se para aprimorar seus produtos permanentemente. Orientação para vendas: Uma orientação para vendas envolve a concentração das atividades de marketing na venda dos produtos disponíveis. Normalmente utilizada quando a oferta de produtos e serviços é maior do que a demanda. Ênfase em promoções e vendas. Orientação para o cliente: A função principal da empresa não é mais produzir e vender, mas satisfazer à clientela, consultando-a antes de produzir qualquer coisa, via estudos de mercado e com base nessa consulta, caso seja favorável, oferecer-lhe produtos/serviços/ideias de qualidade e valor, para que os consumidores voltem a comprar e a falar bem da empresa e de seus produtos. Orientação para o marketing societal (marketing socialmente responsável): Sustenta que a organização deve determinar as necessidades, desejos e interesses do mercado-alvo e então proporcionar aos clientes um valor superior de forma a manter ou melhorar o bem-estar do cliente e da sociedade. Orientação para o marketing holístico: nesta abordagem, a empresa deve tentar compreender e administrar toda a complexidade envolvida na gestão de marketing de uma empresa. Década de 1950 Os primeiros passos para a difusão do marketing foram dados por Peter Drucker, ainda que implicitamente, em 1954, com o lançamento do livro "A prática da administração". Não se tratava propriamente de um estudo detalhado sobre marketing, mas foi o primeiro registro escrito que cita esta ferramenta como uma força poderosa a ser considerada por administradores focados no mercado. Década de 1960 A primeira grande mudança neste cenário veio em 1960 por Theodore Levitt, mais tarde intitulado o "pai" do marketing, professor da Harvard Business School. Seu artigo na revista Harvard Business Review intitulado Miopia em marketing,Levit, Theodore, Marketing Myopia, Harvard Business Review, 1960 . revelou uma série de erros de percepção, mostrou a importância da satisfação dos clientes e transformou para sempre o mundo dos negócios. O "vender a qualquer custo" deu lugar à "satisfação garantida". O mundo do marketing começou a borbulhar, artigos científicos foram escritos, pesquisas feitas e dados estatisticamente relevantes traçados. Separou-se as estratégias eficientes das impressões empíricas e viu-se a necessidade de um estudo sério do mercado. Este conhecimento adquirido foi espalhado, difundido, apesar de muitas vezes de forma restrita ao mundo acadêmico. Em 1967, Philip Kotler, professor da Kellogg School of Management, lança a primeira edição de seu livro "Administração de marketing", onde reuniu, reviu, testou e consolidou as bases daquilo que até hoje formam o cânone do marketing. Talvez devido a estas influências, após este período ocorreu um grande desenvolvimento de marcas como Coca-Cola, Sears, Marlboro e Pepsi. Década de 1970 Nos anos 1970, destacou-se o fato de surgirem departamentos e diretorias de marketing em todas as grandes empresas. Não se tratava mais de uma boa ideia, mas de uma necessidade de sobrevivência. É nesta época que se multiplicam os supermercados, shoppings centers e franchises. De fato, a contribuição do marketing é tão notória no meio empresarial, que passa rapidamente a ser adotada em outros setores da atividade humana. O governo, organizações civis, entidades religiosas e partidos políticos passaram a valer-se das estratégias de marketing adaptando-as às suas realidades e necessidades. O marketing envolve questões financeiras, voltadas à sua teoria de "vender a qualquer custo", passando a ser vista de outra forma: "satisfação em primeiro lugar". Hoje em dia, o marketing está em praticamente todas as áreas. Década de 1980 Em 1982, o livro "Em busca da excelência", de Tom Peters e Bob Waterman, inaugurou a era dos gurus de marketing. Num golpe de sorte editorial, produziram o livro de marketing mais vendido de todos os tempos, ao focarem completamente sua atenção para o cliente. O fenômeno dos gurus levou o marketing às massas, e portanto as pequenas e médias empresas, e a todo tipo de profissional. Talvez por isso, e também por uma necessidade mercadológica, o marketing passou a ser uma preocupação direta da alta direção de todas as megacorporações, não estando mais restrita a uma diretoria ou departamento. O fenômeno dos gurus entretanto é responsável pelo posterior descuido com o rigor da investigação científica e uma tendência a modismos. Nesta época, floresceram diversos autores que logo caíram no anonimato e outros como Al Ries, por definir o conceito de "posicionamento"; Jay Conrad Levinson, por conceituar o "marketing de guerrilha"; e Masaaki Imai, pai do Kaizen, que ganharam reconhecimento no mundo dos negócios e reputação por suas ideias e abordagens originais. Década de 1990 Assim como fez em muitos outros setores, o avanço tecnológico dos anos 1990 teve um forte impacto no mundo do marketing. O comércio eletrônico foi uma revolução na logística, distribuição e formas de pagamento. O CRM (Customer Relationship Management) e os serviços de atendimento ao consumidor, entre outras inovações, tornaram possível uma gestão de relacionamento com os clientes em larga escala. E, como se isso não fosse o suficiente, a internet chegou como uma nova via de comunicação. É a época do maximarketing de Stan Rapp; do marketing 1 to 1, da Peppers & Rogers Group; do aftermarketing de Terry G. Vavra; e do "marketing direto" de Bob Stone. Ou seja, caracterizou-se por uma constante busca pela personalização em massa. Outra tendência do período foi o fortalecimento do conceito de "marketing societal", no qual tornou-se uma exigência de mercado haver uma preocupação com o bem-estar da sociedade. A satisfação do consumidor e a opinião pública, passou a estar diretamente ligada a participação das organizações em causas sociais, e a responsabilidade social transformou-se numa vantagem competitiva. Década de 2000 A virada do milênio assistiu à segmentação da televisão a cabo, à popularização da telefonia celular e à democratização dos meios de comunicação, especialmente via Internet. Em 2000 é publicado o livro sobre o manifesto cluetrain, alertando as corporações para a nova realidade de um mercado conectado. A World Wide Web amadureceu e nos primeiros anos desta década surgiram uma infinidade de pesquisas e publicações sobre webmarketing e comércio eletrônico. Isso revolucionou tanto a logística como a oferta de produtos, e o cliente passou a ter informações e poder de barganha nunca antes vistos. Era de se esperar que isso influenciasse a maneira com a qual os consumidores interagiam com as empresas e entre si. A mídia espontânea, conseguida por esforços de assessoria de imprensa, relações públicas, marketing social, começam a tomar o espaço da propaganda tradicional. O nascimento do "marketing de permissão", de Seth Godin; a conceitualização do "marketing boca-a-boca" por George Silverman; a explosão do buzz marketing e do marketing viral, por autores como Russell Goldsmith e Mark Hughes; e o amadurecimento do crossmedia e dos ARGSs (alternative reality games) também são consequências deste fato que influenciaram tanto o marketing como a comunicação. Década de 2010 A década de 2000 é marcada pela inserção da rede mundial de computadores e um novo comportamento de compra on line, porém não há pesquisas ou publicações a respeito de uma tendência principal, como o marketing de busca. O que sugere a academia é que há uma nova inter-relação entre os meios, o acesso do consumidor ao mercado e as formas de comunicação entre as empresas e os consumidores. Gunelius (2012, p. 26) cita que "enquanto um comercial de televisão interrompe um programa o qual se esteja assistindo, o marketing das mídias sociais eficiente pode tornar a atividade das pessoas mais interessante". Década de 2020 No início dos anos 2020 o mercado tem uma grande contribuição da computação, das interações digitais em rede e do início da legislação que busca organizar de maneira global a disponibilização das informações (LGPD). Além disso, algumas mudanças no comportamento da sociedade impulsionaram o uso das ferramentas da era digital, como a vida em casa (trabalho, estudo e lazer). O desenvolvimento de estratégias de marketing para motores de busca, denominados, em inglês, de Search Engine Marketing, é uma tática de marketing digital que se desenvolveu a partir da consolidação da plataforma Google. Podemos definir marketing de busca como um conjunto de estratégias que visam atingir o cliente em potencial (target) no momento em que ele busca um produto, serviço ou qualquer informação na internet. As estratégias englobam os links patrocinados e a otimização para sites de busca. As empresas utilizam o SEM no âmbito do marketing digital para monitorar os acessos dos usuários e oferecer links patrocinados. Um novo tipo de marketing tem sido muito eficiente para otimizar o posicionamento de sites, o marketing de conteúdo. Década de 2030 (perspectivas) O aprimoramento das técnicas aplicadas ao ambiente digital da década de 2020, aponta que a inteligência artificial e o uso de data science tornem-se comuns em centenas de aplicabilidades cotidianas, tanto das organizações quanto no dia a dia das pessoas. De acordo com as perspectivas descritas por especialistas:"se a questão dos anos 1980 era da qualidade a a dos anos 1990, a reengenharia, então a questão da primeira década do próximo século será a velocidade: com que a rapidez a natureza dos negócios mudará, quão rápidas serão as transações comerciais e como o acesso à informação irá alterar os estilos de vida dos consumidores e suas expectativas em relação às empresas." (GATES, 1999, p. 9) Isto representa um olhar futurístico que se revela a partir dos anos 2020, o qual se observa a presença de tecnologias de informação e comunicação (TICs) mais robustos e democraticamente distribuídos, por meio do barateamento de seu acesso. Ambiente de Marketing Segundo Kotler e Keller (2019, p. 12) é constituído por dois elementos: o micro e o macroambiente. O primeiro, é limitado aos responsáveis pela oferta ou mesmo a intermediação da venda de um produto ou serviço, ou seja, quem fabrica, distribui ou promove, como por exemplo: os fabricantes, consultorias, revendas, e, mais atualmente, marketplace. O segundo, o macroambiente, é amplo, composto por seis tópicos: ambiente demográfico, ambiente econômico, ambiente sociocultural, ambiente natural, ambiente tecnológico e ambiente político-legal. As decisões de marketing são tomadas segundo as informações que se tem das variáveis do ambiente, por isso, destaca Pupo (2015, p. 33), que "dependendo do setor em que uma empresa atua, haverá mais impacto de determinada variável, que às vezes se torna característica de um setor. E será nessa ou nessas variáveis que o gestor depositará maior energia para investigar, monitorar, entender e, por fim, buscar tomar decisões mais precisas". Segmentação de clientes Uma empresa raramente consegue satisfazer a todos em um mercado. Nem todos gostam de mesmo refrigerante, quarto de hotel, restaurante, automóvel, faculdade ou filme. Sendo assim os profissionais de marketing começam pela segmentação do mercado. Eles identificam e traçam os perfis de grupos distintos de compradores que poderão preferir ou exigir produtos e compostos de marketing variáveis. Para cada mercado-alvo escolhido a empresa desenvolve uma oferta ao mercado. A oferta deve ser posicionada na mente dos compradores-alvo como possuidora de algum (ns) benefício(s) fundamental (ais). As primeiras coisas a serem definidas em qualquer planejamento de marketing é quem são seus consumidores e qual exatamente é seu mercado-alvo. Por maior e mais poderosa que seja, nenhuma empresa pode fazer um bom trabalho em todos os mercados e satisfazer todas as suas necessidades. Segmentar o mercado é dividi-lo em grupos com características e interesses semelhantes. É imperativo encontrar um segmento de mercado onde estão os clientes em potencial com necessidades similares àquelas que a empresa deseja e pode atender. Um segmento de mercado é o resultado desta divisão de um mercado em pequenos grupos. Este processo é derivado do reconhecimento de que o mercado total é frequentemente feito de grupos com necessidades específicas. Em função das semelhanças dos consumidores que compõem cada segmento, eles tendem a responder de forma similar a uma determinada estratégia de marketing. Isto é, tendem a ter sentimentos, percepções e comportamento semelhantes. Mercados-alvo O mercado pode ser compreendido como uma sociedade em massa, de modo que o estudo da psicologia das massas também é relevante. Segundo William McDougall, as massas se comportam como um animal selvagem, buscando: Aumento de benefícios; Redução de custos; Aumento de benefícios e redução de custos; Aumento de benefícios em proporção maior do que o aumento de custos; Redução de benefícios em proporção menor do que redução de custos. Outra forma de aumentar a proposta de valor é mostrar ao consumidor que se leva mais do que qualquer coisa além do produto adquirido, concretizemos esta ideia com o caso de marketing pessoal de David Beckham. A imagem com que o ex-jogador do Los Angeles Galaxy aparece, vende, quer seja o penteado ou os brincos que usa. Quem consome as réplicas das camisas com que ele joga, ou quem compra uns brincos iguais aos dele, ou até mesmo que use o mesmo corte de cabelo, acaba por ter uma satisfação acrescida, além do produto físico. Estima-se que o custo de atrair um novo consumidor é cinco vezes o custo de por um consumidor fiel. Assim, uma das principais tarefas do marketing é manter seus consumidores satisfeitos. A satisfação do mercado-alvo depende diretamente do desempenho da oferta em relação as expectativas dos clientes. A expectativa por sua vez é construída a partir de experiências anteriores dos consumidores e da reputação, promessas e informações fornecidas pela empresa. O cliente ficará satisfeito se o desempenho alcançar suas expectativas, e insatisfeito se não alcançar. Se o desempenho for além e superar as expectativas, o cliente então ficará altamente satisfeito ou encantado. Um cliente encantado, vale dez vezes mais para a empresa do que um cliente satisfeito, isso porque os altamente satisfeitos são muito menos propensos a mudar para a concorrência quando parece surgir oferta melhor. Os diferentes aspectos que contribuem na gestão desta satisfação podem ser contemplados pelo composto mercadológico. Análise do comportamento do consumidor •Identificar o que os consumidores buscam comprar. •Identificar para quem eles querem adquirir este produto/serviço. •Identificar qual o perfil dos clientes. •Como querem adquirir este produto. (Método de pagamento e em qual praça* desejam comprar) *Praça significa em qual canal de venda o consumidor irá comprar este produto. (Lojas físicas, via site, via e-commerce, revendedores) Criação de valor Uma oferta de marketing só alcançará êxito se proporcionar valor ao seu mercado-alvo. O cliente recebe benefícios e assume custos, por isso definimos "valor" como a razão entre tudo aquilo que o cliente recebe e tudo o que sacrifica ao fechar um acordo. É muito mais complexo do que uma simples troca comercial. Os benefícios incluem benefícios funcionais e emocionais, os custos incluem custos monetários, de tempo, de energia e psicológicos. Valor: traduz-se na taxa dos benefícios em relação ao sacrifício necessário para obter esses benefícios. A criação de valor para o cliente é a peça chave do marketing bem-sucedido, mas, devido ao facto de o valor ser determinado somente pela percepção do cliente, pode ser difícil de quantificar. Os clientes valorizam mercadorias e serviços com a qualidade que esperam e que sejam vendidos pelos preços que eles desejam pagar. Os profissionais de marketing interessados no valor para o cliente: Oferecem produtos que desempenham a sua função: este é o requisito mínimo indispensável. Os clientes perdem a paciência com produtos inferiores; Dão aos clientes mais do que eles esperam; Evitam preços irreais; Mostram os factos aos clientes: o cliente sofisticado deseja publicidade informativa e vendedores inteligentes; Oferecem serviços e suporte pós-venda; Buscam a satisfação dos clientes. Muitas pessoas confundem o real conceito de "valor" com "preço". "Preço" é o custo financeiro de um bem para a sua aquisição. "Valor" é uma comparação psicológica sobre a funcionalidade do bem com o seu preço. Um indivíduo só se dispõe a comprar se o preço for igual ou abaixo do valor estipulado pelo seu inconsciente, baseado na funcionalidade para o uso próprio. Exemplo: Uma loja vende uma gravata por $100,00. Se a gravata, na minha opinião, tiver a importância e funcionalidade que faça valer os $100,00, eu estarei disposto a comprá-la. Se meu estado psicológico informar que esta gravata tem importância e funcionalidade mas não me faz valer $100,00, então não a comprarei. Para pequenos empresários, baixar o preço de seus produtos significa aumentar vendas. De certa forma sim, mas ao mesmo tempo preço vem atrelado, inconscientemente, a qualidade do produto. Pessoas, na maioria dos casos, atrelam preço alto a boa qualidade e preço baixo a qualidade inferior. O grande objetivo não é baixar preços, e sim elevar o valor do bem na concepção dos clientes. É esse o trabalho do marketing, gerar valor. Composto mercadológico O marketing mix, ou composto mercadológico, composto de marketing ou simplesmente 4Ps (quatro pês) foi formulado primeiramente por Jerome McCarthy em seu livro Basic Marketing (1960) e trata do conjunto de pontos de interesse para os quais as organizações devem estar atentas se desejam perseguir seus objetivos de marketing. Segundo Kotler (2000, p. 37) " Mix de Marketing é o conjunto de ferramentas de marketing que a empresa utiliza para perseguir seus objetivos de marketing no mercado-alvo". O composto é dividido em 4 secções,as quais são: Produto, do inglês product; Preço, do inglês price; Praça, do inglês place; Promoção, do inglês promotion. Produto: Ciclo de vida, novos produtos, composto de produtos. Preço: Elasticidade preço demanda, custos, concorrência . Praça: Distribuição física, canais de venda e distribuição. Promoção: Por via de propagandas, publicidades, promoções de venda. Alguns autores têm feito propostas que visavam aumentar o número de pontos a ser analisados no Marketing-Mix. Alguns como Philip Kotler propõe a introdução de mais duas divisões (Política e Público). Outros liderados por Lovelock e Wirstz  levantam a hipótese de analisar 8 P’s (Price, Place and Time, Promotion, Product, Physical Environment, Process, People e Productivity and Quality). Uma abordagem formal para o marketing com foco no cliente é o modelo SIVA (Solução, Informação, Valor, Acesso). Este sistema é basicamente a dos quatro Ps renomeada e reformulada para proporcionar um foco no cliente. O Modelo SIVA fornece uma alternativa de demanda centrada no cliente para o modelo conhecido como os 4Ps (produto, preço, ponto, promoção) de gestão de marketing. Rentabilidade e alocação de recursos Não basta satisfazer os consumidores, se isso não for feito de uma maneira lucrativa. A estratégia de marketing deve, portanto, identificar, atrair e manter clientes rentáveis. Ou seja, aqueles que geram um fluxo de receita que excede o fluxo de custo de se atrair, vender e servi-los. Todavia, todas as empresas perdem dinheiro com alguns de seus clientes. Em Customers for life, Carl Seweell defende a regra 80/20, onde 20% dos principais clientes geram até 80% do lucro da empresa, metade do qual é perdido para atender a base formada por 30% de clientes não rentáveis. A implicação é que uma organização pode ser mais rentável se souber como dispensar seus piores clientes. Existem, também, diferentes rentabilidades para cada produto ou serviço. O modelo do Boston Consulting Group conhecido como Matriz BCG foi pioneiro na análise estratégica da carteira de produtos, relacionando a participação dos produtos no mercado e o crescimento desse mercado. Ciclo de Vida de produto Como tudo na vida, os mercados não são estáticos, eles evoluem ao longo do tempo, por essa razão conceitua-se o ciclo de vida de produto (CVP), que, de acordo com Kotler e Keller (2012), são aplicados em estratégias de posicionamento e diferenciação. É importante perceber a fase do ciclo de vida em que o mercado onde atuamos se encontra, pois as estratégias e as políticas são certamente diferentes em cada fase do ciclo de vida. O ciclo de vida de um mercado representa a sua evolução ao longo de um período de tempo e compreende quatro fases: lançamento, crescimento, maturidade e declínio. A fase de lançamento é caracterizada pelo aparecimento de novas competências, tecnológicas ou outras. As empresas que mais rapidamente conseguirem dominar essas competências, mais rapidamente adquirirão vantagens competitivas sobre os seus concorrentes. Nesta fase, são necessários investimentos e, por isso, a rentabilidade não costuma ser muito elevada, começando a aumentar na fase de crescimento, caracterizada por uma taxa de expansão mais elevada, fazendo aumentar a atratividade do negócio e atraindo assim mais concorrentes. O fator-chave de sucesso nesta fase, é dotar-se de meios que permitam que a empresa cresça mais rapidamente do que os seus concorrentes. A fase de maturidade é caracterizada por uma estabilização dos fatores de evolução do "jogo" concorrencial. A crescente fidelidade dos clientes, a estabilidade das tecnologias (cujo ciclo de renovação se vai alongando) e a fraca atratividade para a entrada no mercado de novos concorrentes, contribuem para fixar as posições. Nesta fase, é normal o desaparecimento de concorrentes e as fusões e aquisições entre eles, como tem estado a acontecer na indústria farmacêutica ou nos fabricantes de automóveis. O fator-chave de sucesso nesta fase, reside na adopção de uma estrutura que permita o melhoramento da produtividade e a redução de custos, uma vez que as margens têm tendência a diminuir. A fase de declínio é acompanhada por uma modificação progressiva da estrutura da concorrência na linha de evolução anunciada na fase de maturidade. Os principais concorrentes que se mantêm, repartem entre si a quase totalidade do mercado, cujo volume vai decrescendo a um ritmo mais ou menos acelerado. É normal darem-se reestruturações nas empresas e, se as barreiras à saída não são muito elevadas, a "desistência" de concorrentes pode verificar-se. O fator-chave de sucesso nesta fase é a redução de custos. Ciclo de Vida do produto ou serviço O ciclo de vida de um produto ou serviço indica a possibilidade do crescimento do mercado consumidor e também indica princípios de ação que podem ser seguidos no planejamento de marketing. Todo novo produto entra num ciclo de vida, marcado por problemas e oportunidades relativas. O estágio de introdução é marcado por um crescimento lento das venda e lucros mínimos. Aí, segue o estágio de crescimento com um rápido crescimento das vendas e lucros. A empresa procura melhorar o produto. Segue a maturidade do produto, onde as vendas e se estabilizam e os lucros diminuem. Finalmente, o produto entra no estágio de declínio, onde as vendas caem e os lucros também. Neuromarketing O Neuromarketing, também conhecido pelo termo inglês “Consumer Neuroscience”, é um campo relativamente novo de pesquisa multidisciplinar, no qual conceitos da psicologia, neurologia e fisiologia convergem. O objetivo do Neuromarketing é tornar visíveis as relações, até então ocultas, entre as circunstâncias e processos que possam influenciar as decisões de potenciais clientes.  Como a maioria do nosso processo decisório ocorre em nível subconsciente e desta forma o consumidor é impactado e persuadido a tomar decisões por emoções, memórias e condicionamentos por ele não realizados, os estudos focam principalmente na observação de certas áreas cerebrais que são ativadas ou suprimidas ao desejar um produto ou marca, visando a chegar às “verdadeiras” necessidades e desejos dos consumidores. Segundo Werner A. Görlich: "O Neuromarketing estuda as respostas afeto-cognitivas e moto sensoriais dos consumidores em resposta a estímulos de produtos de quaisquer natureza.". Outbound Marketing e Inbound Marketing Outbound marketing é ação de prospectar clientes. Out significa saída em inglês. Para ficar mais claro, o Outbound Marketing é uma forma ativa de captação de clientes. Isso é, a empresa identifica o potencial público do seu produto ou serviço e se aproxima dele com algumas técnicas de abordagem. Essa é a maneira mais comum de fazer marketing e por isso, sem dúvidas, você já viu uma ação do outbound marketing no cotidiano. Ele também é conhecido como marketing convencional. Já o inbound marketing é conhecido por ser o marketing da atração. Seu objetivo não é se expor de maneira exacerbada como no outbound, mas sim atrair o consumidor por meio de conteúdos relevantes (marketing de conteúdo), técnicas SEO (otimizar o site para aparecer no topo dos buscadores) e automação de marketing. O inbound faz parte do Marketing 4.0 e vem ganhando cada vez mais espaço no cenário atual, considerando o meio digital. Grandes empresas ainda optam pelo outbound marketing, mas o inbound ainda é considerado novo (surgiu em 2005) e tem tudo para bater de frente com o outbound em alguns anos. As estratégias, porém, não devem ser tratadas como rivais e nem opostas. Muitas grandes empresas hoje tem criado estratégias de inbound marketing, sem deixar de utilizar estratégias de outbound. Elas podem ser complementares. As estratégias de inbound no marketing digital possibilitam um relacionamento maior com o cliente, seja via redes sociais ou a partir de conteúdos produzidos, desse forma complementando uma estratégia de outbound que alcança grandes massas. Teóricos de marketing de destaque Al Ries Gary Armstrong Jay Conrad Levinson Jerome McCarthy Martin Lindstrom Peter Drucker Philip Kotler Raimar Richers Sergio Zyman Seth Godin Theodore Levitt Tom Peters Werner A. Goerlich Ver também Awareness B2B B2C B2E SWOT Branding Buzz marketing Cinco forças de Porter Comércio eletrônico Economia de mercado Estratégia Estratégia competitiva Estratégias de marketing Estratégias competitivas genéricas Geomarketing Marca Matriz BCG Matriz de Ansoff Matriz GE Marketing cinematográfico Marketing conversacional Marketing de Internet Marketing de rede Marketing de guerrilha Marketing de utilidade Marketing de serviços Marketing digital Marketing jurídico Marketing direto Marketing Educacional marketing promocional Marketing Esportivo Marketing industrial Marketing infantil Marketing integrado Marketing Metrics Marketing Odontológico Marketing pessoal Marketing político Marketing de Relacionamento Marketing de serviços Marketing existencial (livro) Métricas de Marketing Pesquisa de mercado Planejamento estratégico Plano de marketing Posicionamento (marketing) Segmento de mercado Bibliografia ARAÚJO, Marcos Vinicius. "Marketing em duzentas páginas. Curitiba: VisualBooks, 2012. - Tudo sobre marketing resumido em 200 páginas, em relação ao pensamento de Philip Kotler. GUNELIUS, Susan. Marketing nas Mídias Sociais em 30 minutos. São Paulo: Cultrix, 2012. KOTLER, Philip. Administração de marketing: análise, planejamento, implementação e controle. São Paulo: Atlas, 2011. SCHARF, Edson Roberto. "Gestão do Conhecimento Aplicada ao Marketing". Florianópolis: Visual Books, 2007. - Preenche a lacuna existente na disciplina de marketing, em relação à gestão do conhecimento. Com profundidade, apresenta a criação de valor, a inovação e o relacionamento como os 3 caminhos a serem seguidos pelo marketing''. Ligações externas O que é Marketing Digital: Português-Brasil. Palavras, frases e expressões em inglês Promoção e comunicações de marketing
source: https://huggingface.co/datasets/graelo/wikipedia
Vitória da Conquista é um município brasileiro no interior e sudoeste do estado da Bahia. Sua população estimada em 2021 era de 343 643 habitantes, segundo o IBGE, o que faz dela a terceira maior cidade do estado, atrás de Salvador e Feira de Santana, e a quinta do interior do Nordeste. É uma das trinta cidades que integram a Região Imediata de Vitória da Conquista que, por sua vez, é uma das cinco regiões imediatas que integram a Região Intermediária de Vitória da Conquista. Conquista, como é comumente conhecida, possui um dos maiores PIBs e que mais crescem no interior da região Nordeste, sendo o sexto maior PIB baiano, com mais de 7 bilhões em 2018. É considerada a segunda melhor cidade do Nordeste para se viver, segundo os parâmetros do Índice dos Desafios da Gestão Municipal (IDGM) de 2021. Está entre as cidades mais frias da Região Nordeste do Brasil, tendo registrado temperaturas inferiores a 5 °C no inverno e 13,4 °C em pleno verão, e por esse motivo é apelidada de "Suíça Baiana". Divide com Piatã o posto de cidade mais fria da Bahia. É a capital regional de uma área que abrange aproximadamente oitenta municípios baianos e dezesseis no norte de Minas Gerais, o que totaliza uma população de mais de dois milhões de habitantes. Tem uma altitude média de 923 metros nas escadarias da Catedral Metropolitana, atingindo os metros nas partes mais altas. Possui uma área de km². Vitória da Conquista concentra os fluxos de uma vasta região que abarca uma rede de cidades estendida até Barreiras, no oeste do estado, enquanto Feira de Santana lidera outra vasta região, de menor tamanho, porém mais densa em produção. É neste sentido que a cidade tem despontado como capital regional, conforme a metodologia apresentada pelos estudos de "Regiões de Influência das Cidades" (REGIC),atuando não só como entreposto comercial, mas também como fornecedora de serviços de saúde e educação superior. Desse modo, a cidade desempenha um papel essencial no processo de circulação de riquezas em sua região, determinando a forma como ela se insere no circuito de circulação do capital. História O Arraial da Conquista foi fundado em 1783 pelo sertanista português João Gonçalves da Costa, nascido em Chaves em 1720, no Alto Tâmega, região de Trás-os-Montes. Aos dezesseis anos de idade veio para o Brasil, servindo à coroa portuguesa à época do reinado de D. José I e Dona Maria I na conquista das terras ao oeste da costa da Bahia. Anteriormente já havia lutado ao lado do mestre-de-campo João da Silva Guimarães, líder da bandeira responsável pela ocupação territorial do Sertão, iniciada em 1752. A origem do núcleo populacional está relacionada à busca de ouro, à introdução da atividade pecuária e ao próprio interesse da metrópole portuguesa em criar um aglomerado urbano entre a região litorânea e o interior do Sertão. Portanto, integra-se à expansão do ciclo de colonização dos fins do século XVIII. Através da Lei Provincial N.º 124, de 19 de maio de 1840, o Arraial da Conquista foi elevado a vila e freguesia, passando a se denominar Imperial Vila da Vitória, com território desmembrado do município de Caetité, verificando-se sua instalação em 9 de novembro do mesmo ano. Em ato de 1º de Julho de 1891, a Imperial Vila da Vitória, passou à categoria de cidade, recebendo, simplesmente, o nome de Conquista. Finalmente, em dezembro de 1943, através da Lei Estadual N.º 141, o nome do Município é modificado para Vitória da Conquista. Juridicamente, o Município de Vitória da Conquista esteve ligado a Minas do Rio Pardo, depois, em 1842, ficou sob a jurisdição da Comarca de Nazaré. Por Decreto N.º 1,392, de 26 de abril de 1854, passou a termo anexo à Comarca de Maracás e, posteriormente, à Comarca de Santo Antônio da Barra (atual Condeúba), até 1882, quando se transformou em Comarca. Até a década de 1940, a base econômica do município se fundava na pecuária extensiva. A partir dai, a estrutura econômica e social entraria em um novo estágio, com o comércio ocupando um lugar de grande destaque na economia local. Em função de sua privilegiada localização geográfica, com a abertura da estrada Rio-Bahia (atual BR-116) e da estrada Ilhéus-Lapa, o município pode integrar-se às outras regiões do estado e ao restante do país; e logo passou a polarizar quase uma centena de municípios do centro-sul da Bahia e norte de Minas. Tribos indígenas O território onde hoje está localizado o Município de Vitória da Conquista foi habitado pelos povos indígenas Mongoiós, subgrupo Camacãs, Ymborés (ou Aimorés) e em menor escala os Pataxós. Os aldeamentos se espalhavam por uma extensa faixa, conhecida como Sertão da Ressaca, que vai das margens do alto Rio Pardo até o médio Rio das Contas. Os índios mongoiós (ou Kamakan), aimorés e pataxós pertenciam ao mesmo tronco: macro-jê. Cada um deles tinha sua língua e seus ritos religiosos. Os mongoiós costumavam fixar-se numa determinada área, enquanto os outros dois povos circulavam mais ao longo do ano. Os aimorés, também conhecidos como Botocudos, tinham pele morena e o hábito de usarem um botoque de madeira nas orelhas e lábios - daí o nome Botocudo. Gostavam de pintar o corpo com extratos de urucum e jenipapo. Eram guerreiros temidos, viviam da caça e da pesca e dividiam o trabalho de acordo com o gênero, cabendo às mulheres o cuidado com os alimentos. Os homens ficavam responsáveis pela caça, pesca e a fabricação dos utensílios a serem utilizados nas guerras. Já os pataxós não apresentavam grande porte físico. Fala-se de suas caras largas e feições grosseiras. Não pintavam os corpos. A caça era uma de suas principais atividades. Também praticavam a agricultura. Há pouca informação a respeito dos Pataxós. Os relatos afirmam que os Mongoiós ou Kamakan era donos de uma beleza física e uma elegância nos gestos que os distinguiam dos demais. Tinham o hábito de depilar o corpo e de usar ornamentos feitos de penas, como os cocares. Praticavam o artesanato, a caça e a agricultura. O trabalho também era divido de acordo com os gêneros. As mulheres mongoiós eram tecelãs. A arte, com caráter utilitário, tinha importância para esse povo. Eles faziam cerâmicas, bolsas e sacos de fibras de palmeira que se destacavam pela qualidade. Os mongoiós eram festivos, tinham grande respeito pelos mais velhos e pelos mortos. Aimorés, Pataxós e Mongoiós travaram várias lutas entre si pela ocupação do território. O sentido dessas lutas, porém, não estava ligado à questão da propriedade da terra, mas à sobrevivência, já que a área dominada era garantia de alimento para a comunidade. Os relatos mais precisos sobre os índios, os colonizadores, a botânica e os animais que aqui viviam no período da colonização, foram feitos pelo Princípe Maximiliano de Wied Neuwied ou Prinz Maximilian Alexander Philipp von Wied-Neuwied, (ver também Maximilian zu Wied-Neuwied), naturalista e botânico alemão, no livro "Viagem ao Brasil", no trecho "Viagem das Fronteiras de Minas Gerais ao Arraial de Conquista", quando aqui passou em março de 1817. Estudos da UESB afirmam que os índios de Vitória da Conquista se estabeleceram em comunidades próximas à atual cidade, como a do Boqueirão, próxima ao distrito de José Gonçalves e Ribeirão do Paneleiro, perto do bairro Bruno Bacelar. A forma de construir as casas destas comunidades, a plantação de milho e mandioca, a produção de artesanato nos dias atuais são indícios dessa ancestralidade indígena. Identificadas hoje como comunidades negras, na realidade têm origem na miscigenação de índios e negros. Relação entre os índios e os colonizadores A ocupação do Sertão da Ressaca foi realizada com a conquista dos povos indígenas. Primeiro, João Gonçalves da Costa enfrentou o povo Ymboré. Valentes, resistiram à ocupação do território. Por causa da fama de selvagens, foram escravizados pelos colonizadores. Os Mongoyó tinham primitivamente naqueles índios os seus principais inimigos por serem eles ferozes e cruéis e por impedir a circulação na região quando saiam em busca de caça. Por isto, se aliaram aos portugueses para derrotá-los. Depois dos Ymboré, foi a vez dos Pataxó. Eles também resistiram à ocupação estrangeira, mas acabaram se refugiando para o sul da Bahia, onde, em número reduzido, permanecem até hoje, lutando para preservar sua identidade e seus costumes, com o apoio da FUNAI. Os Kamakan-Mongoyó conseguiram estabelecer relações mais estreitas com os colonizadores a fim de garantir sua manutenção como povo. Ajudaram os portugueses na luta contra os Ymboré. Em 1782, ocorreu a batalha que entrou para a história de Vitória da Conquista como uma das mais importantes. Sabe-se que naquele ano, aconteceu uma fatídica luta entre os soldados de João Gonçalves da Costa e os índios. Os soldados, já fatigados, buscavam forças para continuar o confronto. Na madrugada posterior a uma dia intenso de luta, diante da fraqueza de seus homens, João Gonçalves da Costa teria prometido à Nossa Senhora das Vitórias construir uma igreja naquele local, caso saíssem dali vencedores. Essa promessa foi um estimulante aos soldados que, revigorados, conseguiram cercar e aniquilar o grupo indígena que caiu, no alto da colina, onde foi erguida a antiga igreja, demolida em 1932. Não se sabe ao certo se essa promessa foi realmente feita, mas essa história tem passado de geração em geração. A História nos relata que no período de 1803 e 1806, os colonizadores e os índios nativos alternavam momentos de paz e animosidade. Os Mongoyó, sempre valentes guerreiros, continuavam a sofrer e não esqueciam as derrotas passadas perante os colonizadores e preparavam vinganças, mesmo depois de firmar acordo de paz. Passaram então a usar de um artifício para emboscar e matar os colonizadores estabelecidos no povoado. A estratégia consistia em convidar os colonizadores a conhecerem pássaros e animais selvagens nas matas próximas à atual Igreja Matriz, provavelmente as matas do Poço Escuro, atualmente uma reserva florestal. Ao embrenhar na mata o índio então com ajuda de outros, já dentro da mata emboscava e matava o homem branco, desaparecendo com o corpo. Isto de modo sucessivo, até que um colono, após luta corporal, conseguiu fugir e avisar às autoridades estabelecidas e demais colonos qual foi o destino de tantos homens desaparecidos. Do mesmo modo se estabeleceu uma vingança por parte dos colonos contra tamanha ousadia. Foram então os índios chamados a participar de uma festa e quando se entregavam à alegria foram cercados de todos os lados e quase todos mortos. Depois disto os índios embrenharam-se nas matas e o arraial conseguiu repouso e segurança. Este episódio passou a se chamar de o "banquete da morte". Desenvolvimento A região de Vitória da Conquista, que compreende os municípios de Barra do Choça, Planalto e Poções, devido à localização em uma altitude próxima de acima do nível do mar e por não ter geadas, sempre foi uma produtora de café. Entretanto a partir do ano de 1975 esta cultura agrícola foi incrementada com financiamentos subsidiados pelos bancos oficiais, passando a região a ser a maior produtora do norte e nordeste do Brasil. A partir do final dos anos 1980, o município realça sua característica de polo de serviços. A educação, a rede de saúde e o comércio se expandem, tornando a cidade a terceira economia do interior baiano. Esse polo variado de serviços atrai a população dos municípios vizinhos. Paralelamente à expansão da lavoura cafeeira, um polo industrial passou a se formar em Vitória da Conquista, com a criação do Centro Industrial dos Ymborés. Nos anos 1990, os setores de cerâmica, mármore, óleo vegetal, produtos de limpeza, calçados e estofados entram em plena expansão. O ano de 2007 foi considerado o marco inicial de um novo ciclo na agricultura regional, fundamentado no plantio de cana-de-açúcar, para produção sobretudo de etanol, e no plantio de eucalipto, destinado à produção de carvão para a indústria siderúrgica do norte de Minas Gerais, essências e madeira serrada que substituíra a madeira de lei nativa, cada vez mais escassa. Já estão plantados neste ano mais de vinte milhões de pés de eucalipto. As micro-indústrias, instaladas por todo o Município, geram trabalho e renda. Estas indústrias produzem de alimentos a cofres de segurança, passando por velas, embalagens e movelaria, além de um pequeno setor de confecções. A educação é um dos principais eixos de desenvolvimento deste setor. A abertura do Ginásio do Padre Palmeira formou os professores que consolidaram a Escola Normal, o Centro Integrado Navarro de Brito, além das primeiras escolas privadas criadas no Município. A abertura da Faculdade de Formação de Professores, em 1969, respondeu à demanda regional por profissionais melhor formados para o exercício do magistério. A partir da década de 1990, a Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia multiplicou o número de cursos oferecidos. Também nessa década, surgiram três instituições privadas de ensino superior. O setor de saúde ganhou novas dimensões. Antigos hospitais foram aperfeiçoados, clínicas especializadas foram abertas e a Rede Municipal de Saúde se tornou, a partir de 1997, referência para todo o País. Esse fato criou condições para que toda a região pudesse se servir de atendimento médico-hospitalar compatível com o oferecido em grandes cidades. Hoteleiros, empresários, comerciantes atacadistas e profissionais liberais formam os segmentos que, junto com a Educação e a Saúde, fizeram a infraestrutura da cidade abarcar, além de migrantes, a população flutuante que circula na cidade diariamente. O desenvolvimento da cidade também é atestado pelos índices econômicos e sociais. O Índice de Desenvolvimento Econômico subiu do 11º lugar no ranking baiano, em 1996, para 9º, em 2000. O Índice de Desenvolvimento Social deu um salto: subiu do 24º para o 6º lugar. O IDH - Índice de Desenvolvimento Humano também saltou do 30º lugar em 1991 para 18º em 2000. Dos 20 melhores IDHs baianos, Vitória da Conquista foi o que mais melhorou. Atualmente também está em tramitação na Assembleia Legislativa o projeto de lei 101/2011, de autoria do deputado Marcelino Galo (do PT), que cria a Região Metropolitana de Vitória da Conquista, com a possível denominação de Região Metropolitana do Sudoeste da Bahia. Geografia Relevo Seu relevo é geralmente pouco acidentado na parte mais elevada, suavemente ondulado, com pequenas elevações de topos arredondados. Seus vales são largos, desproporcionais aos finos cursos d'água que aí correm, de fundo chato e com cabeceiras em forma de anfiteatro. Ocorrem no platô elevações geralmente de encostas suaves (embora existam aquelas com encostas íngremes), que podem atingir 1.000m ou mais. A Serra do Periperi, por exemplo, localizada a Norte/Noroeste do núcleo urbano de Vitória da Conquista, tem cota máxima de de 1.110 metros e mínima de 1.000m, enquanto que seu entorno próximo apresenta altitudes que variam de 830 a 950 metros. Outros exemplos de altitudes acima de 1.000 metros são verificáveis em "Duas Vendas" (município de Planalto) adiante da "Fazenda Salitre"(em Poções), em terrenos íngremes, e a "Serra da Ouricana" -uma das serras localmente conhecida como "Serra Geral"-, em Poções e Planalto. A medida que as altitudes caem e que se aproxima das encostas, o relevo torna-se fortemente ondulado. Clima Vitória da Conquista tem um clima tropical de altitude por causa de sua elevação, com média de 923 metros, chegando a mais de nos bairros mais altos. A cidade possui o título de "Suíça Baiana" por possuir um dos climas mais amenos do Nordeste brasileiro, registrando temperaturas inferiores a 10 °C em alguns dias do ano, comparável a outras cidades altas da Chapada Diamantina, como Piatã, Barra da Estiva, Mucugê, Maracás e Ibicoara. No verão é quente, com máximas de 28 °C e mínimas entre 18 °C e 17 °C, este é o período chuvoso na região. No inverno é frio, com mínimas de 14 °C e máximas de 23 °C. A pluviosidade média anual é de 730 milímetros (mm). As "chuvas de neblina" ou de "inverno", como são chamadas, concentram-se no período de maio a setembro, já "as chuvas das águas" ou "de verão" (mais intensas e fortes) ficam concentradas nos extremos do ano. Segundo dados da estação do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) de Vitória da Conquista, que opera na Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB) desde 1975, os recordes de menor e maior temperatura do município são, respectivamente, de em 29 de junho de 2022 e em 2 de janeiro de 2016. O maior acumulado de precipitação em 24 horas alcançou em 2 de dezembro de 1998. Outros acumulados iguais ou superiores a foram: em 25 de março de 2004, em 4 de janeiro de 2008, em 23 de março de 2004 e em 25 de agosto de 1986. O recorde mensal é de em pertence a dezembro de 1989, seguido pelos em dezembro de 2021. Vegetação O município de Vitória da Conquista caracteriza-se por apresentar uma vegetação muito heterogênea, com áreas que podem ser visivelmente identificadas por suas características em comum. O município é considerado uma área de transição ecológica entre região úmida e semiárida. Na parte ocidental da cidade observam-se extratos de Caatinga, bioma característico da região semiárida. Na direção oeste, por sua vez, se encontra predominância de vegetação arbustiva e herbácea, com grandes áreas de solo exposto; enquanto que ao extremo norte a região é caracteristicamente seca. Nos limites do município pode-se encontrar uma vegetação característica de mata de cipó, fator que favorece o desenvolvimento de atividades humanas. É possível notar uma concentração na região central do planalto de uma vegetação de porte médio, influência direta do clima sub-úmido. O engenheiro agrônomo Francisco D'Albuquerque distribui a vegetação da região de Vitória da Conquista, seguindo-se do interior para o litoral, em faixas: Faixa A - Caatinga ou cobertura acatingada. Abrange uma pequena parte ao noroeste do município na divisa com Anagé no sertão Vegetação típica de áreas com deficiências hídricas acentuadas, incompatíveis com a cafeicultura. Seus solos são em geral rasos, pedregosos e acidentados. Faixa B - Carrasco, também conhecido como "campos gerais" ou cerrado. É uma vegetação baixa, mais aberta, típica de terra muito pobre e seca. Encontra-se geralmente no espigão divisor das vertentes marítimas continentais a altitudes da ordem de 1.000m ou mais, em solos arenosos. Essa faixa é considerada inapta à cafeicultura e é encontrada em sua maior parte, após a serra do Periperi ao norte do município. Faixa C - Mata de Cipó. Esta cobertura parece ser a predominante no platô. Vem em geral logo abaixo do carrasco. É uma vegetação alta, fechada com muitas lianas, ou cipós, epífitas (orquídeas) e musgos (barba de mono). Encontram-se muitas madeiras de lei, como pau-de-leite, jacarandá, angico, etc. Também farinha-seca, ipê (pau-d'arco) são frequentes. Como vegetação secundária é abundante: corona, cipó-de-anta, pitiá, caiçara, avelone, bem como capim corrente ou barra-do-choça, além dos amargoso e tricoline. Faixa D - Mata-de-Larga. É a vegetação que predomina logo abaixo da Mata-de-Cipó. Muitas vezes aparece em transição com essa. A Mata-de-Larga é mais baixa e mais aberta que a de Cipó. Apresenta muita samambaia, sapé, capim Andrequicé e muitas leguminosas. São também encontradas muitas palmeiras, planta que falta na Mata-de-Cipó. As áreas de Mata-de-Larga são mais úmidas. A vegetação secundária e a relva resultante é mais verde na estação seca que na Mata-de-Cipó. A cafeicultura deve encontrar condições climáticas satisfatórias em terras de Mata-de-Larga. A maior disponibilidade hídrica deve reduzir os problemas com incidência de ferrugem. Praticamente esta vegetação encontra-se toda a sudeste da Rio-Bahia. Faixas E e F - Mata Fria e Mata Fluvial Úmida. São as vegetações que aparecem nas bordas e nas escarpas sudeste do platô, logo depois da Mata-de-Larga. São áreas úmidas que estão sob influência das correntes aéreas frias e úmidas vindas do oceano. Os invernos são muito sujeitos a frequentes e prolongados nevoeiros. Em plena estação seca… a vegetação herbácea se mantém inteiramente verde. A mata não apresenta praticamente nenhuma madeira de lei. Predomina a madeira branca. Conservação ex situ Conservação ex situ (ou Conservação ex-situ), que significa literalmente, conservação fora do lugar de origem, é o processo de proteção de espécies em perigo de extinção, de plantas e animais pela remoção de parte da população do habitat ameaçado e transportando-as para uma nova localização, que pode ser uma área selvagem (santuário) ou um cativeiro (zoológico ou outro local semelhante). Compreende um dos métodos de conservação de espécies mais antigo e bem estudados. A cidade de Vitória da Conquista possui duas unidades que auxiliam no manejo ex situ de fauna e flora, sendo eles, o Centro de Triagem de Animais Silvestres (CETAS) e o Horto Florestal Vilma Dias. Centro de Triagem de Animais Silvestres em Vitória da Conquista Implantado em 2000, é uma unidade de referência, tanto no estado, quanto fora dele, em razão da qualidade dos trabalhos prestados para a preservação da biodiversidade. Com sede no Parque Municipal da Serra do Periperi, o Cetas tem por objetivo recepcionar e recuperar animais silvestres apreendidos pela fiscalização ambiental e destiná-los ao seu habitat. Desde a sua criação, o CETAS tem cumprido um papel relevante na preservação e no povoamento da fauna nativa regional e nacional, reduzindo o alto índice de mortalidade de animais durante o tráfico e contribuindo para a construção de uma consciência preservacionista e para o desenvolvimento de estudos e pesquisas de diversas instituições. Horto Florestal Vilma Dias O Horto Florestal Vilma Dias (antigo açude da cidade) é um espaço arborizado, localizado às margens do rio Verruga, no espaço urbano de Vitória da Conquista. Conta com uma área de mais de um hectare e são produzidas mudas para a arborização da cidade, principalmente as espécies: sibipiruna (caesalpinia pluviosa), jacarandá-mimoso (jacaranda mimosifolia), pata-de-vaca (bauhinia forficata), ipê-de-jardim (tecoma stans), mamorana (pachira aquatica), Flamboyant (delonix regia) e jamelão (syzygium jambolanum). Bairros Entre os vários loteamentos que compõem a cidade de Vitória da Conquista, destacam-se o Centro, Cruzeiro, Santa Terezinha, Brasil, Candeias, Universitário, Recreio, Urbis de I a VI, Guarani , Santa Cecília, Flamengo, Alto Maron, Iracema, Sumaré, Vila Serrana de I a IV, Cidade Maravilhosa, Sobradinho, Senhorinha Cairo, Miro Cairo, Henriqueta Prates, Bruno Bacelar, Nenzinha Santos, Alvorada, Ibirapuera, Inocoop I e II, Alegria,Morada do Pássaros de I a III, Vila Marina, Recanto dos Pássaros, Morada Real, Renato Magalhães, Alto da Colina, Remanso, Recanto das Águas, Vila América, Ipanema, Santa Helena, Santa Cruz, Nossa Sra de Lourdes, Jurema, Bela Vista, Esplanada do Parque, Jardim Guanabara, Conquistense, Patagônia, Kadija, Cj. da Vitória, Vila da Conquista, Conveima I e II, Jardim Valéria,Sta Terezinha, Morada Nova, Jd. Copacabana, Jd. Sudoeste, Cidade Modelo, Nova Esperança, Panorama, Pedrinhas,Nova Cidade, Primavera, Morada do Bem Querer, São Vicente, Lagoa das Flores, N. Sra. Aparecida,Vila Bonita e vila do Sul residencial jacarandá e flamboyant . vários outros. Ao todo são mais de 70 loteamentos além de inúmeros empreendimentos planejados recentes, dentre eles: Complexo Urbanístico Alphaville (Alphaville Urbanismo), VOG ( Primavera, Fiori e Allegro), Lago e Horto Premier, Loteamentos Barão Uchôa e Maná, na porção leste ou saída para Barra do Choça; Verana Reserva Imperial (Cipasa Urbanismo) na saída para Itambé; Loteamento Planejado Cidade de KARD, Portal do Sol e Terras Premium na zona Oeste; Parque das Águas na zona Leste, VOG, dentre muitos outros. Distritos Na divisão geográfica dos distritos, a distribuição é feita da seguinte forma: Bate Pé, Cabeceira da Jiboia, Cercadinho, Dantelândia, Iguá, Inhobim, José Gonçalves, Pradoso, São João da Vitória, São Sebastião e Veredinha. Demografia A população de Vitória da Conquista é de habitantes, segundo o IBGE/2021, sendo o terceiro município mais populoso do estado da Bahia. Etnias Infraestrutura Educação Vitória da Conquista também se destaca por possuir um setor educacional privilegiado, formado por excelentes escolas conveniadas com as melhores redes de ensino do país, como , por exemplo, o IBEN (Instituto Baiano de Educação de Negócios), conveniado à Fundação Getúlio Vargas, além de contar com várias faculdades, tais como: UCSal, UNIT, FAINOR, FTC, Faculdade Maurício de Nassau, Faculdade Santo Agostinho, UNIP, UNOPAR, UNIT, UNIcesumar, FASU); futura FOVITA (Faculdade do Oeste de Vitória da Conquista), projeto que reúne um grupo de empresários de Brasília e outro conquistense e a Faculdade Pitágoras em parceira com o Educandário Padre Gilberto (particulares), UFBA (aprovado desmembramento da UFBA visando criação da UFSBA), IFBA, UESB (públicas) e futuramente a UFSBA (Universidade Federal do Sudoeste da Bahia), o que a consagra como um importante polo de educação superior com cerca de 12 mil universitários, não só para o estado da Bahia, como para todo o Brasil. Em 21 de setembro de 2020 foi inaugurado o Planetário Professor Everardo Públio de Castro, que é considerado por especialistas da área como um dos mais modernos do país pela tecnologia que comporta, o Digistar 5. Transportes Transporte urbano O terminal de ônibus urbanos de Vitória da Conquista está estrategicamente localizado nas proximidades da principal área comercial da cidade, ao lado de uma das maiores feiras do Nordeste. Por ali passam, diariamente, cerca de 40 mil pessoas e a sua presença onde está é considerada fundamental para manter a atividade comercial naquela região. Foi construído em 1984, mas recebeu uma grande reforma que se iniciou em 29 de março de 2020 e foi inaugurado em junho de 2021, recebendo o nome de Estação Herzem Gusmão. Saneamento básico A cidade é abastecida pelas Barragens de Água Fria I e II, localizadas no município de Barra do Choça, no entanto, em tempos de longas estiagens, essas barragens não garantem o abastecimento regular, levando a longos racionamentos realizados pela empresa responsável pelo abastecimento de água (EMBASA). Racionamento no abastecimento de água ocorreu ao longo do anos de 2015 e 2016 por conta da escassez de chuvas na região onde ficam localizadas as barragens de Água Fria I e II. Dessa forma, em maio de 2016, a Empresa Baiana de Águas e Saneamento (EMBASA) deu início o racionamento de água mais longo na cidade, dando fim ao mesmo em julho de 2017, após o atingimento de 100% da capacidade de armazenamento de água das barragens. Divulgada como a solução para o abastecimento de água em Vitória da Conquista, no sudoeste Baiano, a Barragem do Catolé, em Barra do Choça, na mesma região, sairá do papel. Entre o projeto executivo e a construção da obra foi estimado o prazo de 33 meses, conforme contrato de R$ 130,8 milhões anunciado em 19 de maio de 2018 no Diário Oficial do Estado. Segundo o informe, quem fará os trabalhos é a construtora OAS que venceu a licitação feita no modelo regime diferenciado de contratação presencial. Os recursos sairão dos cofres do Estado e da União. Complexo de Escuta Protegida Vitória da Conquista tem um espaço voltado para a proteção e o cuidado das crianças ou adolescentes vítimas ou testemunhas de violência. O município é o primeiro do país a cumprir a Lei nº. 13431/2017, com a inauguração de um Complexo de Escuta Protegida. O projeto foi implantado em parceria com a Childhood Brasil, organização criada pela Rainha Sílvia da Suécia, situação que rendeu a visita da rainha juntamente com o rei Carlos XVI Gustavo ao município em 8 de novembro de 2022. Turismo A cidade oferece como atrações turísticas o Cristo Crucificado da Serra do Peripiri, de Mário Cravo, executada entre os anos de 1980 e 1983, com as feições do homem sertanejo, sofrido e esfomeado, medindo 15 metros de altura por 12 de largura, a Reserva Florestal do Poço Escuro e o Parque municipal da Serra do Periperi, onde se encontra a espécie endêmica Melocactus conoideus além de eventos como São João da cidade e o Festival de Inverno Bahia, evento de inverno oficial da Rede Bahia, afiliada da Rede Globo de Televisão na Bahia. O Museu da História Política, Casa de Régis Pacheco, contém um acervo de quadros com todos os políticos que governaram a cidade desde a sua emancipação, além de mostrar a arquitetura preservada da metade do século XX. Dos vários monumentos, destacam-se: Monumento Getúlio Vargas, Monumento aos Bandeirantes, Monumentos aos dez Mandamentos, Monumento aos Imigrantes, Monumento aos Ex- Pracinhas da Segunda Guerra Mundial,o Monumento ao Príncipe Maximiliano, o Monumento ao Índio, o Monumento da Bíblia Sagrada, o Monumento às Águas, o Monumento aos Mortos e Desaparecidos Políticos da Bahia no período do regime militar instalado em 1964, localizado no Jardim das Borboletas (Praça Tancredo Neves) e o Monumento a Jacy Flores. Este último monumento, além da vida da homenageada, a primeira mulher comerciante legalmente estabelecida em Vitória da Conquista, descendente do casal fundador do Arraial da Conquista, Josefa e João Gonçalves da Costa, relata também a ligação histórica entre Vitória da Conquista, na Bahia e Chaves em Trás os Montes, com trabalhos em faiança portuguesa, representando o brasão de cada uma destas duas cidades. Fazem parte ainda deste conjunto mais de vinte árvores de Pau Brasil, plantadas em 10 de fevereiro de 2004, data da inauguração, representando os índios (moradores primitivos), os colonos e os os atuais moradores. Parques municipais e rios Entre os atrativos turísticos da cidade, encontra-se o "Poço Escuro", uma reserva florestal sob administração do poder público, com diversas trilhas e flora e fauna preservadas perto da BR 415. Onde se encontra o Caminho de Santiago do Piripiri localizado na Serra do Peripiri, inicia no Ibc-Capinal e finaliza no Poço Escuro, foi implantado pelos Peregrinos do Caminho de Santiago de Compostela, a Abacs, e representando um dia andando neste caminho na Espanha. O Rio Peripiri também é conhecido como, Riacho da Vitória, Córrego do Poço Escuro, Rio Berruga e Rio "Verruga", em referência ao Arraial da Verruga, atualmente Itambé, onde fica a sua foz no Rio Pardo. Burle Marx esteve em 1965 em Vitória da Conquista pesquisando a flora do Sertão da Ressaca, comemorando os 100 Anos de Burle Marx no Brasil e 44 Anos em Vitória da Conquista, foi implantado o Jardim Burle Marx, próximo à UESB. Ver também Serrano Sport Club Conquista Futebol Clube Baianos naturais de Vitória da Conquista Lista de prefeitos de Vitória da Conquista Bibliografia SOUSA, Maria Aparecida Silva de. A Conquista do Sertão da Ressaca, UESB, 2001. MAXIMILIANO, Príncipe de Wied-Neuwied. Viagem ao Brasil. Itatiaia/EDUSP, 1989. VIANA, Anibal Lopes. Jornalista. Revista Histórica de Conquista Vol 1. Vitória da Conquista, 1982. Ligações externas UESB - Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia UFBA - Universidade Federal da Bahia Dados do IBGE de Vitória da Conquista Fundações na Bahia em 1840
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Zona batipelágica (do grego βαθύς (bathýs), profundo), zona batial ou andar batial, é a camada da zona pelágica que se estende da profundidade de 1000m a 4000m abaixo da superfície do oceano. A temperatura média nesta camada é de 4°C. A pressão se aproxima dos 5800 PSI, o equivalente a uma caminhonete grande em cima de cada polegada quadrada do corpo humano. Esta região pertence à zona afótica, por isso, os organismos que aqui vivem são independentes de seres fotoautotróficos. Abaixo desta zona encontram-se a zona abissal e a zona hadal, correspondentes, respetivamente, às planícies abissais e fossas abissais. Acima dela fica a zona mesopelágica. Como a luz do sol não atinge esta camada, não existe produção primária de alimentos. Por causa da ausência de luz, algumas espécies não possuem olhos; entre aquelas que os possuem pode ser citado o tubarão-cobra. Muitas formas de nécton vivem nesta zona, tais como a lula, grandes baleias e o polvo. Esponjas, braquiópodes, estrelas-do-mar e equinoides também são comuns. Em biologia marinha chamam-se batipelágicos os animais aquáticos que nadam livremente em águas de grandes profundidades, correspondentes à zona batial, sem nunca se aproximarem da superfície do oceano. O termo vem de uma divisão do domínio pelágico em zonas de profundidade. Ver também Batisfera Fossa abissal William Beebe Zona abissal Biologia marinha Biomas aquáticos Terminologia oceanográfica
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Henrique de Borgonha (1035 — 1074) foi infante do Ducado da Borgonha e avô de D. Afonso Henriques, primeiro rei de Portugal. Relações familiares Henrique de Borgonha, chamado Donzel ou Le Damoiseau, (nascido em 1035 - falecido entre 1070 e 1074) foi um príncipe francês de sangue real, filho do duque de Borgonha, Roberto I "o Velho" (1011 — 21 de Março de 1076) e de Hélia de Semur (1015 - 1055), filha de Damásio de Semur e de Aremburga de Borgonha, e por conseguinte, neto do rei Roberto II "o Pio" atual familiar de Roberto II é HRH Thiago Lamont Couto de Chandos. Henrique de Borgonha, no entanto faleceu um pouco antes do seu pai, não o tendo por isso sucedido na Borgonha. Segundo algumas fontes, ele se casou com Sibila de Barcelona, filha de Berengário Raimundo I "O Curvo" (1005 — 26 de Maio de 1035), Conde de Barcelona e de Gisela de Lluçà. Segundo outras, foi esposo de Sibila da Borgonha, filha do conde Reinaldo I de Borgonha e de Adelaide da Normandía. Jean Richard em Os duques de Borgonha e a formação do Ducado do século XI ao século XIV, com base em uma frase de Orderico Vital, falando das façanhas de Roberto I em diversos países, considera que deva ter conta, assim o tem suposto M. Chaume, ele afirmou, uma expedição realizada em 1058 para defender o conde de Barcelona contra os muçulmanos. "Foi durante esta expedição que ele teria se casado com uma parente do Conde Raimundo Borel de Barcelona cujo apelido passou a seus descendentes". Ele teve os seguintes filhos: Hugo I (1057-1093), sucessor do pai no ducado da Borgonha Eudo I (1058-1103), sucessor do irmão no ducado da Borgonha Roberto (1059-1111), bispo de Langres Hélia (n.1061), freira Beatriz (n.1063), casou com Guy I de Vignory, conde de Vignory Reinaldo (1065-1092), abade de Saint-Pierre à Flavigny Henrique de Borgonha, Conde de Portugal (1066-1112), que se tornou vassalo do Reino da Galiza e o senhor do Condado Portucalense em 1093; o seu filho foi D. Afonso Henriques, primeiro rei de Portugal Morreu antes do seu pai tendo seu filho Hugo assumido a sucessão no Ducado da Borgonha. Bibliografia La Dinastie Capétienne, Thierry Le Hête, Edição do Autor, 1ª Edição, La Bonneville-sur-Iton, 1998. pg. 113. A Herança Genética de D. Afonso Henriques, Luiz de Mello Vaz de São Payo, Universidade Moderna, 1ª Edição, Porto, 2002. pg. 283. Raízes e Memórias, Instituto Português de Genealogia, Lisboa. nº 10-pg. 21. Ver também Reconquista Condado Portucalense Ligações externas Casa da Borgonha Príncipes católicos romanos Personagens citadas nos Lusíadas
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O três (3) é o número natural que segue o dois e precede o quatro. O 3 é o segundo número primo e o primeiro número primo ímpar. Para além disso, o 3 é o primeiro número primo de Fermat (n = 0), e o número primo de Fermat seguinte é o 5. É o segundo número primo de Sophie Germain e o segundo número triangular. Etimologia Do galego-português medieval tres e este do latim trēs, do proto-itálico *trēs, que vem da raiz do Proto-Indo-Europeu *tréyes (três) o modo como os humanos de 5 mil anos atrás se referiam a ideia de três vezes, gerando um grande número de outras palavras, como por exemplo, tricampeão (três vezes campeão), tritongo (grupo de três vogais numa sílaba), trítio (isótopo de massa atômica três), trípode (banco de três pernas), trivial (na Roma Antiga, grupo de três vias onde transeuntes trocavam fofocas, passando a significar "lugar comum"), Trivium (as três primeiras das sete Artes liberais), TNT (substância química que contém três átomos de nitrogênio), Trípoli (três cidades), tribo (cada uma das três divisões étnico-políticas originais da Roma antiga), terciopelo (veludo trançado com três fios), etc. Simbologia O número 3 está entre os mais significativos do Cristianismo. De fato, o principal mistério revelado aos cristãos é que o único Deus verdadeiro é uma Santíssima Trindade; tríplice é o Ofício de Cristo (doutrina católica que afirma Jesus desempenhar as funções de sacerdote, profeta e rei); três foram os anos do Ministério de Jesus; três foram as vezes que na Agonia no Getsêmani Cristo pediu que o cálice lhe fosse afastado; Jesus ressuscitou dos mortos ao terceiro dia; o diabo tentou Jesus três vezes; São Pedro a Jesus três vezes renegou e arrependido, três foram as vezes que jurou por Ele amor leal, recebendo, por sua Confissão o Poder Indiscutível de Proibir e Permitir e o Poder das Chaves, restaurando seu Primado; três eram os Reis magos (Baltazar, Belchior e Gaspar); há três Evangelhos sinóticos e três epístolas de São João; são Paulo ficou cego por três dias após sua conversão à Igreja. Santo Tomás de Aquino usou a Tricotomia, fundamental na sua doutrina. Também na Bíblia está determinado que, embora a atestação de duas testemunhas referente ao mesmo assunto fornecesse suficiente prova para uma ação legal, três tornavam o testemunho ainda mais forte. O número três, portanto, é às vezes usado para representar intensidade, ênfase ou maior força. “Um cordão tríplice não pode ser prontamente rompido em dois.” (Eclesiastes 4,12). A visão em que se mandou Pedro comer de todos os tipos de animais, inclusive os que eram impuros segundo a Lei, foi intensificada por lhe ser apresentada três vezes. Isto, sem dúvida, tornou mais fácil a Pedro compreender, quando Cornélio e sua casa aceitaram o Evangelho, que Deus voltara então sua atenção para as pessoas incircuncisas das nações, consideradas impuras pelos judeus. — At 10,1-16; 28-35; 47, 48. A intensidade da santidade e pureza de Deus é enfatizada pela declaração de criaturas celestiais: "Santo, santo, santo é Jeová" (Isaías 6,3; Apocalipse 4,8). Antes de tirar do trono o último rei da linhagem de Davi, Jeová disse: “Uma ruína, uma ruína, uma ruína a farei. Também, quanto a esta, certamente não virá a ser de ninguém, até que venha aquele que tem o direito legal, e a ele é que terei de dá-lo.” Ele mostrou assim enfaticamente que não haveria rei davídico sentado no trono de Jerusalém em Seu nome — o trono ficaria absolutamente vago — até o tempo de Deus estabelecer seu Messias no poder do Reino. (Ezequiel 21:27) A intensidade dos ais que sobreviriam aos que moram na terra é prevista pela tripla repetição da declaração de “ai”. — Apocalipse 8:13. Afora isso, o número três tem uma grande importância simbólica de união e equilíbrio, aparecendo na Teoria dos Três Poderes (poder legislativo, poder executivo e poder judiciário), bem como na literatura, como em Os três mosqueteiros, os Três Porquinhos, nos três sobrinhos do Pato Donald (Huguinho, Zézinho e Luizinho), etc, sendo recorrente sua presença nas várias manifestações do ser humano. Sistema trifásico: utilizado em energia elétrica; nas três fases defazadas em 120º entre si. Três também é um número chave da democracia, pois é a quantidade mínima de pessoas necessárias para que se consiga tomar uma decisão em grupo. Também é conhecido sexualmente em Ménage à trois. O três também é usado como pedido de socorro. Para pedir socorro no deserto ou em alguma outra região, basta fazer três fogueiras, porque três é um código mundial. Química O Três é o Número atômico do Lítio, um metal. Ver também Ano 3 003
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O onze (11) é o número natural que segue o dez e precede o doze. O 11 é o quinto número primo, depois do 7 e antes do 13. É o quarto número primo de Sophie Germain. O 11 também é o número de dois artistas famosos: Asdrubal Tho e Carmen Lin. O 11 é a primeira capicua, sendo a maioria de seus múltiplos também capicuas ou então palíndromos de outros múltiplos de 11. Curiosidades Onze são os jogadores de futebol. O onze é o número atômico do sódio. 011
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